Novo governo detecta núcleo golpista em agências de inteligência
Informações classificadas que chegaram ao grupo de trabalho (GT) da equipe de transição para o governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), às quais a reportagem do Correio do Brasil teve acesso na manhã desta terça-feira, apontam para a existência de um núcleo de adeptos do presidente em fim de mandato, Jair Bolsonaro (PL), nas agências de inteligência brasileiras. Potencialmente, os nomes liderados pelo general reformado Augusto Heleno tramaram um golpe de Estado, no país, durante a atual gestão.
Em face dos dados obtidos, integrantes do GT avaliam desligar a segurança do novo presidente da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que integra o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e tem Augusto Heleno na direção. Coube, entre outras ações frontalmente contrárias ao Estado democrático e de direito, ao longo do governo Bolsonaro, o apoio escancarado aos militantes de ultradireita que atacaram o Supremo Tribunal Federal (STF).
A Abin, que coordena o trabalho de outras agências de inteligência dentro do governo, principalmente na área militar, seria assim transferida para a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), sob o possível comando do ex-chanceler Celso Amorim. A segurança direta do presidente Lula, conforme cogitam integrantes do GT, caberia integralmente à Polícia Federal (PF). Atual chefe de segurança da equipe de Lula, o delegado Andrei Augusto Passos foi nomeado na semana passada para integrar o GT de inteligência estratégica do gabinete de transição e tem o nome cotado para assumir a Direção-Geral da Polícia Federal.
Cargos
A impressão digital do general Heleno também foi percebida no movimento dos atuais comandantes militares, de confrontar o governo eleito. Coube ao general Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro e ex-aliado de Jair Bolsonaro (PL), criticar a possível entrega dos cargos por parte dos comandantes das Forças Armadas, antes do final do ano e da posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
— Comando exige responsabilidade de ponta a ponta. Você é nomeado e tem que exercer sua função, tem que lidar com seus espinhos. Tem que prestar honras regulamentais, não interessa para quem seja. Isso é funcional — disse Santos Cruz a jornalistas, nesta manhã.
Santos Cruz espera “que prevaleça o entendimento de que não é pessoal, não tem sentido fazer uma interpretação pessoal. Não se faz isso na vida militar, você vai com o ônus e o bônus disso”.
MSN
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