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Categoria: novembro 15, 2019

MBL realiza congresso do ‘mea culpa’ neste feriado para diferenciar direita

Três anos após atingir seu ápice, com o impeachment da então presidente, Dilma Rousseff, e a eleição de nomes impulsionados pelo grupo nas eleições municipais de 2016, o MBL (Movimento Brasil Livre) hoje está diferente. Coordenadores do movimento reconhecem que ajudaram a criar o atual cenário de polarização no país e entendem que algumas estratégias precisam ser revisadas.

O MBL promove nesta sexta-feira, 15 e sábado 16, seu congresso anual, em São Paulo. Será a oportunidade de o grupo fazer o mea culpa, mostrar-se disposto ao diálogo e lançar esforços para se diferenciar dentro das várias vertentes da direita.

“Nós assumimos nossa parcela de culpa pelo acirramento do debate. Já melhoramos a qualidade dos nossos memes, que agora são menos espetaculosos e mais informativos. Baixamos a temperatura do discurso e esperamos que outros atores da direita façam o mesmo, mas a gente sabe que é difícil essa retomada“, explica um dos fundadores do movimento, Pedro D’Eyrot, 36.

D’Eyrot avalia que o “pêndulo” do jogo político no Brasil hoje está “demais para a direita” e que muitos perderam “Um pouco da racionalidade” ao longo dos últimos anos. Diz que parte dos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro se inclui nesse rol e destaca que o MBL passou a se distanciar da imagem do capitão da reserva do Exército a despeito dos ataques da militância bolsonarista.

“Não é uma estratégia de afastamento, é de independência. Porque tem a agenda que o governo propõe e a gente super apoia, como foi a reforma da Previdência. Mas tem coisas que precisam ser criticadas“, afirmou.

KIM KATAGUIRI, FUNDADOR DO MBL. FOTO: DIVULGAÇÃO

“Nossa posição é a mesma, o liberalismo. O que muda é a forma de defendê-lo, focando mais no liberalismo político e na promoção do debate“, acrescenta o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP), 23, outro fundador do MBL.

“Promover o debate” é um dos principais lemas da 5ª edição do congresso do Movimento Brasil Livre. De acordo com D’Eyrot, o grupo transformou o evento em “Um ambiente de diálogo” mais amplo do que em anos anteriores, abrindo espaço para vozes de centro e de esquerda “para realmente discutir divergências“. “Vai ser um congresso que deixa de ser uma câmara de eco do que a gente acredita. A gente quer ver, no mundo real, como a gente consegue criar uma singularidade.”

Kataguiri explica que a ideia é aprofundar as diferenças do movimento com o governo Bolsonaro e mostrar que o grupo critica pessoas, como ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), mas não as instituições. “Fazemos o congresso todo ano com o objetivo de abrir o movimento ao público, promover o debate, treinar nossa militância e debater o ano seguinte com nossos coordenadores“, disse.

Com a nova estratégia, o MBL quer atrair “pessoas de direita que se propõem a ser coerentes“, conforme explica D’Eyrot. E quer também focar menos em Brasília e mais na política local, onde “a polarização não está acontecendo da mesma forma“. “No congresso, a gente tem prêmios para as melhores atuações em comunidades. A gente vai incentivar essas pessoas e reconhecer quem está fazendo. A gente quer que essas pessoas criem mudanças reais“, declarou.

O congresso do MBL contará neste ano com a participação do próprio Kataguiri, do deputado Vinicius Poit (Novo-SP), do deputado estadual Arthur do Val (DEM-SP), do jornalista Carlos Andreazza, do senador Alvaro Dias (Podemos-PR) e do secretário de Fazenda do Estado de São Paulo, Henrique Meirelles. O evento conta ainda com a presença de jornalistas e humoristas em uma programação que fala desde o legado das reformas econômicas, até games e desenhos animados japoneses. O congresso será realizado no WTC Business, na zona sul de São Paulo, com ingressos que custam de R$ 100 a R$ 300.

Poder360

“Faço brigadeiros gourmet a R$ 4”: distante da política, Rosinha Garotinho fala sobre sua nova vida como doceira

ROSINHA EVITA FALAR EM POLÍTICA E MIRA NA NOVA ROTINA NA COZINHA. FOTO: DANIEL CASTELO BRANCO

Nada de roupa social e salto alto. A nova rotina da ex-governadora e ex-prefeita de Campos, Rosinha Garotinho, agora tem como prioridade as receitas de cupcakes, brigadeiros gourmet e chocotones de Natal. Tudo com sua devida propaganda nas redes sociais, através do perfil “Sabor e arte“, como antecipou o colunista Ancelmo Gois, em O Globo.

Em conversa ontem com O DIA, a nova doceira conta que o ofício tem lhe rendido tranquilidade.Mas, apesar de ela defender que “a vida é mais doce longe da política”, admite que acompanha todas as movimentações. Incluindo aquelas que se desenham pela Prefeitura de Campos, cidade que foi a mola propulsora da família na vida pública. Quando o assunto é dar uma “ajudinha” ao filho Wladimir Garotinho (PSD-RJ), deputado federal, que mira a Prefeitura de Campos, despista: “Tem que ver se o Wlad vai querer (concorrer)”.

Questionada sobre o filho ter menos chances de abocanhar a prefeitura por a imagem da família estar desgastada, com as prisões que ela e o marido sofreram, minimiza as denúncias “estão fazendo um espetáculo (…), mas não apontaram a riqueza”. “Tem uma voz que clama: ‘volta, Rosinha!’. O povo sabe o que estão fazendo, querem me abraçar e me beijar nas ruas”.

A ex-governadora só interrompe o papo político para dizer que está mais preocupada com as encomendas de Natal: “Garotinho come tudo, ele gosta, me incentiva (…) O chocotone de 250 gramas é o mais procurado e custa R$ 35. Faço brigadeiros gourmet a R$ 4“.

O Dia

Minha Casa Minha Vida: Prefeitura sorteia 600 pré-selecionados para Residenciais Mossoró 2 e 3

O RESIDENCIAL MOSSORÓ ESTÁ LOCALIZADO NO BAIRRO ALTO DA BELA VISTA. FOTO: REPRODUÇÃO

Foi realizada nessa quinta-feira, 14, o sorteio de 600 famílias pré-selecionadas com os apartamentos dos Residenciais Mossoró 2 e 3. O sorteio foi realizado através do banco de dados do programa Minha Casa Minha Vida, da Prefeitura de Mossoró. O Residencial Mossoró fica localizado no bairro Alto da Bela Vista, é composto de 900 apartamentos divididos em 3 etapas com 300 apartamentos cada. O Residencial 1 tem entrega prevista para os primeiros meses de 2020. A lista com os 600 contemplados com os apartamentos será publicada na próxima edição do Jornal Oficial de Mossoró (JOM).

A partir da próxima segunda-feira, 18, os pré-selecionados para as novas etapas do Residencial devem comparecer à Secretaria de Infraestrutura, localizada na Rua Nilo Peçanha, 40, das 8h às 13h para realizar o agendamento da apresentação da documentação necessária para iniciar o processo junto à Caixa Econômica Federal. O atendimento será realizado através da distribuição de 50 fichas por dia.

O gerente-geral da Caixa Econômica Federal, Julierme Torres, falou da parceria da Caixa Econômica Federal com a Prefeitura de Mossoró para viabilizar a moradia para as famílias. “É muito bom você fechar um ano difícil como foi 2019 realizando o sonho da casa própria de 600 famílias. Essas são obras que estavam paradas há muito tempo e era um desejo do município que essas obras fossem retomadas e entregues à população. A caixa fez um esforço muito grande para viabilizar junto a construtora para que fosse retomada”, disse Julierme.

A secretária de infraestrutura Kátia Pinto explicou como funciona os critérios para o sorteio das famílias. “Estamos agora realizando o sorteio dessas 600 famílias e vamos aguardar a apresentação delas a partir da próxima semana. Essas famílias têm a renda familiar até 1800 reais, elas não podem ter participado de nenhum outro programa social de habitação do governo federal, tem que ter mais de 18 anos e também não podem estar em débito com nenhuma instituição financeira do governo federal”, explicou a secretária.

A prefeita Rosalba Ciarlini falou da alegria em beneficiar mais famílias com a casa própria e também da transparência que é realizado todo o trâmite. “Com essas 600 famílias sorteadas agora juntamente com as outras 300 que foram sorteadas anteriormente da mesma forma com toda a transparência com representantes do setor de habitação e também dos vereadores somamos os 900 apartamentos dos residenciais. Esperamos que no início do próximo ano entregaremos a essas famílias a sua moradia própria, com uma vida mais digna e serem muito felizes”, falou a prefeita.]

O sorteio aconteceu no Palácio da Resistência e contou a presença de representantes da Caixa Econômica Federal, as equipes do setor de habitação do município e os vereadores Izabel Montenegro, Rondinele Carlos, Sandra Rosado, Emílio Ferreira, Ricardo de Dodoca e Manoel Bezerra.

Trabalho Social

No início do mês de novembro a prefeitura de Mossoró firmou convênio com a Caixa Econômica Federal para a realização de um trabalho social no Residencial. O convênio do trabalho social dos moradores do Residencial Mossoró I foi firmado em setembro e agora firmado para as outras duas etapas do empreendimento.

O trabalho social com as famílias é realizado por uma equipe multidisciplinar onde todas as famílias recebem orientações de convivência em grupo, apoio social e também com atividades de integração realizadas após a ocupação do residencial.

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Bolsonaro quer reeditar medida provisória que prejudica jornais

BOLSONARO COMENTOU SOBRE A MEDIDA NA TRADICIONAL LIVE DA QUINTA-FEIRA. FOTO: REPRODUÇÃO

O presidente Jair Bolsonaro pode reeditar a medida provisória que desobriga as empresas de publicarem seus balanços financeiros em jornais. A medida foi foi rejeitada por uma comissão mista do Congresso Nacional nesta semana. Segundo o presidente, a medida não foi uma retaliação à imprensa e reduziria os custos do empresariado.

“Quem sabe no futuro, no ano que vem quem sabe, a gente pode editar uma medida provisória nesse sentido. De acordo com o interesse de empresários e estatais, a gente reedita essa MP”, disse Bolsonaro na live realizada na noite da última quinta-feira, 14. Ele garantiu, por sua vez, que respeita a decisão do Parlamento e que não está fazendo retaliação a ninguém ao apresentar essa matéria.

Criticada desde que foi editada em agosto deste ano, a medida provisória prejudica o caixa dos jornais e foi rejeitada nesta semana por uma comissão mista do Congresso. Os deputados e senadores encararam a proposta como um ataque à imprensa e entenderam que o assunto não deveria ser tratado por uma medida provisória pois não tem urgência para isso, o que tornaria a MP de Bolsonaro inconstitucional.

“Está na lei que as empresas, as estatais também, têm que publicar periodicamente seus balancetes em jornais de grande circulação. Mas nós levantamos que os empresários brasileiros gastavam aproximadamente R$ 1,5 bilhão por ano publicando isso. Então, editamos uma medida provisória para que esses balancetes fossem publicados nas mídias sociais das empresas e na CVM. A intenção era que gastassem menos dinheiro”, alegou Bolsonaro.

O presidente ainda disse que “certas profissões e certas práticas vão ficando para trás“. E o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, que participou da live desta quinta-feira com o presidente Bolsonaro, concordou que não haveria prejuízo em publicar esses balanços apenas de forma virtual.

A comissão mista que avaliou a MP 892 no Congresso, contudo, avaliou que os prejuízos à imprensa são maiores que esse custo e votou pela rejeição da medida provisória. O parecer contrário ao governo ainda será votado nos plenários da Câmara e do Senado. Mas a relatora da matéria, senadora Soraya Thronicke (PSL-MS), já havia indicado que a tendência é que os plenários sigam o entendimento da comissão e derrubem a MP, tanto que, antes de Bolsonaro falar em reeditar essa medida provisória, ela já havia se proposto a apresentar um projeto de lei para retomar o conteúdo dessa matéria e desobrigar a publicação de balanços em jornais.

Congresso em Foco

Nome de destaque na psiquiatria brasileira, médico Antônio Geraldo será homenageado com ‘cidadania natalense’ em dezembro

DR. ANTÔNIO GERALDO DA SILVA, PRESIDENTE DA APAL

Nome reconhecido nacionalmente na área de psiquiatria, o médico Antônio Geraldo da Silva, presidente da Associação Psiquiátrica da América Latina (APAL), estará em Natal no próximo dia 13 de dezembro, quando será agraciado com o “Título de Cidadão Natalense”, durante solenidade que acontecerá no auditório da Associação Médica do Rio Grande do Norte. A iniciativa é da vereadora Nina Souza (PDT), que acolheu sugestão que lhe foi dada pelo presidente da Associação dos Familiares e Amigos dos Portadores de Transtornos Mentais (AFDM), professor Sid Marques Fonseca.

A homenagem a Antônio Geraldo, que também é presidente-eleito da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), entidade que já comandou entre o período de 2010 a 2016, já tem a presença confirmada do secretário nacional do Ministério da Cidadania, Quirino Cordeiro Junior, que será um dos oradores do evento, ao lado de personalidades da classe médica potiguar.

A PROPOSTA FOI DA VEREADORA NINA SOUZA

Segundo Nina Souza, é mais do que justa a homenagem prestada ao médico Antônio Geraldo, que é natural de Montes Claros (MG). De acordo com a vereadora, mesmo sendo um nome reconhecido nacionalmente, ele sempre se mostrou “um apaixonado por Natal”. Para ela, graças a essa ligação do homenageado com a capital potiguar, Natal já sediou, por diversas oportunidades, eventos de abrangência nacional na área de psiquiatria.

“Ele sempre destinou especial atenção a Natal e ao Rio do Grande do Norte. Seu apoio, enquanto presidente da associação Brasileira de Psiquiatria, foi essencial para a realização em Natal, em 2012, do XXX Brasileiro Congresso de, evento de grande envergadura, que reuniu sete mil participantes, acarretando além da divulgação cientifica no estado, a valorização do nosso turismo”, destacou Nina.

Já na opinião de Sid Marques Fonseca, que também é membro da Federação Nacional das Associações em Defesa da Saúde Mental, o médico que se tornará cidadão natalense proporcionou o incentivo a inúmeras campanhas de conscientização no estado do Rio Grande do Norte, entre elas o combate a Psicofobia e a Companhia de Prevenção ao Suicídio (Setembro Amarelo). “Trata-se de uma referência internacional em movimentos de esclarecimento dos direitos à saúde, em prol dos pacientes com transtornos mentais”, explica Fonseca.

Parque público será construído em Capim Macio

O PARQUE DEVERIA SER ENTREGUE HÁ 10 ANOS. O PRAZO ESTABELECIDO PARA CONCLUSÃO DA OBRA É DE 8 MESES

A pedido do Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) e do Ministério Público Federal (MPF), a Justiça Federal realizou uma audiência de mediação com o Município de Natal para tratar da implantação do Parque Público de Capim Macio. Há 10 anos o Poder Executivo ficou de concluir e entregar para a população natalense um equipamento público de lazer e não o fez.  

Após a manifestação de todas as partes no processo, o Município de Natal assumiu algumas responsabilidades. A primeira é que até o dia 28 de novembro deverá encaminhar o detalhamento do projeto do mencionado parque para o Centro de Conciliação da Justiça Federal. O objetivo é que o projeto, incluindo complementos com informações arquitetônicas, elétricas e hidráulicas e todos os anexos, seja anexado ao processo judicial.  

Até o dia 14 de janeiro, o poder público municipal também terá que informar a fonte de recursos para a efetiva execução da obra do parque. Inicialmente o projeto foi orçado pela Secretaria Municipal de Obras e Viação (Semov) em R$ 433.790,50. Por fim, o outro compromisso assumido pelo Município perante o MPRN e o MPF é de finalizar a obra do equipamento de lazer dentro do prazo de oito meses. O Parque Público de Capim Macio fica localizado entre as ruas Antônio Farache, Ismael Pereira da Silva, Missionário Joel Carson e Rua Industrial João Mota, como parte integrante do projeto do Sistema de Drenagem de Capim Macio, em Natal/RN.

Cúpula dos Brics revelou um Bolsonaro mais pragmático, dizem analistas

Brasília parou nos últimos dias para receber a 11ª Cúpula dos Brics. O evento, que desde 2014 não acontecia no Brasil, trouxe para o Distrito Federal os chefes de estado da Rússia, Índia, China e África do Sul e também um Jair Bolsonaro mais pragmático. O presidente brasileiro mostrou-se contido no trato com as potências emergentes, deixando de lado as divergências ideológicas para focar nos acordos comerciais – estratégia que foi bem avaliada pelos analistas ouvidos pelo Congresso em Foco e pode render frutos positivos para a economia e a política externa brasileira.

Professor de relações internacionais da Universidade de Brasília, Juliano Cortinhas admite que a expectativa era grande para a 11ª Cúpula dos Brics. Afinal, o governo Bolsonaro adota um posicionamento ideológico distinto do dos demais integrantes do Brics. Ao contrário da China e da Rússia, por exemplo, busca alinhamento com os Estados Unidos, reconhece o presidente autointitulado da Venezuela, Juan Guaidó, e também a presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez. “O Brasil fez uma guinada ideológica à direita e se afastou dos principais países dos Brics. Os próprios ministros do governo Bolsonaro já criticaram a China por conta do alinhamento com os Estados Unidos, o que dificultou o diálogo com os Brics”, explicou.

Essas diferenças políticas, contudo, foram deixadas de lado por Jair Bolsonaro, por Vladimir Putin e por Xi Jinping nos últimos dias. Ao lado dos chefes de estado da Índia, Narendra Modi, e da África do Sul, Cyril Ramaphosa; os presidentes do Brasil, da Rússia e da China preferiram focar na agenda econômica na visita a Brasília. A Cúpula dos Brics acabou, então, com anúncios de investimentos do Banco dos Brics, negociações comerciais bilaterais e declarações políticas mais amenas.

“Nos últimos meses, o governo brasileiro tem colocado o pé no freio na ideologia. Começou a ser mais pragmático. Tanto que houve um processo de aproximação com os chineses que se concretizou na visita de Bolsonaro a Beijing e agora com a visita de Xi Jinping ao Brasil. O Brics serviu, então, para amenizar essas diferenças e colocar a política externa no lugar dela. Deixaram de lado assuntos nos quais não ia haver convergência para se concentrar em temas de posicionamento comum. E, assim, foram dados passos na direção de uma maior convergência econômica”, avaliou Cortinhas.

“O governo brasileiro reconheceu a necessidade de negociar com parceiros além dos Estados Unidos. As poucas palavras que o presidente proferiu foram de acolhimento. Isso trouxe razoabilidade para o processo de negociação e deixou um canal aberto entre os parceiros do Brics”, acrescentou o internacionalista Bianor Teodósio.

Explicando que “é importante fazer a dissociação entre a relação política e a relação econômica, porque não dá para escolher parceiros comerciais pela vontade pessoal”, Teodósio acredita, então, que esse posicionamento pragmático adotado por Jair Bolsonaro e também pelos outros líderes dos Brics nos últimos dias pode trazer bons frutos para as potências emergentes, ajudando o grupo a retomar influência política e a fazer negócios mundo afora.

Já houve avanços, por exemplo, nas negociações de acordos bilaterais entre Brasil, China e Rússia – negociação que deixou mais tranquilos os economistas e empresários que, no início do ano durante a guerra comercial entre Estados Unidos e China, temiam que o alinhamento do governo brasileiro com o governo americano atrapalhasse os negócios com os chineses.

No discurso de encerramento dos Brics, Bolsonaro deixou clara essa mudança de discurso, apesar de destacar a soberania brasileira. “A política externa do meu governo tem os olhos próximos do mundo. Mas, em primeiro lugar, do Brasil, para estar em sintonia com as necessidades de nossa sociedade. Reconhecemos como parte de suas obrigações ajudar a ampliar o bem-estar de nossos cidadãos”, disse Bolsonaro, garantindo também que “não entra em guerra comercial”.

O presidente brasileiro, que tem a missão de indicar o próximo presidente do Banco dos Brics no próximo ano, ainda se comprometeu a contribuir com o crescimento do banco criado em 2014 para financiar o crescimento das potências emergentes. Veja o que ele disse sobre o banco que, só nesta cúpula, destinou R$ 1,1 bilhão para o financiamento de projetos brasileiros:

Bolsonaro comemorou, então, o resultado da 11º Cúpula dos Brics e também se disse disposto a continuar colaborando com as potências emergentes. Ao entregar a presidência do grupo para o presidente russo, Vladimir Putin, o brasileiro disse, por exemplo, que a “Rússia poderá contar com todo o empenho e colaboração do Brasil na condução desse importante mecanismo de cooperação”.

Congresso em Foco