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Categoria: abril 18, 2019

Maduro pede ajuda a Davi Alcolumbre para restabelecer relações com o Brasil e abrir fronteira em Roraima

NICOLÁS MADURO FECHOU A FRONTEIRA COM O BRASIL NO FIM DE FEVEREIRO PARA IMPEDIR A ENTRADA DE ALIMENTOS E OUTROS GÊNEROS DE PRIMEIRA NECESSIDADE ENVIADOS PELOS ESTADOS UNIDOS

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que quer restabelecer as relações com o Brasil e abrir a fronteira entre os dois países, fechada por ele desde 22 de fevereiro. Em carta entregue nessa quarta-feira (17) ao presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (DEM-AP), Maduro faz um apelo ao Congresso para que seja “porta-voz” do governo venezuelano e dê início a um processo de negociação entre os dois países. No texto ao qual o Congresso em Foco teve acesso (veja a íntegra mais abaixo), ele não faz menção a negociações diretas com o presidente Jair Bolsonaro, a quem acusa de interferir na política de seu país e de se submeter a interesses do governo Donald Trump.

CARTA ENVIADA POR MADURO A DAVI ALCOLUMBRE POR MEIO DE TELMÁRIO MOTA. VEJA MAIS ABAIXO A TRANSCRIÇÃO DO TEXTO. FOTO: CONGRESSO EM FOCO

“Retomando o espírito de irmandade e solidariedade que deve caracterizar nossas relações, apelo ao Senado Federal, em pleno, para que vocês, como legítimos representantes do povo em toda a extensão da gigantesca geografia brasileira, sejam porta-vozes do interesse do Governo que presido em restabelecer uma relação bilateral amistosa e respeitosa entre nossas nações”, defendeu o venezuelano, também chamado de ditador por Bolsonaro e outras lideranças nacionais e internacionais que consideram que houve fraude em sua reeleição no ano passado. Eles também alertam para outros problemas, como as restrições à liberdade de imprensa e a prisão política de opositores.

Maduro sugere a Alcolumbre a criação de um grupo de trabalho com a participação do Senado brasileiro e representantes da Venezuela para estabelecer regras de convivência e respeito para abrir, em curto prazo, a fronteira entre os dois países como um “gesto compartilhado de boa convivência”.

Mudança de política

Segundo ele, a mudança promovida por Bolsonaro na política externa brasileira ameaça a relação caracterizada pela “harmonia, fraternidade e respeito mútuo” entre Brasil e Venezuela.

“Lamentavelmente, Sr. Presidente, o Poder Executivo atual de seu país tem rompido esta tradição, ao adiantar uma política inamistosa com Venezuela e seu Governo Constitucional, violando sistematicamente o sagrado princípio de não interferência em assuntos internos dos Estados. Para nós, este giro inesperado e ofensivo na política exterior de Brasília tem sido doloroso e sabemos que não interpreta o sentir da imensa maioria do povo do Brasil.”

A carta foi trazida ao Brasil e entregue a Alcolumbre pelo senador Telmário Mota (Pros-RR), que se reuniu na última segunda-feira (15) com Maduro em Caracas. A reunião incomodou o Palácio do Planalto e o Itamaraty, que defendem o distanciamento entre os dois países, chamam Maduro de ditador e reconhecem Juan Guaidó, chefe da Assembleia Nacional, como presidente. Posição oficialmente adotada por aproximadamente 60 países.


Crítica aos Estados Unidos

As fronteiras da Venezuela com o Brasil e a Colômbia foram fechadas em 23 de fevereiro para impedir a entrada de alimentos e outros produtos cedidos pelos dois governos e pelos Estados Unidos. Para Maduro, trata-se de uma intervenção externa indevida na política venezuelana com o objetivo destituí-lo do poder.

Na carta a Davi Alcolumbre, o presidente da Venezuela tenta justificar sua decisão de fechar a fronteira. “Nos vimos forçados a implementar o fechamento da fronteira terrestre entre nossos países, ante o desrespeito e a agressão da qual fomos vítimas, quando se pretendeu vulnerabilizar nossa sagrada soberania nacional ao permitir que os territórios do Brasil e de nossa irmã Colômbia se prestassem para o decadente espetáculo de intervenção promovida pelo Governo de Washington, sob o falso pretexto de uma operação com caráter humanitário.”

“Reitero-lhe e mediante ao senhor, e a todas as instituições do Estado brasileiro, nosso desejo de retornar o caminho das relações bilaterais de cooperação, complementação e respeito mútuo, em benefício de nossos povos. A diversidade e as diferenças são inerentes à natureza humana e, em consequência, a dinâmica das relações internacionais. Sem embargo, nenhuma diferença ideológica ou política, pode colocar-se por cima da paz e a unidade dos povos de Nossa América Latina e Caribenha”.Maduro responsabiliza o governo dos Estados Unidos pela violência interna, pela hiperinflação, pelo desemprego e pela crise econômica em geral que os venezuelanos enfrentam –  quase 90% da população vivem em situação de pobreza, segundo estudo de universidades do país – , em razão do embargo econômico. E acusa Trump de estimular o confronto entre a Venezuela, de um lado, e o Brasil e a Colômbia, cujo governo também reconhece Guaidó como presidente, de outro. Ainda na carta, o venezuelano pede que as diferenças ideológicas entre ele e o governo Bolsonaro não sejam colocadas acima da paz e da unidade entre os países.

Após a reunião entre Maduro e Telmário, o chanceler venezuelano, Jorge Arreaza, reforçou a necessidade de reabertura dos portos fronteiriços e ressaltou a interdependência econômica entre os estados de Roraima e Bolívar, pelos quais os dois países se conectam.  “Combinamos com o presidente Nicolás Maduro de trabalhar na reabertura dos portos fronteiriços no sul do país. Para isso, há um trabalho prévio que devemos coordenar, umas mesas de trabalho com os atores para que o jogo tenha regras muito claras e possamos reabrir para o bem-estar de nossos povos. O comércio entre Roraima e o estado Bolívar é muito dinâmico, somos interdependentes em muitos aspectos”, declarou.

Estado em colapso

Marco fronteiriço entre Pacaraima, em Roraima, e Santa Elena, no estado venezuelano de Bolívar. Foto: Paolo Stefano/Senado

Portador da carta, Telmário Mota defende uma reaproximação entre os dois países. “Roraima está em colapso econômico e social”, diz o senador. Mais de 80% da energia elétrica consumida pelo estado vem da Venezuela, cujo sistema está em funcionamento precário desde 7 de março. De lá para cá, já foram três grandes apagões no território venezuelano com reflexos no estado brasileiro. “Eles querem a pacificação e abrir o diálogo”, acredita o parlamentar.

Segundo ele, desde o fechamento da fronteira, Roraima tem um prejuízo diário de 1,5 tonelada em suas exportações. O estado, ainda de acordo com o senador, fica completamente isolado à noite. Como não há acesso pelo lado venezuelano, a única saída possível seria pelo Amazonas, mas a rodovia que liga os dois estados fica fechada à noite. Ele também defende uma solução para os imigrantes que chegaram da Venezuela. “Em 12 meses, gastamos R$ 265,2 milhões com acolhida de venezuelanos em recursos federais. Isso é o dobro do que o Brasil gastou no Haiti de 2004 a 2007”, explica.

Para ler a matéria completa, acesse o link do portal Congresso em Foco: https://congressoemfoco.uol.com.br/economia/maduro-pede-ajuda-a-davi-alcolumbre-para-restabelecer-relacoes-com-o-brasil-e-abrir-fronteira-em-roraima/

FONTE: Congresso em Foco

 

Brasil registra queda de 25% nos assassinatos nos dois primeiros meses do ano; Ceará e o RN são destaques positivos

A queda é puxada principalmente pelos estados do Nordeste, que, juntos, registram a redução mais significativa do número de mortes (34%) – somente no Ceará o índice diminuiu 58%. Já o Rio Grande do Norte aparece em segundo lugar, com uma redução de 42%.

De acordo com a ferramenta, houve 6.856 mortes violentas no primeiro bimestre de 2019. O dado só não comporta o Paraná. O governo do estado informa que os números de janeiro e fevereiro ainda estão sendo tabulados para posterior divulgação. Tirando o Paraná, houve 9.094 assassinatos no mesmo período de 2018. Ou seja, uma queda de 25%.

O levantamento faz parte do Monitor da Violência, uma parceria do G1com o Núcleo de Estudos da Violência da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

A ferramenta criada pelo G1 permite o acompanhamento dos dados de vítimas de crimes violentos mês a mês no país. Estão contabilizadas as vítimas de homicídios dolosos, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte. Juntos, estes casos compõem os chamados crimes violentos letais e intencionais.

Em março, o governo federal anunciou a criação de um sistema similar. Os dados, no entanto, não estão atualizados como os da ferramenta do G1. O último mês disponível é dezembro de 2018.

Os dados coletados mês a mês pelo G1 não incluem as mortes em decorrência de intervenção policial. Isso porque há uma dificuldade maior em obter esses dados em tempo real e de forma sistemática com os governos estaduais. O balanço ainda será realizado dentro do Monitor da Violência, separadamente, como em 2018.

Tendência de queda

Nem todos os estados possuem os dados de março. Até agora, só 16 têm a estatística. Com a exceção do DF, todos registraram queda em comparação com o mesmo mês do ano passado. Foram 2.190 mortes violentas, ante 2.969 de 2018, se forem contabilizadas apenas essas unidades da federação – uma queda de 26%.

Levando em conta esses dados, a queda no trimestre continua sendo de 25% no Brasil.

Os números mostram um declínio dos assassinatos. Em 2018, a queda foi a maior em 11 anos se for levada em conta a série histórica do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Para Bruno Paes Manso, do Núcleo de Estudos da Violência da USP, apesar da tendência de queda, “os dados estão longe de apontarem para um quadro de redução ao longo do ano e apenas aumentam a responsabilidade dos novos governos estaduais e federal para a manutenção ou melhoria dos resultados”.

Samira Bueno e Renato Sérgio de Lima, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, dizem que o país está diante de um “bom enigma”. “É preciso identificar com precisão o que provocou esta inflexão para que políticas públicas possam ser mais bem efetivas. E isso só será possível com o investimento contínuo em monitoramento e avaliação de programas e ações.”

Bruno Paes Manso diz que é preciso lembrar que 2017 foi um ano atípico, em que o Brasil atingiu o ápice de mortes.

“A crise nos presídios acabou se desdobrando do lado de fora, criando problemas em vários estados. E ela produziu um tipo de intervenção mais concentrada e urgente, no centro nevrálgico desses conflitos. Uma intervenção decorrente de dez anos de discussões de uma rede de instituições criminais e da sociedade civil. Ou seja, não era necessário tirar medidas da cartola. Esse debate vinha sendo feito há muito tempo. E essas medidas acabaram cessando de algum modo a febre, fazendo com que a temperatura voltasse gradualmente a um patamar mais baixo”, afirma Bruno Paes Manso.

Samira Bueno acredita que alguns fatores, como a criação do Ministério da Segurança Pública na gestão passada, ajudam a explicar essa queda. “Por mais que dinâmicas do crime organizado ajudem a explicar parte da redução, há outros fatores que precisam ser levados em conta. Pode existir, claro, uma relação com o Susp (Sistema Único de Segurança Pública), já que sua implementação ocorreu num contexto de muita mobilização dos estados, pressionados pelos índices de criminalidade e pelo período eleitoral”, diz.

“Também houve a aplicação de mais dinheiro federal, apesar da crise fiscal. Houve o descontingenciamento de R$ 2,8 bilhões do Funpen (Fundo Penitenciário Nacional) e uma mudança na lei pra que parte do recurso do fundo fosse utilizado em ações na área segurança. Foi criado também na gestão Temer o Ministério da Segurança Pública, que teve um papel muito importante nisso tudo. Ou seja, houve uma tentativa do governo federal de liderar o processo e coordená-lo minimamente”, diz Samira Bueno.

‘Regime de não conflito’ no Ceará

O Ceará teve a maior queda no número de mortes violentas do país: 58%. O estado, que teve 844 assassinatos no primeiro bimestre de 2018, registrou 355 nos primeiros dois meses deste ano. A redução é significativa. Em janeiro, o Ceará teve centenas de ataques coordenados por facções criminosas por conta de medidas anunciadas no governo para tornar a fiscalização nos presídios mais rígidas.

Para o pesquisador Luiz Fábio Paiva, do Laboratório de Violência da Universidade Federal do Ceará (UFC), o que houve no Ceará foi o estabelecimento de “um regime de não conflito” entre as facções criminosas.

“Os eventos de janeiro, quando Fortaleza ficou sob ataques de grupos armados, demonstram que esses grupos continuam existindo e atuando, e exercendo o domínio territorial nas periferias urbanas. O que nós estamos experimentando agora é a reacomodação das forças”, diz Luiz Fábio Paiva, da Universidade Federal do Ceará.

Por isso, Paiva não considera a situação como “uma pacificação, mas sim uma acomodação”.

“Quando o Ceará estava sob forte ataque, era observado que havia situações que demonstravam um certo nível de cooperação desses grupos, sobretudo permitindo que determinados membros de uma facção passassem pelo território do outro sem sofrer alguma ação violenta”, diz Paiva.

Ainda segundo o especialista, “dizer isso não é desqualificar os serviços de segurança pública, as forças policiais e o sistema de Justiça, mas reconhecer que eles não têm como serem os responsáveis por um processo que é muito maior”.

De acordo com o secretário da Segurança Pública do estado, André Costa, a redução do número de homicídios ocorre desde o ano passado devido a um “conjunto de ações” elaboradas em 2017. Entre as estratégias, segundo Costa, estão o combate à “mobilidade do crime”, evitando furto e roubo de veículos e recuperando automóveis roubados; investimento em ciência e tecnologia para estudar a atuação de criminosos; e ações da Secretaria da Administração Penitenciária, que dificultam a comunicação de presidiários que comandam facções criminosos e ordenam crimes de dentro das prisões.

Lidiane foi assassinada dentro de loja em shopping em Maracanaú, na Grande Fortaleza — Foto: Arquivo pessoal

LIDIANE FOI ASSASSINADA DENTRO DE LOJA EM SHOPPING EM MARACANAÚ, NA GRANDE FORTALEZA — FOTO: ARQUIVO PESSOAL

Embora os números deste ano sejam menores que os de 2018, ainda há casos de repercussão no estado. A vendedora Lidiane Gomes da Silva, de 22 anos, por exemplo, foi assassinada pelo ex-companheiro dentro de um shopping em Maracanaú. Antes do assassinato, ela relatou a um amigo, em conversa pelo WhatsApp, que sofria ameaças após a separação. O homem se matou após o crime.

Nordeste em queda

Assim como o Ceará, todos os outros estados do Nordeste registraram uma queda no período analisado. Rio Grande do Norte e Pernambuco também tiveram quedas expressivas, de 42% e de 33%, respectivamente.

Segundo o coronel Francisco Canindé de Araújo Silva, secretário de Segurança Pública e da Defesa Social do Rio Grande do Norte, uma maior integração entre os órgãos públicos é um dos fatores por trás da queda.

“A redução dos índices de criminalidade (…) deve-se a um melhor planejamento das ações das instituições de segurança pública, uma maior integração – tanto das instituições do estado, como das instituições federais que estão aqui no Rio Grande do Norte, como a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal e as próprias Forças Armadas –, o apoio do Ministério Público e do Poder Judiciário, a abnegação dos policiais nessas ações, um maior controle do sistema prisional e, também, o apoio inconteste do governo do estado a todas essas ações de nossas instituições”.

“[O investimento em pessoal] também possibilitou uma melhora na qualidade de resolução do inquérito policial. Tivemos um índice de mais de 50% de resolução em 2018. No primeiro bimestre de 2019, estamos chegando a quase 60% dos inquéritos. (…) Isso significa que a polícia está encontrando os autores dos crimes e representando pela prisão”, diz Antônio de Pádua, do governo de Pernambuco.

Investimento em pessoal e equipamentos é uma das causas para queda na violência em Pernambuco, aponta secretário — Foto: Bruno Lafaiete/TV Globo

INVESTIMENTO EM PESSOAL E EQUIPAMENTOS É UMA DAS CAUSAS PARA QUEDA NA VIOLÊNCIA EM PERNAMBUCO, APONTA SECRETÁRIO — FOTO: BRUNO LAFAIETE/TV GLOBO

José Nóbrega, doutor em ciência política pela UFPE e coordenador do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade Federal de Campina Grande, destaca que os dados do primeiro bimestre deste ano ainda são provisórios e podem ser ajustados, mas que há uma tendência de queda desde 2018. Determinar o que está por trás dos números e da queda, porém, é difícil por conta da falta de informações.

“Não temos informação de qualidade para atribuir a redução a algum fator, seja ele referente às tomadas de decisão do estado ou a fatores socioeconômicos. Precisamos analisar o nível do impacto do governo na redução de crimes e, por exemplo, o quanto o Produto Interno Bruto influenciou nisso, qual a taxa de desocupação das pessoas. Sem isso, fica tudo muito lacunar”, diz.

Já no Amapá, que também teve uma queda superior a 30% no número de mortes, a Secretaria de Estado da Justiça e Segurança Pública atribui o fato a políticas de segurança pública implementadas pelo governo, “como a contratação de novos policiais, aquisição de novas viaturas, operações policiais rotineiras, treinamento das forças de segurança e o serviço de inteligência das polícias”.

Leve aumento

Apenas dois estados tiveram aumento no número de mortes violentas nos primeiros dois meses deste ano: Rondônia (3,9%) e Amazonas (3,3%). Os aumentos foram leves e não chegaram a dois dígitos em nenhum dos casos, mas, mesmo assim, mostram um movimento contrário ao resto do país.

Apesar de estar entre os estados que apresentaram alta, o governo do Amazonas destaca que, considerando os dados do trimestre e não do bimestre, os números de morte violenta caíram em comparação com o mesmo período do ano passado.

“O número de homicídios registrado em janeiro, período de transição, quando a nova administração estava começando a implantar as novas diretrizes de segurança, influenciaram nesse resultado [de queda no bimestre]. Contudo, a partir de fevereiro, houve redução da criminalidade, tanto em casos de homicídio, latrocínio, como nos casos de roubos”, afirma a Secretaria de Segurança Pública do estado. “Vale destacar que, somente em março, o número de homicídios na capital amazonense (58) foi o menor desde 2011.”

Entre as medidas adotadas pela gestão, a secretaria destaca a realização de nove operações policiais. Em fevereiro, também foi feita uma operação específica para combater homicídios, chamada de “Pronta Resposta”. Na ocasião, foram presos 52 suspeitos de envolvimento em homicídios, latrocínios, roubos e tráfico de drogas.

Motorista Antônio Bento da Silva é uma das vítimas da violência no Amazonas — Foto: Arquivo Pessoal

MOTORISTA ANTÔNIO BENTO DA SILVA É UMA DAS VÍTIMAS DA VIOLÊNCIA NO AMAZONAS — FOTO: ARQUIVO PESSOAL

O crime ocorreu às 5h40 na Avenida Sete de Setembro, no Centro de Manaus. Antônio trabalhava na empresa de ônibus havia seis anos e, segundo os amigos, deve ser lembrado pelo bom humor e pelo amor que tinha pelo trabalho e pela família.

“A Justiça vai ser feita, Deus vai mostrar quem fez isso para o meu compadre. Ele era um homem bom, só vivia para a família. Era um pai de família que saia para trabalhar honestamente e não escolhia trabalho”, disse a amiga do motorista, Eunice Lopez, de 59 anos.

Em Rondônia, a Secretaria de Segurança também relativiza o dado. E diz que, se for levado em conta o dado de março, houve queda no trimestre.

“Em razão da complexidade de fatos que envolvem esta prática delitiva, entendemos não ser a melhor prática para efeito de análise comparativa restringir a lapso temporal curto, como comparativos mensais, sob pena de não termos a compreensão real do avanço ou diminuição da criminalidade, especialmente nessa modalidade delitiva. Entendemos que o prazo de um ano nos permite uma melhor compreensão dessa dinâmica criminosa. Mas destacamos que para efeito de políticas de segurança pública e enfrentamento dos crimes são analisados dados diários, para que continuemos reduzindo os índices como já ocorre no caso do crime de homicídio nos primeiros três meses do ano, com a redução de 6,3% em comparação ao mesmo período do ano de 2018.”

Os dados

Quatro estados registraram uma redução superior a 30% no número de mortes violentas. Veja a relação completa (a ordem está da maior redução para a menor; os dois estados com alta, assim como o Paraná, que não enviou os dados, estão no fim da tabela):

Estado 1º bimestre de 2018 1º bimestre de 2019 Variação (em %)
Ceará 844 355 -57,9
Rio Grande do Norte 365 212 -41,9
Amapá 53 34 -35,8
Pernambuco 868 580 -33,2
Sergipe 198 139 -29,8
Paraíba 225 164 -27,1
Pará 697 510 -26,8
Alagoas 265 196 -26
Maranhão 298 221 -25,8
Santa Catarina 175 130 -25,7
Acre 81 61 -24,7
Distrito Federal 85 64 -24,7
Rio de Janeiro 964 734 -23,9
Bahia 1.050 841 -19,9
Minas Gerais 617 501 -18,8
Rio Grande do Sul 455 371 -18,5
Piauí 101 83 -17,8
Mato Grosso 155 138 -11
Tocantins 66 60 -9,1
Espírito Santo 222 203 -8,6
São Paulo 583 549 -5,8
Goiás 372 353 -5,1
Roraima 46 44 -4,3
Mato Grosso do Sul 82 79 -3,7
Amazonas 151 156 3,3
Rondônia 76 79 3,9
Paraná não informado não informado
Brasil 9.094 6.856 -24,6

Gol terá 17 mil assentos e 104 voos extras na páscoa, inclusive para Natal

Gol: 17 mil assentos extras para suprir a demanda do feriado de páscoa

A GOL DEVE OPERAR 104 VOOS EXTRAS PARA 21 CIDADES BRASILEIRAS

Para a operação do feriado de páscoa, a Gol deve operar 104 voos extras para 21 cidades brasileiras. Grande parte dos pousos e decolagens serão em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. A região Nordeste terá a maior quantidade de cidades atendidas pelo aumento da malha.

O reforço de 17 mil assentos será feito entre os dias 18 e 22 de abril. Serão alocados colaboradores para dar conta da demanda de operação e atendimento aos passageiros. “É uma prática da Gol realizar estudos constantes para ampliar a oferta de voos para os destinos mais procurados em épocas de feriados prolongados”, afirma o diretor de Planejamento de Malha da Gol, Rafael Araújo.

Essas são as 21 cidades com voos extra no período: Aracaju, Porto Seguro, Brasília, Cuiabá, Campo Grande, Belo Horizonte (Confins), Florianópolis, Fortaleza, Foz do Iguaçu, Goiânia, João Pessoa, Maceió, Natal, Navegantes, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro (Galeão e Santos Dumont), Salvador, São Luiz, São Paulo e Vitória.

FONTE: PANROTAS

Injúria: Alexandre Frota terá de indenizar Gilberto Gil em R$ 50 mil

Jorge William

JORGE WILLIAM | AGÊNCIA O GLOBO

A 9ª Câmara Cível do Rio condenou o ator Alexandre Frota, sempre ele, a indenizar Gilberto Gil em R$ 50 mil. É que o atual deputado da bancada do ódio fez insinuações de racismo e comentários injuriosos contra Gil no Twitter, acusando o músico de “não poder mais roubar os cofres públicos”. O relator foi o desembargador Luis Felipe Francisco.
FONTE: ANCELMO GOIS  / O GLOBO

Antes de transferir Marcola, Estado isolou 134 presos; PCC é monitorado

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AVIÕES DA FAB LEVARAM OS CRIMINOSOS PARA UNIDADES DO SISTEMA PENITENCIÁRIO FEDERAL; FORÇAS ARMADAS REFORÇARAM SEGURANÇA DAS CADEIAS FOTO: JOSE REIS / O IMPARCIAL

A megaoperação para tirar de São Paulo o principal chefe do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, e mais 21 lideranças, em 13 de fevereiro, contou com uma ação de inteligência para isolar outros 134 presos, apontados como mensageiros da facção. Dois meses depois, o Ministério Público (MPE-SP) e a gestão João Doria (PSDB) monitoram a ascensão de novos líderes, sob promessa de transferi-los para prisões federais caso ganhem força no comando do crime.

Embora fosse considerada importante para desestabilizar a cadeia de comando do PCC, a transferência para o sistema federal deixou autoridades preocupadas com possíveis retaliações – a exemplo do que houve em maio de 2006, quando o PCC promoveu uma série de ataques em São Paulo. Por isso, forças de segurança elaboraram uma estratégia: dificultar a emissão de “salves”.

“Isso foi feito com o setor de inteligência identificando presos que poderiam mandar algum tipo de mensagem para quem está na rua”, disse ao Estado o coronel Nivaldo Restivo, secretário estadual de Administração Penitenciária (SAP). “Essa decisão de concentrar e isolar potenciais fornecedores de informação e de ordens acabou tirando a voz do bando.”

Uma semana antes de deflagrar a Operação X (nome dado à ação), a SAP abriu cerca de 300 vagas na Penitenciária 1 de Presidente Venceslau, localizada na região oeste, transferindo detentos de lá para unidades próximas. Na manhã do dia 13, os espaços serviram para receber 129 “mensageiros do PCC”, trazidos do Estado inteiro, com prazo de permanência de 30 dias. Mais cinco chegaram depois. As demais vagas eram destinadas a presos que poderiam se envolver em motins ou ações intimidatórias em represália à transferência dos seus líderes – o que não aconteceu.

O primeiro pedido de transferência foi feito pelo MPE-SP à Justiça em 28 de novembro de 2018. Por cautela, o Judiciário optou por autorizar a operação após o Natal, já que nessa época parte dos presos estaria nas ruas por causa das chamadas “saidinhas”.

Vácuo de liderança

A Operação X foi planejada por 52 dias, com o Ministério Público e com o governo federal. Os 22 chefes do PCC foram transportados em aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) para unidades da União, onde ficam em celas isoladas e submetidos a um sistema de segurança máxima. No perímetro das prisões, o policiamento recebeu reforço das Forças Armadas.

Entre os alvos da transferência, não havia só membros da chamada Sintonia Geral Final – a alta cúpula do PCC, da qual Marcola faz parte -, mas também criminosos do segundo e do terceiro escalão, considerados sucessores naturais.

“(São pessoas que) sempre estiveram perto de Marcola, próximas do poder”, afirmou o promotor Lincoln Gakiya, do MPE-SP, responsável pelo pedido de transferência à Justiça. “Isso leva, momentaneamente, a uma quebra no comando. Ao menos desde 2002, era a mesma cúpula que comandava as ações da facção.”

O PCC, no entanto, não deve ficar por muito tempo “acéfalo”, diz Gakiya. Segundo investigações, Marcola já havia instruído outros membros sobre como manter a operação criminosa – que é ancorada no tráfico de drogas – em caso de ausência. “Os negócios comuns do PCC não pararam um minuto porque tem muita gente na rua e muita gente no sistema (penitenciário) com condição de dar continuidade a esses negócios ilícitos”, afirmou o promotor.

O exemplo mais recente envolve a apreensão de um helicóptero, flagrado no último sábado pela Polícia Federal durante a Operação Flying Low. A aeronave vinha do Paraguai e pousou em Presidente Prudente para reabastecer. Nela, os agentes encontraram meia tonelada de cocaína – a principal suspeita é de que a droga seja do PCC.

Para Gakiya, a disputa de poder deve ocorrer entre membros que ficaram em São Paulo e pode ser marcada por violência. “Vai acontecer o que já aconteceu em outras máfias conhecidas mundialmente, que não ficam sem comando”, disse. “Alguém da rua ou de dentro do sistema pode querer tomar essa liderança para si.”

Tanto o MPE-SP quanto a SAP monitoram “candidatos” a líder da facção. Representantes dos dois órgãos afirmam que, em caso de identificação, a política será a mesma: transferir para prisões federais. “Temos feito acompanhamento 24 horas por dia. Se detectarmos, vamos adotar todas as providências para sufocar isso novamente”, disse Restivo.

FONTE: ESTADÃO

“Perdão” do débito de IPVA de motos fará o governo do RN abrir mão de R$ 29 milhões

Inadiplência de IPVA na categoria de motos de até 150 cilindradas fica em torno de 50% no Estado, segundo secretário de Tributação

INADIMPLÊNCIA DE IPVA NA CATEGORIA DE MOTOS DE ATÉ 150 CILINDRADAS FICA EM TORNO DE 50% NO ESTADO, SEGUNDO SECRETÁRIO DE TRIBUTAÇÃO

O governo do Estado vai abrir mão de R$ 29 milhões referentes a débitos do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) até 2018, dos proprietários de motocicletas com até 150 cilindradas. O perdão da dívida está proposto no projeto de lei encaminhado à Assembleia Legislativa na última segunda-feira e que deve ser votado na próxima semana. O assunto é destaque na edição on line do jornal Tribuna do Norte, que ontem destacou que o governo do Estado ainda não tinha noção do impacto que o “perdão” dos débitos traria para a receita estadual.

De acordo com o secretário Estadual de Tributação, Carlos Eduardo Xavier, somente com a liberação desta dívida é que será possível a arrecadação em torno de R$ 14 milhões para o IPVA 2019 com esse tipo de veículo. Segundo o projeto, estão passíveis do perdão as motocicletas de até 150 cilindradas, mas com a limitação de um veículo por pessoa e que tenham quitado o imposto de 2019.

Os débitos passados, até 2018, de R$ 29 milhões já estão na dívida ativa do Estado. “A gente está indo atrás desses R$ 14 milhões que, fatalmente, parte dele, a gente não receberia”, afirma o secretário, acrescentando que atualmente a taxa de inadimplência do IPVA para esta categoria está em torno de 50%.

O secretário afirma ainda que o projeto  não trata de renúncia fiscal. “É remissão”, diferencia. “Ao mesmo tempo que (o governo) está remindo os débitos que hoje já se encontram na dívida ativa, de R$ 29 milhões. A remissão desses débitos só será feita se houver o pagamento (do IPVA) de 2019”.  O valor previsto para a arrecadação corresponde a 48,27% do débito geral das motocicletas com até 150 cilindradas.

Condicionar a regularização desses veículos ao pagamento do IPVA e outras taxas do Detran, na opinião do secretário, é que parte dos valores em atraso é de difícil recuperação devido às taxas de juros que terminam sendo maior que o valor dos veículos.

“O grande mote dessa questão é a gente intensificar a fiscalização da polícia (sobre as motocicletas) e tornar possível que ela recupere as motos roubadas que estão em situação ilícitas e não por falta de pagamento de impostos”, afirma.

Para convencer a Assembleia Legislativa a aprovar o projeto, explica o secretário, há dois argumentos: o primeiro é relativo aos  índices da violência que estão em queda por causa do trabalho da polícia. “Nossa política de segurança pública tem dado resultado. Claro que no momento que se intensifica uma fiscalização desse tipo e se vem de um cenário de omissão nos últimos anos vai se deparar com cidadãos de baixa renda que não têm condições de pagar cinco anos de IPVA atrasado para regularizar a moto que vai acabar sendo apreendida”,diz.

A liberação da dívida seria uma chance de quem está em dívida se  regularizar. “O Governo está possibilitando ao cidadão se regularizar, poder continuar a trabalhar com a seu veículo”, acredita. Ao mesmo tempo em que a polícia intensifica o seu trabalho para reduzir os índices de violência.

O segundo ponto, destaca, é que o Estado terá em 2019, uma arrecadação que se não tivesse adotado o perdão da dívida, fatalmente, não teria como arrecadar.

O Detran tem 530 mil motocicletas registradas no Rio Grande do Norte. Dessas, 280 mil (52%) estão irregulares. Segundo o secretário de Tributação, o projeto que está na Assembleia Legislativa, nasceu  de uma política de segurança pública.

De acordo com ele, estatisticamente, os órgãos de segurança pública do Estado registram que grande parte dos crimes no RN são cometidos com motocicletas, e mais especificamente, de modelos mais populares.

Desde janeiro, segundo o secretário, a polícia começou a intensificar a fiscalização nas motocicletas, tanto na capital quanto no interior do Estado.

Fiscalização 
“Nunca houve  fiscalização desse tipo”, afirma o secretário de Tributação. Com essa intensificação os órgãos estaduais de segurança pública constataram um alto índice  de motocicletas, principalmente de até 150 cilindradas. Por causa disso, se começou a ter um maior apreensão de  motocicletas com IPVA atrasado.

As motocicletas, descreve o secretário, estão substituindo os animais de tração como cavalos e jumentos, nas áreas rurais. Muitos proprietários desses veículos no interior, explica Carlos Eduardo Xavier, nunca passaram por uma fiscalização. Por isso, muitos desses veículos foram apreendidos por falta de pagamento de tributos e taxas do Detran. O secretário não apresentou dados de quantas fiscalizações foram realizadas e quantas motocicletas foram apreendidas nos últimos meses.  “A gente está abrindo mão de uma política de regularização para viabilizar uma política de segurança”, complementa e afirma que “do meu ponto de vista pessoal, a omissão do Estado na fiscalização, principalmente no interior, gerou esse problema”.

Entenda a diferença do que está sendo proposto e o que já está vigor
Exigências para o perdão do IPVA e Taxa de Licenciamento Anual vencidos até 31 de dezembro de 2018:

1. Esteja regularizado com o IPVA e a Taxa de Licenciamento Anual de Veículos relativos a 2019;

2. Estejam regulares com o Seguro Obrigatório de Danos Pessoais causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (DPVAT);

3. Não apresentem multas

4. Não possuam impedimento no Registro Nacional de Veículos Automotores (RENAVAM)

Isenções previstas na legislação de 1996 e emendada em 2006
I – os tratores e outros automotores agrícolas empregados exclusivamente em serviços rurais e desde que somente transitem nos limites do imóvel do respectivo proprietário;

II – os veículos utilizados como ambulância, desde que não haja cobrança por este serviço;

III – os veículos cujos proprietários sejam:a) corpo diplomático acreditado junto ao governo brasileiro;b) turistas estrangeiros, portadores de certificados internacionais de circulação e condução, pelo prazo estabelecido nesses certificados, com validade nunca superior a um ano, e desde que o país de origem adote tratamento idêntico para com os brasileiros;

IV – os veículos rodoviários com mais de 10 (dez) anos de fabricação, contados a partir do primeiro mês do exercício seguinte ao do registro em órgão de trânsito em território nacional;

V – os ônibus e veículos similares empregados exclusivamente em linhas de transporte coletivo urbano, mediante concessão ou permissão da autoridade municipal competente;

VI – os veículos de passeio, com motor até 120 HP de potência bruta (SAE), adaptados para uso de deficientes físicos, enquanto for de sua propriedade, limitado a 01 (um) veículo por beneficiário;

VII – os veículos rodoviários, inclusive motocicletas, utilizados como táxi, limitado a 01 (um) veículo por proprietário e desde que:

a) sejam de propriedade de motorista profissional autônomo ou cooperativado;

b) estejam comprovadamente registrados no órgão de trânsito na categoria “aluguel” e como espécie “passageiro”;

c) tenham capacidade para até 05 (cinco) passageiros, no caso de automóveis;

d) tenham potência máxima de 150 (cento e cinqüenta) cilindradas, se motocicletas;

VIII – os veículo tipo “buggy” cujo modelo (kit) tenha mais de 10 (dez) anos de fabricação;

IX – os veículos pertencentes às sociedades de economia mista cujo acionista majoritário seja o Estado do Rio Grande do Norte ou qualquer um de seus Municípios;

X – os veículos com potência inferior a 50 (cinqüenta) cilindradas;

XI– os veículos movidos a motor elétrico;

XII – os veículos rodoviários empregados exclusivamente no transporte escolar, com capacidade para até 16 (dezesseis) passageiros, de propriedade de motorista profissional autônomo ou cooperativado, limitado a 01 (um) veículo por proprietário, desde que seja portador de concessão ou permissão da autoridade municipal competente e comprovadamente registrado na categoria de aluguel;

XIII – os veículos aquáticos que sejam destinados ao uso exclusivo de atividade pesqueira, limitado a 01 (um) veículo por proprietário, desde que seja portador de regularidade junto ao órgão de fiscalização competente.

XIV – motocicleta ou motoneta, com até duzentas cilindradas, quando destinada ao uso de pessoa natural, considerada como pequena proprietária, produtora ou trabalhadora rural, exclusivamente em atividade rural, limitado a um veículo por beneficiário.

Câmara Municipal de Natal aprova criação da “Comenda Marielle Franco” e sessão vira palco de tumulto e baixaria

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MARIELLE FRANCO: VEREADORA CARIOCA ASSASSINADA NO RIO DE JANEIRO VIRA NOME DE COMENDA EM NATAL

Tumulto e muita confusão marcaram a aprovação da “Comenda Marielle Franco” pela Câmara Municipal de Natal nesta quarta-feira, 17. A ideia de homenagear a vereadora carioca, que era militante do PSOL e foi assassinada no Rio de Janeiro em março de 2018, foi do vereador Raniere Barbosa, autor do Projeto de Resolução n° 9/2018, que criou a Comenda denominada de “Marielle Franco”, iniciativa que foi subscrita pela vereadora Divaneide Basílio (PT) e o Sindicato dos Servidores Municipais (Sinsenat) encampou a luta pela aprovação da homenagem à vereadora esquerdista.

A iniciativa de Barbosa desagradou o vereador Cícero Martins (PSL), que alegou que no Rio Grande do Norte há pessoas ilustres que mereciam ser homenageadas, até por também defenderem os direitos humanos.

O clima fechou quando Cícero Martins, que votou contrário ao texto original, propôs através de emenda que o nome do motorista de Marielle, Anderson Gomes, assassinado junto com a parlamentar, fosse incluído na homenagem, juntamente com o da policial Juliane dos Santos, assassinada no ano passado. Todavia, a proposição foi rejeitada e a redação original mantida.

“Acho que o motorista Anderson, morto no exercício do seu trabalho, não podia ser esquecido. Ele também é vítima, também foi fuzilado, também tem família. Por que só a vereadora deve ser lembrada? A PM Juliane dos Santos, que era negra, lésbica e de origem humilde, morreu depois de 24 horas de tortura. Juliane não merece uma homenagem? Enfim, me esforcei para melhorar o projeto”, justificou Cícero.

Com as galerias lotadas com defensores de cada uma das propostas, as discussões evoluíram para um tumulto generalizado e o presidente da sessão, vereador Ney Lopes Júnior, foi forçado a pedir a intervenção da Guarda Municipal, já que havia a denuncia de que tinham pessoas armadas no recinto.

Para manter a ordem e segurança dos presentes a Guarda dividiu as galerias da Câmara em 50% favoráveis a emenda de Cicero Martins e 50% contrários.

A COMENDA

A “Comenda Marielle Franco”, criada pela Câmara Municipal de Natal, é uma condecoração que será entregue anualmente com o objetivo de valorizar iniciativas sociais.

Raniere Barbosa justificou a sua iniciativa de criar uma comenda com o nome de Marielle Franco: “Direitos humanos são direitos constitucionais, amparados pela Constituição Federal, Tratados e Convenções Internacionais. São essenciais, irrenunciáveis e indispensáveis para uma vida digna. Aproveitamos, também, para enaltecer a vida, a coragem e o amor, que são as marcas da mulher incrível que foi Marielle; defensora dos direitos humanos, que se dedicou a construir um mundo mais justo”.