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Categoria: dezembro 13, 2019

Seguradora responsável pelo Dpvat quer reverter decisão do governo de extinguir o seguro

PARA A SEGURADORA LÍDER, O DPVAT “PROPICIA UMA IMPORTANTE REPARAÇÃO SOCIAL. FOTO: ARQUIVO/AGÊNCIA BRASIL

De cada 10 veículos na rua, menos de três têm seguro facultativo – mais de 70% transitam somente com o Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (Dpvat). Esse é um dos argumentos da Seguradora Líder, responsável pela administração do Dpvat, para tentar reverter a decisão do governo de extinguir o seguro.

No dia 11 de novembro, o governo enviou ao Congresso Nacional a Medida Provisória nº 904 para extinguir o seguro a partir de 1º de janeiro de 2020.

De acordo com o governo, a medida tem por objetivo evitar fraudes e amenizar os custos de supervisão e de regulação do seguro por parte do setor público, atendendo a uma recomendação do Tribunal de Contas da União (TCU).

Para a Seguradora Líder, o Dpvat “propicia uma importante reparação social, já que protege os mais de 210 milhões de brasileiros em casos de acidentes de trânsito, especialmente os de renda mais baixa”. “Dos 42% de beneficiários que informaram a renda em todos os pedidos de indenização já computados pelo Consórcio do Seguro Dpvat, cerca de 80% têm de nenhuma renda até um salário mínimo”.

A seguradora argumenta ainda que o Dpvat “representa importante fonte de recursos para a União em prol de toda a população”. “Além dos 50% do total arrecadado com o seguro, direcionados ao SUS [Sistema Único de Saúde] e Denatran [Departamento Nacional de Trânsito], mais de 38% da arrecadação são destinados ao pagamento das indenizações às vítimas de acidentes de trânsito e revertidos diretamente à sociedade”. A parcela destinada à margem de resultado e despesas gerais da seguradora soma cerca de 12%.

Em caso de acidente de trânsito, o Dpvat cobre até R$ 2.700,00 de despesas médicas, quando não realizadas pelo SUS. Em caso de invalidez permanente ou morte, a vítima ou sua família recebe até R$ 13.500,00. O Seguro Dpvat não cobre danos materiais e é administrado em forma de monopólio pela Seguradora Líder-Dpvat, constituída por 73 seguradoras que participam do Consórcio do Seguro Dpvat.

Estudo do governo

No último dia 10, a Secretaria de Política Econômica (SPE) e a Superintendência de Seguros Privados (Susep) divulgaram estudo que embasou a decisão do governo de extinguir o Dpvat.

Diferentemente de outros países, em que há seguro obrigatório de trânsito, o Dpvat não é direcionado aos que não deram causa ao acidente. Em nota, os órgãos dizem que o seguro destina a maior parte dos pagamentos de indenizações ao próprio motorista (58%), mesmo que ele seja inadimplente e culpado pelo acidente, onerando todos os demais proprietários de veículo automotores, independentemente da faixa de renda.

Para o governo, o “fim do seguro obrigatório tende a aumentar o mercado de seguros facultativos e a cultura de proteção por parte de motoristas e proprietários.”

Saúde

A SPE considera que a extinção do Dpvat terá pouco impacto sobre o orçamento do SUS. Segundo o estudo, a parcela do seguro obrigatório repassada à saúde pública neste ano correspondeu a R$ 965 milhões, o equivalente a 0,79% do orçamento total de R$ 122,6 bilhões para a área neste ano.

O Ministério da Economia lembrou que a medida provisória obriga o Dpvat repassar R$ 1,25 bilhão por ano ao Tesouro Nacional até 2022, resultante das obrigações remanescentes dos acidentes ocorridos até o fim deste ano. De 2023 a 2025, o Tesouro receberá mais R$ 1 bilhão. Segundo a SPE, os repasses totais equivalem a quase cinco vezes a transferência de recursos para o SUS em valores deste ano.

Agência Brasil

MEC completa primeira capacitação para escolas cívico-militares

MAIS DE 200 ESCOLAS DEVEM ADERIR AO MODELO ATÉ 2023. FOTO: MARCELO CAMARGO/ARQUIVO/AGÊNCIA BRASIL

O Ministério da Educação (MEC) conclui nesta sexta-feira, 12, a primeira capacitação para a implementação das escolas cívico-militares, que reuniu 170 profissionais da educação e representantes de estados e municípios em Brasília. O curso contou com palestras e oficinas sobre o projeto político-pedagógico das escolas, normas de conduta, avaliação e supervisão escolar, além da apresentação das regras de funcionamento das escolas e as atribuições de cada profissional.

Ao todo, 216 escolas devem aderir ao sistema até 2023, sendo 54 no próximo ano. “Com mais disciplina, vai dar chance ao professor para poder trabalhar melhor”, diz a diretora Regina Sthela, que participou da capacitação. A Diretora de uma escola de São Luís, Bárbara Costa espera que o programa proporcione melhora na infraestrutura. “A minha expectativa é que melhore nessas áreas, estrutura física, disciplina.”

Segundo o MEC, a capacitação tem o objetivo de contribuir para a melhoria da educação básica do Brasil com um modelo centrado na melhoria de gestão nas áreas educacionais, didática-pedagógica e administrativa. O sistema é baseado em levar o ensino dos colégios militares do Exército, das polícias militares e dos corpos de bombeiros militares a outras estruturas do país.

O subsecretário de Fomento às Escolas Cívico-Militares do MEC, Aroldo Cursino, afirmou que o modelo deve ser adaptado para cada região e observar as peculiaridades dos municípios. “Nós precisamos resgatar nos jovens a sua capacidade de ser protagonista da sua vida por intermédio da educação”, complementou.

De acordo com o MEC, o treinamento também busca abrir espaço para o aprimorar as diretrizes do programa. A capacitação foi destinada a diretores e coordenadores de escolas. Esses educadores vão atuar como pontos focais de secretarias estaduais e municipais de Educação, que trabalharão como multiplicadores da informação nas regiões em que atuam.

Cerca de mil militares da reserva das Forças Armadas, policiais e bombeiros militares da ativa vão atuar na gestão educacional das instituições. Em 2020, o MEC vai destinar R$ 54 milhões para implementar o programa em 54 escolas, sendo R$ 1 milhão para cada instituição.

Agência Brasil

Fátima defende mais investimentos e desenvolvimento o Nordeste durante 26ª Reunião do Conselho Deliberativo em Recife

DURANTE A REUNIÃO FORAM DISCUTIDOS O ORÇAMENTO DO FUNDO CONSTITUCIONAL DE FINANCIAMENTO DO NORDESTE E OS LIMITES DE APLICAÇÃO POR PORTE DO EMPREENDIMENTO, ESTADO E SETOR. FOTO: REPRODUÇÃO/TWITTER/FÁTIMA BEZERRA

A governadora Fátima Bezerra, acompanhada do secretário estadual de Infraestrutura, Gustavo Coelho, participou da 26ª Reunião do Conselho Deliberativo (Condel) da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), realizada, nessa quinta-feira, 12, no Instituto Ricardo Brennand, em Recife. Presidida pelo Ministro de Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, a reunião contou com a presença da governadora em exercício de Pernambuco, Luciana Santos, dos governadores João Azevedo (PB), Belivaldo Chagas Silva (SE), Wellington Dias (PI) e a vice-governadora Izolda Cela (CE). A solenidade marcou a posse do novo superintendente da instituição, o ex-senador Douglas Maurício Ramos, e a homenagem aos 60 anos da Sudene. 

Durante a reunião foram discutidos o orçamento do fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) e os limites de aplicação por porte do empreendimento, estado e setor. O ministro do desenvolvimento Gustavo Canuto afirmou que o FNE contará com recursos da ordem de R$ 29,3 bilhões disponíveis para crédito em 2020. 

De acordo com o presidente do Banco do Nordeste (BNB), Romildo Rolim, os recursos financiarão projetos na área de infraestrutura da região Nordeste que tem grande impacto social. “Estamos construindo esse modelo de financiamento com expectativas muito boas. São 12 anos de planejamento e conforme o dinheiro chegar, daremos andamento ao desenvolvimento desses projetos que são inúmeros”, frisou.

Para o Rio Grande do Norte estão previstos diversos projetos, entre eles a ampliação das BR’s 110 (Areia Branca-Salvador) e 304 (Natal-Fortaleza), a criação da Ferrovia Litorânea ligando as capitais potiguar e baiana, além de obras de segurança hídrica vitais para o estado como a conclusão da barragem de Oiticica, os sistemas adutores Oiticica-Caicó e Armando Ribeiro-Currais Novos – que são parte do Projeto Seridó – e a ampliação dos sistemas adutores Monsenhor Expedito, Maxaranguape, Santa Cruz-Pau dos Ferros e Santa Cruz-Mossoró. 

Ao falar em nome dos demais governadores do Nordeste, a governadora Fátima Bezerra destacou a mudança nas regras de financiamento que, por exemplo, interfeririam em obras da infraestrutura com contratos em andamento. “O percentual de limite máximo no âmbito da programação do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste era de até 80% do projeto para as empresas e agora está na programação do FNE o limite máximo de 50%, condicionado também ao capital colocado pela empresa”, explicou Fátima. 

A defesa da proposta do Conselho foi para o aumento do limite em até 70% do valor do projeto, sem limitação do capital do investidor ou da área de implantação para que haja continuidade dos investimentos em curso e a ampliação de outros, além de oportunizar mercado para as pequenas e médias empresas. Sensível à proposta, o ministro Gustavo Canuto disse que ela será analisada pela Presidência da República. “Justificando a necessidade de garantir segurança jurídica, manter contratos já estabelecidos e a possibilidade de afastar investimentos estrangeiro, iremos encaminhá-la ao presidente da República”, enfatizou Canuto. 

Além disso, os governantes reforçaram o pedido, já feito e aprovado na primeira reunião do conselho em maio deste ano, para que 30% dos recursos oriundos do FNE possam ser acessados pelos estados. “Esperamos que esse pleito seja atendido pelo Governo Federal dada a importância desses recursos para investimentos com foco na infraestrutura da nossa região. Isso vai promover o desenvolvimento e melhorar a competitividade dos nossos Estados, uma vez que a maioria dos estados nordestinos estão com baixa ou nula capacidade de investimento e impossibilitados de adquirir empréstimos com o aval da União, uma situação comum não apenas ao RN”, defendeu Fátima. O ministro adiantou que o pleito continua em análise pelo Governo Federal que estuda viabilizar o seu atendimento através de uma Proposta de Emenda Constitucional. 

Somado a isso, a governadora lembrou a necessidade de celeridade na tramitação dos projetos relacionados ao desenvolvimento dos estados do Nordeste, como por exemplo o Plano Equilíbrio Fiscal (PEF), também conhecido como Plano Mansueto, e reforçou a importância da aprovação do Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste, que está em trâmite no Congresso Nacional, dentro do prazo previsto. “O plano é fruto de um debate feito com muita qualidade e consistência e vai balizar e orientar aquilo pelo qual nós lutamos, que é o combate às desigualdades sociais e regionais e um Nordeste com quase prosperidade”, argumentou.

Também foi outro ponto de destaque a chegada das águas da transposição do rio São Francisco para os quatro estados – Ceará, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. “Mais uma vez alertamos ao ministro Canuto a necessidade urgente de conclusão do eixo norte das obras do São Francico. O Rio Grande do Norte será o último estado a receber essas águas e até o momento não temos um calendário seguro de quando essas águas vão chegar em nosso estado. Essas águas significarão a garantia de segurança hídrica para a nossa população”, disse. A governadora acrescentou também que o RN não pode abrir mão do ramal Apodi-Mossoró que vai contemplar 54 municípios das regiões do Médio e Alto Oeste, incluindo a segunda maior cidade do estado, Mossoró. 

Em seu discurso, Fátima contemplou ainda duas moções. Uma em homenagem aos 60 anos da Sudene, pelo caráter social e protagonista que a instituição tem na promoção do desenvolvimento da região, e outra à aprovação da PEC 15/2015 que trata do novo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação, frisando a urgência na aprovação da nova política para o Fundeb, que o torna permanente e com maior participação financeira da União.

Além dos já citados, registraram presença na reunião do Condel: o líder do governo, senador Fernando Coelho; representando a bancada federal do Nordeste, o deputado federal potiguar, General Girão; senadores, deputados federais, prefeitos e autoridades dos governos federal e estaduais; lideranças empresariais; diretores do BNDES e BNB; diretores e servidores da Sudene; entre outras autoridades.