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Categoria: abril 17, 2018

Assaltante morre e outro é preso após tentativa de roubo no Alecrim na manhã desta terça-feira (17)

UM ATIRADOR DESCONHECIDO REAGIU ATINGINDO UM DOS SUSPEITOS. (FOTO: CÉSAR CRISTIAN)

Um assaltante ainda não identificado morreu e outro foi preso depois de uma tentativa de roubo, na manhã desta terca-feira (17), na rua Nossa Senhora de Fátima, no bairro Alecrim, zona Leste de Natal. Um atirador desconhecido reagiu atingindo um dos suspeito.

De acordo com a polícia a dupla estava sendo acompanhada por uma guarnição e ao chegar no endereço os criminosos tentaram roubar uma motocicleta, mas um homem desconhecido flagrou a ação e atirou. O outro suspeito foi preso por uma equipe da Rádio Patrulha do 1° Batalhão.

Portal BO

STF julga hoje denúncia contra Aécio; leia o que delações dizem do tucano

SENADOR É ALVO DE 9 INQUÉRITOS NO STF. SENADOR, TEM DIREITO AO FORO PRIVILEGIADO.(FOTO: SERGIO LIMA)

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) é investigado em 9 inquéritos no STF (Supremo Tribunal Federal). As acusações contra o tucano são fruto principalmente de delações de executivos do Grupo J&F, da Odebrecht e do ex-senador Delcídio do Amaral (PT-MS) firmadas com o MPF (Ministério Público Federal). O político nega todas as acusações.

Um dos inquéritos contra o senador será analisado nesta 3ª (17.abr.2018) pela 1ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal). Neste caso, o tucano é acusado de ter pedido R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista para pagar a defesa na Lava Jato. Veja abaixo os casos e trechos de delações que incriminam o senador Aécio Neves e deram abertura a inquéritos no STF:

1- EMPRÉSTIMO DE R$ 2 MILHÕES

O inquérito foi aberto após delações premiadas de executivos do Grupo J&F. O tucano é acusado de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e obstrução das investigações da Lava Jato. Em delação, o empresário Joesley Batista disse que Aécio Neves e pessoas ligadas a ele fizeram sucessivos pedidos de dinheiro de 2014 a 2017. As revelações originaram a operação Patmos, deflagrada em 18 de maio de 2017.

Em trecho, que deu abertura ao inquérito julgado nesta 3ª feira pelo STF, Joesley afirmou ter sido procurado por Andrea Neves, irmã de Aécio, a pedido do tucano. Andrea fez o pedido de R$ 2 milhões para pagar a defesa do irmão na Lava Jato.

“Eu estava até na escola, um projeto social nosso, aí chegou a pessoa e se apresenta como Andrea Neves, a irmã do Aécio. Aí ela foi lá e disse que o Aécio mandou me procurar e tal, e precisava de R$ 2 milhões pra pagar advogado e que seriam advogados que a gente já trabalhava. Aí tomei nota lá, falei: me da seu numero aqui, deixa eu pensar”, disse o delator.

Passado um tempo, Joesley conta que Frederico de Medeiros, primo de Aécio, procurou o ex-diretor da JBS Ricardo Saud para acertar a forma de pagamento. Ambos tentavam fazer contratos para dar “ar de legalidade” ao pagamento. Após acertarem, Ricardo cobrou Joesley.

“Aí foi quando eu falei: Ricardo é o seguinte, eu só converso esse assunto com o Aécio, eu não conheço a irmã dele, ele manda a irmã dele num sábado me procurar. Se o Aécio falar comigo eu posso pensar o que fazer, mas se o Aécio não falar comigo, eu não vou fazer”, afirmou Joesley.

O empresário disse que se encontrou com Aécio no dia 24 de março de 2017, no Hotel Unique, em São Paulo.

“Basicamente na conversa com o Aécio, 1º ele se mostrou incomodado com a delação da Odebrecht, depois ele fez comentários em relação a necessidade que ele tinha conversado com o Rodrigo [Maia], que eu não conheço, com o presidente Michel, que tinha que aprovar a lei de abuso a autoridade, aprovar caixa 2, pra ele poder resolver os problemas”, disse Joesley.

“Resolvendo ali, ele [Aécio] disse que o Fred ia cuidar disso. Terminando a história dos R$ 2 milhões, que ia ser 4 pagamentos de R$ 500 mil por semana”, conta.

Além da delação, Joesley entregou 1 áudio que contém a conversa do dia que se encontrou com Aécio e acertou o pagamento. Leia trecho da conversa:

Aécio: como é que a gente combina?
Joesley: tem que ver, você vai lá em casa ou…
Aécio: o Fred
Joesley: se for o Fred, eu ponho 1 menino meu pra ir. Se for você, sou eu. Só Eu só faço desse jeito.
Aécio: pode ser desse jeito.
Joesley: entendeu? tem que ser entre 2, não dá pra ser…
Aécio: tem que ser 1 que a gente mata ele antes dele fazer delação.
Joesley: eu e você. Pronto. Ou o Fred e 1 cara desses… pronto.
Aécio: vamos combinar o Fred com 1 cara desse. Porque ele sai de lá e vai no cara. Isso vai me dar uma ajuda do caralho”.

Após o acordo, o dinheiro teria sido pago a Frederico Medeiros e Mendherson Lima, ex-assessor do senador Zezé Perrella (PMDB-MG), em 4 parcelas de R$ 500 mil cada – em 5, 12 e 19 de abril e em 3 de maio de 2018. Os repasses foram feitos por Ricardo Saud. Uma das entregas foi filmada pela PF (Polícia Federal) em uma das chamadas “ações controladas”. Ao rastrear às cédulas, a PF teria descoberto que as notas foram depositadas em uma empresa do filho do senador Zeze Perrella (MDB-MG), Gustavo Perrella.

2 – PAGAMENTO DE PROPINA

O inquérito investiga outro trecho da delação de Joesley Batista, desta vez, sobre outros pagamentos indevidos ao tucano. Na delação, Joesley afirma que Aécio teria recebido R$ 60 milhões em 2014 quando disputou a Presidência. Em 2015, o tucano. teria voltado a pedir dinheiro. O delator afirma que no episódio, a JBS fez a compra de 1 prédio por R$ 17 milhões para gerar pagamento de propina ao tucano.

“A gente comprou este imóvel em Belo Horizonte de uma pessoa ligada a ele[Aécio], 1 amigo dele que tem esse imóvel. Aí esse dinheiro deve ter chegado na mão dele de alguma forma”, disse Joesley em delação.

Posteriormente, Joesley afirma que Aécio pediu mais R$ 5 milhões.

“Quando foi em 2016, 1 dia na casa dele, ele [Aécio] me pediu R$ 5 milhões e eu não dei. Logo começou as investigações em cima de mim, eu até chamei esse amigo dele, o Flávio Carneiro. Pedi para o Flávio, pedi a ele, para pelo amor de Deus parar de me pedir dinheiro, porque eu já estava sendo investigado”, disse o empresário.

Outro fato, diz respeito ao mesmo dia em que Andrea Neves procurou Joesley para pedir os R$ 2 milhões investigado em outro inquérito. Andrea havia pedido também R$ 40 milhões para comprar apartamento de sua mãe, no Rio de Janeiro. O empresário disse que se Aécio Neves indicasse Aldemir Bendine, ex-presidente da Petrobras, para a presidência da Vale do Rio Doce, conseguiria resolver “o problema” dos R$ 40 milhões. Mas, segundo Joesley, a operação não se concretizou.

3 – CAIXA 2 PARA ANASTASIA EM 2010

O inquérito  apura pedidos de doações por parte de Aécio Neves para campanha de Antonio Anastasia ao governo de Minas Gerais, em 2009.

Em delação, o ex-superintendente da Odebrecht em Minas Gerais Sérgio Luiz Neves disse que, em junho de 2009, o ex-presidente da Odebrecht Benedicto Junior o procurou afirmando que havia acertado com Aécio apoio para a pré-campanha de Anastasia.

“Me indicou que o valor que a empresa iria contribuir era no valor de R$1,8 milhões e que deveria ser feito via 1 contrato com o marqueteiro do Aécio, que era o Paulo Vasconcelos do Rosário. Eu elaborei na sequência esse contrato e esse contrato contemplava 12 parcelas de R$ 150 mil. […] Os valores começaram a ser pagos em julho de 2009 e concluíram em julho de 2010, então foram pagos integralmente sem que nenhum serviço tivesse sido prestado”, disse Sérgio em trecho da delação.

Em outro momento, Sérgio Luiz Neves afirma que houve outras negociações de repasses em 2010.

“No 2º trimestre de 2010, Benedicto me comunicou que atendendo ao pedido do Aécio a empresa decidiu efetuar contribuições para a campanha de Antonio Anastasia para o governo de Minas”, disse o delator.

Segundo ele, o repasse foi de R$ 5.475.000, mas além disso, houve doações oficiais de aproximadamente R$ 2,2 milhões.

Além da delação de Sérgio Luiz Neves, delação do ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura Benedicto Júnior também confirmaram os repasses.

4 – CAIXA 2 PARA CAMPANHA DE AÉCIO

O inquérito  apura doações antecipadas da Odebrecht à campanha de Aécio Neves à Presidência em 2014 por meio de caixa 2. As delações do ex-presidente da construtora Odebrecht Benedicto Junior, do ex-superintendente da Odebrecht em Minas Gerais Sérgio Luiz Neves, do empresário Marcelo Odebrecht e do ex-diretor da Odebrecht Cláudio Melo Filho citam o caso.

Benedicto Junior disse, em delação, que foi procurado por Aécio Neves no início de 2014 para que a Odebrecht repassasse R$ 6 milhões à PVR, empresa responsável pela campanha do tucano naquele ano.

“Eu concordei e disse ao senador que o meu executivo em Belo Horizonte, Sérgio Neves, iria procurar o Paulo Vasconcelos [dono da PVR] para tratar desse contrato, desse pagamento”, disse.

Já Sérgio Luiz Neves disse que foi procurado por Benedicto Junior em 2014. Benedicto pediu dinheiro para campanha de Aécio.

“Já em 2014, de igual forma, Junior [Benedicto Junior] me liga, no inicio janeiro ou fevereiro de 2014, informando que havia acertado com Aécio também a contribuição no valor de R$ 6 milhões para a campanha de Aécio a Presidência”, afirmou.

Benedicto disse que Sergio Neves marcou as reuniões com Paulo Vasconcelos para discutir o assunto.

“O Sérgio acertou o contrato de R$ 6 milhões com 2 pagamentos iniciais: R$ 1,5 milhão e R$ 1,5 milhão, que foram feitos efetivamente. E o restante, acabamos não pagando. Então, dos R$ 6 milhões pedidos, nós demos R$ 3 milhões e pagamos. O Sérgio fez pagamento oficial à PVR”, disse.

5 – CAIXA 2 PARA ALIADOS

O inquérito apura pedidos de doações para campanha presidencial de Aécio Neves e de aliados em 2014. Em delação, o empresário Marcelo Odebrecht afirma que se reuniu com Aécio Neves em sua casa. O empresário ainda apresentou registro da entrada do tucano que teria ocorrido no dia 26 de maio de 2014.Segundo Marcelo Odebrecht, Aécio teria pedido doações via caixa 2 no valor de R$ 5 milhões a R$ 6 milhões.

“Em 26 de maio de 2014, em encontro em minha casa, acertei com Aécio pagamento mensais para o PSDB, que pelo que me recordo, foi no montante de R$ 500 mil, para bancar os gastos pré-campanha, sendo que coube a Benedicto Júnior a acertar os detalhes como estes pagamentos dariam. Posteriormente, de forma oficial para Aécio, por conta de sua campanha para presidente de 2014, aproximadamente R$ 5 milhões”, disse o empresário.

Marcelo Odebrecht disse ainda que, faltando 15 dias para o 1º turno das eleições, Aécio pediu mais R$ 15 milhões.

“Combinei com Aécio que parte deste pagamento seria direcionado diretamente a outras candidaturas que ele havia se comprometido a apoiar”, relata o delator.

O ex-executivo da Odebrecht Sérgio Neves afirmou, em delação, que entregou valores, dentro de uma mochila, por indicação de Aécio, a Oswaldo Borges, ex-presidente da Codemig (Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais).

“Me reuni com o Oswaldo, que me deu a orientação relativa aos R$ 3 milhões que me pediram pra coordenar com ele. Ele me indicou que R$ 2 milhões deveriam ser para o Pimenta da Veiga, R$ 500 mil para o Anastasia, e R$ 500 mil para o próprio Aécio”, disse Sérgio.

Segundo Sérgio, a parte de Aécio foi entregue numa concessionária.

“Chegando na concessionária, o Oswaldo estava me aguardando no estacionamento. Eu indiquei a ele que o valor estava no bagageiro. Ele pegou a mochila, colocou no porta-malas do carro dele e aí acertou”, relatou.

6 – USINAS E ENERGIA

No inquérito , Aécio Neves é investigado por ter recebido vantagens indevidas em troca de acordos no setor energético. O senador teria ajudado as construtoras Odebrecht e Andrade Gutierrez a conseguir empreendimentos como o do Rio Madeira e as Usinas Hidrelétricas Santo Antônio e Jirau.

Em delação premiada, o ex-vice-presidente da Odebrecht Henrique Valladares disse que acertos de pagamentos foram feitos em reunião em 2008, quando Aécio Neves era governador de Minas Gerais.

“Na despedida [da reunião], o governador Aécio Neves disse a mim: ‘Olha Henrique, o Dimas Toledo, ex-diretor de Furnas, nosso amigo comum, vai lhe procurar’. Simplesmente isso. E se despediu de mim”, disse.

Henrique Valladares disse que, após entrar no carro, o empresário Marcelo Odebrecht disse que tinha acertado 1 pagamento de R$ 50 milhões de forma proporcional a Aécio Neves.

“Ou seja, R$ 30 milhões por parte da Odebrecht e R$ 20 milhões por parte da Andrade Gutierrez”, explicou Valladares.

Henrique Valladares diz que posteriormente, Dimas Toledo, acertou que os R$ 30 milhões da Odebrecht seriam pagos em vários repasses mensais, de R$ 1,5 milhão a R$ 2 milhões, em contas de outras pessoas, empresas e investimentos no exterior.

“[Marcelo Odebrecht me] disse: Henrique, isso é ajuda que a empresa vai dar ao governador. Ajuda política. Ou outro termo do gênero. Então eu entendi que a Odebrecht estaria estaria fazendo para o governador Aécio Neves uma doação, via caixa 2″, disse Henrique Valladares.

7 – CIDADE ADMINISTRATIVA

No inquérito , Aécio Neves é acusado de ter organizado em 2007, em seu 2º mandato de governador de Minas Gerais, 1 esquema para fraudar licitações. O esquema envolvia a organização de 1 cartel de empreiteiras, na construção da Cidade Administrativa de Minas Gerais. O consórcio da obra foi liderado pela construtora Odrebrecht.

Em troca, a Odebrecht pagou a Aécio 3% sobre o valor total das obras, que representou mais de R$ 5 milhões. A licitação do empreendimento teve custo final superior a R$ 2 bilhões.

Em delação, o ex-presidente da Odebrecht Benedicto Junior disse como ocorreu o início da participação da construtora no esquema.

“No início de 2007, eu fui chamado para reunião com o governador Aécio Neves onde ele me informou que iria dar inicio ao processo de licitação da sede administrativa do governo de Minas Gerais. E me informou que a Odebrecht participaria dessa licitação e me pediu para procurar uma pessoa de nome Oswaldo Borges, que naquela época era presidente da Codemig, para que a gente fizesse tratativas, de que forma a Odebrecht iria participar”, disse.

Benedicto afirma que pediu a Sérgio Neves para procurar Oswaldo para acertar os detalhes e o valor da propina.

“Nós fizemos pagamentos, ao longo da vida do contrato, da ordem de 3%, que da nossa parte representam 5,2 milhões de reais. Os pagamentos foram feitos através do nosso setor de operações estruturadas, aonde o Sérgio encaminhava os pedidos, e as pessoas faziam os pagamentos nos locais indicados pelo dr. Oswaldo Borges”, disse.

8 – O CASO FURNAS

O inquérito apura influência do PSDB, por intermédio do senador Aécio Neves, na direção de Furnas, empresa subsidiária da Eletrobras, juntamente com o PP. Em delação, Marcelo Odebrecht fala sobre sua relação com Aécio Neves e sobre a influência do senador sob a diretoria de Furnas, principalmente sob Dimas Toledo, diretor de Planejamento, Engenharia e Construção da companhia em 2003. No inquérito, Dimas é apontado como operador no esquema de corrupção que captava recursos que eram divididos entre Aécio e o PT.

“A relação com a Aécio começou no início de 2001, ele ainda era deputado federal. Nesse 1º instante, não apenas Aécio, mas o PSDB, mesmo no início do governo Lula, tinha uma influência grande no setor elétrico. Por alguma razão, que a gente não sabe precisar o porquê, mas Furnas continuava sob forte influência do PSDB/Aécio Neves na diretoria do Dimas”, disse Marcelo Odebrecht.

As delações do doleiro Alberto Youssef, do ex-senador Delcídio Amaral (PT-MS) e do lobista Fernando Moura também confirmam a influência. Delcídio do Amaral disse que o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), recebeu propina no esquema de corrupção em Furnas.

“Questionado ao depoente quem teria recebido valores de Furnas, o depoente disse que não sabe precisar, mas sabe que Dimas operacionalizava pagamentos e um dos beneficiários dos valores ilícitos sem dúvida foi Aécio”, cita trecho da delação de Delcídio.

Segundo Delcídio, o esquema em Furnas atendia também a interesses do PP, por meio do deputado José Janene, e do PT, a partir de 2002.

“O próprio PT recebeu valores, mas [Delcídio] não sabe ao certo quem os recebia e de que forma”, informa a delação.

9 – CPI DOS CORREIOS

O inquérito  foi aberto com base na delação do ex-senador Delcídio do Amaral (PT-MS). De acordo com Delcídio, Aécio Neves atuou para maquiar dados do Banco Rural no escândalo do Mensalão. As informações tinham sido obtidas pela CPI dos Correios por meio da quebra de sigilos. A medida comprometeria vários políticos tucanos, entre eles, o próprio Aécio.

Delcídio, que presidiu a CPI dos Correios, disse que uma pessoa, a pedido de Aécio, pediu que o prazo de entrega da quebra dos sigilos do Banco Rural fosse ampliado para “maquiar os dados”.

“A maquiagem consistiria em apagar dados bancários comprometedores que envolviam Aécio Neves, Clésio Andrade, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Marcos Valério ‘e companhia’”, diz a delação de Delcídio.

Delcídio afirma, ainda, que a estratégia ocorreu devido ao fato de que “a gênese do mensalão teria ocorrido em Minas”.

Poder

Operação do MPRN, Força Nacional e Polícia Civil prende integrantes de milícia no RN, RJ e MG

MANDADOS DE PRISÃO FORAM CUMPRIDOS NESTA TERÇA (17). GRUPO É SUSPEITO DE DEZENAS DE ASSASSINATOS NA GRANDE NATAL

Uma ação conjunta do Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), da Força Nacional e da Polícia Civil potiguar cumpriu oito mandados de prisão na manhã desta terça-feira (17) em Ceará-Mirim, na Grande Natal, e ainda no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. Os alvos dos mandados são suspeitos de integrarem uma milícia que, segundo as investigações, é responsável por dezenas de assassinatos. As prisões são temporárias por 30 dias e podem ser prorrogadas.

A ação é fruto de um trabalho investigativo do MPRN e da Força Nacional que foi iniciado depois da morte do sargento PM Jackson Sidney Botelho, em 20 de fevereiro do ano passado, em Ceará-Mirim. Segundo apurado na investigação, após a morte do sargento, “o que viu foi um verdadeiro e trágico banho de sangue, resultando nas mortes brutais de 12 pessoas em pouco mais de 48 horas, fato que ganhou grande repercussão regional, estadual e até em âmbito nacional”.

O trabalho em conjunto deflagrado nesta terça-feira teve o apoio da Divisão Especializada em Investigação e Combate ao Crime Organizado (Deicor), da Polícia Civil. Dos mandados expedidos, seis foram cumpridos em Ceará-Mirim. As outras duas prisões aconteceram no Rio de Janeiro e em Minas Gerais.

As prisões temporárias foram pedidas por serem imprescindíveis às investigações e para evitar que o grupo ameace testemunhas. Os oito homens ficarão presos em unidades do sistema prisional potiguar.

Chefe preso
Em uma ação conjunta do MPRN e da Força Nacional realizada em 3 de fevereiro passado, o policial militar Erinaldo Ferreira de Oliveira foi preso por suspeita de chefiar a mesma milícia com atuação em Ceará-Mirim. Segundo as investigações, Naldão, como é conhecido o PM, assumiu a chefia da milícia após a morte do sargento PM Jackson Botelho.

Na denúncia que resultou na prisão de Naldão, o MPRN detalha o relatório das investigações e aponta que, dentre os mais de 100 inquéritos policiais instaurados com o objetivo de apurar os crimes em Ceará-Mirim, 74 possuem a mesma dinâmica criminosa: os executores utilizam motos ou carros, balaclavas e roupas escuras, efetuam disparos em quantidade excessiva e em especial na região cervical da vítima, ameaçam as testemunhas presentes e fogem sem deixar qualquer vestígio.

Ainda segundo as investigações, as informações obtidas pelo MPRN reforçam que a organização criminosa atua na prestação de serviços de segurança privada e ainda na “eliminação” de pessoas ditas ou por eles consideradas como “bandidos”, promovendo aparente sensação de paz social, “regada pelo assassinato brutal de vários homens e mulheres”.
Além das evidências e informações obtidas junto às testemunhas sobre a atuação do grupo, a denúncia também engloba inquérito policial para apurar as circunstâncias do assassinato de Aluísio Ferreira da Costa Neto e a tentativa de homicídio contra Wgleiby Barbosa de Góis, fatos ocorridos no dia 3 de agosto de 2017.
Aluísio Ferreira era um conhecido integrante do grupo criminoso, sendo um dos supostos autores da chacina ocorrida na cidade após a morte do sargento Jackson Botelho. A motivação do crime teria sido queima de arquivo. Além de Erinaldo, outros cinco homens foram denunciados pelo MPRN por envolvimento com a morte de Aluísio Ferreira.
Naldão foi denunciado pelos crimes de homicídio qualificado mediante promessa de recompensa ou por motivo torpe, com pena 12 a 30 anos de reclusão, podendo ser aumentada em um terço por ter sido praticada por milícia privada; e de comércio ilegal de arma de fogo, com plena de reclusão de 4 a 8 anos e multa.

Marco Aurélio Mello será relator de denúncia contra Bolsonaro

DEPUTADO É ACUSADO E RACISMO DURANTE PALESTRA MINISTRADA POR ELE NO RIO DE JANEIRO. (FOTO:SERGIO LIMA/PODER 360)

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello será o relator de uma denúncia contra o deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ). O caso será julgado na 1ª Turma, composta por Alexandre de Moraes (presidente), Marco Aurélio, Luís Roberto Barroso e Rosa Weber e Luiz Fux.

Se a maioria do colegiado votar pelo recebimento da denúncia, Bolsonaro se tornará réu e responderá a uma ação penal. Não há data para o julgamento. A PGR (Procuradoria-Geral da República) denunciou na 6ª feira (13.abr.2018) ao STF o deputado e pré-candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL-RJ) por racismo contra quilombolas, indígenas, refugiados, mulheres e LGBTs.

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, se baseou em uma palestra dada por Bolsonaro no Clube Hebraica do Rio de Janeiro, em abril do ano passado.

De acordo com a denúncia, o deputado “usou expressões de cunho discriminatório, incitando o ódio e atingindo diretamente vários grupos sociais”. Dodge avalia a conduta de Bolsonaro como “ilícita, inaceitável e severamente reprovável”.

Para a PGR, “o discurso transcende o desrespeito aos direitos constitucionais dos grupos diretamente atingidos e viola os direitos de toda a sociedade”. Leia a íntegra da denúncia.

Se condenado, o deputado poderá cumprir pena de 1 a 3 anos de reclusão. Bolsonaro já responde a duas ações penais no STF por injúria e apologia ao crime.

O QUE DISSE BOLSONARO

Confira os trechos da palestra proferida por Bolsonaro que são destacados por Dodge na denúncia:

12:05 – “Eu tenho 5 filhos. Foram 4 homens, a quinta eu dei uma fraquejada e veio uma mulher

16:00 – “A área mais rica do mundo está exatamente demarcada como terra indígena, uma área maior que a região do Sudeste é demarcada como terra indígena. Tive em Roraima. Uma das acusações que recebo é ‘Xenófobo!’. […] E eu sou contra estrangeiros aqui dentro.

17:16 – “Dentro de Roraima, os senhores acham aqui tudo que existe na tabela periódica […], além de demarcação como terra indígena, o que que eles fizeram lá? O único rio lá que se poderia fazer três hidrelétricas, o pessoal encheu de índio. Hoje você não pode fazer uma hidrelétrica.”

23:05 – “E voltamos aqui pra questão da xenofobia, né. Nós não podemos abrir as portas do Brasil pra todo mundo. Então aí o Trump […] está preservando o seu país.”

37:12 – “Aqui apenas são as reservas indígenas no Brasil. Onde tem uma reserva indígena, tem uma riqueza embaixo dela. Temos que mudar isso daí. Mas nós não temos, hoje em dia, mais autonomia para mudar isso daí. Entregou-se tanto a nossa nação que chegamos a esse ponto, mas dá pra mudar nosso país. Isso aqui é só reserva indígena, tá faltando quilombolas, que é outra brincadeira. Eu fui em um quilombola em El Dourado Paulista. Olha, o afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada! Eu acho que nem para procriador eles servem mais. Mais de um bilhão de reais por ano gastado com eles. Recebem cesta básica e mais material em implementos agrícolas. Você vai em El Dourado Paulista, você compra arame farpado, você compra enxada, pá, picareta por metade do preço vendido em outra cidade vizinha. Por que? Porque eles revendem tudo baratinho lá. Não querem nada com nada.

48:13 – “Nós não temos 12 milhões de desempregados, nós temos 40 milhões, porque eles consideram quem bolsa-família como empregado. Só aí, só aí nós temos praticamente 1/4 da população brasileira vivendo às custas de quem trabalha. Alguém já viu um japonês pedindo esmola por aí? Porque é uma raça que tem vergonha na cara. Não é igual essa raça que tá aí embaixo ou como uma minoria tá ruminando aqui do lado.

49:25 – “Se eu chegar lá, não vai ter dinheiro pra ONG, esses inúteis vão ter que trabalhar. […] Não vai ter um centímetro demarcado pra reserva indígena ou pra quilombola.

51:44 – “Se um idiota num debate comigo, caso esteja lá, falar sobre misoginia, homofobia, racismo, baitolismo, eu não vou responder sobre isso”

55:37 – “Tá pra ser transformado em lei o novo Código de Imigração. Tomem conhecimento. Qualquer estrangeiro ou até um monte de estrangeiro… Se alguém quiser pegar um navio e encher de haitiano, de angolano, de chinês, japonês, seja lá o que for. Japonês não vem pra cá não, tá. E jogar no porto aqui, dez mil aqui. O pessoal, ele fala, ‘eu sou refugiado’, passa a ter direito a abrir conta em Banco do Brasil e Caixa Econômica, com menos diligências do que qualquer um de nós brasileiros. Passa a ter direito a Sistema Único de Saúde gratuito […]

56:44 – “O que que a Venezuela tá fazendo? Tá enchendo as suas ambulâncias e carros com pessoal idoso ou doença de alta complexidade e desovando nos hotéis, nos hospitais e postos de saúde de Roraima. E o que o governo brasileiro faz? Não faz nada. Tem que fazer alguma coisa. Se aceita, vamos criar campos de refugiados. Se aceita… Se não aceita, devolve. O Brasil não pode se transformar na casa da mãe Joana. Não pode a decisão de um governo acolher todo mundo de forma indiscriminada. Não tem problema vir pra cá quem quer que seja, mas tem que ter um motivo e um levantamento da vida pregressa dessas pessoas.

58:05 – “Não sabemos ainda o nosso futuro, dada a quantidade de estrangeiro que estão aqui dentro. Lógico, eu não generalizo. Mas dentre esses uma minoria que pode fazer um estrago muito maior do que nós enfrentamos, em especial de 66 a 73, numa luta armada e na guerra e guerrilha dentro do nosso Brasil.

Poder

Em carta, Lula se diz injustiçado e desafia Lava Jato

Preso em Curitiba desde o último dia 7 de abril para cumprir doze anos e um mês de prisão a que foi condenado na Operação Lava Jato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva endereçou uma mensagem à militância que o apoia na qual se diz “indignado” e volta a desafiar a força-tarefa da Lava Jato, o juiz federal Sergio Moro e o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) a provarem sua culpa no caso do tríplex do Guarujá.

Na carta aos militantes do PT e de movimentos sociais e sindicais que estão acampados em frente à sede da Superintendência da Polícia Federal na capital paranaense, onde está detido, Lula afirmou ter “certeza que não está longe o dia em que a Justiça valerá a pena”.

“Continuo desafiando a Polícia Federal da Lava Jato, o Ministério Público da Lava Jato, o Moro e a segunda instância a provarem o crime que alegam que eu cometi. Continuo acreditando na Justiça e por isso estou tranquilo, mas indignado como todo inocente fica indignado quando é injustiçado”, diz o ex-presidente no texto, divulgado também em suas contas no Facebook e Twitter.

A mensagem foi divulgada por Lula um dia antes da vistoria que senadores integrantes da Comissão de Direitos Humanos do Senado farão na cela onde o petista está preso. A visita, marcada para esta terça-feira (17), foi autorizada nesta segunda-feira pela juíza Carolina Moura Lebbos, responsável pela execução penal do ex-presidente.

A lista de parlamentares apresentada à magistrada é composta de nomes alinhados ao petista: Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Regina Sousa (PT-PI), Angela Portela (PT-RR), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Fátima Bezerra (PT-RN), Lindbergh Farias (PT-RJ), Telmário Mota (PTB-RR), Paulo Paim (PT-RS), Jorge Viana (PT-AC) e Paulo Rocha (PT-PA).

Ainda nesta segunda-feira, os organizadores da mobilização nas imediações da sede da PF em Curitiba participaram de uma reunião com representantes da Secretaria de Segurança do Paraná, da prefeitura de Curitiba e da Polícia Militar, entre outros, na qual se definiu que o acampamento de apoio a Lula mudará de lugar. Permanecerão nas proximidades da Superintendência da Polícia Federal apenas quatro tendas, em um terreno particular, com estrutura para dar suporte aos manifestantes.

A secretaria e os militantes do PT e movimentos aliados, contudo, divergem em relação ao local para onde o acampamento será transferido. Segundo o governo paranaense, o local determinado para pernoite dos militantes é o Parque do Atuba, a 3 quilômetros da sede da PF. Segundo os organizadores da mobilização, a nova localidade será definida amanhã, “de acordo com as possibilidades legais oferecidas”.

Veja

Comissão de Saúde da CMN visita a UPA de Cidade Satélite

DURANTE A VISITA, OS VEREADORES CONSTATARAM A FALTA DE FUNCIONAMENTO DA PEDIATRIA POR FALTA DE PROFISSIONAIS. (FOTO: VERÔNICA MACEDO)

A Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Natal realizou uma visita surpresa na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), do conjunto Cidade Satélite. Durante a visita, os vereadores constataram a falta de funcionamento da pediatria por falta de profissionais e fizeram um apelo para que os aprovados no último concurso temporário da saúde para que fiquem atentos às convocações feitas pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) por meio do Diário Oficial do Município (DOM).
A vereadora Carla Dickson (PROS), integrante da Comissão, se disse surpresa com a qualidade do atendimento prestado na unidade, mas lamentou a falta de funcionamento dos serviços de pediatria por falta de enfermeiros e de técnicos de enfermagem. Ela lembrou que há duas semanas os aprovados no último concurso temporário estão sendo convocados, mas que ninguém compareceu para assumir e convocou a população para acompanhar o Diário Oficial do Município.
“A análise da visita é positiva em vista que tivemos aqui na inauguração cerca de seis meses atrás. E hoje chegamos aqui sem avisar, em pleno funcionamento, e encontramos quase todos os setores em pleno funcionamento. Está faltando apenas a pediatria e não é por falta de médico, e sim por falta de auxiliares de enfermagem e enfermeiros. Faço um apelo para que as pessoas que fizeram parte do processo seletivo que olhem o Diário Oficial. A Secretaria de Saúde está publicando todos os dias nomes das pessoas, há duas semanas, mas ninguém aparece. É um apelo que fazemos à população que olhe se o nome já saiu e que procure a Secretaria. Sala tem, escala médica tem e o que falta é técnico de enfermagem e enfermeira”, destacou.
A UPA do Cidade Satélite atende cerca de 300 pessoas durante o dia. No período da noite, a quantidade de atendimentos é reduzida. Mesmo assim, o diretor da Unidade, Kleiber Fernandes, confirmou que a estrutura está pronta e que, em havendo os profissionais enfermeiros e técnicos de enfermagem, a unidade, que já conta com três leitos de UTI e oito de clínica médica, passará a ter mais cinco leitos de pediatria.

“Nosso serviço está oferecendo 24 horas de atendimento para clínica geral. Estamos com previsão para inaugurar a pediatria, mas ainda estamos aguardando a convocação de alguns profissionais técnicos de enfermagem e enfermeiros. Sem esses profissionais, a gente não tem como colocar a pediatria em funcionamento. Com a pediatria funcionando, vamos disponibilizar mais cinco leitos”, adiantou.
O presidente da Comissão, vereador Fernando Lucena (PT), observou que apesar dos problemas encontrados, a unidade tem um funcionamento melhor que o encontrado em muitas unidades do setor privado. Ele defendeu a UPA destacando a importância do Sistema Único de Saúde (SUS) para a população, que muitas vezes não dispõe de recursos financeiros para custear atendimentos na rede privada.
“A pediatria está faltando, pelo menos, 10 auxiliares de enfermagem e dois enfermeiros. A iluminação externa não está funcionando. O raio-x também não. Mas, no demais, o serviço está muito bom. Mostra que o SUS não é o que se prega por aí. Aqui eu diria que está muito melhor que muitas unidades privadas. Temos alguns problemas, vamos reivindicar as melhorias e esperamos que a Secretaria de Saúde resolva esses problemas. As UPAs são o que tem de mais moderno na saúde de Natal”, enfatizou.
O vereador Preto Aqui (PEN), que é da região, também lamentou o fechamento da pediatria, mas adiantou que um dos encaminhamentos da Comissão será cobrar a convocação dos profissionais da saúde necessários para o funcionamento do setor. De acordo com ele, mesmo com o problema, o índice de satisfação das pessoas que busca o atendimento no local é de 85%.
“A Comissão está visitando todas as UPAs para saber como está o atendimento. Aqui nós podemos visualizar um grande índice de aprovação por parte da população que procura o atendimento, uma aprovação de 80% a 85%. O grande problema é o não funcionamento da pediatria. Isso é um fato, mas daremos um encaminhamento para resolver esse problema”, disse.
Próximas visitas
O vereador Franklin Capistrano (PSB), que também é médico, lembrou que uma das funções do Legislativo é fiscalizar o Executivo e que a Comissão de Saúde tem uma agenda de visitas às unidades de atendimento que são administradas pela Prefeitura do Natal. Ele acredita que a próxima visita acontecerá no dia 30 de abril na UPA do conjunto Pajuçara.
“Temos observado que as UPAs, a cada dia que passa, se aprimoram mais com serviços mais eficazes, mesmo com os entraves burocráticos. A UPA do Satélite está funcionando satisfatoriamente. Visitamos hoje e vamos manter a agenda de visitas. Por isso continuaremos a fazer as visitas periódicas. Próxima visita, possivelmente, será na UPA Pajuçara, onde já estivemos, mas vamos voltar porque é preciso manter a fiscalização sistemática e as visitas periódicas para ajudarmos a melhorar mais e mais o atendimento para a população”, revelou.