Categoria: janeiro 28, 2017

POR CONTA DA INADIMPLÊNCIA, 4 MIL TONELADAS QUE ESTAVAM ACUMULADAS NO TRANSBORDO ATÉ QUARTA-FEIRA

O acúmulo de lixo na estação de transbordo de Cidade Nova, Zona Oeste da cidade, deve ser resolvido até a próxima quarta-feira, de acordo com a previsão inicial da Companhia de Serviços Urbanos de Natal (Urbana). A estação chegou a acumular cerca de 4 mil toneladas de resíduos nos últimos dias devido a um problema operacional no aterro sanitário metropolitano de Natal (Braseco), destino final de todo o lixo coletado na capital potiguar, agravado pela dívida municipal com o aterro, que atualmente gira em torno de R$ 6 milhões.

“Das 4 mil toneladas que estavam acumuladas no transbordo até quarta-feira (18), já conseguimos transportar para o aterro cerca de 2.500”, explicou o diretor de operações da Urbana, Thiago Mesquita mencionando que para isso até mesmo o horário de funcionamento do transbordo de Cidade Nova foi ampliado com mais 4h diárias de trabalho até que a situação seja completamente resolvida.

“Mesmo com o grande acúmulo de lixo na estação de transbordo, a coleta não chegou a ser prejudicada na cidade, e isso era o que mais nos preocupava porque se o aterro não podia receber o lixo e a estação estava chegando à sua capacidade máxima, onde iríamos colocar o lixo coletado?”, argumenta.

Segundo o diretor de operações da Urbana, a situação foi causada devido à quebra de dois compactadores utilizados na compressão do lixo no aterro sanitário. “A Braseco opera com três compactadores normalmente e dois quebraram, mas a situação só foi normalizada cerca de quatro dias depois, por isso o acúmulo”, explica.

Diariamente a Braseco recebe até 750 toneladas de lixo de Natal, mas com a quebra dos dois equipamentos a capacidade foi diminuída para 500 toneladas diariamente, ocasionando também maior lentidão no despejo de lixo no local.

“Como só havia um compressor para toda a demanda, uma carreta que normalmente demorava 15 minutos para despejar o lixo e retornar para a estação de transbordo estava demorando 50 minutos ou uma hora… e isso gerava uma reação em cadeia com as demais carretas”, explica Thiago, reconhecendo o peso da dívida municipal no processo.

“A Prefeitura está devendo o pagamento do serviço ao aterro sim, cerca de três meses de serviço, mas esta situação já está sendo vista e até mesmo uma reunião foi marcada para tratar do assunto com a Urbana, o prefeito e a direção da Braseco”, diz.

“Caso a situação continuasse por mais alguns dias  teríamos um problema sério com possibilidade de paralisação da coleta, mas felizmente tudo foi normalizado antes”, complementa, lembrando, no entanto, que por dois dias a coleta foi suspensa na cidade durante a semana passada, em função dos ataques relacionados à crise de Alcaçuz.

O diretor presidente da Braseco, Henrique Muniz, menciona que o serviço até então estava sendo prejudicado principalmente devido à dívida da Prefeitura Municipal de Natal com o aterro, que atualmente gira em torno de R$ 6 milhões.

“O pagamento do serviço não está sendo realizado desde agosto, e isso é claro que gera um desequilíbrio financeiro dentro da empresa. Mesmo assim não interrompemos o serviço, no entanto, nem sempre estávamos conseguindo atender a demanda habitual, de 750 toneladas diárias vindas de Natal”, explicou Henrique.

A situação só foi amenizada no começo desta semana, quando a direção da Braseco se reuniu com diretores da Urbana e o próprio Prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves e então um acordo foi sinalizado para o pagamento de uma primeira parcela da dívida. “Foi a partir dessa verbalização do pagamento da dívida que a empresa conseguiu retomar as atividades”, completa.

O contrato entre a Prefeitura de Natal e a Braseco existe desde 2004, estando sob responsabilidade da prefeitura o pagamento mensal ao aterro por tonelada despejada no local de segunda a sábado.

Ao todo o aterro sanitário Braseco atende 11 municípios do Rio Grande do Norte. Além de Natal, a cidade de Parnamirim também apresenta dívidas em aberto com a empresa no valor de R$ 1 milhão. “Mas nesta semana a Prefeitura também sinalizou que a dívida será paga em breve”, conta Henrique, afirmando que o volume de lixo recebido pelo município é bem menor que o de Natal.

DIFERENÇA ENTRE ATERRO E TRANSBORDO

O Aterro Sanitário Metropolitano de Natal é o destino final de todo o lixo coletado pela Urbana na cidade. Diariamente o local recebe uma quantidade média de 750 toneladas de resíduos que são compactados e isolados do meio ambiente para não haver contaminação, seguindo alguns princípios de engenharia ambiental específicos.

Já uma estação de transbordo, como a que está localizada no bairro de Cidade Nova, tem a função de fazer o armazenamento temporário do lixo recolhido na cidade, fiscalizando, pesando e identificando toda a coleta para então destinar de forma organizada o material ao aterro.