O Ministério da Educação (MEC) prorrogou novamente o prazo para os estudantes pré-selecionados na chamada única do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) complementarem sua inscrição no Fies Seleção. Os candidatos têm até esta sexta-feira (16) para fechar a contratação.
Até o momento, a pasta não divulgou balanço parcial dos candidatos que conseguiram concluir a inscrição. Essa é a terceira vez que o MEC adia o prazo, que terminaria na quinta-feira passada (8).
Segundo o MEC, a nova prorrogação do prazo busca foi necessária para garantir os interesses dos candidatos pré-selecionados em chamada única e que estiverem classificados em lista de espera.
A lista de pré-selecionados na chamada regular do Fies foi divulgada na noite de segunda-feira (5), e, desde então, candidatos relataram problemas para concluir a inscrição.
A prorrogação abrange as 80 mil vagas a juro zero, destinadas, neste primeiro semestre, aos estudantes que comprovarem renda per capital mensal familiar de até três salários mínimos. O período de divulgação dos resultados da pré-seleção da modalidade P-Fies começa no dia 16 de março.
Cursos abrangidos
O Fies abrange cursos de graduação com conceito maior ou igual a três no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), ofertados pelas instituições de ensino superior participantes do financiamento. Também estão aptos a fazer parte do programa os cursos que, ainda não avaliados pelo Sinaes, estejam autorizados para funcionamento pelo cadastro do MEC.
O embaixador Amaral afirmou que 80% aço exportado pelo Brasil para os EUA é produto semiacabado, como estas bobinas de aço galvanizado prontas para serem entregues. Foto: EFE/Arquivo
O embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Sergio Amaral, disse hoje (15) em Washington, em entrevista para a Voz do Brasil, que o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, enviou no último dia (14) uma carta ao representante de Comércio dos EUA, Robert Lighthizer, afirmando que a exportação de aço do Brasil “não tira competitividade da indústria americana”.
A carta faz parte da negociação do governo brasileiro para tentar isentar o Brasil das tarifas sobre a importação de aço e de alumínio anunciadas no início do mês pelo governo norte-americano.
Sergio Amaral afirmou que o governo brasileiro está agindo em três frentes em Washington para conseguir a isenção: ação junto ao governo norte-americano, reuniões com congressistas e apoio às empresas brasileiras com filiais nos Estados Unidos que queiram conversar com grupos de parlamentares norte-americanos que advogam a favor do Brasil, assim como com a bancada do Congresso americano que cuida de aço.
O embaixador afirmou que o governo está fazendo um mapeamento das indústrias brasileiras nos EUA para mostrar o peso dos investimentos no país: “nós temos US$ 11 bilhões de investimentos de empresas brasileiras no setor do aço; uma delas, por exemplo, é a quarta indústria do aço americana”. Segundo ele, o objetivo é mostrar aos deputados que a imposição das tarifas não se justifica no caso brasileiro, já que “não agimos em detrimento nem da indústria nem dos empregos americanos; [pelo contrário], a indústria brasileira está contribuindo [com os mesmos]”.
Argumentos
Amaral afirmou que o comércio de outros produtos, como o etanol, não está em discussão nas negociações e que ainda não há prazo para saber se o Brasil conseguirá a isenção das tarifas. “Existe uma indicação de que, no dia 23 [de março] essas medidas entrariam em vigor. Mas, até agora, nós não tivemos as informações sobre os critérios, os procedimentos para apresentação dos recursos etc. E sem análise dos recursos nós não podemos saber os países que vão ser mantidos na lista das sanções e aqueles que serão excluídos. A nossa expectativa é que nós sejamos excluídos porque os nossos argumentos são muito fortes”, disse.
O embaixador afirmou que é possível que o presidente Michel Temer converse por telefone com o presidente Donald Trump, sobre o tema. Ou até mesmo que o Brasil entre na Organização Mundial de Comércio (OMC) contra os EUA, conforme Temer afirmou durante sua participação no Fórum Econômico Mundial em São Paulo. O diplomata contudo disse que não acredita que isso será necessário. “Tenho confiança de que nós poderemos resolver essa questão em conversa com o governo americano, porque nossos argumentos são muito fortes”, afirmou.
Entre eles, Sergio Amaral citou o fato de que o país não tem superávit na balança comercial com os EUA, mas um déficit de US$ 250 bilhões nos últimos dez anos. O embaixador também afirmou que 80% aço exportado para o país é produto semiacabado, insumo para a indústria americana do aço, e que não concorre com a indústria dos Estados Unidos, que depende desse insumo para continuar produzindo. “Portanto existe uma integração da cadeira produtiva americana com a brasileira”, concluiu Amaral. Além disso, o Brasil colabora com os Estados Unidos em fóruns mundiais para reduzir o excesso de aço no mercado internacional.
O embaixador também lembrou que o Brasil importa US$ 1 bilhão por ano em carvão siderúrgico norte-americano para ser utilizado na produção do aço e destacou a cooperação com os EUA na área de defesa, já que um dos argumentos do governo americano é que as tarifas deveriam ser impostas por uma questão de segurança nacional.
Histórico das negociações
No final de fevereiro, o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Jorge, esteve em Washington e se reuniu com o secretário de Comércio norte-americano Wilbur Ross para tentar evitar que o governo norte-americano impusesse barreiras à importação do aço brasileiro.. Após a reunião, o ministro afirmou que caso as tarifas fossem aplicadas, o Brasil poderia entrar com um recurso na OMC. Ainda antes do anúncio das novas tarifas, Sergio Amaral se reuniu com o representante de Comércio dos Estados Unidos, Robert Lighthizer para tratar do tema.
No dia 1o de março, Trump, anunciou sua decisão de impor tarifas de 25% sobre a importação de aço e de 10% sobre a de alumínio no país. No dia 8, ele oficializou a decisão, mas decretou isenção para seus vizinhos e parceiros no Nafta, o tratado de livre comércio da América do Norte, Canadá e México.
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