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Categoria: abril 18, 2020

Coronavírus supera em 2 meses número de mortes por H1N1 em 2009 no Brasil

FOTO: ILUSTRAÇÃO

As mortes por novo coronavírus confirmadas no Brasil desde 26 de fevereiro superam o total registrado em 2009, no auge da pandemia de H1N1. Naquele ano, a primeira morte foi registrada em junho no país.

Mesmo com alta subnotificação por falta de testes, reconhecida pelo próprio Ministério da Saúde, o país confirmou, até 16 de abril, 33.682 testes positivos e 2.141 óbitos pela covid-19. Em 2009, foram 50.482 casos e 2.060 mortos por H1N1, segundo dados do governo federal.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considerou a H1N1 pandemia de julho de 2009 a agosto de 2010. No segundo ano, a doença perdeu força pelo reforço de medicamento e vacina no tratamento

Em 22 de março, Bolsonaro errou ao prever que a covid-19 mataria menos que a H1N1 em 2019, quando o total de óbitos já foi inferior ao do ano de pandemia. “O número de pessoas que morreram de H1N1 no ano passado foi da ordem de 800 pessoas. A previsão é não chegar a essa quantidade de óbitos no tocante ao coronavírus”, afirmou o presidente.

O deputado federal Osmar Terra (MDB) também minimiza a covid-19 usando dados sobre a H1N1. Ele chegou a ser cotado ao cargo de ministro da Saúde, agora ocupado pelo oncologista Nelson Teich.

Ministro da Saúde em 2009, o médico José Gomes Temporão disse no fim de março em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo que a covid-19 é muito mais grave do que a pandemia enfrentada por ele.

“A letalidade e o número de casos graves do H1N1 são muito mais baixos do que os do novo coronavírus. O número de pessoas que adoecem, precisam de ventilação pulmonar, é significativamente menor na pandemia de 2009. Uma outra diferença importante é a situação do sistema de saúde. Hoje estamos mais frágeis do ponto de vista financeiro”, disse Temporão.

O ex-ministro também afirmou que o país não adotou medidas de isolamento social amplo à época justamente pela menor gravidade da doença. “Quando o H1N1 chegou, o que percebemos era que não era uma doença com muita diferença do que os vírus da gripe comum. Claro, tivemos óbitos, a população não tinha imunidade.”

Novo recorde

No dia em que o oncologista Nelson Teich tomou posse como ministro da Saúde, o Brasil bateu novo recorde diário de mortes pela covid. Foram 217 nas últimas 24 horas. Com isso, o número de óbitos por covid-19 passou para 2.141 nesta sexta-feira, 17, de acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde.

O País também atingiu nesta sexta-feira o maior número de casos confirmados de covid-19 em um único dia, com 3.257 novos registros de pessoas contaminadas, de ontem para hoje. No total, o Ministério da Saúde tem a informação de que 33.682 testaram positivo para o novo coronavírus até o momento. A taxa de letalidade está em 6,4%.

A região mais afetada pelo novo coronavírus é o Sudeste, com 56,6% dos casos, seguida pelo Nordeste (22,2%), Norte (9,4%), Sul (7,7%) e Centro-Oeste (4,1%).

Em São Paulo, Estado com maior número de casos e de mortes decorrentes da doença no País, há registro de 12.841 pessoas infectadas e 928 óbitos. Diante do cenário, o governador João Doria (PSDB) anunciou que vai prorrogar a quarentena até o dia 10 de maio, um domingo.

O Rio de Janeiro aparece em segundo lugar, com 4.249 casos confirmados e 341 mortes, seguido pelo Ceará (3.684 casos confirmados de covid-19 e 149 mortes), Pernambuco (2.006 casos e 186 mortes registradas) e Amazonas (1.809 casos registrados e 145 mortes).

Advogados pedem afastamento do presidente da OAB; defesa alega má-fé

FOTO; REPRODUÇÃO/ YOUTUBE

Um grupo de mais de 70 advogados simpáticos ao presidente Jair Bolsonaro entrou com um mandado de segurança no Tribunal Regional Federal da 1ª Região para pedir o afastamento imediato do presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz.

Eles alegam que Santa Cruz age com desvio de finalidade à frente da entidade. Afirmam que o presidente transformou o Conselho Federal da OAB em uma entidade “político-partidária” e tem usado o cargo para “atacar de forma pessoal e individualizada os poderes do presidente da República Federativa do Brasil Jair Bolsonaro”. Na peça, os advogados dizem que Santa Cruz tem “reconhecido e notório viés ideológico esquerdista e comunista”. A defesa do presidente alega que o grupo age de má-fé (veja os argumentos mais abaixo).

A apresentação conjunta também atribui a Santa Cruz ofensa ao princípio da impessoalidade, abuso de autoridade e atos de improbidade administrativa. Os advogados alegam, ainda, que o presidente do conselho estaria buscando causar confusão nas ações coordenadas do governo federal no enfrentamento à covid-19.

Os autores da peça fazem parte do Movimento Advogados pelo Brasil, um grupo de advogados que apoia a Operação Lava-Jato e tem afinidade com o presidente Jair Bolsonaro.

A defesa de Santa Cruz argumenta que há “inequívoca litigância de má-fé e pretensão de projeção midiática nacional” por parte dos impetrantes. Assinam o texto em seu favor dez ex-presidentes da Ordem, entre eles o antecessor de Santa Cruz, Claudio Lamachia. O único ex-presidente vivo que não assina é Marcelo Lavenére, que está internado, na UTI, com covid-19.

“A Ordem dos Advogados do Brasil tem estrutura política e institucional para proteger direitos e garantias da sociedade civil. A independência em relação aos órgãos estatais garante à instituição o papel de voz do cidadão em postura contramajoritária, estabelecendo o diálogo entre as instituições e a sociedade de forma apartidária, porém não apolítica”, diz o documento.

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