Mãe depõe sobre morte de criança com suspeita de Covid-19 em Touros
O delegado da cidade de Touros, Valério Kurten, ouviu nesta sexta-feira (22), a mãe da menina que morreu na última segunda-feira (19) supostamente vítima de infecção pelo novo coronavírus. No começo da semana, um vídeo que circulou nas redes sociais chamou atenção por mostrar a indignação da família da criança sobre as condições de tratamento e higiene oferecidas pela Prefeitura para o sepultamento.
O vídeo mostrava a garota ensaguentada e enrolada em um plástico, depois que os parentes optaram por abrir o caixão, que estava lacrado, em função da suspeita de Covid-19.
De acordo com o delegado Valério Kurten, a mãe contou em depoimento que os funcionários da funerária, prestadora de serviços da Prefeitura de Touros, admitiram ter acondicionado a menina no caixão nas condições em que ela aparece no vídeo.
“Toda a indignação da família está nesse fato, mas há um protocolo sobre Covid-19 para que seja dessa forma”, disse o delegado. Segundo ele, a mãe contou também que a menina, que era diabética e recebia doses diárias de insulina, apresentou cansaço na sexta-feira (15). No dia seguinte, o cansaço persistiu, mas sem o surgimento de outros sintomas, a mãe optou por não levar a filha ao hospital.
Na segunda-feira (18), o quadro da garota se agravou e a mãe a levou para uma unidade de saúde da comunidade onde a família vive. Lá, segundo as declarações da mãe, um exame de raio-x não detectou qualquer alteração nos pulmões da criança e ela foi encaminhada de volta para casa.
Mas o quadro se agravou ao longo do dia e a menina foi levada ao hospital de Touros, onde deu entrada por volta das 20h30. Um novo raio-x constatou que o pulmão da garota estava totalmente comprometido.
Ainda segundo o depoimento da mãe, o teste de glicose da criança apresentou resultado altíssimo. A polícia considera a diabetes como uma das prováveis causas da morte. Um teste para detecção de Covid-19 também foi realizado e deve ter o resultado divulgado na próxima semana.
Também na próxima semana, o delegado deve ouvir os funcionários do hospital que prestaram socorro à criança.
Agora RN
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