O desembargador Ibanez Monteiro, da 2ª Vara Civel, determinou que o Estado do Rio Grande do Norte volte a pagar as parcelas mensais referentes ao contrato com a Arena das Dunas Concessão e Eventos S/A, porém, arcando com apenas 75% do valor de antes, resultando numa economia mensal de R$ 3 milhões para o erário.
A decisão foi proferida no dia 17 de agosto e o Estado já foi notificado. O desembargador baseu-se num estudo da equipe técnica da Comissão de Acompanhamento e Fiscalização da Copa 2014 (CAFCOPA) do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que aponta possível sobrepreço na obra, no valor de R$ 77,5 milhões, o equivalente a 25% do valor do contrato.
“Á vista do exposto, defiro em parte o pedido de efeito suspensivo para determinar que os agravados efetuem o pagamento de, no mínimo 75% do valor das parcelas mensais, por ser esse o percentual incontroverso apontado no próprio relatório da CAFCOPA”, decidiu o magistrado.
Em seguida, encaminhou a decisão à 5ª Vara da Fazenda Publica da Comarca de Natal para a notificação das partes, concedendo prazo de 15 dias para recorrerem da decisão. A Arena das Dunas ainda não se pronunciou sobre o assunto, mas o Estado já foi notificado.
De acordo com o procurador-geral Adjunto, João Carlos Gomes Coqui, ainda não há uma definição se a Procuradoria vai recorrer da decisão. “Tinhamos ingressado em juizo com base na argumentação no relatório do corpo técnico do TCE e obtivemos autorização para não pagar nada. Agora o desembargador reverteu parcialmente a decisão e estamos analisando se o mais acertado nesse momento é recorrer”, revela.
Ele diz que é do entendimento da Procuradoria que os argumentos do magistrado seguem a lógica de que, se houve sobrepreço, não seria o caso de não pagar nada. “Então seria o caso de não parar de pagar, mas pagar 75% porque haveria o sobrepreço de 25%. A obra ainda não está paga e essa decisão ainda garante aos Estado uma economia de R$ 3 milhões mensais”, destaca o procurador.
Carlos Gomes relembra ainda que a suspensão por seis meses seria favorável em virtude das dificuldades financeiras que o estado enfrenta. “Estamos analisando se recorreremos ou não. O desembargador não manda o Estado pagar mais do que deve, mas não pagar aquilo que está no sobrepreço, ou seja, nossos argumentos são considerados. A Arena não conseguiu reverter tudo”, analisa.
Pleno do TCE ainda votará relatório
O procurador-geral Adjunto, João Carlos Gomes Coqui, explicou que o Estado havia requerido a suspensão imediata do pagamento das parcelas mensais até o julgamento do Processo n° 2.813/2011-TC pelo Pleno do Tribunal de Contas do Estado. “Ainda esperamos pelo julgamento do relatório no próprio Tribunal de Contas, que pode, a exemplo de decisões semelhantes em outros estados, até cancelar o contrato”, diz o procurador.
No Mato Grosso, o TCE mandou suspender no ano passado pagamentos previstos em contrato com a construtora Mendes Júnior, referente à obra da Arena Pantanal, em Cuiabá. A suspeita era de que o Estado teria pago R$ 5,8 milhões a mais à empresa.
Já em Pernambuco, em março passado, o governo rescindiu o contrato com a Odebrecht na parceria público-privada da Arena Pernambuco, também construída para receber a Copa do Mundo no Estado. A decisão ocorreu após estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), encomendado pelo governo para uma revisão contratual, apontar que o equipamento esportivo estava sendo “subutilizado”, ocasionando frustração de receitas. A diferença lá é que o Estado ainda ressarciria a concessionária o saldo devedor da obra, estimado inicialmente em R$ 479 milhões (base de maio de 2009).
A determinação que suspendeu o pagamento das parcelas mensais de R$ 12,7 milhões à Arena das Dunas no RN foi proferida no dia 5 de agosto passado pela juíza Ana Claudia Secundo Lemos, em substituição na 5ª Vara da Fazenda Pública de Natal. Ela avaliou a existência de perigo de dano ao erário se o Estado mantivesse pagamento de um valor que não se tem a certeza de que é o correto e que poderia, inclusive, já ter sido todo pago.
Neste sentido, a juíza entendeu que o pagamento deveria ser suspenso até que as parcelas mensais (que deixassem de ser pagas) alcançassem o montante de R$ 77.532.187,35, que foi o valor apontado de sobrepreço no relatório do corpo técnico do TCE.
Esse valor seria alcançado em seis meses de suspensão e o Estado voltaria a realizar os repasses e o consórcio ficou proibido de utilizar o Fundo Garantidor durante a vigência da decisão de suspensão do pagamento. Também não incidiria multa prevista no contrato por descumprimento de obrigações pactuadas. A Arena recorreu com um Agravo de Instrumento com Suspensividade e o desembargador Ibanez Monteiro deferiu o pedido.
Em 15 anos, o suposto dano ao erário chegaria R$ 451 milhões. Por conta dos indícios de sobrepreço e das demais irregularidades imputadas no relatório, a equipe técnica sugeriu a concessão de medida cautelar para suspensão dos pagamentos das contraprestações mensais pelo Estado.
Governo mostrou uma espécie de ‘cardápio’ com potenciais empreendimentos no Brasil, que podem ser tocados pelo governo ou oferecidos ao capital privado
O governo Michel Temer trabalha com um banco de projetos em infraestrutura que somará US$ 269 bilhões entre 2016 e 2019. É uma espécie de cardápio para mostrar potenciais empreendimentos no Brasil que podem ser tocados pelo governo ou oferecidos ao capital privado – inclusive estrangeiro. Os números gerais foram apresentados a investidores chineses nesta sexta-feira, 2, e a primeira parte desse menu de oportunidades será detalhada ainda este mês pelo secretário do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Moreira Franco.
A cifra total do banco de projetos foi apresentada pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, durante o seminário Brasil – China realizado em Xangai. “Essa é uma projeção das oportunidades e projetos nos próximos três a quatro anos”, disse Meirelles em entrevista à imprensa já na cidade de Hangzhou, que hospedará a reunião das 20 maiores economias do mundo, o G-20.
Em tempos difíceis nas contas públicas e falta de confiança na economia, Meirelles ressaltou que o valor “não é um compromisso” do governo. “Não quer dizer que isso vai ser cumprido. É para mostrar a imensidão do que existe de oportunidade no País”.
Segundo a apresentação feita mais cedo pelo ministro da Fazenda, o banco de projetos será capitaneado pelo setor de petróleo e gás que tem empreendimentos com potencial de US$ 90,6 bilhões em investimentos. Nessa cifra, explicou Meirelles, estão valores relacionados à Petrobrás.
O ministro, porém, não deu mais detalhes. Em seguida, aparecem os segmentos de energia elétrica (US$ 65,5 bilhões), telecomunicações (US$ 43,6 bilhões), estradas (US$ 26,6 bilhões), saneamento básico (US$ 10,9 bilhões), ferrovias (US$ 10,1 bilhões), além de mobilidade urbana, aeroportos, portos e resíduos sólidos – todos com menos de US$ 10 bilhões potenciais cada para o período.
“Essa é uma visão dos projetos em infraestrutura que poderão ser feitos e estarão disponíveis no Brasil. São concessões outorgas, privatizações…”, enumerou o ministro. Meirelles indicou que alguns deles já podem ter sido discutidos no governo, enquanto outros são novos. “Em resumo, é um vasto e amplo programa de investimento em infraestrutura de diversas formas no País”, disse. “É um mapa do que se pode ser feito em quatro anos. Tudo que pode ser concessionado, privatizado”.
A prefeita de Serrinha dos Pintos, Rosânia Teixeira, teve o pedido de cassação do registro de candidatura protocolado esta semana por compra de votos e por abuso de poder econômico. O pedido foi protocolado pela coligação “O Desenvolvimento Está de Volta” na 38ª Zona Eleitoral.
De acordo com a denúncia, a prefeita está utilizando o carro da Prefeitura para realizar o transporte ilegal do locutor da campanha para o estúdio de gravação. As imagens enviadas por populares, mostram que o profissional esteva utilizando o veículo oficial do Município, o que é expressamente proibido, segundo o artigo 62 da Lei nº 9.504/1997.
Além do uso de veículos da Prefeitura, a prefeita também teve outra representação apresentada junto a Justiça Eleitoral por compra de votos. Moradores de Serrinha dos Pintos também flagraram um caminhão caçamba da Prefeitura entregando tijolos e outros materiais de construção em terrenos particulares. De acordo com informações de moradores do município, além do uso indevido do veículo do Município, os tijolos estavam sendo utilizados para comprar votos.
Em um vídeo, um dos beneficiários do esquema de compra de votos confirma que recebeu os tijolos em troca de garantir o apoio à prefeita Rosânia Teixeira, que tenta reeleição no pleito desse ano.
HOSPITAL PAPI REABRE SUAS PORTAS NA PRÓXIMA QUINTA-FEIRA (8)-
O Hospital Papi irá reabrir suas portas na próxima quinta-feira (08), a partir das 7h. A unidade volta a prestar atendimento, inicialmente, de urgência pediátrica e procedimentos cirúrgicos eletivos e clínicos de adultos, incluindo terapia intensiva.
O diretor executivo do Papi, Fernando Madruga, explicou que a volta do hospital “Foi uma força tarefa incansável que se intensificou, especialmente, nos últimos quatro meses. E que, apesar de todas as dificuldades e promessas não cumpridas, nossa meta sempre foi trazer o Papi de volta à ativa. Nunca pensamos em desistir”.
Na próxima terça-feira (06), a direção da unidade receberá a imprensa para uma coletiva, a partir das 9h30.
ASSINATURA DO CONTRATO DE CESSÃO DE PRÉDIO PÚBLICO
O governador Robinson Faria assinou contrato de cessão de um prédio pertencente ao Governo do Estado para funcionar como base de apoio para assentados pela Reforma Agrária que precisam vir a Natal participar de cursos, treinamentos e capacitações. O prédio é localizado na rua do Aboio, s/n, conjunto Nova Natal, bairro Lagoa Azul. O prédio ficará sob a responsabilidade da Associação Nacional de Apoio à Reforma Agrária e Agricultura Familiar – ANGRA para funcionamento do Centro de Estudos Avançados para Assentados da Reforma Agrária. A edificação possui oito salas, três banheiros e uma cozinha. A permissão é feita pela Datanorte com intermediação da Secretaria de Trabalho, Habitação e Ação Social (SETHAS) com prazo de 24 meses podendo ser prorrogada até 60 meses.
A ANGRA assume compromisso contratual de manter a finalidade da utilização e a conservação do imóvel. “O nosso governo tem a marca do diálogo, tem atenção aos movimentos populares e sintonia com as demandas sociais. Hoje estamos fazendo justiça aos assentados e seus filhos que agora terão apoio para estudar, se qualificar, produzir e melhorar de vida”, afirmou Robinson Faria. A secretária da SETHAS, Julianne Faria, informa que o Governo está atendendo uma solicitação dos pequenos produtores que precisavam de um espaço de apoio em Natal “para terem oportunidades de estudar e se qualificar. Recebemos este pedido e agora estamos atendendo essa reivindicação”, declarou.
“Os filhos dos assentados de todo o Estado agora terão direito a escola e um endereço em Natal para apoiar seus estudos e participação em cursos de qualificação direcionados às atividades do campo. O Governo do Estado atende uma reivindicação nossa, atende aos movimentos sociais e nos dá novas oportunidades” afirmou o coordenador do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), Edimilson Oliveira. No Rio Grande do Norte existem hoje 20 mil famílias de assentados pela Reforma Agrária pelo INCRA.
São famílias que tiveram acesso à terra para trabalhar, produzir e construir o seu futuro, mas enfrentam grandes dificuldades. A proposta da ANGRA para a ocupação do prédio visa a capacitação de curto prazo aos assentados, principalmente aos mais jovens, trabalhando as necessidades e vocações de cada região. Além da qualificação técnica os cursos são voltados também para o aprimoramento psicossocial.
O Departamento Estadual de Trânsito do RN e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) se reuniram hoje (02) para discutir a padronização de procedimentos para veículos leiloados e ações conjuntas para resolver os problemas de carros apreendidos que ficam nos pátios do órgão e da instituição. O encontro ocorreu hoje pela manhã, na sede do Detran/RN.
Além do diretor-geral do Detran/RN, Marco Medeiros, também participaram da reunião o superintendente da PRF, Marcelo Montenegro; a presidente da comissão de leilão do Detran, Celeyde Diniz; o presidente da Comissão de leilão da PRF, Everton Ferreira; e o Chefe da Seção administrativa da PRF, George Meira.
A EMPRESA RESSALTOU, PORÉM, QUE O VALOR FINAL SERÁ CONSOLIDADO APENAS APÓS O TÉRMINO DO PRAZO PARA OS DESLIGAMENTOS. (FOTO: PEDRO LOBO)
Desde o início do período de adesões, em 11 de abril último, 11.704 empregados aderiram ao Programa de Incentivo ao Desligamento Voluntário da Petrobras – PIDV 2016. Em nota, a empresa esclareceu, porém, que embora as inscrições tenham sido encerradas no último dia 31 de agosto, ainda serão aceitas e contabilizadas inscrições realizadas em papel e postadas até a data limite para a adesão.
“O número ainda pode ser alterado em função de inscrições realizadas em papel e postadas até 31 de agosto”, disse a empresa, acrescentando que “até a data de homologação da rescisão, os empregados podem desistir da adesão”. A empresa informou, por outro lado, que o cronograma de desligamentos teve inicio em 16 de junho e que, até o momento, 2.450 empregados tiveram seus contratos de trabalho efetivamente encerrados.
A Petrobras, ao iniciar o PIDV, tinha como meta em sua referência no planejamento de implementação do programa, que cerca de 12 mil empregados aderisse ao programa, com um custo para a empresa previsto de R$ 4,4 bilhões e uma economia esperada de R$ 33 bilhões até 2020.
Considerando a adesão dos 11.704 empregados que já formalizarão a decisão, a estimativa da companhia, no momento, para o custo total do programa é de aproximadamente R$ 4 bilhões – R$ 400 milhões a menos do que o inicialmente previsto.
A empresa ressaltou, porém, que o valor final será consolidado apenas após o término do prazo para os desligamentos. “A Companhia provisionou R$ 1,2 bilhão até 30 de junho de 2016, relativo aos gastos previstos com os 4.087 funcionários que já haviam aderido ao programa, conforme informado na nota explicativa anterior relativa as Demonstrações Financeiras do 2º trimestre de 2016”, diz na nota a Petrobras.
RAIMUNDO GEILSON CARLOS DE ARAÚJO, 57 ANOS, MORAVA NO OESTE POTIGUAR.(FOTO: ARQUIVO PESSOAL)
Quarenta e sete. Este é o número total de facadas que tiraram a vida do professor aposentado Raimundo Geilson Carlos de Araújo, de 57 anos, assassinado na quarta-feira (31) em Antônio Martins, município do Oeste potiguar. Além das cutiladas, necrópsia feita pelo Instituto Técnico de Perícia (Itep) também atesta que a vítima foi degolada. Um garoto de 15 anos confessou ter matado o professor. Apreendido, ele foi autuado por ato infracional análogo ao crime de latrocínio (roubo seguido de morte).
“Informações preliminares repassadas pelo perito do caso à família e à polícia provam que o adolescente mentiu em depoimento e que ele foi extremamente cruel”, ressaltou o delegado Erick Gomes. No depoimento, o adolescente relata ter dado algo em torno de 10 golpes no professor porque ele teria tentado fazer sexo à força.
O adolescente está em Caraúbas, cidade da mesma região, onde aguarda vaga em um centro de internação para cumprimento de medida socioeducativa. “Continua aqui, conosco, à espera da designação de uma vaga junto ao Centro de Internação de Adolescentes Infratores (Ciad) e da intimação formal da decisão decretando sua internação”, ressaltou o delegado.
O crime
Raimundo foi morto por volta das 3h. Já o adolescente, acabou apreendido por volta das 9h30. E foi ao acaso. “Depois do homicídio, ele fugiu levando roupas e a moto do professor. Ele queria vender a moto. Então deixou a cidade de Antônio Martins e partiu com destino a Mossoró. Antes, ao parar em Caraúbas, saiu oferecendo o veículo por 2 ou 3 mil reais. Até tentou se hospedar em uma pousada da cidade. Não foi aceito porque não tinha documento algum para apresentar. Nem mesmo da moto. Foi quando as pessoas desconfiaram e chamaram a polícia. Fomos atrás dele e, já por volta das 9h30, o encontramos em um bar, onde tomava cerveja”, relatou.
Sem documentos, o garoto foi levado para a delegacia e revistado. “Ele estava de sapato e meias. Quando tirou o calçado, vimos que os pés dele tinha manchas de sangue. Foi aí que ele se complicou e confessou tudo, admitindo que roubou a motocicleta após ter matado o professor. Ele nos levou até a casa, no sítio onde o professor morava, e lá encontramos o corpo”, acrescentou Erick.
Raimundo Geilson Carlos de Araújo tinha 57 anos. Ao longo dos últimos 15, deu aulas para crianças do ensino fundamental no Sítio Trincheira, comunidade rural de Almino Afonso, município vizinho a Antônio Martins. “Quando ele se aposentou, em maio, a escola fechou porque não tinha ninguém que assumisse o lugar dele. Então nós pintamos o prédio e transformamos a escola em um posto de saúde, onde eu passei a atender a comunidade”, disse o médico Gilliano Carlos, primo do professor Raimundo.
Comentários