O Rio Grande do Norte contabiliza 1.572 óbitos por Covid-19,
segundo dados atualizados pela Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) na
tarde deste sábado (18). Deste total, 13 mortes foram confirmados nas últimas
24 horas.
Ainda de acordo com a Sesap, o Estado potiguar tem 43.432
casos confirmados da doença, 58.152 casos suspeitos e 68.455 descartados. Nas
últimas 24h, a secretaria foi notificada com 549 novos casos.
O RN tem 214 óbitos em investigação e 329 descartados.
Os cartórios do Rio Grande do Norte já registraram este ano,
até esta sexta-feira (17), 8.788 óbitos, segundo dados do Portal da
Transparência da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen).
O número de mortes causadas por problemas respiratórios foi impactado pelo surgimento da Covid-19. A doença causada pelo novo coronavírus, segundo os cartórios, foi responsável por 1.032 mortes, o que corresponde a 11% do total de óbitos entre os potiguares.
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O Departamento de Jornalismo do SBT deve lançar em agosto o
SBT News, site de notícias especializado em política, economia e assuntos do
judiciário.
Segundo o colunista Flávio Ricco, a sede principal do
projeto será em Brasília, com uma equipe trabalhando em tempo integral. A ideia
é produzir conteúdo jornalístico 24 horas por dia.
O site também aproveitará o material não utilizado no único
telejornal da emissora, o SBT Brasil. Esse conteúdo será disponibilizado em
vídeo, sempre que possível, na nova plataforma.
Um âncora, em negociação e cujo nome está mantido em sigilo,
de acordo com Ricco, será escalado para desenvolver o trabalho.
Com a saída da companhia aérea alemã Lufthansa do Rio Grande
do Norte, empresa responsável pelo transporte semanal de frutas do Estado à
Europa, os exportadores potiguares serão obrigados a levar suas cargas para
Recife, Pernambuco, para dar continuidade às operações. Essa mudança na
logística pode ter um impacto de até 100% no processo, segundo a Secretaria de
Agricultura e Pesca do Rio Grande do Norte, e, consequentemente, diminuir as
margens de lucro dos produtores. Os últimos voos feitos pela companhia,
partindo do Aeroporto Internacional Governador Aluízio Alves, em São Gonçalo do
Amarante, serão neste sábado (18). A partir da próxima terça-feira (21), a
Lufthansa passa a operar a partir do Aeroporto Internacional de Recife (PE).
De acordo com o secretário de Agricultura e Pesca do RN,
Guilherme Saldanha, o setor vê a saída com preocupação e espera que a mudança
de ares da empresa alemã seja temporária, em virtude da pandemia de
coronavírus. Além disso, com o aumento nos custos, ele avalia que o segmento
agropecuário não vai “aguentar por muito tempo” essa rota alternativa para
exportação de produtos potiguares.
“Temporariamente os exportadores vão mandar por Recife, mas
não vão aguentar muito tempo esse frete de Natal até lá. Para se ter uma ideia,
das áreas de produção ao aeroporto de Natal há uma distância de 200 a 250 km.
Eles agora vão ter de andar algo próximo a 600 km”, comenta. O titular da pasta
disse que teve reunião com membros do setor produtivo, que informaram o
compromisso a ser honrado com os compradores de fora do Brasil pelos próximos
meses, mas já externando a preocupação com os novos custos que terão de arcar.
“Acredito que não mais três, quatro meses, com o retorno dos
voos, principalmente os da TAP, que vai para Portugal, que usa essa estrutura
também, com certeza esse voo retornará para cá. A própria Lufthansa sinalizou
dessa forma, que a operação pelo aeroporto de Recife, o custo para os exportadores
é muito caro. O frete que custaria R$ 1,5 mil, R$ 2 mil, passa a custar quase
R$ 5 mil”, comenta.
Para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do
RN (Faern), José Vieira, a saída da empresa alemã para o setor da fruticultura
é vista com apreensão pelos produtores e a expectativa é de que essas operações
voltem para o Rio Grande do Norte.
“Eu vejo com preocupação porque já somos tão vulneráveis a
falta de logística e infraestrutura e perder mais uma oportunidade… Mas
acreditamos que seja transitório, porque em função da dificuldade que o
aeroporto está passando, a operadora que carrega os aviões está deixando de
operar no RN. A carga nós temos, o avião também, o que não temos é o
equipamento para carregar os aviões. Estamos trabalhando junto ao Governo para
superar isso o mais rápido possível. Que seja transitório”, comentou.
O representante dos produtores agrícolas no RN, José Vieira,
também cita frustração pela falta de estrutura logística ofertada pela
concessionária que administra o aeroporto de São Gonçalo do Amarante. “Não
deixa de ser uma grande perda, mas vejo com muita frustração o próprio
aeroporto não conseguir ser viabilizado”, acrescenta. “É mais viável sair a
fruta pelo RN do que qualquer outro Estado. Economicamente é viável, não é um
negócio ruim para as empresas nem para os produtores. É bom para todos”,
atesta.
Para o diretor institucional da Associação Brasileira dos
Produtores Exportadores de Frutas e Derivados, Luiz Roberto Barcelos, em
entrevista ao Jornal da Manhã Natal, da rádio Jovem Pan News Natal 93.5, os
principais produtos exportados do RN pela operação aérea são mamão e manga. Na
avaliação dele, a saída “atrapalha futuros projetos” para exportadores no RN.
“Estamos pretendemos usar esse modal agora para exportar fruta para China, que é mais longe e o melão para chegar lá tem uma complicação de logística. Na prática a interrupção desse serviço traz um prejuízo pequeno para as atuais exportações. Um avião desses carrega 4, 5 contêineres por vez. Nós carregamos 500 lá no Porto de Natal. O que atrapalha são futuros projetos, porque tendo esse modal aéreo, os empresários poderiam desenvolver outras frutas, que não conseguem viajar de navio, e agora eles não poderão fazer mais esses planos no Estado e vão acabar fazendo em outro lugar”, disse.
Uma obra de macrodrenagem na Avenida Miguel Castro, próximo
à lagoa de São Conrado, danificou a rede de abastecimento de água em Natal, segundo
a Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern).
Por causa dos serviços de recuperação no local de vazamento,
pelo menos 10 bairros ficarão sem abastecimento de água: Felipe Camarão, Cidade
Nova, Candelária e Capim Macio, Bom Pastor, Lagoa Nova, Lagoa Seca, Nazaré,
Nova Descoberta, e parte de Cidade da Esperança
A previsão é que o sistema seja religado na manhã deste sábado (18) e o prazo de normalização, ou seja, para que a distribuição de água esteja regular em todas as áreas é de até 48h, na segunda-feira (20) pela manhã.
Os cartórios do Rio Grande do Norte já registraram este ano,
até esta sexta-feira (17), 8.788 óbitos, segundo dados do Portal da
Transparência da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen).
O número de mortes causadas por problemas respiratórios foi
impactado pelo surgimento da Covid-19. A doença causada pelo novo coronavírus,
segundo os cartórios, foi responsável por 1.032 mortes, o que corresponde a 11%
do total de óbitos entre os potiguares.
O número é inferior ao registro oficial de mortes por
Covid-19 feito pelo Ministério da Saúde e pela Secretaria Estadual de Saúde
Pública (Sesap), que contabilizaram até esta sexta 1.526 provocadas pelo novo
coronavírus no Estado.
Essa diferença é explicada por duas razões, segundo os
cartórios. A primeira é que o sistema é abastecido com informações enviadas
pelos próprios cartórios. Alguns podem levar dias para informar o óbito ao
sistema nacional. Além disso, as mortes causadas pela Covid-19 podem levar
muito tempo para serem confirmadas pelo governo estadual. Com isso, é possível
que certidões de óbito sejam expedidas incompletas.
De acordo com a Sesap, além dos óbitos confirmados, o Rio
Grande do Norte tem 261 mortes em investigação para Covid-19.
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, a diferença
encontrada no momento justifica-se pelo fato de que os óbitos podem levar até
60 dias para entrar nos cartórios ou sistema de mortalidade. Além disso, quando
não há comprovação da Covid-19 antes do óbito, a causa apontada é de Síndrome
Respiratória Aguda Grave (SRAG), até que seja definido o agente etiológico
responsável pela mortalidade. “Ressalta-se que, quando ocorre a identificação,
posteriormente é gerada a alteração da informação que consta na declaração de
óbito”, explicou a Sesap, em nota.
Entre 29 de março – data da primeira morte causada pela
Covid-19 no Estado – e o dia 17 de julho, segundo o Arpen, um total de 5.119
mortes foram registradas nos cartórios potiguares. A Covid-19 representa 20% de
todos os óbitos no período, com os 1.032 registros. É a principal causa de
mortes em todo o Estado.
Os dados dos cartórios potiguares mostram que o mês de
junho, até o momento, foi o que contabilizou a maior parte dos registros de
mortes por Covid-19. Ao todo, foram 644 mortes notificadas pelas unidades
cartorárias. No mês de maio, foram 213 registros. Nas duas primeiras semanas de
julho, o número foi de 126 mortes. Há ainda os 49 óbitos registrados entre os
dias 29 de março e 30 de abril.
No entanto, de acordo com o ranking cartorial, a doença
causada pelo novo coronavírus fica atrás do termo “demais óbitos”. Isso
acontece porque no sistema do portal transparência da Arpen são cadastradas as
declarações de óbito, mas não há especificação de todas as causas de morte. Com
isso, parte dos registros está listada sem detalhamento. No período entre 29 de
março e 17 de julho, os “demais óbitos” somaram 1.573 registros.
Média móvel em queda
Os dados do portal da transparência dos cartórios mostram
tendência de queda na média móvel de registros de óbitos por Covid-19 no Rio
Grande do Norte. Desde o dia 8 de julho, no Estado, a curva de mortes está
recuando, saindo de 38 registros diários para os 22 registros do último dia 15
de julho.
A redução ocorre ao mesmo tempo em que entra em vigor o
processo de reabertura das atividades da economia. As ações de flexibilização do
isolamento social, com a reabertura do comércio e serviços, foi iniciado na
primeira semana de julho.
O recuo no número de mortes por Covid-19 também é observado
a partir dos números gerais, ao se comparar as duas primeiras semanas de julho
com o mesmo período do mês anterior. Entre os 1º e 15 de julho, os cartórios
registram 126 mortes por Covid-19. No mesmo período de junho, o número foi 65%
maior, com o total de 360 mortes.
Aumento de mortes
Os dados da Arpen mostram que houve um aumento de 51,8% nos
registros de óbitos por doenças respiratórias — pneumonia, síndrome
respiratória aguda grave (SRAG), insuficiência respiratória e Covid-19 — no
período de 29 de março a 17 de julho de 2020 em relação ao mesmo período de
2019.
Em 2020, os problemas respiratórios foram responsáveis por
2.355 óbitos, contra os 1.551 de 2019, de acordo com os dados dos cartórios. A
diferença foi causada por conta da Covid-19, com os 1.032 registros deste ano.
Além disso, a crise sanitária provocada pelo novo
coronavírus evidenciou o problema da desigualdade social. Os registros de
óbitos feitos pelos cartórios mostram que o registro de mortes por problemas
respiratórios entre a população que se declara preta ou parda cresceu mais do
que a da população autodeclarada branca durante a pandemia.
Entre março e julho, a população preta ou parda viu crescer 71% os óbitos por esse tipo de doença em comparação com o mesmo período de 2019. Já entre os autodeclarados brancos, o aumento foi de 39%.
O empresário Flávio Rocha anda otimista com o futuro. Tanto
com a retomada da economia brasileira no pós-pandemia, que ele acredita que
será em “V”, como com os planos de seu grupo, uma potência que faturou R$ 7,8
bilhões no ano passado.
A Riachuelo, com mais de 320 lojas e presença em todo o País, se prepara para dar um grande salto digital e lançar um marketplace, em que plugaria outras marcas de setores ligados a estilo de vida. “É a prioridade para este ano”, diz Rocha.
Nesse grande marketplace, diz o empresário, será possível
vender tudo o que está relacionado com moda e estilo de vida como fitness,
gastronomia, turismo, cultura. “Esse é um mundo ainda não preenchido no meio
digital brasileiro”, afirma.
Na visão dele, trata-se de um projeto que pode mudar
completamente a cara do grupo e fazer com que a Riachuelo tome conta de um
grande espaço do pulverizado mercado. “É a estratégia do ‘the winner takes
all’”, diz Rocha.
“Nesse novo mundo, no modelo que estou falando, o player da
moda não terá 2% de market share. Poderá ter mais de 30% de market share”, diz
o empresário. Para isso, ele diz contar com uma poderosa arma: relevância, recorrência
e os dados de 32 milhões de consumidores que têm o cartão de sua financeira
Midway.
O Midway, aliás, estava se preparando para virar um banco múltiplo. Caminhava para os processos finais de autorização do Banco Central, mas, na quarta-feira, 15 de julho, anunciou a desistência em fato relevante. “Foi uma decisão difícil, mas percebemos que dá para ser banco perante o cliente sem ser banco perante o BC”, diz Rocha.
A ideia é transformar a Midway também num marketplace de
produtos financeiros e fazer isso como outras fintechs já fazem, sem as amarras
estipuladas pelo Banco Central no caso de um banco múltiplo.
Paralelo a esses movimentos, o grupo passou a olhar com mais
atenção a migração de suas ações para o Novo Mercado da B3, um desejo antigo de
Rocha, mas que esbarrava na resistência de seu pai, o lendário Nevaldo Rocha,
que faleceu em junho passado.
“Não há motivos para ficarmos fora do Novo Mercado. É o
caminho natural da empresa”, diz Rocha. “Agora é hora de gerar valor.” Essa
migração, que unificaria as ações do grupo em uma classe ON, traria mais
liquidez para a Guararapes. Isso porque mostraria ao mercado que a empresa
estaria no mais alto grau de governança e também aumentaria o free float das
ações na bolsa.
Atualmente, apenas 17% das ações da Guararapes são
negociadas na bolsa – o restante está nas mãos da família controladora. Ao ir
para o Novo Mercado, ela aumentaria essa participação para 25% e traria mais
apetite por parte de grandes investidores. Para efeito de comparação, o free
float de sua concorrente Renner está em 98,72%. E isso é refletido no valor de
mercado de ambas companhias.
Enquanto as ações da Guararapes são negociadas a um múltiplo
de 17,37 na relação preço/lucro, as ações da Renner são negociadas a um
múltiplo de 33,83. Na quinta-feira, 16 de julho, a Guararapes valia R$ 8,95
bilhões na bolsa e a Renner contava um valor de mercado de R$ 32,9 bilhões.
“Temos uma carteira de imóveis maravilhosa que o mercado
financeiro não precifica. Temos um shopping fenomenal, fábricas, lojas, centros
de distribuição, as marcas da empresa, a operação financeira. O mercado não
está precificando isso”, diz Rocha, que não descarta desmembrar os imóveis do
grupo em uma outra operação no mercado de capitais. Acompanhe os principais
trechos da entrevista:
Qual foi o impacto da pandemia para as suas empresas?
O nosso setor foi um dos mais atingidos no curto prazo. Você
pega os dados da Cielo e vê que a queda foi da ordem de 95%. Mas também é um
setor que responde muito rapidamente. As vendas das lojas que já abriram estão
muito parecidas com as vendas do ano passado. E estamos constatando o fenômeno
do revenge spending. Esse é um fato já constatado no pós-guerra e o
pós-pandemia é como se fosse um pós-guerra. São as épocas de auto indulgência,
de exuberância da moda. Não estou entre aqueles que acreditam que vamos
encontrar um consumidor assustado, arredio, recluso. Ao contrário. Tão logo
passe o susto, virá a retomada em “V”, que já estamos começando a constatar.
Mesmo com todas as demissões e aumento do desemprego, você acha que teremos uma retomada em “V”?
Acho que o Brasil, nesse aspecto, teve uma performance
impressionantemente boa. As medidas de retenção do emprego foram um “case”
mundial. Como, felizmente, temos uma equipe econômica responsável fiscalmente,
o mercado irá assimilar esses dez pontos percentuais do aumento do
endividamento.
O grupo demitiu nesse período?
Pontualmente. Demitimos em alguns postos e admitimos em
outros. Crescemos no call center, a área de TI foi muito demandada. Há,
realmente, um redesenho dos negócios e das atividades. No acender das luzes do
pós-covid, vamos nos revelar como a grande empresa digital do lifestyle, de
moda. Teremos uma presença digital impressionante. Nosso modelo de negócio foi
adaptado e flexível para um aumento explosivo de demanda para os canais
digitais. Tivemos um aumento de 700% do canal digital. Graças ao nosso modelo
logístico de fast fashion, que tem uma alocação muito pequena para cada loja e,
a cada venda de um produto, a fila anda, a gente teve flexibilidade para
redirecionar isso para o canal que está sendo demandado, no caso o digital.
Vocês usaram muito ferramentas como WhatsApp para as vendas?
Criamos um programa chamado Riachulovers, no qual os nossos
40 mil colaboradores se tornaram vendedores via suas redes de relacionamento.
Isso já está representando praticamente um terço das vendas do canal digital.
Agora em agosto, todas as lojas se tornam minis centros de distribuição para
atender sua área primária a partir do canal digital. Vamos sair dessa pandemia
provavelmente como a líder de venda online de vestuário.
Que outros passos estão no horizonte?
Isso cria massa crítica para nos tornarmos um grande
marketplace de tudo o que está relacionado com moda e estilo de vida, que é
fitness, gastronomia, turismo, cultura. Esse é um mundo ainda não preenchido no
meio digital brasileiro que corresponde a um terço do dinheiro que circula na
internet e metade do conteúdo. Nosso setor ainda se enxerga como loja de moda,
de vestuário, nós já nos enxergávamos há mais tempo como um grande hub digital
de satélites que circulam ao redor da moda.
A Riachuelo vai criar um marketplace?
Sem dúvida, essa é a prioridade para este ano. Outra coisa,
estamos em um mundo, como pude ver em uma viagem recente que fiz à China, que
“data is the new oil” (dado é o novo petróleo). Agora, estamos descobrindo que
a informação mais rica, mais detalhada, mais completa do consumidor, não é a
sua conta corrente, seu dado financeiro. São seus hábitos de consumo de moda. É
isso que dá o retrato multifacetado, rico, detalhado de uma família de
consumidores. O banco sabe o quanto se gasta, mas a loja de moda e lifestyle,
sabe a idade dos filhos, qual estilo de vida daquela mulher, os lugares que ela
frequenta. É uma visão muito mais rica que permite construir esse grande
marketplace com base em uma informação muito mais detalhada. Acredito que o
grande superapp de consumo será construído em cima do conhecimento do estilo de
vida do cliente.
E vocês já estão estruturando isso?
Estamos e temos um banco de dados de 32 milhões cartões da
Riachuelo. Para ser o superapp de moda, os dois ingredientes básicos são
recorrência e relevância. O cliente tem de estar nesse superapp várias vezes
por dia. Para isso, estamos nos valendo dos nossos múltiplos pontos de contato
que temos com o cliente. Primeiro, meios de pagamento, os 32 milhões de
plásticos que estão se transformando em downloads do nosso app financeiro. O
cliente está entrando, vendo seu saldo, recebendo o seu salário. Esse é um
ponto fundamental. Depois, o conteúdo rico de estilo de vida e, por último, a
forte presença física de nossas lojas. A loja passa a ser o templo da marca. É
o momento onde o cliente navega concomitantemente no físico e no digital.
Como seria isso?
Não vai mais ter esse instante de navegar no celular e
navegar na loja. Não, ele entra na loja com o celular, e em breve haverá um
projetor retinal, e esse equipamento dará um complemento através de
ferramentas, como realidade virtual e inteligência artificial, para completar
todas as informações dos produtos. Por exemplo, entra em um supermercado, vê
uma alface e descobre quanto de agrotóxico tem naquele pé de alface, quando foi
colhido, é o que o Jack Ma (fundador do Alibaba) chama de smart retail, o uso concomitante
do físico e do digital. Vamos sair do pós-pandemia muito bem armados para
sermos o grande superapp de estilo de vida que o consumidor brasileiro precisa
desesperadamente e ainda não sabe.
A empresa já está conversando com parceiros para esse superapp?
Sem dúvida, já estamos conversando e fazendo uma filtragem
muito rigorosa.
O que entraria nesse marketplace, além de moda?
Produtos de beleza, pequenos eletrônicos, produtos para
casa, linhas pet, linha infantil. Nosso marketplace será o ambiente mais
desejado pelos sellers.
Quantas marcas podem entrar nesse marketplace?
O céu é o limite. Você olha para players como Amazon, o
número de SKUs se mede na casa das dezenas de milhões.
O que isso pode representar para o grupo?
Da mesma forma que evoluímos cinco anos em cinco semanas de
inclusão digital, poderemos falar de cinco anos em cinco semanas de
consolidação. A consolidação vinha acontecendo no nosso setor até rapidamente
porque o nosso setor é o mais pulverizado. Se você pegar Renner, Riachuelo,
C&A, Hering, Marisa, não dá 10% de participação de mercado. Agora vamos dar
um salto. Por definição, o mundo digital é muito menos democrático do que o
mundo físico.
Por quê?
No mundo físico, cada lojista que tem os seus 5 metros de
portinha conta com os seus 5 segundos de oportunidade quando o cliente passa
andando pelo shopping. Se o cliente entra por uma porta do shopping, vai até o
fim e volta, ele passou na frente de 300 lojas. Todos tiveram os seus 5
segundos de fama. O mundo digital é o mundo do the winner takes all. No
shopping, tem espaço para trezentos lojistas, mas não vai existir 300
aplicativos de moda no mobile do cliente, vai existir só um. Essa é a disputa
que estamos travando. Quem vai ser esse vencedor? Será quem tiver mais
relevância e recorrência.
Mas você vai encontrar competidores como Dafiti, Netshoes, entre outras marcas…
Cada um com seus pontos fortes e fracos. O que enumero como
pontos relevantes? Uma presença física é muito importante porque, no mundo da
moda, é fundamental o encontro dos dois canais para ver a percepção do valor.
Depois, a questão dos meios de pagamento. Estamos batendo recordes de
downloads. Isso é um fator de relevância e recorrência. A força da marca também
é muito importante.
Você tem falado da questão de meios de pagamentos. Na
quarta-feira, 15 de julho, o grupo Guararapes soltou um fato relevante dizendo
que desistiu de tornar a Midway, o braço financeiro do grupo, em um banco
múltiplo, como estava sendo requerido ao Banco Central. Por quê?
Pois é, foi uma decisão difícil, o processo já estava
caminhando quase para o fim. Mas vimos que plataforma tem de ser flexível.
Ficamos preocupados com a necessária camisa de força regulatória de passar para
banco. Seria um processo natural passar para banco, mas vamos aplicar o
conceito de marketplace também nos produtos financeiros. Dá para ser banco
perante o cliente sem ser banco perante o Banco Central.
Há muito se fala de o Grupo Guararapes migrar para o Novo Mercado da B3 e aumentar o free float das ações. Isso vai acontecer?
Sem dúvida. A cabeça agora é gerar valor. Eu e minhas
analogias. Costumo comparar o papel da Guararapes, que incorpora a Riachuelo,
como se fosse uma caixa de sapato opaca numa gôndola de um supermercado onde
você tem lá dentro um pote de iogurte, um queijo francês, um rolo de papel
higiênico e um tubo de pasta de dente. São de grande qualidade, muito
desejáveis, mas que não mostram sinergia um com o outro. Fica até difícil para
o mercado de capitais descobrir que ali tem quatro bens de ótima qualidade. O
que vamos fazer é abrir essa caixa de sapato e gerar valor. Temos uma carteira
de imóveis maravilhosa que o mercado financeiro não precifica. Temos um
shopping fenomenal, fábricas, lojas, centros de distribuição, as marcas da
empresa, a operação financeira. O mercado não está precificando isso. Vamos dar
visibilidade e já temos governança do melhor patamar. Hoje, o mercado precifica
as empresas não apenas pelo que está escrito no balanço, é muito mais pelo
propósito.
De que forma?
Olha a Tesla, do Elon Musk. As ações estão sendo
precificadas pelo sonho e o pelo propósito. Quanto vai valer a Tesla se o sonho
do Elon Musk, que é ter uma frota mundial, mais sustentável, ecológica, com
base em uma tecnologia revolucionária de carro elétrico, se concretizar? Não
são os indicadores da Tesla. Então, o que vai realmente revelar o valor, além
de abrir essa caixa de sapato, é mostrar que somos 40 mil missionários da
democratização da moda e vamos democratizá-la a partir desse superapp.
Mas quando vocês vão para o Novo Mercado?
Não sabemos ainda a data, mas não há motivos para ficarmos
fora do Novo Mercado. É o caminho natural da empresa, que está indo para a
terceira geração (da família), de capital aberto desde os anos 1970, que já
está nesse patamar de governança.
Seu pai, o seu Nevaldo, não queria isso…
É, eu tirava o máximo proveito da companhia do meu pai
evitando temas que me afastavam dele, como esse. Sua morte foi uma perda
grande, mas não vou mais desagradá-lo fazendo o que tem de ser feito
naturalmente, dando os próximos passos. Para construir esse sonho, é
fundamental revelar valor e, para perenizar a empresa, é fundamental estar no
grau mais elevado de governança.
Mas vocês pensam em dividir os ativos e fazer outros IPOs dos negócios?
A integração e a sinergia que existe entre tecelagem, confecção, varejo e meio financeiro nos tem feito muito bem. É a gestão do fluxo, do fio até a última prestação. Queremos preservar essa sinergia. Mas tem ativos menos estratégicos. Talvez os imóveis possam ser tirados da caixa de sapato. Hoje, 30% da nossa área de vendas é própria.
A Polícia Rodoviária Federal apreendeu, em ação conjunta com
a Secretaria Estadual de Tributação na BR 304, em Mossoró, 7.260 caixas de
cervejas em lata sem a devida comprovação fiscal.
Era por volta das 14h40, quando os policiais e as equipes da
SET abordaram uma carreta, transportando uma carga de redes, que extrapolava em
quase um metro a altura máxima permitida. No detalhamento da fiscalização, o
veículo foi submetido à pesagem por meio de balança rodoviária, onde foi
constatado um excesso de peso de mais de 16 toneladas.
Ao ser efetuado o transbordo da carga excedente, a equipe
constatou que havia por baixo das redes, 7.260 caixas de cervejas em latas de
275ml, as quais não possuíam documentação fiscal.
Foi lavrado pela PRF um Termo Circunstanciado de Ocorrência
em desfavor do condutor pelo crime de transporte de mercadorias nacional sem
notas fiscais e lavrado pela SET Termo de Apreensão de Mercadorias em relação
às caixas de cervejas.
A Open Knowledge Brasil, organização com presença em mais de 100 países, fez essa semana a avaliação sobre a transparência das informações e dados do COVID-19 nos portais de todas as capitais. Natal foi avaliada como a 3a melhor do País e a primeira colocada dentre as capitais do Nordeste.
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