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Categoria: setembro 8, 2017

Joesley depõe por cerca de três horas na PGR em Brasília sobre conteúdo de áudio

Depois de cerca de três horas, terminou na Procuradoria-Geral da República (PGR), em Brasília, o depoimento do executivo do grupo J&F Joesley Batista. Também foi ouvido Ricardo Saud, outro executivo da holding. Os dois chegaram por volta das 10h ao aeroporto internacional de Brasília, em um jatinho particular para prestar depoimento. A responsável por ouvi-los é a subprocuradora Cláudia Sampaio.

O advogado da empresa, Francisco de Assis, que também é delator, foi o primeiro a chegar e a depor. De acordo com a assessoria da J&F, nenhum deles falará com a imprensa.

Os três delatores foram convocados para esclarecer o teor das conversas gravadas em novo áudio entregue à PGR na última semana.

Nos diálogos, os executivos citam políticos, ex-ministros e até ministros do Supremo Tribunal Federal. Eles também chegam a afirmar que o ex-procurador Marcelo Miller, que participou do acordo de delação, atuou para beneficiar os executivos.

A PGR suspeita que Miller tenha atuado como agente duplo. O depoimento do ex- procurador está marcado para amanhã (8).

Após receber os áudios, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, determinou investigação para apurar as suspeitas e anunciou que reveria o acordo de delação premiada assinado com os executivos.

Uma das possibilidades é que, após ouvir os executivos, Janot suspenda os benefícios da delação premiada. Entre os principais benefícios, eles não seriam indiciados criminalmente pelos crimes relatados. Janot pode pedir também a prisão dos delatores se entender que eles mentiram na delação. Em coletiva de imprensa no início da semana, Janot afirmou que, mesmo cancelado o acordo, as provas obtidas têm validade.

A tese foi rebatida pelo advogado do presidente Michel Temer, Antônio Cláudio Mariz. A decisão final da validade das provas deve ficar com o Supremo Tribunal Federal.

Temer discute assuntos econômicos em almoço na casa de Maia

Presidente Michel Temer deixa a casa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, depois de almoço. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Após o desfile de 7 de Setembro, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, recebeu os presidentes da República, Michel Temer, do Senado, Eunício Oliveira, os ministros Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), Moreira Franco (Secretaria-Geral) e Helder Barbalho (Integração Nacional), além do deputado Heráclito Fortes (PSB-PI), em um almoço na residência oficial.

Apenas o ministro Antonio Imbassahy falou com a imprensa depois do almoço. Ele disse que a crise política não foi discutida, mas foram feitas avaliações positivas sobre o desenvolvimento da economia e comentários sobre a China, país visitado por Temer na última semana.

Questionado pelos jornalistas sobre possível nova denúncia contra o presidente da República, o ministro disse que Temer “continua muito tranquilo, preparado para qualquer tipo de especulação, qualquer nova colocação que venha, como se fez da primeira vez, confiante de que isso não vai prosperar, até porque a verdade vai sempre prevalecer”.

Embora tenha dito que os últimos fatos envolvendo o empresário Joesley Batista, descoberta de malas de dinheiro atribuídas ao ex-ministro Geddel Vieira Lima e o depoimento do ex-ministro Antonio Palocci ao juiz Sérgio Moro não foram discutidos, comentou que “todos estão muito estarrecidos” com os últimos acontecimentos.

Antonio Imbassahy não quis fazer avaliações se os acontecimentos da última semana facilitariam a aprovação das reformas em andamento no Congresso Nacional, mas destacou que o governo está “muito firme” em sua determinação de aprovar as reformas, destacadamente a previdenciária.