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Categoria: novembro 17, 2016

Governo cria programa de financiamento habitacional para militares

 O MINISTRO DA DEFESA, RAUL JUNGMANN, DURANTE CERIMÕNIA DE ASSINATURA DE ACORDO DE COOPERAÇÃO PARA CRIAR PROGRAMA HABITACIONAL  EXCLUSIVO  PARA  MILITARES  DAS  FORÇAS  ARMADAS    MARCELO  CAMARGO/AGÊNCIA  BRASIL

O MINISTRO DA DEFESA, RAUL JUNGMANN, DURANTE CERIMÕNIA DE ASSINATURA DE ACORDO DE COOPERAÇÃO PARA CRIAR PROGRAMA HABITACIONAL EXCLUSIVO PARA MILITARES DAS FORÇAS ARMADAS MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL

Um acordo de cooperação técnica assinado hoje (17) pelos Ministérios da Defesa e das Cidades com a Caixa Econômica Federal, permitirá que integrantes das Forças Armadas tenham acesso a uma política específica de financiamento habitacional. Inicialmente, 75 mil militares devem ser atendidos pelo programa.

O acordo deve passar, nas próximas semanas, pela avaliação de técnicos, que vão definir os detalhes de como o programa deve funcionar.

O ministro das Cidades, Bruno Araújo, afirmou que, se necessário, podem ocorrer mudanças no Programa Minha Casa, Minha Vida para atender a demanda dos militares. Ele não soube dizer se haverá alocação diferenciada de recursos, nem quantas unidades habitacionais serão disponibilizadas.

“Estamos trabalhando com os mesmos recursos do Minha Casa, Minha Vida. É bom lembrar que a família do militar, hoje, tem direito a acessar o programa como existe, e já existem programas que, do ponto de vista do acesso de renda, são compatíveis para o atendimento. Mas estamos falando de algo diferente, estamos falando sobre a possibilidade de atendimento em conjuntos de convivências, que sejam construídos de forma exclusiva para a família militar ou outras características que venham a ser desenvolvidas”, afirmou Araújo.

Segundo o ministro da Defesa, Raul Jungmann, os beneficiados serão os militares com menor renda, soldados, cabos e sargentos, que hoje correspondem a 60% do total de membros das Forças Armadas.

Para justificar a necessidade da política habitacional direcionada aos militares, Jungmann destacou a rotina peculiar das famílias de militares e ressaltou que eles precisam de atenção diferenciada do Estado. “Eles são brasileiros que trabalham muito duro, em condições muito especiais, deslocados a qualquer hora, sem hora extra, muitas vezes correndo risco. De certa forma, é um retorno que é dado pelo país”, disse. Jungmann.

A expectativa do ministro da Defesa é que o programa entre em vigor em 2017. A duração do acordo é de cinco anos, podendo ser renovado por mais cinco, dependendo da demanda.

Reforma

Durante a solenidade de assinatura do acordo, Jungmann questionou ainda estudo que mostra que os militares representam 50% do rombo da Previdência. Segundo o ministro, o impacto das aposentadorias das Forças Armadas sobre Previdência Social tem caído. “Nós já sofremos uma reforma em 2001, que retirou uma série de garantias e direitos dos militares e, hoje, os dados que temos é que a contribuição deles para o déficit tende a cair e não a subir. A visão do consultor não bate com nossos dados, e estamos à disposição para comprovar isso”, afirmou.

Jungmann disse que a reforma deve alcançar os servidores militares e que eles estão dispostos a contribuir. “Os militares vão dar sua contribuição, porque entendem a necessidade de uma reforma da Previdência. Um grupo da Previdência e da parte militar está discutindo isso, e quando tivermos o resultado, o tornaremos público”, acrescentou.

Preço do aluguel de imóveis cai pelo 18º mês seguido

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Pelo 18º mês seguido, o preço médio de imóveis para alugar caiu, segundo o Índice FipeZap de Locação, que acompanha a variação nos valores de apartamentos anunciados em 11 cidades brasileiras. Em outubro, a queda no preço médio de locação foi de 0,17%.

O aluguel caiu 3,1% no acumulado de 2016 e 3,8% nos últimos 12 meses. Essa variação no último ano foi menor do que a inflação no período, de 7,87%, segundo o Boletim Focus do Banco Central. Ou seja, os demais preços da economia subiram mais do que os imóveis para alugar, e a queda real foi de 10,82%.

A queda real é registrada quando o valor de um determinado bem tem uma alta inferior ao aumento generalizado de preços, medido por índices inflacionários, como o IPCA. Vale destacar que a variação real não é obtida com uma simples subtração. Para realizar o cálculo, é preciso dividir a oscilação dos preços pela variação da inflação.

Em todas as cidades pesquisadas, o preço médio dos apartamentos anunciados para locação ficou abaixo da inflação, e apenas em Curitiba e em São Bernardo do Campo houve aumento nominal do preço, ou seja, sem comparar com o aumento generalizado dos preços.

Em outubro de 2016, o preço médio do metro quadrado de locação nas cidades pesquisadas foi de R$ 30,03.

Exame

Brasil gastou R$ 56 bi com acidentes no trânsito em 2014

acidente

O Brasil perdeu com a violência no trânsito R$ 56 bilhões em 2014 quando 43.780 pessoas morreram – 2% a mais que o número de vítimas fatais do ano anterior – e cerca de 600 mil ficaram com sequelas permanentes em função dos acidentes. Os dados são de um levantamento do Observatório Nacional de Segurança Viária, divulgado nesta quinta-feira, 17.

De acordo com o levantamento, o valor utilizado para pagar os custos com as mortes e tratamento das vítimas de acidente de trânsito corresponde a todo o repasse do governo federal para todos os Estados da região norte do País mais os Estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás.

De acordo com José Tiago Bastos, professor de Segurança Viária da UFPR (Universidade Federal do Paraná) e responsável pela pesquisa do Observatório, o valor de R$ 56 bilhões contabiliza todo o custo social com os acidentes de trânsito, considerando desde o gasto com o atendimento médico (resgate, tratamento hospitalar, reabilitação), infraestrutura (conserto de equipamentos de trânsito danificados com o acidente e custos do atendimento da polícia e bombeiros) até perdas de produção (custo previdenciário e a impossibilidade do acidentado de trabalhar).

Mortes

Das 43.780 mortes registradas no trânsito brasileiro em 2014, 7.032 ocorreram em São Paulo, 4.396 em Minas Gerais e 3076 no Paraná – que são os Estados brasileiros com maior frota de veículos. Os três Estados concentraram, em 2014, um terço das mortes de trânsito.

Todas as regiões do País tiveram aumento nas mortes de trânsito em 2014. O maior foi na região Sudeste, com aumento de 4%, em relação ao ano anterior.

Houve queda de vítimas fatais apenas entre os pedestres e ciclistas, de 4,5% e 2,6% a menos que em 2013. Entre os automóveis, motocicletas e ônibus houve aumento de 1,3%, 2,3% e 32,4%, respectivamente, no mesmo período.

Para José Aurélio Ramalho, presidente do Observatório, o aumento do número de acidentes de trânsito no Brasil é preocupante, pois o País registrou um aumento de 23% de óbitos e em 2004 foram 35 mil mortes no trânsito. “E nesse período não foi feito praticamente nada em caráter educacional para mudar essa realidade. houve aumento de fiscalização e no valor da penalização, mas isso não faz mudar a percepção de risco dos motoristas”, disse.

Ramalho afirma que é preciso conscientizar os motoristas sobre os riscos que ele representa e que pode sofrer no trânsito. “As pessoas hoje tem medo da penalização, não das consequências de um possível acidente. Isso precisa mudar”.

Nos EUA, prefeita renuncia após apoiar insulto racista a Michelle

michelle

A prefeita Beverly Walling, da pequena cidade de Clay, na Virgínia Ocidental, entregou o cargo depois de apoiar insultos racistas feitos no Facebook contra a primeira-dama Michelle Obama, citada como “uma macaca” – informou a imprensa americana nesta terça-feira (15). Ela foi pressionada a renunciar na terça, afirmou o funcionário municipal Joe Coleman.

Depois da vitória do republicano Donald Trump nas eleições americanas, a diretora da Clay County Development Corp., Pamela Ramsey, postou no Facebook que “será revigorante ter na Casa Branca uma primeira-dama com classe, bonita, digna”. “Estou cansada de ver uma macaca de salto”, acrescentou. Beverly respondeu: “Ganhei o dia Pam”.

Empreiteiras negociaram propina em apuração de cratera do metrô

 ESTAÇÃO PINHEIROS: SEGUNDO JORNAL FOLHA DE S.PAULO, EMPREITEIRAS TERIAM NEGOCIADO ABAFAR A APURAÇÃO COM REPRESENTANTE DE PROMOTOR (GUILHERME DEARO/EXAME.COM/)

ESTAÇÃO PINHEIROS: SEGUNDO JORNAL FOLHA DE S.PAULO, EMPREITEIRAS TERIAM NEGOCIADO ABAFAR A APURAÇÃO COM REPRESENTANTE DE PROMOTOR (GUILHERME DEARO/EXAME.COM/)

 

Representantes das cinco empreiteiras envolvidas no acidente das obras da estação Pinheiros da linha 4-amarela do metrô em 2007 teriam negociado o pagamento de propina com um suposto intermediário de um promotor de Justiça, revelam os repórteres Flávio Ferreira, Mario Cesar Carvalho e Rogério Pagnan, do jornal Folha de S.Paulo, em matéria publicada nesta quinta-feira, 17.

Segundo a reportagem, o objetivo da negociação seria favorecer executivos das construtoras investigados no desabamento que deixou sete mortos em janeiro de 2007, na gestão de José Serra (PSDB).

A obra foi realizada pelo consórcio Via Amarela, liderado pela Odebrecht e com participação de Camargo Corrêa, OAS, Queiroz Galvão e Andrade Gutierrez.

O Tribunal de Justiça julga nesta quinta (17), em segunda instância, um recurso do Ministério Público sobre o caso do desabamento. Há quase um mês a Justiça absolveu, em primeira instância, os 14 réus das empreiteiras e do Metrô por considerar que a Promotoria não conseguiu provar que os acusados tinham condições de evitar a cratera e as mortes.

De acordo com o jornal, o representante das empresas seria o advogado Fernando Maximiliano Neto, que já havia trabalhado no departamento jurídico da Odebrecht. Ele teria negociado o pagamento de propina com o advogado Ismar Marcílio de Freitas Jr., que dizia representar o então promotor Ruy Pires Galvão Filho.

Galvão, que foi promovido a procurador, integrava a equipe de promotores do foro regional de Pinheiros (zona oeste da capital), responsável pelo caso.

Segundo a Folha, ele também aparece em um e-mail apreendido pela Polícia Federal na Operação Lava Jato, que apontaria uma quantia inicial a ser paga de R$ 200 mil. Já papeis apreendidos em 2009 na Operação Castelo de Areia indicam um valor de R$ 3 milhões, informou o jornal.

O  MP abriu investigação sobre o suposto pagamento de propina no mês passado após as denuncias da publicação.

Ruy Galvão nega ter atuado na apuração do desabamento, apesar de ter assinado papéis da investigação. Ele afirma que teve uma “atuação meramente formal, corriqueira e lateral” na investigação.

Já o advogado Ismar Marcílio de Freitas Jr., apontado por representantes das empreiteiras como o intermediário na negociação, diz que não atuou no caso.

O ex-advogado da Odebrecht, Fernando Maximiliano Neto, apontado como negociador pelas construtoras, afirmou à Folha que preferia não se manifestar. Camargo Corrêa, OAS e Odebrecht não se pronunciaram.

Exame

Quem é Eduardo Navarro, novo presidente da Telefônica Vivo

 EDUARDO NAVARRO: ELE INGRESSOU NA TELEFÔNICA EM 1999, EM UM MOMENTO EM QUE A EMPRESA REALIZOU DIVERSAS FUSÕES E AQUISIÇÕES NO BRASIL (DIVULGAÇÃO)

EDUARDO NAVARRO: ELE INGRESSOU N TELEFÔNICA EM 1999, EM UM MOMENTO EM QUE A EMPRESA REALIZOU DIVERSAS FUSÕES E AQUISIÇÕES NO BRASIL (DIVULGAÇÃO)

Algumas semanas antes do previsto, Eduardo Navarro assumiu hoje, 17, a presidência da Telefônica Vivo no Brasil. Ele já havia sido indicado como o sucessor de Amos Genish em outubro desse ano e deveria assumir em janeiro de 2017, mas a mudança foi antecipada.

Após 19 meses no cargo, Amos Genish deixará o cargo de presidente e CEO da Telefônica Vivo.

Genish entrou na Telefônica quando a GVT, companhia fundada por ele e um grupo de investidores e que pertencia à francesa Vivendi, foi adquirida pela Vivo. A operação, feita em agosto de 2014 por R$ 22 bilhões, consolidou a operadora espanhola como líder do setor no Brasil.

Em maio de 2015, Genish foi indicado como presidente do grupo para integrar as duas companhias, promover sinergias e melhorar o seu balanço. Para isso, ficaria no máximo 2 anos no cargo. A meta foi cumprida antes do prazo. Nesse período, a Telefônica Vivo já economizou mais de R$ 25 bilhões em cortes de custos.

Segundo a Telefônica, “Genish levou a Telefônica Brasil a solidificar a sua liderança de mercado e a superar o mercado em métricas financeiras e operacionais”. O executivo afirmou que deixou a companhia por razões pessoais e se manterá como conselheiro do Comitê de Estratégia.

Biografia

Formado em Engenharia Metalúrgica pela Universidade Federal de Minas Gerais, Eduardo Navarro começou sua carreira como engenheiro na indústria siderúrgica brasileira com o Grupo ARBED, produtor de ferro e aço de Luxemburgo.

Em seguida, foi consultor da McKinsey & Company, com foco em projetos de Infraestrutura e Telecomunicações na América Latina, Europa e África.

Em 1999, ingressou na Telefônica, em um momento em que a empresa realizou diversas fusões e aquisições no Brasil.

Durante 17 anos na Telefónica, ele ocupou várias posições, como vice-presidente de Estratégia Corporativa e Assuntos Regulatórios da Telefônica Brasil, diretor de Planejamento Estratégico e Assuntos Regulatórios para a Telefónica Internacional e diretor de Estratégia e Alianças para o Grupo Telefónica.

Navarro era diretor comercial da divisão digital da companhia (Chief Chief Commercial Digital Officer, CCDO) da Telefônica AS. desde 2012. Em junho deste ano, assumiu a presidência do Conselho da Telefônica Brasil.

Segundo a Telefônica, como CCDO ele era responsável pelo crescimento da receita global. Também era sua responsabilidade levar os segmentos empresarial e de consumo para uma realidade cada vez mais digital.

Em comunicado, Eduardo Navarro, disse que, “da sede da Telefónica, em Madri, e como Chairman da Telefônica Brasil, acompanho o dia a dia das operações no país e fico impressionado com a forte atuação e transformação da Telefônica Brasil. Estou entusiasmado com as oportunidades à frente e muito confiante que, em conjunto com a excelente equipe de gestão da Telefônica Brasil, vamos continuar construindo as bases fortes da companhia”.

Exame

São Paulo é melhor cidade do país para empreender; veja o ranking

 SÃO PAULO: ELA É BICAMPEÃ NO RANKING DE MELHORES CIDADES PARA EMPREENDER, FEITO PELA ENDEAVOR (THINKSTOCK)

SÃO PAULO: ELA É BICAMPEÃ NO RANKING DE MELHORES CIDADES PARA EMPREENDER, FEITO PELA ENDEAVOR (THINKSTOCK)

A cidade de São Paulo é, mais uma vez, a melhor localidade do país para abrir (e manter) uma empresa.

É o que diz o Índice de Cidades Empreendedoras (ICE 2016), que está em sua terceira edição. O estudo, elaborado pela entidade de fomento ao empreendedorismo Endeavor, avalia o ambiente empreendedor nas 32 cidades brasileiras com mais empresas de alto crescimento (as chamadas scale-ups).

Esses negócios devem apresentar um crescimento de ao menos 20% ao ano por ao menos três anos seguidos. Em um universo de cinco milhões de negócios, as scale-ups são apenas 30 mil, e geraram cerca de três milhões de empregos nesses últimos três anos.

O resultado do ICE 2016 foi divulgado hoje, em evento da Endeavor. O principal objetivo da pesquisa é fomentar o ambiente de negócios do país. Para isso, ela pretende identificar as melhores táticas replicáveis de incentivo ao empreendedorismo; criar indicadores mensuráveis ao longo do tempo; e gerar comparação e competição saudáveis entre as cidades participantes.

“Tínhamos uma preocupação muito grande sobre a condição de empreender no país”, ressalta Juliano Seabra, diretor da Endeavor. “Não adianta nada apoiar o empreendedor, ajudá-lo a crescer e perceber que a sensação de empreender no Brasil é estar correndo com um elástico amarrado na cintura. Você fica preso e não alcança a velocidade potencial que teria dentro de si.”

As melhores cidades para abrir e manter negócios trabalham justamente para acabar com tais amarras, por meio de incentivos em diversas frentes. Ao todo, são sete áreas determinantes: ambiente regulatório; infraestrutura; mercado; acesso a capital; inovação; capital humano; e cultura empreendedora.

Cada área possui um peso diferente na hora de calcular o resultado agregado. Um item como capital humano, por exemplo, tem maior peso na elaboração da média ponderada: sem uma boa equipe, é impossível que um negócio seja bem-sucedido. Ao todo, 60 indicadores foram mensurados no estudo.

Projeto aumenta em 43% taxa de partos normais em hospitais particulares

 PROJETO DA ANS EVITA 10 MIL CESÁREAS EM 35 HOSPITAIS PARTICULARESANA NASCIMENTO/MDS/PORTAL BRASIL

PROJETO DA ANS EVITA 10 MIL CESÁREAS EM 35 HOSPITAIS PARTICULARESANA NASCIMENTO/MDS/PORTAL BRASIL

Um projeto da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) conseguiu aumentar em 43% a taxa de partos normais em 35 hospitais particulares de 11 estados. Entre os nascimentos nessas instituições, 23,8% foram por parto normal, percentual que chegou a 34% após a participação na iniciativa. Com isso, foram evitadas, segundo a agência, 10 mil cesarianas sem indicação em 18 meses.

O programa, que deverá agora ser ampliado, pretende conter o crescimento do número de cesáreas, verificado nos últimos anos e ampliar o número de partos não cirúrgicos. “Em 2005 a gente tinha 75% de cesarianas [nos nascimentos em hospitais particulares], em 2015, estávamos com 85%. Era uma coisa crescente, e a gente não conseguia baixar esse percentual”, diz a diretora de Desenvolvimento Setorial da ANS, Martha Oliveira.

“A cesariana é uma cirurgia e, enquanto cirurgia, tem indicações, salva vidas. Mas isso estava sendo usado na saúde suplementar de forma completamente desorganizada”, destaca Martha sobre o fato de a cesárea ter se tornado a principal forma de parto na rede privada. De acordo com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, só existem duas indicações absolutas para o procedimento: a desproporção céfalo-pélvica e a apresentação prévia da placenta.

Nos últimos anos, entretanto, Martha diz que o sistema de saúde suplementar começou a dar prioridade aos partos cirúrgicos. “O trabalho do médico fica mais facilitado quando ele agenda todas as cesarianas para uma mesma manhã, não precisa fazer cada uma em um momento. O hospital deixa de ter centro de parto normal e passa a ter só centro cirúrgico.”

Por isso, o projeto atuou de forma a reorganizar o modo de trabalho das instituições participantes. “A gente precisou trabalhar a capacitação, trabalhar modelos para isso, resgatar o plantonista nos hospitais. Resgatar o papel da enfermeira obstetra. Resgatar a equipe de profissionais”, destaca Martha sobre as mudanças que foram feitas.

De acordo com a médica, também foi preciso dialogar com as gestantes. “Esse projeto nasceu de um pleito das próprias mulheres, que entraram com uma ação civil pública. Dentro do projeto, esses grupos de mulheres participaram. Não só elas viam quais eram os próximos passos, como a gente aprendeu com elas muito a linguagem, a forma de falar com as mulheres.”

Além das mudanças organizacionais, foram feitas diversas alterações nos procedimentos em relação à gestante. Evita-se o uso de medicamentos para diminuir a dor, com o uso de outros métodos, como a movimentação dentro do quarto. Os apartamentos são equipados com banquinhos, bolas e banheiras para serem usados como alívio durante o trabalho de parto. As mulheres não precisam ficar em jejum e a presença de um acompanhante é obrigatória.

Não foi verificado aumento do índice de complicações decorrentes do parto, como morte materna ou asfixia do bebê. Em três hospitais houve, inclusive, redução desses eventos, de 73 casos por 1 mil nascidos vivos para 31 para cada 1 mil nascidos.

A partir dos resultados, o projeto-piloto Parto Adequado será expandido agora para 150 hospitais de todo o país. “A gente cresce em dimensão, em número de partos, para, em dois anos, conseguir atingir a saúde suplementar toda no Brasil”, completou a médica.

Agência Brasil