SELO BLOG FM (4)

Categoria: setembro 5, 2016

EUA e Rússia chegam perto de acordo sobre Síria, mas há impasses

 O PRESIDENTE DOS EUA, BARACK OBAMA, DURANTE A ABERTURA DA CÚPULA DO G20 EM HANGZHOU, NESTE DOMINGO (4) (FOTO: REUTERS/MARK SCHIEFELBEIN)

O PRESIDENTE DOS EUA, BARACK OBAMA, DURANTE A ABERTURA DA CÚPULA DO G20 EM HANGZHOU, NESTE DOMINGO (4) (FOTO: REUTERS/MARK SCHIEFELBEIN)

O presidente norte-americano, Barack Obama, disse neste domingo (4) que os Estados Unidos e a Rússia estão buscando um acordo de cessar-fogo na Síria e que ambos os lados devem se reunir nesta segunda-feira (05).

“Ainda não chegamos lá”, afirmou Obama a repórteres depois de se encontrar com a primeira-ministra britânica, Theresa May, nos bastidores do encontro do G20, na cidade chinesa de Hangzhou.

“Temos graves diferenças com os russos quanto aos lados que apoiamos, mas também quanto ao processo necessário para levar paz à Síria”, disse.

No campo de batalha, as forças do governo sírio e seus aliados obtiveram uma importante vitória ao recapturar regiões no sudoeste de Aleppo, capturadas por rebeldes no mês passado, informou o Observatório Sírio para os Direitos Humanos.

Um acordo que cessaria a batalha e permitiria a chegada de ajuda humanitária parecia que seria anunciado pelo secretário de Estado norte-americano, John Kerry, e o ministro das Relações russo, Sergei Lavrov. Mas Kerry chegou sozinho após o encontro e disse que ainda havia alguns itens a serem acordados.

O presidente russo Vladmir Putin participa da abertura da cúpula do G20 em Hangzhou, neste domingo (4) (Foto: Reuters/Mark Schiefelbein)

O PRESIDENTE RUSSO VLADMIR PUTIN PARTICIPA DA ABERTURA DA CÚPULA DO G20 EM HANGZHOU, NESTE DOMINGO (4) (FOTO: REUTERS/MARK SCHIEFELBEIN)

Autoridades de EUA e Rússia, que apoiam lados diferentes na guerra civil síria, iniciada há cinco anos, realizaram vários encontros desde a viagem de Kerry a Moscou, em julho, com uma proposta de interromper os conflitos.

O cessar-fogo seria supervisionado pelas inteligências de dois países, em cooperação para atacar o Estado Islâmico e outros grupos militantes. Para o plano dar certo, a Rússia teria que convencer o presidente sírio, Bashar al-Assad, a deixar sua Força Aérea em solo.

Conflito na Síria
A guerra já matou 250 mil pessoas e desalojou 11 milhões, causando uma crise de refugiados no Oriente Médio e na Europa e contribuindo para o crescimento de grupos militantes.

Moscou apoia Assad com bombardeios contra a oposição, enquanto os EUA ajudam alguns grupos rebeldes que querem derrubar o presidente e se apresentam como Exército Livre da Síria.

A Casa Branca disse que Obama e o presidente russo, Vladimir Putin, terão a chance de conversar informalmente nos bastidores do G20.

O vice-chanceler russo, Sergei Ryabkov, afirmou que um acordo está próximo, mas que não se pode prever quando será finalizado. “Estamos conversando sobre assuntos sérios, de implementar um cessar-fogo. Estamos próximos do acordo, mas a arte da diplomacia requer tempo”, explicou.

Reuters

Defesa de Dilma entrará com nova ação no STF para tentar anular impeachment

 A EX-PRESIDENTE DILMA ROUSSEFF, AO LADO DO ADVOGADO JOSÉ EDUARDO CARDOZO, DÁ ENTREVISTA A JORNALISTAS ESTRANGEIROS NO PALÁCIO DA ALVORADA.(REPRODUÇÃO/TWITTER)

A EX-PRESIDENTE DILMA ROUSSEFF, AO LADO DO ADVOGADO JOSÉ EDUARDO CARDOZO, DÁ ENTREVISTA A JORNALISTAS ESTRANGEIROS NO PALÁCIO DA ALVORADA.(REPRODUÇÃO/TWITTER)

A defesa da presidente cassada Dilma Rousseff entrará nesta semana com novo mandado de segurança no STF (Supremo Tribunal Federal), pedindo a anulação do impeachment, desta vez sob o argumento de “falta de justa causa” e vícios no processo. Na lista das irregularidades alegadas pela defesa está o fato de senadores terem externado o voto contra Dilma antes do início do julgamento.

“Muitos diziam que não adiantava produzirmos provas porque votariam contra de qualquer jeito”, afirmou o ex-ministro José Eduardo Cardozo, advogado de Dilma. “A Corte Interamericana de Direitos Humanos da OEA sustenta que um juiz não pode anunciar antecipadamente o seu voto, pois isso fere o princípio da imparcialidade e o direito de defesa.”

Na última quinta-feira, um dia após o Senado decidir pela deposição de Dilma, Cardozo também entrou com mandado de segurança no Supremo, solicitando novo julgamento da petista. O caso foi encaminhado para o ministro Teori Zavascki, que será o relator da ação na Corte. Na peça, Cardozo argumenta, entre outras observações, que a denúncia contra Dilma foi fundamentada em dispositivos legais que colidem com a Constituição de 1988.

Na batalha jurídica, o PMDB, o PSDB, o DEM e outros partidos da base aliada do presidente Michel Temer também protocolaram no Supremo, na sexta-feira, um mandado de segurança questionando a segunda votação do impeachment. Motivo: depois de aprovarem a perda do mandato de Dilma, por 61 votos a 20, os senadores decidiram manter o direito da petista de exercer cargos públicos.

A estratégia para poupar a presidente cassada rachou a base de Temer no Congresso. A ministra do Supremo Rosa Weber será a relatora da ação dos partidos governistas, que pede à Corte o cancelamento da segunda votação, feita para beneficiar Dilma.

“Nada impede que a ministra leve o assunto ao plenário, mas eu prefiro que não leve”, afirmou à reportagem o ministro do STF Marco Aurélio Mello. “É uma matéria delicada, que envolve o ato de um colega que até o dia 12 é presidente do Supremo”, completou Mello, numa referência a Ricardo Lewandowski, que conduziu a sessão de julgamento do impeachment. Lewandowski será substituído pela ministra Carmen Lúcia no comando do Supremo no próximo dia 12.

Cardozo disse que, se o Supremo acolher o pedido dos aliados de Temer, a defesa de Dilma entrará com outras ações. Citou como exemplo a solicitação para que a Corte também “fatie” o julgamento de crimes atribuídos à presidente cassada, como as chamadas “pedaladas fiscais”, e a assinatura de três decretos de crédito suplementar autorizando despesas em desacordo com a meta fiscal vigente.

Estadão