Um homem foi preso, na sexta-feira, 16, após assassinar, roubar e decepar o dedo do dentista Rafael Caranhato, de 25 anos, em Fraiburgo, em Santa Catarina.
De acordo com a polícia, o criminoso jantou no apartamento da vítima na noite anterior. Na ocasião, ele matou o dentista, roubou pertences e decepou um dos dedos indicadores para realizar saques bancários.
A polícia informou que após matar Caranhato, o homem levou os pertences para o carro da vítima, que estava no estacionamento do prédio. No entanto, ele não encontrou o controle para sair do local.
O autor ficou no veículo até o amanhecer do dia seguinte, quando uma moradora do apartamento abriu o portão para sair e o homem aproveitou para fugir. Uma funcionária que trabalha na mesma clínica que o dentista estranhou que ele não foi ao trabalho e chamou a polícia.
O corpo de Rafael Caranhato foi encontrado no apartamento, que tinha marcas de sangue pelas paredes. De acordo com a polícia, o criminoso foi localizado após o carro da vítima ser rastreado.
Todos os pertences foram recuperados, além de R$ 6 mil retirados da conta do dentista. A Polícia de Santa Catarina informou que o homem foi autuado por latrocínio, quando acontece roubo seguido de morte.
O crime organizado passou a fabricar submetralhadoras com alto poder de fogo no Brasil, similares ao modelo MAC-10 (Military Armament Corporation), criado pelo norte-americano Gordon Bailey Ingram, em 1964, e produzido nos Estados Unidos entre 1970 e 1973.
O alerta foi feito pela Polícia Civil de São Paulo após a apreensão, no dia 1º deste mês, de uma submetralhadora com a inscrição “matraka” em uma operação realizada no Jardim Edna, no Guarujá, Baixada Santista. Um homem acusado de portar o armamento foi preso.
Um fato chamou a atenção dos policiais civis: a submetralhadora é idêntica a outra apreendida em fevereiro deste ano por PMs em Toledo, região oeste do Paraná, a 1.051 km de distância do Guarujá. A arma é artesanal e tem a mesma inscrição: “matraka”.
A preocupação das forças policiais é a de que o crime organizado esteja produzindo submetralhadoras compactas, com alto poder de fogo, em escala industrial. Peritos apuraram que a inscrição nas duas armas foi feita a laser. “Matraka”, na gíria dos criminosos, significa metralhadora.
Investigadores disseram à coluna que essas armas artesanais são tão potentes quanto as do modelo norte-americano M-10 e geralmente são produzidas por torneiros mecânicos, ferreiros ou armeiros. Os agentes acrescentaram que muitos desses profissionais são cooptados pelo crime organizado.
Em relação à apreensão realizada no Guarujá, a Polícia Civil diz que foi checar uma denúncia sobre tráfico de drogas e encontrou no local um depósito onde havia 117 kg de maconha, 53,9 kg de cocaína, 42 cartelas de LSD, 61 mil comprimidos de ecstasy, 300 g de crack e 201 lança-perfumes.
No mesmo depósito, os policiais civis afirmaram ter encontrado a submetralhadora artesanal, um fuzil e munição. Um homem de 44 anos, acusado de ser o vigia do depósito foi preso em flagrante e depois teve a prisão convertida em preventiva pela Justiça.
O suspeito tem duas condenações por tráfico de drogas e cumpria pena em regime aberto desde 26 de junho deste ano. Ao ser ouvido em inquérito na Polícia Civil, ele alegou não ter envolvimento com as drogas e armas apreendidas. Na audiência de custódia disse que foi agredido pelos policiais.
No município de Toledo, policiais militares do 19º Batalhão receberam informações sobre uma movimentação suspeita em uma área no distrito de Xaxim e foram checar a denúncia. Os PMs suspeitaram de um homem que dirigia um trator.
O veículo estava atrelado a um equipamento agrícola usado para tratamento de resíduos nas lavouras. Os militares vistoriaram o trator e encontraram as duas toneladas de maconha no compartimento destinado a esterco. Junto à droga estava a submetralhadora artesanal.
O motorista do trator recebeu voz de prisão dos PMs e foi conduzido à delegacia policial da cidade, onde acabou autuado em flagrante por tráfico de drogas.
A submetralhadora apreendida em Toledo também foi encaminhada para perícia. As Polícias Civil de São Paulo e do Paraná agora devem trocar informações para tentar chegar aos responsáveis pela fabricação do armamento.
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