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Categoria: fevereiro 9, 2017

Em São Gonçalo do Amarante, Mendes fala de transparência e esconde nomeações nos gabinetes dos vereadores

RAIMUNDO MENDES, PRESIDENTE DA CÂMARA DE VEREADORES DE SÃO GONÇALO DO AMARANTE, RN /FOTO DIVULGAÇÃO

“Avançar sempre na transparência”, essa foi a declaração do presidente da Câmara de Vereadores de São Gonçalo do Amarante, RN, Raimundo Mendes (PMB), para um jornal de Natal, sobre sua atuação no legislativo. Porém, as informações na Câmara não são tão transparentes como se pensa.

Em novembro do ano passado, o Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), por intermédio da 1ª promotoria de Justiça de São Gonçalo do Amarante, ajuizou ação civil pública com pedido de tutela provisória, para que o Judiciário determine à Câmara de Vereadores do município adequações no Portal da Transparência em seu sítio eletrônico na internet (http://cmsga.rn.gov.br/site/) para o acesso, de maneira irrestrita, incondicional e atualizada, de todas as informações ao cidadão, determinadas pela legislação.

Segundo o MP, foram várias a tentativas de regularizar a transparência dos gastos públicos, por meio de recomendações, que não tiveram sucesso, por isso houve a necessidade de uma ação judicial.

A promotoria pediu um espaço físico e na rede mundial de computadores, que preste informações para o cidadão sobre as movimentações financeiras e ações do poder legislativo.

O MP lembrou: “todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado”. A ação judicial parece não ter amedrontado os vereadores, e muitos abusos continuam ocorrendo.

DADOS ESCONDIDOS – Um outro exemplo de como não existe transparência na Câmara, basta olhar o Diário Oficial da Prefeitura.

Quando são publicadas nomeações de servidores públicos em cargos de comissão, as portarias não especificam em quais gabinetes dos vereadores, os respectivos profissionais estão sendo lotados. Constam apenas a função, também não há especificação ou identificação da remuneração.

Não é publico também, dados referente ao uso de carros pagos com dinheiro público. Não se sabe a placa, o ano, o consumo mensal e despesas com os veículos a cada mês, e em qual gabinete estão os respectivos veículos.

Despesas com a cota de combustível também não são de conhecimento do cidadão. Apenas as licitações são publicadas, quanto se consome a cada mês por vereador é um segredo. Os vereadores parecem fazer questão de esconder como é gasto e usado o dinheiro público.

Fonte: Fala RN

Senado aprova reforma do ensino médio, que segue para sanção

O Plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira (8) a chamada Medida Provisória do Novo Ensino Médio, com segmentação de disciplinas segundo áreas do conhecimento e implementação do ensino integral. Foram 43 votos favoráveis e 13 votos contrários ao Projeto de Lei de Conversão (PLV) 34/2016, proposta originada após alterações promovidas na MPV 746/2016 pela comissão mista e pela Câmara dos Deputados.

Dentre outras alterações, o texto aprovado aumenta a carga horária das atuais 800 horas anuais para 1.000 horas e divide o currículo entre conteúdo comum e assuntos específicos de uma das áreas que o aluno deverá escolher (linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e formação técnica). A matéria segue agora para sanção presidencial.

O relator da matéria foi o senador Pedro Chaves (PSC-MS). De acordo com o texto aprovado, o currículo do ensino médio será composto pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e por “itinerários formativos” correspondentes às seguintes áreas do conhecimento: linguagem e suas tecnologias; matemática e suas tecnologias; ciências da natureza e suas tecnologias; ciências humanas e sociais aplicadas; e formação técnica e profissional. Das 568 emendas apresentadas à medida provisória por senadores e deputados, o relator acolheu parcial ou totalmente 148.

Cada sistema de ensino organizará essas áreas e as respectivas competências e habilidades esperadas do aluno segundo seus próprios critérios. Poderá haver uma integração de componentes curriculares da base comum com disciplinas dessas áreas e, após a conclusão de um itinerário formativo, os alunos poderão cursar outro, se houver vaga.

Todas as regras valerão para as redes de ensino público e privado, mas o cronograma de implantação terá de ser elaborado no primeiro ano letivo seguinte à data de publicação da BNCC. A implementação, entretanto, ocorrerá no segundo ano letivo depois da homologação dessa base curricular.

Português e Matemática continuam obrigatórios nos três anos do ensino médio, assegurado, às comunidades indígenas, o ensino de línguas maternas.

O texto reinclui como disciplinas obrigatórias Artes e Educação Física, que tinham sido excluídas pelo texto original da MP. Entre as línguas estrangeiras, o Espanhol não será mais obrigatório, ao contrário do Inglês, que continua obrigatório a partir do sexto ano do ensino fundamental.

Já as disciplinas de Filosofia e Sociologia, que tinham sido excluídas pelo Poder Executivo, passarão a ser obrigatórias apenas na BNCC, assim como Educação Física e Artes.

Quanto aos métodos de ensino, o texto retoma e reformula trecho da Lei de Diretrizes e Bases (Lei 9.394/1996) para estipular que as redes de ensino organizarão os conteúdos, as metodologias e as formas de avaliação processual e de formação, de maneira que o estudante demonstre domínio dos princípios científicos e tecnológicos da produção moderna e o conhecimento das formas contemporâneas de linguagem.

O texto aprovado pelos senadores estabelece uma transição para o ensino médio em tempo integral. Em cinco anos, a ampliação será das atuais 800 horas anuais para 1.000 horas. Após isso, a meta será de 1.400 mil horas ao ano, mas o texto não estipula prazo. Nos três anos do ensino médio, a carga horária total destinada à BNCC não poderá ser maior que 1.880 horas.

A inclusão de novas disciplinas obrigatórias na base comum dependerá da aprovação do Conselho Nacional de Educação e de homologação do ministro da Educação, mas não precisarão mais ser ouvidos o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e a União Nacional de Dirigentes de Educação (Undime), como estabelece a redação original da medida provisória. A organização do ensino médio poderá ser na forma de módulos ou sistema de créditos com terminologia específica.

MATÉRIA COMPLETA EM: https://goo.gl/RnyqHA

Fonte: Agência Senado/ Agência Câmara

 

Declaração do deputado Rogério Marinho repercute no Estadão: ‘Legislação trabalhista é fascista’

Foto: Reprodução/Facebook

PARA ROGÉRIO MARINHO, LEIS QUE REGEM O TRABALHO NO BRASIL “FICARAM ANACRÔNICAS”

A declaração do deputado federal potiguar, Rogério Marinho (PSDB/RN),  de que a legislação trabalhista é facista, repercutiu no jornal O Estado de São Paulo, que registrou o assunto na Coluna Estadão. Diz a nota:

Indicado para relatar a proposta de Reforma Trabalhista, o deputado Rogério Marinho (PSDB-RN) deverá ser oficializado hoje no posto e tem diagnóstico duro sobre a atual legislação do setor. Para ele, as leis que regem o trabalho no Brasil “ficaram anacrônicas”.

Marinho apoia a ideia do governo de rever a legislação como forma de garantir empregos. E critica a inspiração da CLT. “Modernizar a lei é imposição do tempo atual. A turma não gosta de falar, mas a legislação é fascista. É baseada na ‘Carta del Lavoro’, de Benito Mussolini, de 1927”, afirma.

 

Docente da UFMG acusa Alexandre de Moraes, que vai pro STF, de plágio!

REPRODUÇÃO/ JORNALISTAS LIVRES

O livro “Direitos Humanos Fundamentais” (Editora Atlas, 3ª Edição, ano 2000), de Alexandre Moraes (o indicado pelo presidente Michel Temer para ocupar uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF)), contém parágrafos inteiros, sem aspas, sem crédito, nem referências, traduzidos da obra “Derechos Fundamentales y Princípios Constitucionales”, do constitucionalista espanhol Francisco Rubio Llorente. O livro foi publicado pela editora Ariel, de Barcelona, em 1995.

Quem fez a comparação dos textos foi o professor de Direitos Humanos Fernando Jayme, da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais. “A falta das aspas é uma apropriação desonesta das ideias de outrem”, disse em entrevista aos Jornalistas Livres. O acadêmico foi quem primeiro chamou a atenção para o plágio. Em maio do ano passado, o professor já acusava o então recém-empossado num post de seu facebook pessoal. “Ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, plagiador?”, é o título do texto.

Ele cita os trechos que chamou de idênticos:

Na página 60 do livro do atual ministro da Justiça, por exemplo, se lê: “A dignidade é um valor espiritual e moral inerente à pessoa, que se manifesta singularmente na autodeterminação consciente e responsável da própria vida e que traz consigo a pretensão ao respeito por parte das demais pessoas, constituindo-se um mínimo invulnerável que todo estatuto jurídico deve assegurar, de modo que, somente excepcionalmente, possam ser feitas limitação ao exercício dos direitos fundamentais.”

Já na obra do jurista espanhol, na página 72, encontra-se: “La dignidade es um valor espiritual y moral inherente a la persona, que se manifiesta singularmente em la autodeterminación consciente y responsable de la própria vida y que lleva consigo la pretensión al respeto por parte de los demás (…) constituyendo em consecuencia, um minimum invulnerable que todo estatuto jurídico deve assegurar, de modo que, sean unas o otras las limitaciones que se impongan ele l disfrute de derechos individuales.”

MAS NÃO É SÓ ESSE TRECHO:

Na obra do indicado ao STF, na página 92, consta a seguinte redação: “O princípio da igualdade consagrado pela Constituição opera em dois planos distintos. De uma parte, frente ao legislador ou ao próprio executivo, na edição, respectivamente, de leis, atos normativos e medidas provisórias, impedindo que possa criar tratamentos abusivamente diferenciados a pessoas que encontram-se em situações idênticas. Em outro plano, na obrigatoriedade ao intérprete, basicamente, a autoridade pública, de aplicar a lei e atos normativos de maneira igualitária, sem estabelecimento de diferenciações em razão de sexo, religião, convicções filosóficas ou políticas, raça, classe social.”

Já na página 112 da obra do jurista espanhol, encontra-se: “El princípio da igualdad que garantiza la Constituición opera en dos planos distintos. De una parte, frente ao legislador o frente al poder regulamentar, (…) En otro plano, en el de la aplicación de la igualdad ante la ley obliga a que ésta sea aplicada de modo igual a todos aquellos que se encuentran en la misma situación sin que el aplicador pueda estabelecer diferencia alguna en razón de las personas, o de circunstancias que no sean precisamente las presentes em la norma.”

O brasileiro prossegue na página 93, afirmando: “Para que as diferenciações normativas possam ser consideradas não discriminatórias, torna-se indispensável que exista uma justificativa objetiva e razoável, de acordo com critérios e juízos valorativos genericamente aceitos, cuja exigência deve aplicar-se em relação à finalidade e efeitos da medida considerada, devendo estar presente, por isso, uma razoável relação de proporcionalidade entre os meios empregados e a finalidade perseguida, sempre em conformidade com os direitos e garantias constitucionalmente protegidos.”

Francisco Rubio Llorente, por sua vez, escreveu, na página 112: “Para que las diferenciaciones normativas puedan considerarse no discriminatórias resulta indispensable que exista una justificación objetiva y razonable, de acordo con critérios y juicios de valor generalmente aceptados, cuya exigência debe aplicarse en relación con la finalidade y efectos de la medida considerada, debiendo estar presente por ele una razonable relación de proporcionalidad entre los medios empleados y la finalidad perseguida.”

Alexandre de Moraes faz referência ao autor espanhol na bibliografia de “seu” livro, mas não coloca aspas. Vários pesquisadores citam trechos da “obra” de Alexandre Moraes, sem saber que na verdade trata-se de pensamentos do professor espanhol.

MINISTRO DA JUSTIÇA, ALEXANDRE DE MORAES E O PRESIDENTE INTERINO MICHEL TEMER NA SANÇÃO DA LEI QUE DISCIPLINA O PROCESSO E JULGAMENTO DO MANDADO DE INJUNÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVO (ANTONIO CRUZ/AGÊNCIA BRASIL)

Fonte: Jornalistas Livres

Secretaria dos Recursos Hídricos do RN beneficia 1900 famílias com recuperação de dessalinizadores

PARA AS AÇÕES DE RECUPERAÇÃO, JÁ FORAM INVESTIDOS CERCA DE R$ 100 MIL ORIUNDOS DO TESOURO ESTADUAL EM 2017

Uma série de ações que visam ampliar o acesso à água potável para a população rural do RN vem sendo desenvolvidas pelo Governo do Estado, através da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), entre elas o programa de recuperação de dessanilizadores. Nesse início de ano, mais de 1900 famílias já estão sendo beneficiadas, através do acesso à água potável para consumo no dia a dia, com as intervenções realizadas.

Os primeiros municípios beneficiados foram Alto do Rodrigues, Areia Branca e Jandaíra. Em Alto do Rodrigues, nas comunidades de Vila Floresta, Vila Listrada e Barroca e em Jandaíra, na comunidade de Trincheira. Nesta última, houve trocas de membranas e filtros. Já em Areia Branca, quatro comunidades receberam manutenção: São José, Redonda, São Cristovão e Ponta do Mel. Além de membranas e filtros, foram trocados também manômetros e bombas centrífugas.

O Secretário de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, Mairton França, ressalta a importância das intervenções nessas comunidades, uma vez que as famílias voltaram a ter acesso à água de qualidade para o consumo diário. “Os dessalinizadores são obras estruturantes para se conviver com a falta de água no semiárido”, enfatiza.

As comunidades que recebem o abastecimento por meio desses sistemas normalmente têm dificuldade na obtenção de água, uma vez que os mananciais e poços possuem apenas água salobra. São comunidades de difícil acesso e dispersas nas zonas rurais dos municípios.

Segundo o Coordenador de Hidrogeologia da Semarh, Ranielle Linhares, um sistema de dessalinização de água não é de fácil manutenção, pois os filtros precisam ser trocados a cada três meses e limpezas químicas são constantes.

Na próxima semana, a equipe da Semarh realizará uma visita técnica nos dessalinizadores de cinco comunidades do município de São Tomé, a fim de diagnosticar e, caso necessário, posteriormente, iniciar as manutenções. Para estas ações de recuperação, já foram investidos cerca de R$ 100 mil oriundos do tesouro estadual em 2017.

Os trabalhos de implantação, manutenção e recuperação de dessalinizadores são realizados pela Coordenadoria de Hidrogeologia (Cohidro) da Semarh. Em 2016, 136 sistemas foram recuperados e mantidos pela Secretaria. O objetivo dos dessalinizadores é garantir acesso à água de melhor qualidade. Além disso, o gerenciamento do sistema é feito pela própria comunidade, promovendo, assim, o uso consciente da água.

Crise no ES: moradores de Vitória e cidades próximas estão sem comida e “bolinho de chuva” passa a ser prato principal

Vânia Gianizelli, de 50 anos, é uma dessas pessoas. Moradora da Curva da Baleia, em Jacaraípe, no município da Serra, ela não sai de casa há cinco dias. Sua comida está no fim. Na despensa há maizena, biscoito, sardinha, achocolatado, ervilha e óleo. O cardápio de ontem foi à base de bolinho de chuva.

— Viramos reféns presos dentro de casa. Quando fui ao supermercado, estava tão cheio que tive medo de esperar para pagar e ter arrastão. Tem mãe aqui do condomínio que está trocando comida por fralda, alho por leite. Estamos nos ajudando até o fim dessa guerra. A padaria aqui de perto abre as portas e os bandidos mandam fechar. Faltam as coisas mais básicas. Como eu tinha trigo e leite, passamos o dia com bolinho de chuva. Ainda não sei o que vamos jantar hoje — contou.

Os que ainda se arriscam no comércio enfrentam longas filas de até quatro horas. Com medo de andar na rua e para evitar ficar tanto tempo dentro do supermercado, o servidor Leonardo Mattos, de 36 anos, optou por ir a um supermercado dentro do Shopping Vila Velha, na Grande Vitória.

— Para entrar no shopping, tive que passar por um controle de segurança — relatou.

Em Morada das Laranjeiras, também em Serra, Helton Cardoso, de 27 anos, tem alimento suficiente só até hoje. Ele tem apoio de vizinhos:

— Estou recorrendo às pessoas do prédio, trocando comida.

Uma moradora de Jacaraípe que preferiu não se identificar também relatou medo de sair às compras. Na despensa dela há somente óleo, macarrão, sardinha, pó de café, arroz e feijão:

— Moro no Espírito Santo há 38 anos e nunca passei por isso. Estou me sentindo enclausurada.

Fonte: O Globo

Entenda o que muda com Trump para brasileiros obterem visto para os EUA

Em meio às polêmicas medidas que o presidente Donald Trump têm tomado para controlar quem entra e quem sai dos Estados Unidos, a BBC Brasil quis saber quais dúvidas você tinha sobre como as mudanças em curso podem afetar turistas e imigrantes brasileiros.

Depois de receber dezenas de perguntas e de colocar as melhores em votação, publicamos abaixo as respostas para as dez mais populares.

Embora a gestão Trump não esteja agindo especificamente em relação aos brasileiros, muitas das decisões já tomadas e das iniciativas que estão sendo cogitadas nos afetarão.

O governo americano disse categoricamente que os “Estados Unidos têm o sistema de imigração mais generoso do mundo” –afirmação contestada por escritórios de advocacia que prestam serviços de imigração em diversos países– e se concentra em endurecer as regras com o objetivo declarado de combater extremistas e fazer com quem vagas de trabalho sejam ocupadas por americanos.

Confira:

1. Quais serão os critérios da gestão Trump para definir quem entra e quem fica nos EUA?

A gestão Trump não alterou os critérios para brasileiros que querem visto.

Cidadãos do Iraque, Síria, Irã, Líbia, Somália, Sudão ou Iêmen tiveram a entrada barrada por 120 dias (a partir de 27 de janeiro), mas essa ordem foi suspensa por um tribunal americano. O governo entrou com recurso para tentar restabelecer a proibição.

Para os cidadãos de outros países, não houve mudanças nos requisitos para cada tipo de visto –mas foram alterados alguns procedimentos da etapa da entrevista.

Além disso, existem indícios de que serão alterados os critérios para conseguir visto de trabalho H-1B com o objetivo de selecionar pessoas que receberão salários mais altos do que os exigidos atualmente (leia mais na pergunta 3).

2. Trump irá impor restrições a turistas brasileiros?

Não há indícios de que isso irá ocorrer.

De acordo com o Migration Policy, instituto independente que analisa migração de pessoas, nada foi falado em termos de restrições específicas para turistas.

Segundo o advogado americano especialista em imigração Scott FitzGerald, ninguém fez referência a restrições adicionais para os brasileiros.

O Brasil está entre os dez principais países que mais enviam turistas aos EUA –em 2016, mais de 840 mil brasileiros foram ao país–, segundo a embaixada dos EUA em Brasília.

A embaixada informou que a grande maioria dos vistos solicitados por brasileiros é aprovada e que o número dos que estão ilegalmente nos Estados Unidos é “extremamente baixo” se comparado aos dos que entram legalmente.

A taxa de recusa de vistos de visitante (categoria B) foi de 16,7% no ano fiscal de 2016 (entre 1º de outubro de 2015 e 30 de setembro de 2016) –um aumento de 5,36% em relação ao período anterior.

Houve uma pequena mudança de procedimento que só afeta brasileiros e argentinos –adolescentes com 14 ou 15 anos e idosos 66 entre 79 anos passam a ser obrigados a fazer entrevista para tirar visto (leia mais na pergunta 5).

3. Como a gestão Trump afetará brasileiros que pretendem morar nos EUA? Fica mais fácil ou difícil residir no país?

Tende a ficar mais difícil, especialmente para quem pretende trabalhar lá.

De forma geral, o presidente americano tem defendido a visão de que vistos de trabalho (categoria H-1B) são emitidos em excesso, fazendo com que estrangeiros fiquem com muitas vagas nos EUA e que os salários caiam.

De acordo com FitzGerald, isso não procede, já que existe um teto de 85 mil vistos H-1B emitidos anualmente, número determinado pelo Congresso americano. Já a demanda é quase o triplo –foram feitos 234 mil pedidos para esse tipo de visto no ano passado.

Além disso, ele diz não ser possível que o trabalhador com o H-1B ajude a baixar o salário dos americanos pois, ao pedir esse visto, ele deve comprovar que receberá salário maior que o praticado no mercado americano em sua área.

A gestão Trump cogita fazer alterações no H-1B, possivelmente diminuindo o número de concessões desse visto e aumentando o salário mínimo que o trabalhador terá que receber. O governo também estuda alterar as regras para quem cursa uma faculdade ou pós-graduação nos EUA e permanece no país para trabalhar (leia mais na pergunta 8).

A advogada americana especialista em imigração Anastasia Tonello cita um rascunho de decreto vazado na semana passada pela imprensa americana. Se for assinada por Trump, a ordem vai dificultar a entrada de trabalhadores nos EUA.

4. Um turista com visto e reserva em hotel ainda pode ter a entrada barrada nos EUA?

Sim, mas isso sempre foi uma possibilidade.

O visto não garante a entrada, ele permite apenas que uma pessoa que não é cidadã americana viaje a um porto de entrada dos EUA –na maioria dos casos, um aeroporto.

Lá, um oficial do órgão responsável pela alfândega e controle de fronteira nos EUA decidirá se ela pode entrar e por quanto tempo vai ficar. Ele tem a decisão final.

De acordo com Liliane Costa, diretora executiva do Brace (Brazilian American Center), uma associação sem fins lucrativos que trabalha no acolhimento de imigrantes brasileiros nos EUA, se o agente tiver dúvida sobre os motivos da sua viagem e desconfiar de que você está mentindo, ele poderá barrar a sua entrada.

“O visto não é um direito [de entrada], é uma possibilidade de você ser aceito”, explica.

Trump passou a exigir entrevista de pessoas de todo o mundo que eram antes isentas dessa etapa.

Antes da mudança, quem pedia para renovar um visto até 48 meses depois do vencimento não precisava passar novamente por essa etapa. O tempo agora caiu para 12 meses.

Além disso, brasileiros e argentinos entre 14 e 15 anos e entre 66 e 79 anos de idade eram isentos de entrevista, mesmo quando pediam o visto pela primeira vez. Agora, apenas menores de 14 anos e pessoas com mais de 79 anos estão liberados dessa etapa.

As informações são da embaixada dos EUA.

De acordo com FitzGerald, mais pessoas precisarão marcar entrevista –e conseguir o visto levará mais tempo.

6. Como as políticas de Trump podem alterar as parcerias de intercâmbio das universidades brasileiras com as americanas?

Isso ainda é incerto.

Vistos de intercâmbio (categoria J-1) estão sob escrutínio da gestão Trump, que já sinalizou que poderá fazer alterações nas regras de emissão, impactando os programas de intercâmbio.

As mudanças, no entanto, impactarão intercambistas de qualquer país, não apenas os brasileiros.

7. Quero ir a um evento nos EUA no ano que vem. Terei mais chance de ter o visto de turista negado?

A princípio, não.

Tudo continua como antes da gestão Trump, com uma ressalva. Como o governo americano briga na Justiça para banir a entrada de iraquianos, sírios, iranianos, líbios, somalianos, sudaneses e iemenitas, quem for brasileiro, mas também possuir alguma dessas cidadanias, deve fazer o pedido de visto usando o passaporte do Brasil. É uma precaução caso o banimento volte a vigorar.

Se a ordem voltar a valer, convém saber que o governo americano autorizou, após dias de indefinição, oficiais a processarem pedidos de visto de quem for de um dos sete países, desde que a pessoa em questão também tenha cidadania de um país permitido.

8. Estou me formando e pretendo tentar uma vaga nos EUA de forma legal. Isso será dificultado?

Sim, tanto para quem está se formando no Brasil quanto para quem foi estudar nos EUA e pretende permanecer trabalhando lá depois de concluir os estudos.

Pessoas que se encaixam no primeiro caso podem ser prejudicadas por eventuais alterações nas regras de emissão de vistos de trabalho (H-1B). A gestão Trump estuda reduzir o número de concessões desse visto e aumentar as exigências para que um trabalhador possa consegui-lo.

Uma outra possível grande mudança afetará quem está se formando nos EUA e quer conseguir um emprego lá.

Atualmente, pessoas com visto de estudante (F-1) recebem autorização para trabalhar por um ano depois de formados. Nas áreas de ciências, tecnologia, engenharia e matemática, são quase três anos.

Assim, os formandos tinham tempo para obter um visto de trabalho – como a cota de H-1B é preenchida por sorteio, são necessárias cerca de duas ou três tentativas até ter sucesso.

A gestão Trump discute o fim dessa autorização de trabalho.

De acordo com Tonello, as taxas de inscrição do H-1B são pagas pelo empregador, variam de acordo com o tamanho da empresa e costumam ficar próximas de US$ 3,7 mil (cerca de R$ 11,5 mil). Esses montantes são reembolsados caso o visto não seja concedido.

Já os valores pagos aos advogados que cuidam do processo costumam variar entre US$ 2 mil (R$ 6,2 mil) e US$ 5 mil (R$ 15,6 mil).

9. Os cidadãos dos países membros da União Europeia passarão pelo mesmo grau de controle aduaneiro que os latino-americanos, asiáticos e africanos?

Pode ser que não, dependendo do tipo de visto solicitado. Mas isso não se deve à gestão Trump.

Para turistas: Os brasileiros que pretendem viajar aos EUA como turistas têm acesso facilitado ao país se forem também cidadãos de qualquer país da União Europeia, exceto Bulgária, Croácia, Chipre, Polônia e Romênia.

Quem tiver passaporte de qualquer outro país membro da UE pode entrar como turista por meio do programa de isenção de visto. Outros 15 fazem parte do programa –o Chile é o único da América Latina– e seus cidadãos não precisam de visto para irem como turistas aos EUA.

Para estudantes: Brasileiros que pretendem ir aos EUA para estudar também podem contar com alguma facilidade adicional se possuírem um passaporte da União Europeia, simplesmente por um fator numérico: a quantidade de gente que vai legalmente aos EUA, mas fica além do tempo permitido.

De acordo com FitzGerald, pessoas de um país com altos índices de desrespeito à data de deixar os EUA têm mais chance de ter o visto negado.

Um exemplo: quem tem passaporte da Bélgica (país com 0,56% de permanência ilegal entre 1º de outubro de 2014 e 30 de setembro de 2015) tem mais chance de conseguir visto que aquele com passaporte brasileiro (1,57% de permanência ilegal).

Para trabalhadores: Para conseguir visto de trabalho, pode não haver tanta alteração. Cidadãos com mais de uma nacionalidade devem tentar ver em qual consulado podem entrar com o pedido e, se possível, escolher o mais rápido.

10. Como brasileiros pegos ilegalmente nos EUA podem conseguir vistos?

Dificilmente conseguirão –é necessário esperar um período que pode chegar a dez anos.

Pessoas que estão ilegalmente nos Estados Unidos dificilmente conseguem tirar um visto americano. Isso inclui as que entraram legalmente, mas ficaram além do tempo permitido, independentemente de serem pegas.

Ao perder o prazo de deixar os EUA, a pessoa tem os vistos cancelados, mesmo aqueles que poderiam ser usados em mais de uma viagem.

Quem fica de maneira ilegal por mais de 180 dias passa a ser considerado “inadmissível” e tem os pedidos de visto recusados dali em diante.

Se ficar ilegalmente nos EUA por até um ano, terá a entrada negada por outros três; se a estadia irregular passar de 365 dias, a penalidade sobe para dez anos. E quem for deportado, em vez de sair por conta própria, pode ter a entrada banida pelo resto da vida.

Apenas em alguns casos é possível pedir para ser poupado dessa punição –por exemplo, se a pessoa demonstrar que tem um parente próximo dentro dos EUA que enfrentará dificuldades extremas se sua entrada não for permitida.

Fonte: Folha de São Paulo

Garibaldi Filho diz que o Brasil está perdendo a guerra para o crime organizado

 

GARIBALDI FILHO: “EXISTE UMA GUERRA NÃO DECLARADA QUE PRECISA SER COMBATIDA”

“Nós, o Estado brasileiro, estamos perdendo essa guerra para o crime organizado”. A constatação foi feita pelo senador Garibaldi Filho, no Plenário do Senado, em aparte ao senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), que se pronunciou apresentando sugestões para minimizar os problemas que o Brasil enfrenta na segurança pública.

Garibaldi Filho comentou que o governo já devia ter adotado medidas que prevenissem a situação caótica atual. “O ideal seria adotar um plano que não fosse emergencial, um plano nacional de segurança que tivesse o condão de evitar, por exemplo, a situação que o Rio Grande do Norte está vivendo, onde foram contabilizados 26 mortos e a fuga de 56 detentos, afirmou o senador potiguar.

Ele destacou ainda que a crise se estende a outros estados do país, com a disseminação de atos violentos e ameaças. No Rio Grande do Norte, registrou Garibaldi Filho, foi necessário o Exército auxiliar no policiamento para retomar relativa tranquilidade nas ruas. “Existe uma guerra não declarada que precisa ser combatida”, advertiu.

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