Celulares sem aplicativos e internet voltam à moda
Houve um tempo em que para “entrar” na internet era preciso ter um computador e uma linha telefônica dedicada, além de pagar não pelo uso, mas pelo tempo da conexão. As coisas mudaram, claro, ainda mais drasticamente com a chegada e a evolução dos smartphones — celulares inteligentes que deixaram as ligações em segundo plano graças à infinidade de apps disponíveis.
Justamente pelo excesso de informação disponível nos smartphones surgiram os dumbphones (ou celulares burros). Na prática, eles são como os primeiros modelos de celulares existentes, sem aplicativos ou qualquer tipo de tecnologia de ponta, e servem para quem busca um estilo de vida sem a sensação de estar “dentro” da internet constantemente.
Em entrevista ao “The Washington Times” em abril de 2023, Lars Silberbauer, diretor de marketing da HMD Global, disse que esse tipo de modelo agrada quem deseja simplicidade e uma maneira de escapar do cansaço digital.
Os dumbphones possuem uma tela com pouca resolução e um teclado numérico. Alguns são do modelo flip, aqueles que abrem e fecham. Dá pra digitar, mas usando o alfabeto que fica dividido no teclado numérico. E aí, para mandar a mensagem, é preciso que seja um bom e velho SMS.
A distração fica por conta de joguinhos, como o clássico “jogo da cobrinha”, cujo objetivo é coletar objetos na tela para ir crescendo, mas sem esbarrar nas laterais. Para compartilhar uma foto com algum contato, é preciso usar o bluetooth.
Pioneira na fabricação de celulares dumb, a Nokia, da HMD Global, tem uma linha específica para o modelo — seu slogam é “telefone idiota, escolha inteligente”.
Os modelos prometem bateria longa, que chega a durar dias. Por isso eles também são procurados por quem deseja ter um aparelho de backup, para emergências ou mesmo para usar em viagem para falar o essencial com familiares e amigos.
Segundo a Counterpoint Research, empresa de pesquisa, análise e consultoria estratégica da indústria de tecnologia, o mercado deste tipo de modelo contribui com pouco mais de 2% das vendas gerais de aparelhos nos EUA. A Counterpoint também apontou que, em 2022, quase 80% das vendas de dumbphones vieram do Oriente Médio, da África e da Índia.
Verdade ou marketing, a cantora Camila Cabello, de 26 anos, disse ser adepta. “Eu sou a revolução do telefone flip da equipe. Talvez eu possa escrever a música tema, pessoal”, escreveu ela na rede social X.
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