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Categoria: junho 10, 2017

TJ confirma “corrupção passiva” do ex-secretário Thiago Trindade e atesta “corrupção ativa” dos empresários Tufi Meres e Rosimar Bravo

THIAGO TRINDADE NÃO SERÁ PRIVADO DA LIBERDADE, MAS CUMPRIRÁ DUAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS, A SEREM FIXADAS PELO JUÍZO DE EXECUÇÕES PENAIS

A Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do RN julgou uma Apelação Criminal relacionada a operação Assepsia. No caso em questão, foi julgado se houve o cometimento de crime de corrupção, tanto ativa quanto passiva, envolvendo os empresários Tufi Soares Meres e Rosimar Gomes Bravo e o então secretário de Saúde de Natal, Thiago Barbosa Trindade, no ano de 2011, durante a estão da ex-prefeita Micarla de Sousa.

Segundo a decisão, ficou comprovado que os empresários, por terem interesses econômicos, tanto na formação de contratos como na execução de um projeto, ofereceram a Thiago Trindade passagens aéreas referente ao trecho entre Natal e Barcelona (Espanha), sendo um trecho para o secretário e outro para uma acompanhante.

Segundo os autos e conversas anexadas, a referida viagem, segundo afirmam os próprios acusados, tinha como objetivo apresentar ao secretário um modelo logístico de medicamentos desenvolvido pelo Consórcio Hospitalari de Catalunya (CHC), que, segundo Tufi Soares, trata-se de um sistema oficial de saúde que é constituído por um consórcio que reúne entes públicos e privados, e que também realiza atividades de consultoria no campo da saúde.

DESEMBARGADOR GILSON BARBOSA FOI O RELATOR DA APELAÇÃO

“Acontece que, de acordo com os elementos de provas acostados aos autos, verifico que, embora aparentemente procurasse buscar a experiência de implantar a nova política no sistema de saúde, na realidade, os maiores interessados na aplicação do sistema eram Tufi Soares Meres e Rosimar Bravo, especialmente, o primeiro por ser consultor nessa área”, destacou o relator da Apelação, desembargador Gilson Barbosa.

Voto

A decisão destacou também que a veracidade dos fatos se evidencia pelos atos das partes, pois, em regra, a iniciativa de implantar ou conhecer modelos novos na seara de saúde, educação ou outro setor público, deve partir dos seus próprios gestores e não de terceiros intervenientes.

“Apesar dos réus negarem as acusações, com afirmativas de que seriam uma pré-reserva de vôo, ficou comprovada a finalidade por parte dos empresários, no oferecimento da vantagem, bem como a aceitação do Secretário”, acrescenta a relatoria.

O órgão ressaltou que foi verificada a dissonância entre declarações dos interrogados e depoimentos testemunhais quanto ao possível pagamento, bem como sobre a “pré-reserva” e, apesar da viagem não ter se concretizado, o delito se consumou por se inserir na categoria de crime formal, no qual a lei antecipa a consumação antes mesmo da ocorrência do resultado naturalístico.

“Não há em que se falar em absolvição, vez que não há dúvidas da consagração dos delitos de corrupção passiva atribuída a Thiago Trindade e corrupção ativa imputada aos empresários”, define o relator.

Contudo, o órgão julgador atendeu, em parte, aos pedidos dos acusados, e determinou, dentre alterações na dosimetria das penas, a modificação do regime e a substituição da pena privativa de liberdade por duas restritivas de direitos, a serem fixadas pelo Juízo de Execuções Penais, conforme prescreve o parágrafo 2º do artigo 44 do Código Penal.

Fonte: TJ/RN

ANÁLISE: ao ignorar provas e salvar Temer, TSE serviu uma pizza requentada ao País

CORTE ASSINOU UM RECIBO DE SUBMISSÃO AO PLANALTO E SERVIU UMA PIZZA REQUENTADA AO PAÍS

(Folha de São Paulo / Bernardo Mello Franco) O julgamento da chapa Dilma-Temer foi previsível até no placar. Com semanas de antecedência, o governo já projetava a vitória por 4 votos a 3. Ao confirmar o resultado, a corte assinou um recibo de submissão ao Planalto e serviu uma pizza requentada ao país.

O governo não teve dificuldade para tratorar o relatório de Herman Benjamin. Na reta final do processo, Michel Temer nomeou dois dos sete ministros que decidiriam seu futuro. Napoleão Maia era visto como o terceiro voto garantido pela absolvição.

Faltava apenas um ministro para liquidar a fatura. Para isso, Temer contava com o amigo Gilmar Mendes na cadeira de presidente do TSE.

Não houve suspense algum quando Rosa Weber votou a favor da cassação e deixou a tarefa do desempate para Gilmar.

Ele agiu como se esperava. Criticou o Ministério Público, repetiu que o TSE não poderia gerar “instabilidade política” e assegurou a permanência de Temer no poder.

A surpresa ficou restrita ao repertório do ministro. Acostumado a citar juristas em alemão, ele recorreu a Américo Pisca-Pisca, o personagem de Monteiro Lobato, para justificar o voto a favor do governo. “Se eu fosse reformar a natureza, colocaria as abóboras nas jabuticabeiras”, recitou.

Gilmar também encontrou tempo para rebater as críticas pela proximidade com o presidente. “Essa lógica de amigo e inimigo outros praticam, não eu”, informou.

Apesar da derrota, Benjamin deixou o plenário com a imagem de “campeão moral”. Num voto extenso, ele detalhou o uso de propina e caixa dois da campanha de 2014 e constrangeu os colegas que decidiram ignorar as provas da Lava Jato.

“Como juiz, recuso o papel de coveiro de prova viva. Posso até participar do velório, mas não vou carregar o caixão”, avisou. Nem precisava. Já havia quatro ministros dispostos a segurar as alças do esquife.

Temer comemora vitória no TSE em festa de aniversário de Rodrigo Maia

O ANIVERSÁRIO DE RODRIGO, UM DOS MAIS PRÓXIMOS ALIADOS DE TEMER, É NA SEGUNDA-FEIRA, MAS A FESTA EM BRASÍLIA FOI ANTECIPADA

Um pouco antes das 23h desta sexta-feira, o presidente Michel Temer e seu comboio presidencial adentraram uma mansão que ocupa boa parte de um quarteirão numa das áreas mais nobres do Lago Sul, em Brasília. Ao final de quatro dias de julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Temer comemorou a vitória na festa de aniversário do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

A festa foi realizada na casa do jovem deputado Alexandre Baldy (Podemos-GO), político em ascensão, e um dos criadores da CPMI para investigar as ações da JBS dos irmãos Joesley e Wesley Batista.

Baldy deverá ser o relator da CPMI, um dos instrumentos de retaliação aos irmãos Batista pela delação que complicou o governo.

O parlamentar se aproximou de Temer através do ex-deputado e ex-assessor especial da presidência, Sandro Mabel.

O aniversário de Rodrigo, um dos mais próximos aliados de Temer, é na segunda-feira, mas a festa em Brasília foi antecipada.

O governador de Goiás, o tucano Marconi Perillo, participou do jantar. Perillo é um dos integrantes da cúpula do PSDB que defende que o partido continue no governo. Na próxima segunda-feira , em uma reunião ampliada, a Executiva nacional do PSDB decide se desembarca ou continua integrando o governo Michel Temer.

Fonte: NBO

Por 4 X 3, TSE ignora provas e livra Temer de cassação

Depois de quatro dias de julgamento e do reconhecimento da existência de fartos indícios de que a chapa de Dilma Rousseff e Michel Temer cometeu crimes na campanha de 2014, a maioria dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ignorou provas e absolveu os candidatos. Por quatro votos a três, os ministros declararam que as provas mais contundentes não poderiam ser levadas em conta, porque teriam sido inseridas no processo fora do prazo. Com a decisão, Temer ganhou fôlego para tentar se manter no cargo, a despeito da crise política instalada no país.

O desprezo às provas abriu caminho para a absolvição, que já estava delineada nos bastidores da Corte antes mesmo de começar o julgamento. A decisão também libera Dilma e Temer para concorrerem às próximas eleições. Maior defensor da absolvição ao longo do julgamento, o presidente do TSE, Gilmar Mendes, foi o responsável pelo voto de Minerva após o empate em 3 a 3. Ele referiu-se a “golpes engendrados na calada da noite”, defendeu o mandato dos governantes e disse que cassação deve ocorrer apenas em “situações inequívocas”.

— Não é fricote processualístico que se quer proteger, é a questão do equilíbrio do mandato. Não se substitui um presidente da República a toda hora, ainda que se queira — disse Gilmar.

O ministro reconheceu, no entanto, que as práticas da campanha foram graves:

— Tudo isso é deplorável, todo esse sistema, o envolvimento de ministro da Fazenda com caixa de campanha é deplorável. A ideia de ter um crédito por conta de uma medida provisória merece todo o repúdio. É chocante, não há palavras para descrever tudo o que se praticou.

Também votaram pela absolvição os ministros Napoleão Nunes Maia, Admar Gonzaga e Tarcisio Vieira. Desde o início do julgamento, na terça-feira, o grupo já dava mostras claras de que não consideraria os depoimentos de executivos da Odebrecht e dos marqueteiros Mônica Moura e João Santana no processo. E que, apesar de haver elementos demonstrando a gravidade dos fatos ocorridos, a Justiça Eleitoral não seria o palco adequado para uma condenação.

— As safadezas praticadas na campanha serão apuradas na mão do juiz reputado, criterioso, atento, operoso e incansável, que é o juiz Sergio Moro. Essas pessoas têm que ser punidas — disse Napoleão, em referência ao magistrado que conduz a Lava-Jato na primeira instância.

Tarcisio afirmou que houve fraude nas contratações de gráficas para a campanha — que teriam consumido R$ 56 milhões dos cofres da chapa sem conseguirem comprovar a prestação de todo o serviço prometido.

— Ainda que constatadas irregularidades nas empresas gráficas, não vislumbro gravidade para cassar mandato eletivo — alegou.

Admar Gonzaga afirmou que há comprovação da existência do esquema de desvio de recursos da Petrobras para partidos políticos, mas que não havia provas de que esses recursos abasteceram a campanha da chapa Dilma-Temer. Depois de deixar claro que não consideraria as delações da Odebrecht no processo, Admar recorreu a um trecho do depoimento de Marcelo Odebrecht para absolver a chapa.

— As declarações de Marcelo Odebrecht não têm relação, nem mesmo indireta, com o que é narrado na inicial: a doação oficial de contratadas da Petrobras — afirmou Admar.

Gilmar Mendes rebateu as afirmações de colegas de que defendeu a continuidade das investigações em 2015, quando o principal alvo da ação era Dilma.

— O que eu achava importante era conhecer as entranhas desse sistema. Não imaginava cassar Dilma Rousseff no TSE — afirmou.

O relator, ministro Herman Benjamin, apontou como o primeiro motivo para o TSE cassar a chapa Dilma-Temer a “propina gordura” da Petrobras, ou seja, os pagamentos ilícitos oriundos de contratos da estatal que foram acumulados em anos anteriores à eleição e usados na campanha de 2014

O voto do relator, Herman Benjamin, foi proferido ao longo dos quatro dias de julgamento, e foi seguido pelos ministros Rosa Weber e Luiz Fux — que, ao votar, fez uma derradeira tentativa de convencer algum colega do time oposto.

— A sociedade vive um pesadelo pelo despudor dos agentes políticos que, violando a soberania popular e a vontade intrínseca do povo, fizeram justamente aquilo que o cidadão, em especial o eleitor, não desejava. O ambiente político hoje está severamente contaminado e a hora do resgate é agora — disse Fux.

Adepta de votos curtos, Rosa Weber abriu uma exceção diante da gravidade das provas contidas no processo, que considerou abundantes.

— É o financiamento indireto da campanha via Petrobras, com propina. É abuso, que não pode ser tolerado pela Justiça Eleitoral.

A ministra encerrou o voto dizendo que, apesar dos crimes narrados em campanhas, ela ainda tem esperança:

— Há de ter esperança. E enquanto estiver viva, vou manter esperança. Isso, contudo, não é problema para resolver aqui. Juiz algum fica feliz quando condena, mas não temos como deixar de julgar.

Com informações de O Globo

Transferência de Henrique Alves para Brasília está suspensa até julgamento de habeas corpus

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TRANSFERÊNCIA DE HENRIQUE ALVES PARA BRASÍLIA É SUSPENSA PELO JUIZ FRANCISCO FARIAS

Ao contrário do que foi noticiado na noite desta sexta-feira, quando foi exposto como fato líquido e certo a transferência para Brasília do ex-ministro Henrique Alves, o juiz Francisco Farias, da 14ª Vara Federal do Rio Grande do Norte, suspendeu temporariamente a própria decisão sobre a mudança do local da prisão de Alves, preso na última terça-feira (6) em Natal.

Alves foi alvo de dois mandados de prisão, um expedido por Farias e outro pelo juiz Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, por diferentes acusações de corrupção.

Vallisney havia pedido a Farias a transferência do preso para Brasília, e ele inicialmente concordou. Porém, o advogado Marcelo Leal, defensor de Henrique Alves, apresentou habeas corpus contra a decisão. Farias solicitou posicionamento do Ministério Público Federal e depois vai decidir sobre o pleito de permanência em Natal.

Em seu habeas corpus, Leal afirmou que o objetivo era expô-lo à “execração pública” e questionou: “Qual a lógica de transferir o preso para colocá-lo à disposição de outro juiz de igual envergadura fazendo com que o Estado arque com custos de transporte aéreo, escolta, alimentação e outros, quando o requerente pode ser ouvido pelo juízo doDistrito Federal por videoconferência?”.

Veja o teor do pedido de transferência de Henrique Alves: O PEDIDO   

Fonte: com informações de Época