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Categoria: maio 31, 2018

RN deverá receber R$ 100 milhões para a Segurança Pública até o final de junho

SEGUNDO RAUL JUNGMANN GARANTIU AO DEPUTADO FEDERAL FÁBIO FARIA, REPASSE FEDERAL PARA O ESTADO DEVERÁ SER FEITO ATÉ O FINAL DE JUNHO

A Segurança Pública, setor no qual o Governo do RN vem unindo esforços constantemente para aumentar a qualidade dos serviços, deverá receber o montante de R$ 100 milhões para investimentos a curto prazo. A garantia veio após solicitação do secretário extraordinário de Gestão de Projetos do RN, Vagner Araújo, e do deputado federal Fábio Faria, durante uma audiência na tarde desta quarta-feira (30) com o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, em Brasília. A audiência foi viabilizada pelo parlamentar e a verba já estava garantida para reforçar o setor.

Para o governador Robinson Faria, “a notícia é fruto do trabalho do Estado que vem mantendo o diálogo com o Governo Federal para mudar o cenário delicado que se vê hoje no Rio Grande do Norte, e vem como um estímulo para que o governo estadual persiga a meta de oferecer sempre melhorias na Segurança Pública.

O secretário Vagner Araújo explicou que os recursos serão liberados fundo a fundo, uma forma mais rápida de chegar ao Rio Grande do Norte, de acordo com uma nova legislação que está sendo implantada. “Este auxílio, somado às ações que o Governo do Estado vem fazendo, vai permitir uma reestruturação geral das forças de segurança estadual para que possamos ampliar a capacidade operacional, as condições de trabalho dos policiais e o combate à violência”, disse.

Segundo o deputado Fábio Faria, o ministro se comprometeu a atender às reivindicações e garantiu o repasse até o fim de junho: ”O que já havíamos conseguido através do Ministério da Justiça, agora será feito através do Ministério da Segurança, e será essencial para auxiliar o estado a adquirir mais viaturas, armamentos, coletes, e investir na infraestrutura das polícias e do trabalho de inteligência em todo o estado”, ressalta Faria.

Investimentos ultrapassam o estipulado pela Constituição Federal 

A crise nacional pela qual passa a Segurança Pública atinge o Rio Grande do Norte de forma mais acentuada, dada a ausência de investimentos de décadas passadas. Para superar essa lacuna, o Governo do RN tem priorizado a valorização do profissional da área. Somente nesta gestão, cerca de R$ 2 milhões foram empregados em cursos para capacitação de centenas de agentes de segurança pública. Quatro reajustes do subsídio para os militares estaduais e outros quatro à Polícia Civil já foram concedidos. Mais de7 mil militares receberam promoção em suas carreiras, desde 2015; a demanda de promoções estava reprimida há 20 anos.

O Governo do RN investe em Segurança mais do que manda a Constituição Federal (9,5% da receita do Estado). Em 2017, por exemplo, o valor investido ultrapassou os 15%. Somando os valores investidos somente pelo programa Governo Cidadão, do Banco Mundial, o montante chega a quase R$ 65 milhões.

A Segurança Pública avançou em tecnologia: o sistema de rádio do CIOSP agora é digitalizado e criptografado, o que não permite invasões no sistema, tanto em Mossoró quanto em Natal.

Sistema prisional tem avanços significativos

No tocante ao sistema penitenciário, as melhorias vão desde a gestão da área até a modernização dos equipamentos prisionais. A Penitenciária Estadual de Alcaçuz foi reconstruída com uma verba de aproximadamente R$ 3 milhões, após ser totalmente destruída em uma rebelião no início de 2017. Hoje, o modelo seguido na unidade é destaque na imprensa nacional. O Governo elaborou e pôs em prática um plano diretor para o setor, com ações a curto, médio e longo prazo. E as obras no presídio de Ceará Mirim já estão quase concluídas, com um investimento de R$ 20 milhões para abrir 603 novas vagas.

Reforço chegou ao interior

Em 2017 foram mais de R$ 15 milhões investidos na compra de quase 200 novos veículos e na renovação da locação de mais 247. O Programa Ronda Cidadã foi implantado nas zonas Leste e Oeste de Natal e em Mossoró, com resultados expressivos de redução de Crimes Violentos Contra o Patrimônio (CVP) e de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI), em Mossoró.

Areia Branca, Assu, Itajá, Carnaubais, Areia Branca, Grossos, Tibau, Fernando Pedrosa, Pau dos Ferros e Caicó foram algumas das cidades que receberam novas viaturas com giroflex e/ou sistemas de comunicação, para assegurar melhorias na segurança.

Recado aos infiéis: prefeito Álvaro Dias mostra no Diário Oficial desta quinta que manda quem pode e obedece quem tem juízo

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PREFEITO ÁLVARO DIAS MANDA RECADO PARA PSEUDOS ALIADO ATRAVÉS DE EXONERAÇÕES NO DIÁRIO OFICIAL

Uma das mais hábeis raposas da política do Rio Grande do Norte, o prefeito Álvaro Dias começa a mostrar que “manda quem pode e obedece a quem tem juízo”: O Dário Oficial do Município saiu nesta quinta (31), recheado de exonerações de cargos comissionados – a maioria delas envolve  pessoas ligadas a vereadores rebeldes, que se posicionaram contra a orientação do Poder Executivo na votação sobre o aumento das tarifas de ônibus, realizada nesta quarta-feira na Câmara Municipal do Natal.

Segundo interlocutores próximos ao prefeito de Natal, não é apenas a questão envolvendo a postura de seus supostos aliados no Legislativo municipal que vem decepcionando o alcaide natalense. Dias, que trava uma luta intensa para eleger deputado estadual o seu filho, o jovem delegado da Polícia Civil, Adjuto Dias, espera reciprocidade de seus pares da política natalense.

Essa reciprocidade, no entanto, não está fluindo como deveria.

Embora não comente o assunto, Álvaro, com as exonerações que foram efetivadas, deixa um recado curto e grosso para os aliados de ocasião – “a gestão precisa ter governabilidade e governabilidade se obtém com aliados de fibra, tanto no plano político como no legislativo”.

De acordo com pessoas que gozam de proximidade com o prefeito, é provável que ele, nas próximas semanas, busque começar do zero o seu relacionamento com a Câmara Municipal, a partir da realização de uma “assepsia geral” entre os “aliados” que gostam do bônus de ser governo, mas não querem assumir o ônus do poder.

Especialista em Direito Eleitoral, advogado Erick Pereira acredita que maioria das pré-candidaturas deve cair dentro de um mês

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ERICK PEREIRA: “MUITO TEMPO AINDA TERÁ QUE PASSAR PARA QUE TENHAMOS UM LEGISLATIVO MAIS COERENTE, QUE DE FATO REPRESENTE A VONTADE POPULAR”

Doutor em Direito Constitucional e Eleitoral, o advogado Erick Pereira, em entrevista ao site especializado Direito Global, disse que as eleições 2018 não vão proporcionar uma significativa renovação no Poder Legislativo e prevê que a “maioria das pré-candidaturas, deverão cair dentro de um mês, quando serão substituídas pelos candidatos de fato”. Na sua opinião, apesar dos escândalos que atingiram e ainda atingem as principais lideranças políticas do país, a maioria do eleitorado deverá comparecer às urnas. O advogado também se posiciona contra o voto obrigatório. “Se votar é um direito do cidadão, não há porque ser obrigação. Se a lei permitisse, a maioria dos brasileiros não votaria”, explica.

Veja abaixo a entrevista na íntegra.

1 – Como experiente advogado na área eleitoral, como o senhor avalia a eleição presidencial deste ano? A mídia social terá muito valor na campanha dos candidatos?

EP – Penso que teremos eleições conturbadas em razão do contexto crítico que ora estamos vivendo. Infelizmente, tudo está a indicar que não será desta vez que o Poder Legislativo sofrerá uma necessária e urgente renovação, embora saibamos que muitas, talvez a maioria das pré-candidaturas, deve cair dentro de um mês, quando serão substituídas pelos candidatos de fato. Ainda estamos na fase de balões de ensaio, cooptações e tratativas. A mídia social, um fenômeno global, será extremamente importante nas eleições, mas é preciso muito cuidado com relação à produção crescente das chamadas “fake news”, geradoras de desinformação e conflitos.

2 – Depois de tantos escândalos envolvendo políticos, o senhor acredita que o eleitor irá comparecer às urnas e escolher seus candidatos? O índice de abstenção promete ser grande?

EP- Sim, apesar dos escândalos que atingiram e ainda atingem as principais lideranças políticas do país, penso que a maioria do eleitorado comparecerá, até porque ainda vivemos uma democracia imatura em que o voto é obrigatório. Isso não significa que temos uma boa participação política. Ao contrário, embora sejamos a quarta democracia do mundo em número de eleitores, nossa pífia participação política é revelada na dissociação entre a vontade popular e a vontade expressa pela maioria dos políticos no Congresso Nacional. As bancadas ruralista, empresarial, evangélica e da bala são exemplos do desvirtuamento da proporcionalidade parlamentar e da dissociação entre os representantes dos componentes programáticos de seus próprios partidos.

3 – O país não tem partidos políticos em demasia?

EP- Sim, o país abriga um excesso de partidos políticos, numa lista progressiva e preocupante, haja vista a existência de partidos ainda em fase de formação. No sistema proporcional de lista, a quantidade de cadeiras em disputa é diretamente proporcional a uma distribuição mais igualitária, aspecto que favorece a representação dos pequenos partidos, mas, em excesso, tende a aumentar a fragmentação parlamentar e dificultar a governabilidade, situação observada no Brasil. Além do mais, nossas listas partidárias são não ordenadas e se aplicam em distritos de grande magnitude, o que agrava a situação. No presidencialismo de coalizão que ora vivemos, é tarefa muito árdua alcançar a governabilidade mediante a formação de uma base majoritária, considerando-se que existem inúmeros partidos com programas multifacetados, o que facilita o abuso de práticas não republicanas, o fisiologismo, as barganhas entre Congresso e Executivo.

4 – A máquina de votar da Justiça Eleitoral é confiável?

EP- Sim, penso ser a máquina confiável, pois ela não tem ligação com a Internet, de modo que o rackeamento, ou modificações e alterações não autorizadas, não seria possível.

5 – O senhor é favorável ao voto obrigatório?

EP- Se votar é um direito do cidadão, não há porque ser obrigação. Se a lei permitisse, a maioria dos brasileiros não votaria. Por múltiplas razões: o descrédito nas instituições, a fadiga com um calendário eleitoral de breves interregnos, a falta de correlação entre voto e satisfação com o atual governo, a sensação de impotência de um eleitorado significativo que se percebe como não decisivo para o resultado das eleições.

6 – O senhor defende a transformação da Justiça Eleitoral em permanente?

EP- Não. Penso que uma estrutura permanente e fixa para a Justiça Eleitoral, embora hipoteticamente seja associada à celeridade nos julgamentos dos casos, não contribui para a diversificação e o aperfeiçoamento de uma instituição com fortes laços com a democracia. O amadurecimento de uma instituição com tais laços é mais facilmente alcançado quando sua rigidez e hermetismo são contrabalançados de modo a tornar-se permeável às exigências e transformações sociais do seu tempo.

7 – O Brasil será outro a partir das próximas eleições?

EP- Não, sou pessimista em relação a uma mudança significativa. Muito tempo ainda terá que passar para que tenhamos um Legislativo mais coerente, que de fato represente a vontade popular. Ainda convivemos com a realidade de grupos de uma elite privilegiada que conseguem ascender ao poder através de maior cooptação de investimentos, o que resulta em maior influência sobre o eleitor. Mas, não custa ser otimista. Apesar da imagem muito desfavorável que os nossos políticos ora gozam, a política é um ofício essencial às sociedades, especialmente as democráticas. Não custa lembrar que a as normas que regem a vida nas comunidades têm origem na sociedade e não no Parlamento. Portanto, não podemos desistir da política como forma de discussão, expressão e deliberação dos direitos e deveres dos cidadãos – ela persiste como o meio viável de introdução de mudanças, ainda que eventualmente seja praticada por um sistema político-partidário enfermo. Como observou Max Frisch, “quem não se ocupa de política já tomou a decisão política de que gostaria de ter se poupado: serve ao partido dominante”.

8 – Por que somente no Brasil tem Justiça Eleitoral?

EP- Nosso sistema eleitoral tem uma natureza atípica e complexa, o que forçou a criação de uma Justiça Eleitoral especializada. Penso que as peculiaridades dessa Justiça fortalecem a credibilidade nela depositada, a exemplo da obediência ao princípio da temporariedade de seus membros, escolhidos para um biênio, com renovações; a celeridade dos ritos, o investimento tecnológico nos processos de votação e apuração; a competência para responder a consultas sobre matéria eleitoral; a emissão de resoluções normativas que regulam as eleições com força de lei.

9 – Que mudanças o senhor faria para melhorar a Justiça Eleitoral?

EP- Em termos específicos de melhorias em curto prazo, aumentaria a composição do tribunal para 11 ministros, além de ampliar suas competências para que o tribunal tivesse condições para funcionar constantemente e não só em períodos eleitorais.

10 – Qual a sua opinião sobre o horário gratuito eleitoral? E sobre o fundo partidário?

EP- O horário eleitoral gratuito no rádio e TV, o qual deveria servir principalmente para proporcionar visibilidade aos novos candidatos e aos programas partidários, ainda é fugaz, precário e insuficiente para alavancar candidaturas. Quanto ao fundo partidário, creio ser excessivamente generoso para um país não desenvolvido e de economia tão instável como o Brasil. Ao fundo partidário são somadas as doações de pessoas físicas e a cessão do horário eleitoral gratuito no rádio e TV. Pena que tenhamos escolhido caminho diverso, na contramão da maioria de países democráticos que adotam modelos variados de financiamento privado. Preferimos não confiar nos órgãos de fiscalização e deduzir que, uma vez que as grandes financiadoras do processo legislativo sejam proibidas de fazer doações a candidatos “promissores”, os gastos das campanhas serão comedidamente nivelados e a corrupção será desestimulada.