SELO BLOG FM (4)

Categoria: novembro 26, 2016

Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana de SP afasta vice-presidente

cndh-750x410

 

O Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe), órgão da Secretaria de Estado dos Negócios da Justiça de São Paulo, decidiu afastar hoje (25) seu vice-presidente e conselheiro Luiz Carlos dos Santos, um dia após seu depoimento à Polícia Civil, no qual confirmou ter sido financiado mensalmente por organização criminosa.

Santos está em prisão temporária na cidade de Presidente Venceslau, interior paulista. Os valores recebidos por ele, vindos da organização criminosa, variavam de R$ 2 mil, R$ 4 mil, R$ 5 mil até R$ 8 mil, segundo depoimento de Santos divulgado pela Secretaria de Segurança Pública (SSP).

Na última terça-feira (22), a Polícia Civil e o Ministério Público Estadual de São Paulo deflagraram a Operação Ethos, que prendeu 35 pessoas em todo o estado, entre elas 32 advogados e o vice-presidente do Condepe, por associação com o crime organizado. Na ocasião, Santos e seu advogado, Tuca Miramontes, negaram qualquer envolvimento com facções criminosas e que não havia recebido nenhum valor.

No entanto, no depoimento que deu à polícia, Santos admitiu ter recebido tais quantias e justificou que, ao dizer que não receberia mais aquele dinheiro, teria sido ameaçado. Em troca da mesada, Santos deveria influenciar desembargadores em casos apontados por dois advogados chamados Davi e Vanila, que seriam defensores de uma organização criminosa.

“O Luiz Carlos infelizmente admite que realmente recebia mensalmente a importância de R$ 2 mil, depois 3 [R$ 3 mil], depois 4 [R$ 4 mil] e depois 5 [R$ 3 mil]. Ele, funcionário de uma organização, a serviço de uma organização criminosa, recebeu aumentos nessa contribuição. Ele disse que não fazia nada mas recebia esse dinheiro”, disse Mágino Alves, secretário de Segurança Pública de São Paulo.

O secretário diz que Santos se contradiz. “Vou ler só esse trecho pra vocês: o interrogado diz que recebia determinação da organização para promover publicidade dos casos envolvendo violência policial, a exemplo Chacinas de Mogi das Cruzes, Carapicuíba e Osasco. Nesses casos, ele admitiu que ele recebeu determinação para que falasse”, disse.

Alves ressaltou, no entanto, que o alvo das investigações e que as provas não são em relação ao Condepe, mas sim sobre um dos membros do conselho. “Eu quero deixar muito claro que isso envolve uma pessoa do Condepe, não é o Condepe como conselho, como uma instituição oficial que praticou esse tipo de coisa”, disse.

Influenciar desembargador

O depoimento dado à Polícia Civil diz que “indagado, [Santos] diz que nunca conversou com os mencionados desembargadores [Antônio Carlos Malheiros e Luiz Edmundo Marrey] sobre esse assunto e que os R$ 2 mil estavam relacionados tão somente em um melhor acompanhamento nas denúncias formuladas perante o Condepe”.

O tal assunto era influenciar os desembargadores em revisões criminais que haviam sido propostas por Vanila. A pretensão, segundo seu depoimento, era de que Santos pudesse interferir nos processos de interesse da advogada. “Naquele dia, o interrogado [Santos] diz que não aceitaria conversar sobre esses assuntos com o desembargador, mas acabou recebendo esses R$ 2 mil em dinheiro das mãos de Vanila, ficando convencionado que todo dia 20 de cada mês seria realizado o pagamento”.

Passados alguns dias, em uma reunião com o advogado José de Ribamar “propôs que o interrogado [Santos] esquecesse aquela proposta de Vanila acerca da interferência do interrogado junto aos desembargadores e que cuidasse especificamente da fiscalização dos presídios do interior”, diz o depoimento.

O valor foi crescendo com o passar do tempo, no entanto “indagado, [Santos] disse que não dispendia nenhuma atenção especial a essas denúncias [feitas por Davi e Vanila]. O interrogado diz que isso [pagamento] continuou a ocorrer por conta das ameaças que mencionou”, diz o relatório da polícia. Segundo Santos, um motoqueiro desconhecido foi até a frente de sua casa e teria lhe mostrado uma foto de seus dois filhos, o que entendeu como uma ameaça.

Governadores do Nordeste se reúnem para discutir PEC do teto e retomada de programas

GOVERNADORES REUNIDOS

GOVERNADORES REUNIDOS

Governadores de oito estados do Nordeste se reuniram em Recife (PE) nesta sexta-feira (25) para discutir a aplicação da PEC do teto nos estados, ações de combate aos efeitos da seca, liberação do fundo penitenciário, retomada de obras federais paradas, entre outros. O governador Robinson Faria participou atendendo a uma sugestão do governador pernambucano Paulo Câmara. A reunião ocorreu na sede do governo.

O principal pleito dos chefes do Executivo estadual incidiu sobre a partilha da repatriação dos R$ 5,3 bilhões com os Estados, aceita pelo presidente Michel Temer na terça-feira (23).

Uma das principais divergências em relação à divisão é sobre os 15% de multa, que não seriam divididos totalmente com as Federações, restando a partilha dos 15% do Imposto de Renda dos recursos mantidos por brasileiros no exterior.

Na reunião, os governadores chegaram a uma posição conjunta, com a redação de uma carta, que deverá ser levada ao Planalto.

“O encontro resultou em muitas ideias propositivas porque vivenciamos situações semelhantes em diversas áreas. Estamos dividindo as iniciativas já tomadas por cada estado pelo ajuste e, mais uma vez, o Nordeste sairá unido, com um posicionamento conjunto”, declarou Robinson Faria.

 Agora RN

Entidades vão denunciar sistema socieducativo de PE à Corte Interamericana

A COMISSÃO PARTICIPOU DE AUDIÊNCIA PÚBLICA

A COMISSÃO PARTICIPOU DE AUDIÊNCIA PÚBLICA

A coordenadora executiva do Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares (Gajop), Deila Cavalcante, disse que organizações sociais vão buscar a Corte Interamericana de Direitos Humanos para denunciar Pernambuco pelas sérias violações ocorridas no sistema socioeducativo. A declaração foi feita à imprensa em coletiva hoje (25) à tarde, junto com a comitiva federal encabeçada pelo Conselho Nacional de Direitos Humanos em missão emergencial para verificar violações de direitos dos menores de 18 anos que cumprem medida no estado.

“Já estamos preparando toda a documentação. Nossa ideia é fazer a denúncia junto com entidades nacionais, não só o Gajop. Depois da visita vamos juntar mais esse relatório e encaminhar para a Corte. Já fizemos um comunicado internacional de imprensa chamando atenção para a situação do estado”, disse. A comissão participou de audiência pública na Assembleia Legislativa de Pernambuco feita para tratar do sistema socioeducativo de Pernambuco.

O membro do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), Vitor Cavalcante, havia dito que a possibilidade era estudada. Na coletiva ele informou que pelos órgãos colegiados não é possível fazer a representação, mas as organizações da sociedade civil podem acionar o organismo internacional.
O Gajop foi o autor da denúncia que trouxe a comitiva federal a Pernambuco. Duas rebeliões ocorridas em menos de um mês, ocorridas em unidades dos municípios de Timbaúba e Caruaru, deixaram 11 mortos e levaram a entidade a buscar os conselhos nacionais ligados à área. O grupo apresentou uma série de recomendações ao estado e aos conselheiros nacionais para tirar o sistema socioeducativo do caos. Entre eles está a priorização no Orçamento e a autonomia do presidente da Funase para fazer as mudanças necessárias.

“Também falamos da redução do número de internos, aumento do número de agentes, o afastamento daqueles que cometem agressões contra os adolescentes, que fosse feito com parcerias com unidades de saúde locais para atendimento dos jovens, bem como em razão da atuação da Polícia Militar em rebeliões e revistas, que são as ocasiões em que os adolescentes são mais agredidos”, diz Neila.

A realização de concurso público para agentes socioeducativos – desde a criação da  Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase) a categoria ingressa no sistema por meio de processo seletivo simplificado, com contrato temporário, também foi muito destacada em toda a visita. Na audiência pública feita na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) para tratar do tema nesta manhã (25), dezenas de trabalhadores da categoria estiveram presentes.

Seus representantes reclamam das condições de segurança e dos baixos salários – R$ 1 mil líquido. Também pediram a criação de um adicional de risco à vida, projeto de lei arquivado na Assembleia Legislativa do estado, e se posicionaram parcialmente a favor do concurso público. “Desde que os agentes mais antigos sejam aproveitados. Uma prova de títulos garantiria uma vantagem para quem já tem experiência”, disse Telson Santos.

O secretário de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude, Isaltino Nascimento, esteve na audiência e respondeu à Agência Brasil que a pasta, à qual o sistema socieducativo é subordinado, deve fazer com todas as recomendações apresentadas na visita. “O presidente da Funase, por determinação do governador, tem um prazo de 60 dias para apresentar um plano de ação de modo que abranja elementos internos, mas também que possam tratar do ponto de vista do que é externo”.

Agência Brasil

Governadores do Nordeste não aceitam acordo para receber multas da repatriação

GOVERNADORES DO NORDESTE

GOVERNADORES DO NORDESTE

Os governadores do Nordeste decidiram, em reunião nessa sexta-feira (24) à noite, que não concordam com o acordo de ajuste fiscal recomendado pela União como uma condição para acessar parte dos recursos das multas do programa de regularização de ativos não declarados à Receita, conhecido como Lei da Repatriação. Eles vão enviar uma carta até segunda-feira (28) para o presidente Michel Temer explicando o posicionamento do grupo.

O consenso entre os governadores é que não é possível relacionar as duas questões ou determinar um modelo de ajuste único para todas as unidades da federação. Eles informaram ainda que não vão retirar as ações que correm no Supremo Tribunal Federal (STF) para receber os valores.

O governador de Pernambuco, Paulo Câmara, foi o porta-voz dos chefes dos Executivos estaduais. “O que nós temos muito claro é que estamos fazendo ajustes, temos esse compromisso, e que não vamos confundir ajuste com essa questão da repatriação. São assuntos distintos, está judicializado, se puder se chegar a um acordo, ótimo”, disse à imprensa depois da reunião durante a noite de hoje no Palácio do Campo das Princesas, no Recife, sede do governo pernambucano.

As multas da repatriação são aplicadas em cima de ativos mantidos por brasileiros no exterior que não recolheram impostos de forma indevida. O montante estimado pelos Estados a ser recebido é de cerca de R$ 5,2 bilhões. Existe um impasse sobre o direito dos Estados e municípios em receber parte dos valores arrecadados com as punições, o que levou governos estaduais a judicializar o caso.

Na terça-feira (22), o presidente Michel Temer recebeu os governadores de todas as unidades da federação. Foi anunciado que o governo federal se anteciparia à decisão do STF e liberaria os recursos. Em contrapartida, os estados precisariam fazer ajustes fiscais semelhantes aos propostos nacionalmente pela União, como a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55, que estabelece um teto para investimentos públicos, por duas décadas, de acordo com a inflação do ano anterior.

Também seria preciso desistir das ações judiciais. Sobre esse ponto, Câmara respondeu que os estados nordestinos “não” iam retirar os processos. “Vamos aguardar a Justiça. Temos uma liminar que já garantiu o depósito em juízo e a gente entende que a multa tem que ser repartida entre estados e municípios”, informou.

Dever de casa

Na carta a ser enviada a Temer, os governadores vão detalhar as medidas de ajuste fiscal já aplicadas “desde janeiro de 2015”. Segundo Câmara, os estados do Nordeste têm uma realidade diferente da observada em governos estaduais de outras regiões, como Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Por isso, não seria possível concordar com um acordo que estabeleça regras únicas para todas as 27 unidades da federação ou mesmo para todas os nove estados nordestinos.

“O ajuste já está sendo feito. É só ver o crescimento das despesas dos estados no ano de 2015. Os estados cresceram as despesas em 2%, 2,5%. Até se já tivéssemos uma PEC dos Gastos funcionando, teríamos feito nosso dever de casa sem precisar dela, porque a inflação no ano passado deu 6 pontos percentuais”, disse o pernambucano, que acrescentou que o “compromisso com o ajuste fiscal continua”.

Segundo Câmara, os governadores vão continuar cobrando o diálogo, a transparência e ações para voltar a crescer. “Temos certeza que com a retomada de obras para gerar emprego, ao mesmo tempo que o enfrentamento da seca, com as obras hídricas, buscar alternativas para a saúde, a segurança, tudo isso está sendo colocado”.

A Transposição do Rio São Francisco é citada como uma das obras que precisam ter uma “prioridade maior”, embora reconheça que a obra não resolve o problema como um todo. “Precisamos de obras complementares, como as adutoras, os ramais. É um assunto recorrente, mas precisamos reafirmar porque já estamos no quinto ano de seca sem saber ainda como vai ser 2017 em relação às chuvas”.

Autonomia

Antes da reunião, os governadores deram rápidas declarações à imprensa à medida que chegavam ao Palácio do Campo das Princesas. Uma palavra muito usada foi a “autonomia” em relação ao governo federal. “No nosso entender existe um choque entre o que foi conversado pelos governadores com o presidente da República e o que está sendo encaminhado pelo Ministério da Fazenda. É preciso compreender que tem que existir uma limitação nas relações de uma federação, ou seja, os estados têm autonomia”, disse o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho.

Um dos impasses no ajuste fiscal proposto é o corte de investimentos em políticas sociais, preocupação do governador do Maranhão, Flávio Dino. “Chega de recessão, chega de desemprego, é preciso que haja ampliação das receitas públicas, controle dos gastos que são dispensáveis, mas sem sacrificar as políticas sociais que são fundamentais para que o Brasil combata a desigualdade social e regional, sobretudo no caso do Nordeste. Minha expectativa é de muita unidade entre os governadores do Nordeste para que a gente ajude o conjunto dos governadores a encontrar um pacto federativo com o governo federal”.

PF encontra indícios de R$ 4 milhões em joias em nome de motorista de Cabral

joias06

Em diligências realizadas na sexta-feira, na Zona Sul do Rio, em duas lojas da joalheria Antonio Bernardo, agentes da Polícia Federal encontraram indícios de compras de cerca de R$ 4 milhões, desde 2007, em nome de um motorista do ex-governador Sérgio Cabral. Pelas informações levantadas pela PF, as joias teriam sido adquiridas pelo próprio Cabral, apesar de os registros encontrados estarem no nome do funcionário.

Os policiais estiveram no shoppings Leblon e da Gávea. Permaneceram por cerca de duas horas em cada uma das lojas, recolhendo documentos e imagens das câmeras de segurança. Segundo as investigações, Carlos Miranda, operador financeiro do grupo acusado de cobrar propina de empreiteiras que tinham obras com o governo estadual, era outro que fazia compras de joias usando o nome de um laranja. Adriana Ancelmo, ex-primeira-dama, também está na lista de compradores da joalheria.

As diligências de ontem foram feitas a pedido do Ministério Público Federal, que considerou insatisfatórias as informações prestadas pela gerente da joalheria Vera Lúcia Guerra. Em seu depoimento, ela havia contado que a última venda para Cabral teria ocorrido há dois anos: um colar de ouro no valor de R$ 10 mil. A gerente afirmou que o pagamento em dinheiro foi feito por um homem que ela disse não conhecer.

O Globo

Para conter crise, Temer diz a aliados que pode vetar anistia a Caixa 2

PRESIDENTE MICHEL TEMER

PRESIDENTE MICHEL TEMER

Em meio a mais uma crise que resultou na queda de Geddel Vieira Lima, um dos principais ministros do governo, o presidente Michel Temer tenta criar uma agenda positiva antecipando que vetará qualquer proposta do Congresso de anistia ao caixa dois. A posição representa um recuo de Temer em relação ao que havia sinalizado a interlocutores menos de 24 horas antes.

Segundo eles, o presidente vinha dizendo que sancionaria integralmente o texto aprovado pelos parlamentares, havendo ou não anistia a crimes. Mas, em reunião nesta sexta-feira com aliados, após um dia conturbado com a demissão de Geddel, Temer afirmou que vetará qualquer anistia a caixa dois, segundo o líder do PSD, deputado Rogério Rosso (DF).

Em vídeo postado nas redes sociais, o aliado diz que Temer o autorizou a anunciar para a “sociedade” que vai barrar a proposta, caso o Congresso manobre para incluir o perdão a crimes eleitorais e outros cometidos por políticos.

– Caso o Congresso Nacional venha a aprovar qualquer tipo de anistia, não só o caixa dois, mas qualquer outro crime, o presidente Temer vetará imediatamente – disse Rosso.

Na esfera das investigações, a Procuradoria-Geral da República vai chamar Padilha para dar explicações sobre a suposta participação dele na manobra para pressionar Calero a liberar a obra do Edifício La Vue, em Salvador, onde Geddel tinha comprado um apartamento. A partir daí, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deverá decidir se pede no Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de inquérito contra Padilha. Janot também deverá analisar se há indícios suficientes para estender a Temer um eventual pedido de investigação.

Em depoimento à Polícia Federal, Calero acusou Temer, Padilha e Geddel de pressioná-lo a contrariar parecer técnico do Iphan e autorizar a retomada das obras do La Vue, ou a transferir a decisão sobre a questão do patrimônio histórico para a Advocacia-Geral da União (AGU).

Janot só deve deliberar sobre o assunto em duas semanas, quando retornar de viagem à China. Depois da divulgação do conteúdo do depoimento de Calero, Geddel deixou o governo. Mas sua renúncia não foi suficiente para baixar a temperatura da crise política.

Segundo depoimento que Calero deu à PF, Geddel teria exigido, em tom agressivo, que o então colega de governo atropelasse a lei para beneficiá-lo. Depois do episódio, o presidente da República entrou em cena. Temer e Calero tiveram duas conversas sobre a liberação do La Vue. Numa delas, no Palácio do Planalto, Temer teria dito, segundo Calero, que a decisão do Iphan de embargar as obras do La Vue estava criando “dificuldades operacionais” no gabinete dele. Disse, ainda, que Geddel estava irritado. E que o processo sobre o La Vue deveria ser mandado para a AGU, onde a ministra Grace Mendonça já tinha “uma solução” para o caso.

Num outro momento, Padilha também reforçou a ordem para Calero deixar a decisão com a AGU. Irritado com a pressão e com receio de ser, no futuro, envolvido em eventual investigação sobre corrupção e tráfico de influência, Calero pediu demissão e denunciou o caso à PF. A AGU diz que não teve participação no caso. O único parecer emitido foi favorável à interdição da obra, o que contrariou os interesses de Geddel.

No governo, há a certeza de que Temer foi gravado por Calero, o que é visto com tranquilidade porque a divulgação da conversa seria boa para o presidente, pois o conteúdo dos diálogos entre Temer e Calero “foi republicano”.

O Globo

Fidel Castro, ex-presidente de Cuba, morre aos 90 anos

FIDEL CASTRO

FIDEL CASTRO

O ex-presidente de Cuba, Fidel Castro, morreu à 1h29 (hora de Brasília) deste sábado (26), aos 90 anos, na capital Havana. A informação foi divulgada pelo seu irmão Raúl Castro em pronunciamento na TV estatal cubana.

“Com profunda dor compareço para informar ao nosso povo, aos amigos da nossa América e do mundo que hoje, 25 de novembro do 2016, às 22h29, faleceu o comandante da Revolução Cubana, Fidel Castro Ruz”, disse Raúl Castro.

“Em cumprimento da vontade expressa do companheiro Fidel, seus restos serão cremados nas primeiras horas” deste sábado, prosseguiu o irmão.

As cinzas serão enterradas em 4 de dezembro, na cidade de Santiago de Cuba, após percorrerem o país numa caravana de 4 dias. Cuba declarou 9 dias de luto oficial pela morte de Fidel Castro.

Figura controversa
Visto como um grande líder revolucionário por uns, e como ditador implacável por outros, Fidel foi saindo de cena progressivamente ao longo da última década, morando em lugar não divulgado e fazendo aparições esporádicas nos últimos anos.

As últimas imagens de Fidel Castro são do dia 15, quando recebeu em sua residência o presidente do Vietnã, Tran Dai Quang. Antes, ele foi visto em um ato público foi no dia 13 de agosto, na comemoração de seu 90º aniversário. A festa reuniu mais de 100 mil pessoas. Na época, Fidel apresentou um semblante frágil, vestido com um moletom branco e acompanhado pelo seu irmão Raúl e o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.

Despedida
Em abril, durante o XVII Congresso do Partido Comunista de Cuba, Fidel reapareceu e fez um discurso que soou como uma despedida, onde reafirmou a força das ideias dos comunistas.

“A hora de todo mundo vai chegar, mas ficarão as ideias dos comunistas cubanos, como prova de que neste planeta se trabalha com fervor e dignidade, é possível produzir os bens materiais e culturais que os seres humanos necessitam, e devemos lutar sem descanso para isso”, afirmou Fidel Castro na ocasião.

Desde que ficou doente, em julho de 2006, e cedeu o poder ao seu irmão Raúl Castro, o líder cubano se dedicou a escrever artigos, assim como livros sobre sua luta na Sierra Maestra e a receber personalidades internacionais em sua residência, no oeste de Havana.

Doença e saída do poder
Na noite de 31 de julho de 2006, Fidel Castro surpreendeu Cuba e o mundo com o anúncio de que cedia o poder ao irmão Raúl, em caráter provisório, depois de sofrer hemorragias. Foi a primeira vez que saiu do poder.

Sem revelar qual doença o afetava, Fidel admitiu que esteve à beira da morte. Perdeu quase 20 quilos nos primeiros 34 dias de crise, passou por várias cirurgias e dependeu por muitos meses de cateteres.

Em dezembro de 2007, o comandante cubano já havia expressado em uma mensagem escrita que não estava aferrado ao poder, nem obstruiria a passagem das novas gerações, mas em janeiro foi eleito deputado e ficou tecnicamente habilitado para uma reeleição – o que não ocorreu.

Desde março de 2007, já afastado do cenário público, sendo visto apenas em vídeos e fotos, Fidel Castro se dedicava a escrever artigos para a imprensa sob o título de “Reflexões do Comandante-em-Chefe”.

Fidel deixou o poder definitivamente em fevereiro de 2008. Em um texto publicado no jornal estatal “Granma”, ele anunciou sua renúncia.

Trajetória
Fidel nasceu em 13 de agosto de 1926, na província de Holguín, sul de Cuba, e foi batizado durante a infância de Fidel Hipólito. Sua mãe trabalhava para a mulher de seu pai, o bem sucedido latifundiário espanhol Ángel Castro.

Apenas quando Fidel era adolescente seu pai se separou da primeira mulher e assumiu a família com a mãe de Fidel, Lina Ruz Gonzalez, com quem teve outros cinco filhos. Nesta época, Fidel foi assumido oficialmente pelo pai e recebeu o nome de Fidel Alejandro Castro Ruz.

Apesar de não ter sido registrado pelo pai na infância, Fidel cresceu estudando em escolas particulares e em meio a um ambiente de riqueza bastante diferente da pobreza do povo cubano.

Bastante inteligente, o jovem era mais interessado nos esportes do que nos estudos. Mesmo assim, o líder cubano iniciou seus estudos na Universidade de Havana em 1945, onde conheceu o nacionalismo político cubano, o anti-imperalismo e o socialismo, e se formou em direito em 1950.

Em 1948, Fidel viajou para a República Dominicana em uma expedição para tentar derrubar o ditador Rafael Trujillo, que foi fracassada.

Ao voltar para a faculdade, ele se juntou ao Partido Ortodoxo, fundado para acabar com a corrupção no país.

Casamentos
No mesmo ano, Fidel se casou com Mirta Diaz Balart, de uma rica família cubana. Eles tiveram apenas um filho, Fidelito. O casamento com Mirta acabou em 1955. Durante a união, ele teve um relacionamento com Naty Revuelta, com quem teve uma filha, Alina Fernández-Revuelta. Em 1993, ela fugiu da ilha se fazendo passar por uma turista espanhola. Alina pediu asilo nos Estados Unidos e passou a fazer fortes críticas a seu pai.

Com sua segunda mulher, Dalia Soto del Valle, Fidel teve outros cinco filhos homens cujos nomes começam com a letra “A”: Alexis, Alexander, Alejandro, Antonio e Ángel.

Além da filha Alina, uma das irmãs de Fidel, Juanita Castro, também se mudou para os EUA, no início da década de 1960.

Revolução
Durante o casamento, Fidel teve contato com as famílias ricas de Cuba, e se candidatou a um posto no parlamento. Entretanto, o golpe do general Fulgêncio Batista derrubou o governo da época e cancelou as eleições.

Junto com outros membros do Partido Ortodoxo, Fidel organizou uma insurreição. Em 26 de julho de 1953, cerca de 150 pessoas atacaram o quartel de Moncada, em Santiago de Cuba, em uma tentativa de derrubar Batista. O ataque falhou e Fidel foi capturado. Após julgamento, ele foi condenado a 15 anos de prisão. Entretanto, o incidente o tornou famoso no país.

Em 1955, Fidel foi anistiado, e fundou o movimento 26 de Julho, de oposição ao governo. Nessa época, ele se encontrou pela primeira vez com o revolucionário Ernesto ‘Che’ Guevara e se exilou no México.

Em 1957, junto com Guevara e mais 79 expedicionários, chegou a Cuba a bordo de um navio e tentou derrubar o presidente, mas foi surpreendido pelo Exército e derrotado. Fidel, seu irmão Raúl e Che conseguiram escapar e se refugiaram na Sierra Maestra, onde travaram combates com o governo.

Em 30 e 31 de dezembro de 1958, as vitórias revolucionárias assustaram Batista, que fugiu de Cuba e foi para a República Dominicana. Aos 32 anos, Fidel conseguiu o controle do país.

Reforma para o comunismo
Um novo governo foi criado, e Fidel assumiu como primeiro-ministro em 1959, após a renúncia de Jose Miro Cardona. Nesta época, foram iniciadas as relações com a então União Soviética.

O líder passou então a sua reforma para o comunismo. Em 1960, Fidel nacionalizou a indústria açucareira de Cuba, sem pagar indenizações. Três anos depois ele estatizaria as fazendas, ampliando a reforma agrária.

Em 1961, o governo proclamou seu status socialista. Houve uma fuga em massa dos ricos do país para Miami, nos Estados Unidos, que rompem as relações diplomáticas com Cuba.

Crise com os EUA
Em abril, Castro formalizou Cuba como um estado socialista. No dia seguinte, cerca de 1,3 mil exilados cubanos apoiados pela CIA atacaram a ilha pela Baía dos Porcos, em uma tentativa de derrubar o governo.

O ataque foi um fracasso – centenas de pessoas foram mortas e quase mil capturadas. Os EUA negaram seu envolvimento, mas revelaram que os exilados foram treinados pela CIA. Décadas depois, o país confirmou que a ação vinha sendo planejada desde 1959.

O incidente fez Castro consolidar seu poder. Em maio do mesmo ano, ele anunciou o fim das eleições democráticas no país e denunciou o imperialismo americano. Che Guevara assumiu o Ministério da Indústria.

Em 1962, os EUA ordenaram o bloqueio econômico total à ilha, isolando o regime, uma política que se seguiu até a atualidade.

Fidel passou a intensificar sua relação com a União Soviética, aceitando financiamento e ajudas militares. Em outubro de 1962, o país concebeu a ideia de implantar misseis nucleares em Cuba, gerando uma crise com os EUA e quase uma guerra nuclear.

Dias depois, o premiê soviético concordou em remover os mísseis com o comprometimento americano de não invadir Cuba. Castro foi deixado de lado nas negociações.

Governo
Em 1965, Che deixa o país para expandir a revolução. Dois anos depois, ele foi assassinado na Bolívia, deixando Fidel como único rosto da revolução.

Ainda em 1965, Fidel se posicionou como líder do Partido Comunista cubano. Pouco a pouco, ele começou uma campanha para apoiar a luta armada contra o imperialismo na América Latina e na África.

Apesar do comprometimento dos EUA de não invadir a ilha, houve ataques de outras formas, como o bloqueio econômico e centenas de tentativas de assassinato contra Fidel ao longo dos anos. Fidel chegou a dizer que se escapar de tentativas de assassinato fosse um esporte olímpico, ele teria ganhado medalhas de ouro.

Durante seu governo, Fidel investiu na educação – foram criadas cerca de 10 mil novas escolas, e a alfabetização atingiu 98% da população. Os cubanos têm um sistema de saúde universal, que reduziu a mortalidade infantil para 11 a cada mil nascidos vivos.

Execuções e prisões
Entretanto, as liberdades civis foram confiscadas. Sindicatos perderam o direito de realizar greves, jornais independentes foram fechados e instituições religiosas perseguidas. Castro removeu seus opositores com execuções e prisões, além do exílio forçado.

Centenas de milhares de cubanos fugiram do país ao longo das décadas, muitos seguindo para a Flórida, bastante próxima da costa da ilha. A maior saída ocorreu em 1980, quando o governo anunciou a autorização de saída, e 125 mil pessoas deixaram Cuba – 15 mil delas se jogaram ao mar amarradas e canoas, pneus e botes.

Em 1986, instituições de defesa dos direitos humanos realizaram em Paris o “Tribunal de Cuba”, onde ex-prisioneiros da ditadura deram seu testemunho. Entidades calculam que cerca de 12 mil pessoas morreram nas mãos do governo.

Em 1989, com a queda do muro de Berlin, a União Soviética retira seus 7 mil militares da ilha e acaba com a ajuda comercial à Cuba.

Em 1996, Cuba bombardeia dois aviões civis pilotados por exilados cubanos em Miami, retomando as tensões com os EUA. No ano seguinte, Fidel apontou seu irmão, Raúl, como seu sucessor.

Em 2002, os EUA criam uma prisão para suspeitos de terrorismo em uma base militar Guantánamo, no território cubano. O então presidente George W. Bush inclui o país na lista dos que apoiam o terrorismo.

Segredos
Desde que caiu doente e entregou o poder provisoriamente a Raúl, Fidel deixou claro que sua doença era um assunto delicado e não um assunto de domínio público.

“Devido aos planos do império (EUA), meu estado de saúde se converte em um segredo de Estado a respeito do qual não se pode ficar constantemente divulgando informações”, afirmou.

Os segredos em torno do ex-dirigente são guardados com tanto afinco que não se conhecia nem mesmo o local onde Fidel se recuperava.

Conta-se que, durante anos, Fidel jamais dormiu duas noites no mesmo lugar.

Ele circulava por Cuba em uma caravana com três carros Mercedes Benz pretos idênticos, e a presença dele nas cúpulas realizadas no exterior nunca está 100% confirmada antes de sua chegada.

Até a ideologia comunista dele foi objeto de mistério nos primeiros anos da revolução.
Diferentemente de outros líderes mundiais, a vida privada de Fidel não comparece aos jornais.

O único dos filhos dele que ocupou um cargo público é Fidel Castro Diaz-Balart, o “Fidelito”, um engenheiro nuclear que trabalhou como assessor científico do Conselho de Estado.

Fidel nunca abandonou suas ideias sobre estratégia militar. Em 1953, quando organizou o ataque contra o quartel Moncada, em Santiago de Cuba, sua primeira e desastrosa ação militar, quase todos os seus companheiros só ficaram sabendo do objetivo da investida no último minuto.

G1 RN

Natal integrará Manifestação Nacional contra a vaquejada no próximo domingo

sem-titulo

 

Neste domingo (27) haverá uma manifestação de caráter nacional em apoio à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que considerou a vaquejada inconstitucional por ser uma prática cruel. Em Natal a manifestação é coordenada pela Associação de Apoio aos Protetores de Animais do Rio Grande do Norte (Aproan/RN) em conjunto com diversas ONGs de defesa animal. Será às 9h30, na Feirinha de Ponta Negra.

Organizado simultaneamente em diversas cidades no país, o movimento integra o #CrueldadeNuncaMais que em 2016 tem como tema #BrasilUnidoContraAVaquejada. Trata-se de uma pauta de interesse nacional, uma vez que o Congresso Nacional articula uma manobra para derrubar a decisão do STF.

No início desse mês, em uma votação expressa e que foge do trâmite regimental, os senadores aprovaram, no mesmo dia, na Comissão de Educação e Cultura e em seguida no Plenário, o Projeto de Lei Complementar (PLC) 24/16, que eleva rodeios e vaquejadas à condição de “patrimônio cultural imaterial”.

Na sequência, o senador Otto Alencar, acompanhado de outros 27 senadores,  protocolaram a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 50/16, conhecida como PEC DA VAQUEJADA. Em apenas 10 dias de tramitação foi distribuída e recebeu parecer favorável na Comissão de Constituição e Justiça do Senado (CCJ) e pode ser votada a qualquer momento.

Com a aprovação e possível sanção do PLC 24/16 que eleva rodeios e vaquejadas à condição de patrimônio cultural imaterial e a posterior aprovação da PEC, abre-se um precedente para que, não apenas a vaquejada, mas também “rinhas” e “farras do boi” – consideradas manifestações culturais e que foram julgadas práticas cruéis pelo STF – sejam novamente autorizadas e constitucionalmente protegidas.

Os parlamentares que de forma célere tramitaram o PLC e a PEC por força política querem esmagar as conquistas legais e democráticas contidas na Carta Magna e que vedam as práticas quem submetem os animais à crueldade. Muitos dos parlamentares possuem interesses econômicos, pois são proprietários de negócios correlatos a essas práticas violentas contra os animais.

CFMV atesta sofrimento físico e emocional

Os defensores da vaquejada argumentam que não há maus tratos impostos aos animais utilizados. Porém, o objetivo dessa prática, movida pela perseguição ao boi e a sua derrubada violenta pelo rabo, se traduz na figura do animal humilhado e ferido, numa cena clara de crueldade. Não há como regulamentar a prática, já que o final em si é a violência contra um animal indefeso.

O fato óbvio foi confirmado em nota pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), emitida em 26 de outubro deste ano: “o gesto brusco de tracionar violentamente o animal pelo rabo pode causar luxação das vértebras, ruptura de ligamentos e de vasos sanguíneos, estabelecendo lesões traumáticas com o comprometimento, inclusive, da medula espinhal.”

Na nota, o conselho menciona uma Instrução Normativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que diz que é inadequado arrastar, acuar, excitar, maltratar, espancar, agredir ou erguer animais pelas patas, chifres, pelos ou cauda: “dessa forma, não encontramos justificativas para que os praticantes de vaquejada realizem atos considerados inadequados e não permitidos pelo MAPA, ainda que em outra situação.”

“O impedimento de fuga de uma ameaça exacerba reações límbicas de ansiedade, medo e desespero. Ainda que o sofrimento físico pudesse ser evitado, a exposição de um animal a uma situação tida por toda a história evolutiva de sua espécie, como a mais grave ameaça à vida, negando ao indivíduo a possibilidade de fuga e acumulando o desconforto visual e auditivo, confirma o sofrimento emocional a que os bovinos são expostos em uma vaquejada.”, finaliza a nota do CFMV.

Portanto, a vaquejada é uma prática pautada pela violência e crueldade aplicadas aos animais, não apenas física, mas mentalmente. Outras informações podem ser obtidas no site www.somoscontravaquejada.com

Nordeste brasileiro contra essa prática cruel

Nem todo nordestino apoia a vaquejada. Neste domingo, além de Natal, haverá manifestações espalhadas por todo o Nordeste. Nove cidades nordestinas já confirmaram a adesão: Aracaju (SE); Maceió (AL); Salvador, Vitória da Conquista e Porto Seguro (BA); Fortaleza (CE); São Luís (MA); João Pessoa (PB) e Teresina (PI).

SERVIÇO

O quê – MANIFESTAÇÃO CRUELDADE NUNCA MAIS, BRASIL UNIDO CONTRA A VAQUEJADA

Quando – Domingo, 27 de novembro de 2016

Onde – Natal, Feirinha de Ponta Negra

Horário – 9h30