Dácio Galvão faz poesia para ouvir e dançar em “Poemúsicas 2”
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Nove anos depois de transpor seus versos para o Cd “Poemúsicas” (selo Nação Potiguar), o poeta e gestor cultural Dácio Galvão entrega novamente sua poesia para ser devorada por novos parceiros em experimentos sonoros, acordes e vozes em “Poemúsicas 2”, álbum com letras/poemas de sua autoria e interpretações de diversos convidados, que será lançado nesta quarta-feira (28) a partir das 18h no Solar Bela Vista.
A noite de lançamento será uma espécie de ocupação musical em torno do disco com as 19 faixas reinterpretadas pelo DJ Matheus Mendes, contando ainda com projeções e poemas visuais criados pelo próprio autor. O disco sai pelo selo Nação Potiguar, do Scriptorin Candinha Bezerra e Fundação Hélio Galvão.
“São dezenove faixas de muita curtição e sentimento”, define Dácio Galvão, que convocou para o segundo livro sonoro um time de peso para interpretar ou oralizar sua nova safra de poemas. O álbum conta com participações de cantores, compositores e instrumentistas de alto quilate e diferentes estéticas, que dialogam no compact disc em uma diversidade de experimentos musicais e ritmos entre nuances intimistas e dançantes. Há blues, reggae, frevo eletrizado, xote e sons experimentais.
Participam do Cd “Poemúsicas 2” Zeca Baleiro, Virgínia Rodrigues, José Celso Martinez Corrêa, Cida Moreira, José Roberto Aguilar, Bené Fonteles, Elba Ramalho, Tom Zé, Margareth Menezes, José Carlos Capinam, Antônio Cícero, as bandas potiguares DuSouto e Grafith. E ainda com vozes de Ciça Marinho, Alzira Espíndola, Ivanildo Vilanova, Luciana Alves, Márcia Short, Maria de Medeiros, Silvério Pessoa, Dominguinhos (em colaboração feita há alguns anos), Targino Gondin, Vânia Bastos. Há ainda músicos da calibragem de Hélio Delmiro, Nailor Proveta, Armandinho Macedo e Spok, que trazem para a obra o virtuosismo do improviso criativo na estética da bossa nova, fado, bolero, reggae, xote e outros sons.
Mais que um disco, “Poemúsicas 2” é a extensão semântica da obra poética do autor, que neste novo trabalho está ainda mais solto como letrista, servindo versos de alta musicalidade como se pode perceber em ‘Blues do Homem Cordial’: “E quando você não tem religião ou partido, apenas um blues, apenas um blues repartido entre uma ideologia saudosista e uma segunda-feira romântica…”
Segundo o poeta, o disco “Poemúsica 2” multiplica a ressignificação de conteúdos e formas linguísticos e visuais, pois “eles são articulados nos textos, inseridos em experimentos sonoros e em variados gêneros musicais”, explica. Estão presentes impressões textuais de Natal em Clarice Lispector, Mário de Andrade, Homero Homem de Siqueira… No pictural, aparecem Albert Eckhout, Franz Post, Abraham Palatnik, Wladimir Dias-Pino…
Segundo ainda o autor, a antropofagia é visitada “no Bárbaro primevo e contemporâneo. Presentes nos batuques primitivos do Zambê, nos ritmos do cancioneiro popular e na anti-música com ruídos e silêncios”. A memória aponta para a tradição, mas presente no território futurista da cidade que aspira a si mesma com paisagens, geografias humanas, memórias, num meta-ufanismo peculiar.
SERVIÇO:
Ocupação em torno do CD “Poemúsicas 2” (Nação Potiguar),
de Dácio Galvão. Quarta-feira, dia 28, a partir das 18hs
no Solar Bela Vista (av. Câmara Cascudo, Cidade Alta).
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