Natal receberá neste sábado o IX Encontro Nacional da Família Wanderley
Diante da importância dos Wanderley, principalmente no cenário cultural do Rio Grande do Norte e de outras partes do Brasil, nada mais pertinente do que uma grande reunião de parentes espalhados pelo território brasileiro.
O IX Encontro Nacional da Família Wanderley acontecerá no dia 07 de dezembro, em Natal (RN), com a expectativa de mais de cem membros.
De acordo com o historiador e genealogista Darcy Wanderley Guedes, a ideia de fazer um encontro nacional da família Wanderley surgiu quando ele iniciou a pesquisa sobre a origem e história da família Wanderley brasileira, em 2013.
Como a família é muito dispersa pelo Brasil inteiro, ele via o encontro como uma forma de aproximar a família e uma oportunidade de reunir informações, visando a produção do livro sobre a família Wanderley.
Assim, em 2014, foi realizado o I Encontro Nacional da Família Wanderley, na cidade de Patos-PB, sua terra natal, onde existe uma grande concentração de Wanderley. O resultado foi tão positivo que, desde então, todos os anos é feito o encontro, só tendo havido uma suspensão no período da pandemia.
O Encontro Nacional da Família Wanderley é feito, a cada ano, numa cidade diferente, com o objetivo de unir cada vez mais os Wanderley.
Sobre a origem da família no RN, relata o historiador e folclorista Câmara Cascudo na “Acta Diurna”, no jornal “A República” (26/11/1959)*:
“O fundador da família Wanderley no Rio Grande do Norte não usava o nome Wanderley, e sim Pimentel. Chamava-se João de Souza Pimentel, e viera de Pernambuco, já casado com dona Josefa Lins de Mendonça.
Esse João de Souza Pimentel é o pai de João Pio Lins Pimentel, já usando o Lins materno, e Gonçalo Lins Wanderley, já usando o Wanderley.
João Pio Lins Pimentel foi tenente-coronel da Guarda Nacional, fazendeiro, lavrador abastado e primeiro Presidente da Câmara Municipal de Santana do Matos, de 1837 a 1840.
Gonçalo Lins Wanderley, seu mano, casou com dona Francisca Xavier de Macedo, filha de Francisco Xavier de Macedo e dona Teresa de Jesus, filha, esta, de Carlos de Azevedo Leite e d. Rosa Maria da Conceição. Gonçalo Lins Wanderley era altivo e sabia manejar na palavra.
Sei que abençoou dezessete filhos. Um deles é o doutor Luís Carlos Lins Wanderley, 1831-1890, primeiro norte-rio-grandense doutor em medicina, deputado provincial e presidindo a administração da sua Província, poeta, professor, jornalista, teatrólogo, orador, político, clínico profissional. Faleceu em sua casa que se erguia onde está o prédio da Prefeitura Municipal.
Luís Carlos e sua mulher, d. Maria Amélia, morreram no mesmo dia, 10 de fevereiro de 1890, em Natal. Os filhos do Dr. Luís Carlos deram muita vida e glória às letras da Província e do Estado e a herança cultural continua harmoniosa no espírito dos netos e bisnetos.”
A origem da família Wanderley brasileira
De acordo com a pesquisa desenvolvida por Darcy Wanderley, que resultou no livro “Família Wanderley: Caspar von Niehoff von der Ley e sua descendência”, ao contrário do que muita gente imagina, a família Wanderley brasileira descende do alemão Caspar von Niehoff von der Ley, um capitão de cavalos (cavalaria) que veio ao Brasil a serviço da Companhia das Índias Ocidentais, participar da “Invasão Holandesa”, ao Nordeste brasileiro.
Aqui ele se casou com a portuguesa Maria de Mello, iniciando a imensa descendência da família Wanderley no Brasil. Com o passar dos anos, o próprio Caspar passou a assinar documentos apenas como Gaspar van der Ley, uma forma aportuguesada de seu nome e sobrenome.
No Brasil, a família que seria Niehoff ou Neuhoff genannt (chamada) Ley, também denominada Neuhof von der Ley ou apenas van der Ley, provavelmente por um entendimento equivocado por parte dos brasileiros de que van der Ley seria junto, ou seja, uma só palavra, a família Ley passou a denominar-se “Vanderley”, adotando com mais frequência, a partir do século XIX, o Wanderley com “W” ao invés de Vanderley com “V”.
Segundo Darcy Wanderley, “van der” ou “von der” seria o equivalente em português a “de” ou “dos”, isto é: van der Ley seria a pessoa da família dos “Ley” ou de “Ley”.
A origem dos Ley se deve a Haus Ley (Casa Ley), uma casa fortificada reconstruída por volta de 1698, que ainda existe, na margem esquerda do rio Agger, no estado da Renânia do Norte-Vestfália, na Alemanha.
A Casa Ley foi, originalmente construída como um castelo com fosso “em Ley” (rocha de ardósia), ela representava a fortaleza mais a sudoeste do condado de Mark em relação ao Arcebispado de Colônia. A primeira menção documental do local sob a designação “zur Lyen” data de 1370, feita por um abade de Siegburg, relacionando a mesma a um feudo.
Por ser um castelo construído em rocha ardósia, ou seja, em “ley”, conforme o dialeto do alto alemão, as pessoas ali residentes passaram a ser chamadas de família de Ley, também citada como Lyen ou Leyen.
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