E por que não Rafael Motta? Essa é a pergunta que está nas ruas, mas Fátima Bezerra permanece surda sem ouvir as vozes da rua
A iniciativa do diretório estadual do PSB de formalizar aos institutos de pesquisa o pedido para incluir o nome do deputado federal Rafael Motta (PSB) como eventual candidato ao Senado é nada mais, nada menos, do que a ressonância da pergunta que se escuta nas ruas: “E por que não Rafael Motta”? A governadora Fátima Bezerra (PT) desconhece o fato de Motta ter a oferecer para a sua reeleição muito mais do que o ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves (PDT), seu candidato ao Senado, que, junto com o primo e deputado federal, Walter Alves (MDB), este candidato a vice-governador de Fátima, formam a chapa majoritária já apelidada de “chapa bacurau”, uma composição política que sofre rejeição não somente junto à formadores de opinião, como também no âmbito do próprio PT e da esquerda, de modo geral.
Enquanto a chapa Fátima Bezerra, Walter Alves e Carlos Eduardo Alves é empurrada de “goela abaixo” e não empolga a própria militância e lideranças da esquerda, o nome de Motta é aceito com leveza e sem aresta pelos tradicionais eleitores da governadora do Rio Grande do Norte.
Não é para menos.
Com uma postura de centro-esquerda, Rafael Motta é o avesso do avesso do candidato ao Senado abraçado por Fátima Bezerra e tolerado pelo PT, graças a força de uma “chave-de-roda” aplicada no PT estadual pelo ex-presidente Lula, a partir dos interesses de Brasília.
Jovem, carismático e “boa praça”, Rafael Motta é considerado um político que cativa e é próximo de suas bases eleitorais. “Estradeiro”, é presença constante nos municípios do Rio Grande Norte que lhes servem de base eleitoral. Não se esconde do povo e costuma agir como cidadão comum, frequentando botecos, praias, fazendo surfe ou almoçando em restaurantes da cidade sem a impáfia de alguns detentores de mandato.
Ou seja: seu nome é conhecido e seu trabalho reconhecido além da chamada “Reta Tabajara”. A sua atuação na Câmara Federal é pública e notória, até mesmo por aqueles eleitores mais conservadores que discordam de alguns de seus posicionamentos.
Em Natal, há um “point” conhecido como “Senadinho”, uma cigarreira localizada em frente ao colégio Atheneu, no bairro nobre de Petrópolis, onde nos finais de tarde integrantes da classe média alta natalense – empresários, formadores de opinião e alguns “Bon vivant“ – que frequentam o bairro, se reúnem para falar sobre política, candidaturas, eleições e – também – vidas alheias.
Até mesmo no “Senadinho” de Petrópolis o nome de Rafael Motta ganha por unanimidade a preferência dos frequentadores, muitos deles contemporâneo de juventude do ex-prefeito Carlos Eduardo Alves, a quem hoje se referem como sendo uma “pessoa difícil”, no mínimo.
Desde que foi praticamente confirmado como o “Senador de Fátima”, Carlos Eduardo não tem agregado popularidade, inclusive eleitoral, para a governadora. Pelo contrário, sua postura e declarações à imprensa desagregam muito mais do que atrai simpatizantes.
Que o diga o prefeito de Natal, Álvaro Dias (PSDB), que vem sendo alvo constante de alfinetadas, declaradas ou subliminares, desferidas por parte de Carlos Eduardo, o que certamente só contribui para ampliar ainda mais o fosso que separa o alcaide natalense da governadora do Estado.
Uma coisa é fato: mesmo diante de uma governadora que parede surda e não consegue responder a simples pergunta, “e por que não Rafael Motta?”, já há muita gente apostando que a “Chapa Bacurau” da governadora Fátima Bezerra poderá sofrer alteração na composição para o Senado.
A temporada de apostas está aberta.
Quem vai nessa?
Comentários