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Categoria: maio 3, 2022

E por que não Rafael Motta? Essa é a pergunta que está nas ruas, mas Fátima Bezerra permanece surda sem ouvir as vozes da rua

DEPUTADO RAFAEL MOTTA , POLÍTICO JOVEM E CARISMÁTICO, EM BUSCA DE APOIO PARA O SENADO

A iniciativa do diretório estadual do PSB de formalizar aos institutos de pesquisa o pedido para incluir o nome do deputado federal Rafael Motta (PSB) como eventual candidato ao Senado é nada mais, nada menos, do que a ressonância da pergunta que se escuta nas ruas: “E por que não Rafael Motta”? A governadora Fátima Bezerra (PT) desconhece o fato de Motta ter a oferecer para a sua reeleição muito mais do que o ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves (PDT), seu candidato ao Senado, que, junto com o primo e deputado federal, Walter Alves (MDB), este candidato a vice-governador de Fátima, formam a chapa majoritária já apelidada de “chapa bacurau”, uma composição política que sofre rejeição não somente junto à formadores de opinião, como também no âmbito do próprio PT e da esquerda, de modo geral.

Enquanto a chapa Fátima Bezerra, Walter Alves e Carlos Eduardo Alves é empurrada de “goela abaixo” e não empolga a própria militância e lideranças da esquerda, o nome de Motta é aceito com leveza e sem aresta pelos tradicionais eleitores da governadora do Rio Grande do Norte.

Não é para menos.

Com uma postura de centro-esquerda, Rafael Motta é o avesso do avesso do candidato ao Senado abraçado por Fátima Bezerra e tolerado pelo PT, graças a força de uma “chave-de-roda” aplicada no PT estadual pelo ex-presidente Lula, a partir dos interesses de Brasília.

Jovem, carismático e “boa praça”, Rafael Motta é considerado um político que cativa e é próximo de suas bases eleitorais. “Estradeiro”, é presença constante nos municípios do Rio Grande Norte que lhes servem de base eleitoral. Não se esconde do povo e costuma agir como cidadão comum, frequentando botecos, praias, fazendo surfe ou almoçando em restaurantes da cidade sem a impáfia de alguns detentores de mandato.

Ou seja: seu nome é conhecido e seu trabalho reconhecido além da chamada “Reta Tabajara”. A sua atuação na Câmara Federal é pública e notória, até mesmo por aqueles eleitores mais conservadores que discordam de alguns de seus posicionamentos.

Em Natal, há um “point” conhecido como “Senadinho”, uma cigarreira localizada em frente ao colégio Atheneu, no bairro nobre de Petrópolis, onde nos finais de tarde integrantes da classe média alta natalense – empresários, formadores de opinião e alguns “Bon vivant que frequentam o bairro, se reúnem para falar sobre política, candidaturas, eleições e – também – vidas alheias.

Até mesmo no “Senadinho” de Petrópolis o nome de Rafael Motta ganha por unanimidade a preferência dos frequentadores, muitos deles contemporâneo de juventude do ex-prefeito Carlos Eduardo Alves, a quem hoje se referem como sendo uma “pessoa difícil”, no mínimo.

Desde que foi praticamente confirmado como o “Senador de Fátima”, Carlos Eduardo não tem agregado popularidade, inclusive eleitoral, para a governadora. Pelo contrário, sua postura e declarações à imprensa desagregam muito mais do que atrai simpatizantes.

Que o diga o prefeito de Natal, Álvaro Dias (PSDB), que vem sendo alvo constante de alfinetadas, declaradas ou subliminares, desferidas por parte de Carlos Eduardo, o que certamente só contribui para ampliar ainda mais o fosso que separa o alcaide natalense da governadora do Estado.

Uma coisa é fato: mesmo diante de uma governadora que parede surda e não consegue responder a simples pergunta, “e por que não Rafael Motta?”, já há muita gente apostando que a “Chapa Bacurau” da governadora Fátima Bezerra poderá sofrer alteração na composição para o Senado.

A temporada de apostas está aberta.

Quem vai nessa?

Caso Bruna: Ex-namorado de vendedora se apresenta à polícia e pede para ser periciado

A POLÍCIA NÃO DÁ INFORMAÇÕES SOBRE O CASO E DETERMINOU SIGILO SOBRE TODA A INVESTIGAÇÃO. FOTO: REPRODUÇÃO

Um ex-namorado da vendedora Ana Bruna Rodrigues, de 22 anos, que foi executada a tiros na última sexta-feira (29) em Parnamirim, se apresentou à polícia nesta segunda-feira (2) e se colocou à disposição das autoridades para colaborar com as investigações sobre o assassinato. As informações são da TV Tropical.

De acordo com apuração do programa “Balanço Geral”, o homem – identificado apenas como Jônatas – foi à Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e pediu para ser submetido a um exame residuográfico, que procura vestígios de pólvora nas mãos. A polícia atendeu ao pedido e conduziu o rapaz até o Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep), onde o exame foi realizado. O resultado ainda não é conhecido.

A polícia não dá informações sobre o caso e determinou sigilo sobre toda a investigação. Mas a reportagem descobriu que os investigadores trabalham com mais de uma linha de apuração. Não há confirmação se o ex-namorado é suspeito de participação no crime.

Em nota divulgada nesta segunda-feira, a Polícia Civil disse apenas que deu início às investigações e que começou a ouvir depoimentos. Identidades de suspeitos não foram divulgadas nem se impressões digitais foram coletadas no local do crime.

A loja onde Ana Bruna Rodrigues foi morta continua fechada. O crime aconteceu por volta das 15h de sexta-feira, quando um homem entrou na loja como se fosse um cliente, perguntou pela jovem e, ao encontrá-la, pratica o homicídio. Toda a ocorrência foi registrada por uma câmera de segurança.

O bandido usava boné e uma balaclava, para esconder o rosto. Nas imagens, ele chega à loja, procura a vítima, saca uma arma e efetua os disparos em seguida. Antes de morrer, a jovem se curva, como se já soubesse que fosse ser morta.

A jovem foi morta com cinco ou seis disparos à queima roupa. A PM chegou rapidamente, mas o criminoso também fugiu rápido.

O corpo de Ana Bruna Rodrigues foi sepultado em Governador Dix-Sept Rosado, no Oeste Potiguar, no último domingo (1º).

Polícia prende cinco e fecha laboratório de drogas em Natal que abastecia Pipa e Ponta Negra

SUSPEITOS FORAM PRESOS E SEGUEM À DISPOSIÇÃO DA JUSTIÇA. FOTO: MARCELO MONTENEGRO

Cinco suspeitos de tráfico de drogas foram presos, nesta terça-feira (03), durante operação da Delegacia Especializada em Narcóticos (Denarc) no bairro de Ponta Negra, zona sul de Natal. Os policiais civis foram a dois imóveis e, no local, encontraram uma espécie de laboratório de drogas. As informações são do Portal da Tropical.

De acordo com informações coletadas pela reportagem da TV Tropical, as cinco pessoas detidas são apontadas como integrantes de um grupo criminoso responsável pela produção e venda de drogas em Ponta Negra e também na praia de Pipa, no litoral potiguar. Durante a apreensão, os agentes encontraram uma vasta plantação de maconha nos imóveis investigados.

Segundo o delegado Marcuse Cabral, todo o processo de produção da droga era feito nesses locais. “Foram dois meses de investigação, usando ferramentas de inteligência, seguimento e campana até chegar a esses dois imóveis. Todas as fases do cultivo – desde o plantio até a secagem e venda das drogas – eram feitas aqui”, explicou. 

Além das drogas, outros materiais utilizados na produção dos entorpecentes também foram apreendidos. Os cinco suspeitos foram encaminhados para a delegacia, onde devem ficar à disposição da Justiça.

FOTO: RAFAEL ARAÚJO

Após 54 anos sem salário, ex-patroa diz que não pagava a doméstica por “considerá-la da família”

A HISTÓRIA DE MADALENA GANHOU REPERCUSSÃO NACIONAL DEPOIS DE UMA ENTREVISTA QUE ELA DEU À TV BAHIA. FOTO: REPRODUÇÃO

A ex-patroa de Madalena Santiago da Silva, doméstica resgatada de trabalho análogo a escravidão na Bahia, disse em depoimento a autoridades que não pagava a trabalhadora por “considerá-la da família” e “como uma irmã”.

Segundo reportagem da TV Bahia, da Globo, Madalena trabalhou 54 anos de seus 62 de vida sem receber nenhum salário, além de sofrer maus-tratos e ter dívidas em seu nome feitas pela filha da ex-patroa.

O Sindicato dos Trabalhadores Domésticos da Bahia considera a justificativa da ex-patroa de Madalena como crime de assédio moral. À reportagem, Creuza Oliveira, presidente do sindicato, explica que essa fala é usada para poder não garantir os direitos da empregada doméstica. “Essa trabalhadora não é da família, ela está vendendo a sua mão de obra para uma pessoa que precisa do serviço”, acrescenta.

 “Se ela fosse da família, teria direito a herança, teria direito a usar o elevador social, piscina, fazer faculdade e estudar, como a família faz.”

Medo de pegar em ‘mão branca’

A história de Madalena ganhou repercussão nacional depois de uma entrevista que ela deu à TV Bahia. Na ocasião, ela afirmou ter medo de pegar na “mão branca” da repórter. “Eu vejo sua mão branca, eu pego a minha e boto em cima da sua, eu acho feio”, disse entre lágrimas.

Hoje, Madalena recebe seguro desemprego e um salário mínimo da ação cautelar do MPT. As medidas garantem a sobrevivência da doméstica, que perdeu R$ 20 mil da aposentadoria, levados pela filha da ex-patroa.

A doméstica relatou ainda o clima de descriminação constante na casa em quer trabalhava. “Eu estava sentada na sala, ela [filha da ex-patroa] passou assim com uma bacia com água e disse que ia jogar na minha cara. Aí eu disse: ‘Você pode jogar, mas não vai ficar por isso. Aí ela disse: ‘Sua negra desgraçada, vai embora agora’”, contou.

Após a repercussão do caso, duas novas denúncias de trabalho análogo a escravo chegaram ao conhecimento do sindicato. Segundo levantamento do Dieese, apenas sete entre dez domésticas no Brasil possuem carteira de trabalho assinada.

Com informações do Polêmica Paraíba e Terra

Encontro com Dado Dolabella foi gota d’água para separação de Wanessa Camargo

A COLUNA DESCOBRIU QUE ELES ESTIVERAM JUNTOS DURANTE UMA VIAGEM DA CANTORA COM ALGUMAS AMIGAS PARA VALPARAÍSO, ONDE O ATOR MORA. FOTO: AGNEWS

A notícia que parou o mundo sertanejo na tarde de segunda-feira (2/5) acaba de ganhar mais um capítulo. Após Wanessa Camargo anunciar o fim do casamento com Marcos Buaiz, a coluna descobriu o principal motivo para o fim do casamento, que vai além das crises de pânico vivenciadas pela cantora. Nós apuramos que, recentemente, Wanessa se reencontrou com o ex-namorado Dado Dolabella, com quem viveu um romance conturbado no início dos anos 2000.

O encontro teria acontecido em uma viagem recente de Camargo e algumas amigas a Valparaíso (GO), mesma cidade em que Dolabella mora. Esta equipe recebeu a informação de que foi um maquiador, amigo de Dado, que fez a ponte entre o ator e a artista. À época da viagem, Buaiz fez uma postagem com os filhos no Espírito Santo, o que aumentou as suspeitas de que o casamento estava bem estremecido.

O relacionamento com Dado, no início dos anos 2000, marcou a geração, que lembra bem das crises que a cantora teve em público, além das brigas flagradas por paparazzi à época. Mas a forma de agir de Dolabella não foi algo que aconteceu somente com a cantora: esse comportamento se repetiu e chegou ao ponto de agressão com duas de suas ex-namoradas, a atriz Luana Piovani e uma prima do ator, Marina Dolabella, com quem se relacionou por alguns meses. Além disso, no início de abril deste ano, ele foi acusado de tentar invadir a casa de sua ex-sogra, mãe de Juliana Wolter, além de agredi-la.

Vale lembrar que à época do namoro de Dado e Wanessa, Zezé Di Camargo, pai da cantora, declarou publicamente que não aprovava a relação e que não gosta de Dolabella.

Metrópoles

Natal oferece atendimento de excelência à população de rua

FINALIDADE DO CENTRO POP É OFERECER ALTERNATIVAS PARA QUE AS PESSOAS DEIXEM AS RUAS. FOTO: SEMTAS

A Prefeitura de Natal tem oferecido melhor qualidade de vida à população em situação de rua com diversos serviços de inclusão e acolhimento, voltados para esse público, acompanhados pela a Secretaria Municipal do Trabalho e Assistência Social (Semtas), por meio do Centro Especializado para População em Situação de Rua – Centro Pop.  Diariamente, homens e mulheres recebem acompanhamento social, psicossocial e de saúde, além de terem garantida alimentação, higiene pessoal e repouso, em atendimentos individual e coletivo.

No espaço também são realizadas oficinas terapêuticas, atividades de convívio e socialização. A saúde dos moradores de rua é uma das preocupações da equipe multidisciplinar que acompanha o Centro Pop, e na quinta-feira (28), mais de 100 assistidos receberam o consultório de rua, que levou atendimento médico clínico aos usuários.  A ação acontece mensalmente.

De acordo com a secretária da Semtas,  Ana Valda Galvão, essas atividades  fazem parte do planejamento anual da unidade. “O nosso papel é cuidar e acolher essas pessoas realizando encaminhamentos e acompanhamento que possibilitem o processo de saída da rua destes usuários. O município oferece diversos serviços para esse público. Essas parcerias, atendimentos e acesso à saúde são ações continuadas que desenvolvemos, além disso oferecemos cursos profissionalizante para encaminhá-los para o mundo do trabalho”, afirmou.

As atividades são possíveis por meio da  rede de proteção socioassistencial, através do Serviço Especializado de Abordagem Social (Seas), que nos dois turnos, atuam nos territórios da cidade todos os dias. O Seas trabalha com o método de abordagem e busca ativa, identificando a incidência de situação de rua, trabalho infantil e exploração sexual de crianças e adolescentes, entre outras situações de vulnerabilidade.

A proposta do Seas é construir o processo de saída das ruas e possibilitar as condições de acesso à rede de serviços e benefícios assistenciais; identificar famílias e indivíduos com direitos violados, a natureza das violações, as condições em que vivem, as estratégias de sobrevivência, procedências, aspirações, desejos e relações estabelecidas com as instituições e promover ações para a reinserção familiar e comunitária.

Consultório de Rua

Pertencente ao Sistema Único de Saúde (SUS), o Consultório na Rua é um serviço que cuida da população em situação de rua. Atualmente o serviço possui uma equipe multidisciplinar, ou seja, formada por profissionais de diversas áreas como enfermeiros, médicos, psicólogos, agentes de saúde e dentistas.  

Para a coordenadora do consultório de rua, Fabiana de Morais, “trabalhamos com a ampliação do cuidado para as pessoas em situação de rua, buscando efetivar a equidade, a garantia de direitos e o acesso aos serviços de saúde. Somos um elo entre a atenção primária de saúde, usuário (pop rua) e a rede de serviços”, comentou.

Potiguar Jadson André vibra com permanência na elite do Circuito Mundial de Surf

JADSON VENCE KELLY SLATER NA AUSTRÁLIA, ENTRA NO G-22 E ASSEGURA PARTICIPAÇÃO NA SEGUNDA METADE DO WORLD SURF LEAGUE CHAMPIONSHIP TOUR DESTE ANO E NA TEMPORADA 2023. FOTO: AARON HUGHES

Jadson André garantiu nesta terça-feira a permanência na elite do Circuito Mundial para o restante da temporada e também para 2023. O surfista potiguar venceu o 11 vezes campeão mundial Kelly Slater, se classificou para as oitavas de final do Margaret River Pro, na Austrália, e assegurou vaga no grupo dos 22 primeiros do ranking.

– Sem palavras para este momento! Eu sei que os planos de Deus são perfeitos, e segue novamente a passagem que mudou a minha vida: ‘Quem tem propósito alinhado com a vontade de Deus, não se move pela aprovação dos outros’. We made it (Conseguimos)! – comemorou Jadson em uma rede social.

Para entrar no G-22, a missão do potiguar era ingrata, contra o maior surfista de todos os tempos. Por outro lado, o único título de etapa do CT de Jadson foi derrotando Kelly Slater na final, em Imbituba, em 2010. Em sua 10ª temporada seguida na elite, o surfista de Ponta Negra tinha que vencer para permanecer.

Jadson começou bem, achando uma direita boa para manobrar forte de backside e ganhar 7,43 na primeira onda. A primeira do Slater valeu 5,17, nota que Jadson igualou na segunda dele. Depois, o máximo que Kelly conseguiu foi 4,07 e o brasileiro avançou para as oitavas de final com 12,60 a 9,24 pontos. Foi a terceira vitória seguida do Jadson sobre Slater em baterias do CT, todas nas ondas de Margaret River. As outras foram na primeira fase de 2019 e na deste ano também, na sexta-feira.

GE

MPF defende presença de fisioterapeutas em tempo integral nas UTIs de maternidade do RN

SITUAÇÃO É ALVO DE INQUÉRITO CIVIL. PACIENTES CHEGAM A PASSAR O FIM DE SEMANA INTEIRO SEM A ASSISTÊNCIA DESSE PROFISSIONAL. FOTO: DIVULGAÇÃO

O Ministério Público Federal (MPF) se posicionou a favor de a Maternidade Escola Januário Cicco, localizada em Natal, ser obrigada a incluir fisioterapeutas na equipe de suas UTIs neonatais e materna, durante todo o horário de funcionamento. Atualmente, as unidades de terapia intensiva chegam a contar com esses profissionais por apenas seis horas ao dia e, nos finais de semana, duas das três UTIs ficam “descobertas”, prejudicando o tratamento de bebês recém-nascidos e de suas mães, aumentando custos e desrespeitando a legislação.

A ação na qual foi oferecido o parecer é de autoria do Conselho Regional de Fisioterapia e tem como réus a UFRN e a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), que administra os hospitais da universidade. “Sem a equipe mínima necessária atuando de forma ininterrupta, a administração da Ebserh está descumprindo regra técnica de profissão e colocando mães e recém-nascidos em perigo”, resume o procurador da República Camões Boaventura, autor da manifestação do MPF.

No Ministério Público Federal já tramita, inclusive, um inquérito civil sobre o mesmo tema e, nele, já surgiram indícios da irregularidade apontada pelo conselho. Após denúncias, conselheiros comprovaram, em vistoria, que a assistência fisioterapêutica na UTI Adulta (materna) ocorre apenas de segunda a sexta-feira e por somente seis horas diárias (das 7h às 13h). Já na UTI Neonatal (Utin) a assistência é diária, mas limitada a 12 horas (7h às 19h). Enquanto na Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Canguru (Ucinca) ocorre por 12 horas, porém não aos finais de semana.

Legislação – De acordo com a ação civil, há uma flagrante violação às normas que regulamentam a assistência à saúde em unidades de terapias intensivas, “colocando em risco a vida de puérperas e bebês recém-nascidos”. A Lei Estadual 10.935/2021 estabelece a obrigatoriedade da assistência de fisioterapia em UTIs – seja adulto, pediátrica ou neonatal – de forma ininterrupta.

A Ebserh alega inconstitucionalidade da lei estadual, que a seu ver não poderia determinar exigências para um hospital pertencente a uma universidade federal, porém o parecer do MPF ressalta que o inciso 12 do artigo 24 da Constituição estipula que legislar sobre proteção e defesa à saúde se trata de competência concorrente, cabendo tanto à União, quanto aos estados.

Além disso, e afora a previsão constitucional do direito à saúde, há normas como a Resolução 07/2010 da Anvisa, que estabelece entre os requisitos mínimos para funcionamento de UTIs a atuação exclusiva de, no mínimo, um fisioterapeuta para cada 10 leitos ou fração, nos turnos matutino, vespertino e noturno, “perfazendo um total de mínimo de 18 horas diárias”.

O entendimento é reforçado pelas portarias 930/2012 e 895/2017 do Ministério da Saúde, que tratam respectivamente das diretrizes de atenção ao recém-nascido grave e da habilitação de leitos de terapia intensiva. “Não é, de modo algum, desarrazoada a exigência da presença do profissional de fisioterapia durante todo o período para assistência e acompanhamento da evolução dos pacientes internados nas UTIs”, observa Camões Boaventura.

Benefícios – Os procedimentos realizados pelo fisioterapeuta dentro de uma UTI interferem diretamente na evolução do paciente crítico, minimizando complicações e reduzindo o tempo de internação. Na Januário Cicco, hospital referência em UTI neonatal e em gravidez de alto risco, os recém-nascidos contam com esse profissional para atuação em três momentos distintos: no tratamento preventivo, nas crises de paradas cardiorrespiratória e na reabilitação.

Mesmo na UTI Materna, o fisioterapeuta ajuda a estimular a motricidade, evitando situações de acamamento prolongado; minimizando quadros dolorosos; prevenindo complicações vasculares; preparando a musculatura para partos de risco e reabilitação imediata de partos cesarianos; além de gerenciar a assistência ventilatória e a administração de oxigênio, entre outras ações de extrema relevância.

Economia – A presença de fisioterapeutas não só melhora a saúde dos pacientes, como resulta em diminuição de gastos públicos, já que acelera a alta, diminuindo o tempo de internação, de ventilação mecânica e os problemas associados à manutenção do paciente restrito ao leito, reduzindo até mesmo a necessidade de medicamentos (antibióticos, sedativos, dentre outros). Além dos custos imediatos, pacientes que não recebem os cuidados ideais evoluem com sequelas diversas que podem demandar serviços de reabilitação por décadas.

No Hospital Universitário Onofre Lopes – vizinho à maternidade e também administrado pela Ebserh – há presença de fisioterapia 24h nas UTIs. Já na Januário Cicco, os dados de óbitos por turno na UTI neonatal demonstram uma média maior à noite do que no período diurno. “Ainda que não possamos afirmar que as altas taxas de mortalidade na maternidade são explicadas unicamente pela ausência de assistência fisioterapêutica em todos os turnos (…), certamente a falta de cobertura integral de um dos profissionais fundamentais na composição da equipe multidisciplinar contribui para a manutenção do atual cenário.”

Inquérito – Além de ofícios solicitando informações à maternidade e à Ebserh, o MPF já havia levantado pesquisas científicas e dados sobre o tema. Uma reunião com fisioterapeutas, alguns dos quais trabalham ou já trabalharam nas UTIs da Januário Cicco, também foi realizada em 26 de abril e confirmou a carência de profissionais e os riscos decorrentes.

“Em nenhuma das UTIs vem sendo cumprido nem o período mínimo de cobertura orientado pela Anvisa de 18h diárias, de modo que não há assistência nos três turnos; nos finais de semana só há assistência fisioterapêutica na UTI Neonatal; e nos meses de férias ou em casos de adoecimento, a UTI Materna fica completamente sem fisioterapeuta. A situação é alarmante”, descreve o parecer do MPF.

Somado a isso, os fisioterapeutas que atuam nas UTIs infantis são, frequentemente, solicitados a se ausentar para realizar atendimentos em outros setores da maternidade, o que reforça a insuficiência do número de profissionais. “As demandas de uma UTI não são planejadas, mas urgentes e necessárias. Na ausência dos profissionais especializados quem vai desenvolver o seu trabalho?”, questiona o procurador da República.

Concurso – A falta de profissionais, destaca o MPF, poderia ser sanada pela Ebserh através da convocação dos aprovados em um concurso público já realizado, que segue em vigor e cuja validade foi prorrogada até 25 de abril de 2024. Na lista de espera, há fisioterapeutas aprovados na área de Fisioterapia Respiratória.