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Categoria: maio 28, 2016

Sócio confirma crimes na exploração da turmalina paraíba, diz MPF

Mina de turmalina na Paraíba está no centro de fraude internacional (Foto: TV Globo)

Mina de turmalina na Paraíba está no centro de fraude internacional (Foto: TV Globo)

Trechos da delação premiada do empresário Ranieri Addário confirmam prática de crime na exploração da turmalina paraíba pela empresa da qual ele é sócio, a Parazul Mineração Comércio e Exportação Ltda, que não tinha autorização para a exploração. O conteúdo da delação foi divulgado nesta sexta-feira (27) pelo Ministério Público Federal de Patos, no sertão da Paraíba, e o depoimento já foi homolocado pelo juízo da 14ª Vara da Justiça Federal. A data marca um ano da operação Sete Chaves, que desarticulou o esquema criminoso.

O próprio MPF já tinha denunciado sete pessoas em junho de 2015 envolvidas na exploração ilegal da turmalina paraíba em São José da Batalha, distrito do município de Salgadinho, onde a Parazul está sediada. Os envolvidos foram denunciados pelos crimes de usurpação de matéria-prima pertencente à União, exploração de minério sem licença ambiental e por organização criminosa com emprego de arma de fogo e tentáculos internacionais.

Em seu depoimento, Ranieri declara que “no final de 2013 e durante 2014 houve produção de grande quantidade de turmalina paraíba na mina da empresa Parazul Mineração”. Entre os trechos divulgados pelo MPF, o empresário também diz que “no início de 2014, a Parazul produziu em torno de dez quilos da raríssima pedra” e que “a mina da Parazul era guarnecida por seguranças armados, em regra policiais militares do Rio Grande do Norte”. Ele também confirma que “o afegão Zaheer Azizi (ainda foragido) também investiu na Parazul e é sócio oculto da mineradora Terra Branca”.

Réu em ação penal, Addário confirmou que os sócios e investidores da mina tinham pleno conhecimento de que a Parazul Mineração não tinha autorização do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) ou do Ministério de Minas e Energia para lavrar. Segundo ele, eles também sabiam que a empresa não tinha licença do órgão ambiental para efetuar a exploração do minério.

Segundo o MPF, Addário confirmou que Sebastião Lourenço Ferreira é sócio de fato da empresa Parazul e também lavrou turmalina paraíba na mina da empresa. Addário deu detalhes em seu depoimento do processo de venda de cotas da empresa: Sebastião Ferreira detém 20% das cotas da Parazul, dos quais 10% foram adquiridos da parcela pertencente ao sócio de Raniere Addário, Ubiratan Batista de Almeida, por U$S 250 mil e os outros 10% foram adquiridos ao próprio Ranieri, por R$ 1 milhão mais o direito de resultado da mina pelo prazo de seis meses de exploração.

Ainda segundo o MPF, Ranieri Addário também informou que tem uma conta em Hong Kong, que foi usada para negociar toda a venda da produção de turmalina paraíba para o investidor José Miranda Costa em setembro de 2014. Addário contou ter fechado um contrato de empréstimo com Miranda para obter um milhão e quinhentos mil dólares americanos. Na delação, ele informa que Ubiratan Batista de Almeida, outro sócio da Parazul, também fez contrato idêntico com Costa, que passou a administrar a mina e teria exclusividade para a compra de toda a produção.

Addário reconheceu em seu depoimento que não declarou os valores recebidos pela exploração da turmalina paraíba à Receita Federal e acredita que a Parazul não declarou os lucros da exploração da pedra preciosa. Ele acrescentou que também houve exploração esporádica de tantalita, um mineral composto de ouro, nióbio e tântalo, e caulim, na área da Parazul, ambos sem autorização de lavra ou licença ambiental.

Ranieri ainda contou sobre conversa que manteve com o sócio Ubiratan em que teria ouvido dele que teria que pagar propina a servidores públicos do DNPM, em Brasília, a fim de regularizar a área da empresa Parazul.

Delação premiada
No acordo de delação premiada homologado, o MPF propôs a Addário a aplicação de penas no patamar mínimo em relação aos crimes cometidos, o que equivale a prisão de 7 anos e 6 meses. Ranieri Addário também vai ficar isento do pagamento de multa e o Ministério Público Federal vai se abster de cobrar ressarcimento.

Conforme o acordo de colaboração, a prova obtida vai ser utilizada validamente em ações penais, inquéritos policiais, procedimentos administrativos criminais, podendo ser emprestada também ao Ministério Público dos Estados, ao Banco Central do Brasil, ao Departamento Nacional de Produção Mineral e outros órgãos, inclusive de países e entidades estrangeiras.

Um ano de operação
Em sua denúncia, apresentada em junho de 2015, o MPF requereu que fosse fixado em R$ 60 milhões o valor mínimo para reparação dos danos causados com a exploração ilegal executada pela organização criminosa.

A pena por exploração irregular é de um a cinco anos de detenção e multa. Para exploração sem licença ambiental, a pena é de seis meses a um ano de detenção e multa. Já a pena por participação em organização criminosa é de três a oito anos de reclusão e multa. Havendo emprego de arma de fogo, as penas aumentam até 50%, e também se elevam quando ocorre atuação transnacional da organização.

Polícia não descansará até prender todos os envolvidos em estupro, diz Beltrame

Imagem: Reprodução

Imagem: Reprodução

O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, afirmou ontem (27) que as autoridades “não vão descansar até identificar e prender” todos os envolvidos no estupro coletivo de uma jovem de 16 anos, ocorrido no último fim de semana, em Jacarepaguá, zona oeste da capital fluminense.

De acordo com o relato da jovem à polícia, ela teria sido violentada por 33 homens fortemente armados numa casa no alto do Morro São José Operário, na Praça Seca. Os homens seriam ligados ao tráfico de drogas na região.

“Estamos com duas delegacias investigando essa barbárie, para uma rápida resposta à sociedade. Esse episódio mostra como operam as punições das facções criminosas, que ainda tentam impor o silêncio às vítimas e testemunhas. Não vão conseguir. Não vamos descansar até identificar e prender todos”, disse Beltrame em comunicado publicado no Twitter da secretaria.

A Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal do Rio de Janeiro também se manifestou contra o espisódio e cobrou “rapidez na apuração, identificação dos responsáveis e punição dos envolvidos no crime”. “Trata-se de um ato de barbárie e covardia”, afirmou em nota o presidente da comissão, Jefferson Moura (Rede).

Caicó: Caern pede economia para evitar colapso imediato no abastecimento

Caern confirma rodízio no abastecimento de Caicó

Caern confirma rodízio no abastecimento de Caicó

Mesmo com a queda gradativa no volume de água do rio Piranhas/Açu, que abastece as cidades de Caicó, São Fernando, Timbaúba e Jardim de Piranhas, a Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern) vem trabalhando para manter o calendário de rodízio divulgado entre os usuários.

Desde o início da semana, a oferta de água para Caicó, que era em torno de 520 mil litros de água por hora, foi reduzida para 420 mil litros por hora. Diante da crise, a Diretora de Empreendimentos da companhia, Maria Geny Formiga, pede aos clientes que economizem água para evitar o desabastecimento.

A Caern solicitou à Agência Nacional de Águas (ANA), através do Instituto de Gestão de Águas do Rio Grande do Norte (IGARN), o aumento da vazão no açude Curema, no município de Coremas, Estado da Paraíba, para liberar água a fim de aumentar o volume do rio Piranhas e voltar a distribuir aproximadamente 690 mil litros na captação.

O pedido foi atendido e a água deve chegar ao destino até quinta-feira (02 de junho). De acordo com Enilton Mário de Oliveira, da Unidade Regional de Caicó, o rodízio é a forma de prevenir o colapso e a empresa quer prolongar o tempo de fornecimento de água, evitando transtornos nos próximos meses.

A água liberada pelo açude Curema percorre 110 quilômetros, passando por Pombal, Paulista e São Bento, ambos na Paraíba até alcançar o rio Piranhas em Jardim de Piranhas. Lá existe um barramento para reter a água, possibilitando a captação para a adutora Manoel Torres que transporta o produto até Caicó. Atualmente são distribuídos 140 mil litros por hora para Jardim de Piranhas, 12 mil para São Fernando, também 12 mil para Timbaúba e 420 mil para Caicó.

A seca dos últimos anos esvaziou açudes importantes como o Itans, que abastecia a cidade de Caicó, restando a alternativa do rio Piranhas que vem secando a cada dia.

Enquanto isso a Caern vem trabalhando em alternativas que venham suprir a escassez de água da região, a exemplo da adutora emergencial que vai receber água da adutora Serra de Santana, com captação na barragem Armando Ribeiro Gonçalves em Assú. Enquanto a adutora não entra em operação, o pedido da empresa é que os clientes usem a água de forma racional, em suas necessidades diárias.

Informações: O Mossoroense

Ato no vão-livre do Masp lança reflexão sobre casos de estupro no país

Ato no vão-livre do Masp faz reflexão sobre casos de estupro no país Elaine Patricia Cruz/Agência Brasil

Ato no vão-livre do Masp faz reflexão sobre casos de estupro no país Elaine Patricia Cruz/Agência Brasil

Manifestação realizada ontem (27) no vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, lançou uma reflexão sobre o caso de uma adolescente de 16 anos que foi vítima de um estupro coletivo no último fim de semana, no morro São José Operário, em Jacarepaguá, zona oeste do Rio de Janeiro, por 33 homens, segundo seu relato à polícia. Diferente de outras mobilizações na Avenida Paulista, desta vez o ato não contou com caminhadas ou interdição de vias. Convocado pelas redes sociais, o ato simbólico consistiu na distribuição de papel e caneta para que as pessoas que passavam no local escrevessem frases sobre o estupro. Depois, os papéis foram afixados em uma parede do Masp, que está em reforma.

A manifestação relembrou o caso de quatro adolescentes, com idades entre 15 anos e 17 anos, que foram estupradas por cinco homens e depois jogadas de um penhasco na cidade de Castelo do Piauí há exatamente um ano. Uma das jovens morreu.

O evento foi convocado pela jornalista Giovanna Prado, 24 anos, com o objetivo de refletir e combater a “cultura do estupro no país”. “Todo dia há uma manifestação diferente [no centro de São Paulo]. Todo dia alguém interdita a via e já não se sabe mais que protesto é. A sensação que eu tenho é que isso já não está mais impactando na vida de ninguém. Ninguém mais pára para refletir e ver o que está acontecendo. Pensei em uma forma para as pessoas refletirem sem que isso atrapalhasse seu cotidiano”, disse à Agência Brasil. “A ideia é aproveitar o espaço público, usá-lo como discussão para que as pessoas venham, se conheçam, conversem e deixem mensagens no mural, flores ou apoio”, afirmou.

Para Giovanna, o combate ao estupro é algo bastante complexo, mas deve começar pelo reconhecimento do feminismo. “Feminismo não é uma palavra ruim. É questão de igualdade. Eu, como mulher, exerço a mesma função e não ganho o mesmo. Eu, como mulher, saio na rua e sofro assédio. É isso que precisamos combater”.

Ela também acha importante que os pais conversem sobre o assunto com seus filhos, e que isso também seja objeto de discussão nas escolas. “Eu tinha 12 anos quando sofri o meu primeiro assédio. Não há idade para falar com as crianças. Elas precisam [saber sobre isso] até mesmo para se prevenirem e para formarem uma opinião. Aquele menino com quem você fala que isso não é normal e que uma moça pode andar do jeito que quiser, e que isso não dá o direito dele fazer nada com ela, ele vai aprendendo enquanto é pequeno. Estupro não pode ser um tabu: ninguém fala, as pessoas esquecem e ele continua acontecendo. A ideia aqui é fazer as pessoas refletirem. E isso deve ser feito todos os dias”, disse ela.

Repúdio ao estupro

O ato chamou a atenção de várias pessoas. Alguns pararam para escrever frases; outros, apenas para fotografar; alguns para refletir. Pouco a pouco, a parede foi ficando repleta de frases como: “Precisamos falar sobre a cultura do estupro”, “Ela era criança”, “Não ensinem mulheres como não serem estupradas. Ensinem homens a não estuprar”.

A professora Maria de Lourdes Teixeira da Silva, 53 anos, passou pelo local e aproveitou para fotografar e postar a foto nas redes sociais. “O povo está pondo e expondo. O que incomodou está lá, disse ela, apontando para as frases na parede. Não escrevi, mas tirei a foto e vou postar no meu Facebook. Bonita campanha”, disse.

Adilson Antonio Machado, 46 anos, que faz pequenos reparos, escreveu a frase “Prá que isso? Chega”, que depois foi afixada na parede. “A mulher não tem que ficar à direita ou à dianteira [do homem], nem nada. Tem que ter um patamar de igualdade”, afirmou. Machado achou “absurdo” o estupro da adolescente no Rio de Janeiro. Para ele, os homens responsáveis pelo estupro precisam responder pelo crime. “Eles tem que ser julgados”, ressaltou.

O casal Bruno Mourão Guzzo, 27 anos, jornalista, e Jéssica Policastri, 25 anos, educadora, estavam passando pela Paulista com duas afilhadas quando viram o ato no Masp e decidiram parar. “Acho fundamental. Todas nós mulheres estamos com esse grito entalado dentro da garganta”, falou Jéssica. “Estando com duas crianças, mulheres, penso em tudo o que elas podem passar e tudo o que podemos fazer, juntos, para que a vida delas seja diferente da nossa”, ressaltou a educadora.

“Acho que é uma coisa que está enraizada na cultura do brasileiro. Vivemos em uma sociedade totalmente machista e quando rompemos isso, é sempre de uma maneira hipócrita. Acho que o papel dos homens é pedir desculpas para as mulheres por todo o mal que possam ter causado a elas. E os homens que têm consciência, [precisam] abrir os espaços, que são privilégio sempre dos homens, para as mulheres, e deixar que elas falem, se empoderem e combatam esse machismo”, disse Guzzo.

Para Jéssica, o combate ao estupro só pode ocorrer “com muita luta”. “Com muita luta de todas nós, mulheres. E dos homens também, que podem colaborar. Que a gente não desista”.

Temer anuncia departamento na PF para combater violência contra mulher

Imagem: Reprodução

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O presidente da República em exercício, Michel Temer, anunciou nesta sexta-feira (27) a criação de um departamento na Polícia Federal para coordenar o combate a crimes contra a mulher.

Por meio de sua conta no Twitter, ele repudiou “com a mais absoluta veemência” o estupro coletivo da adolescente de 16 anos, cometido por 33 homens.

“Vamos criar um departamento na Polícia Federal tal como fiz com a delegacia da mulher na Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. Ela vai agrupar informações estaduais e coordenar ações em todo país”, escreveu o presidente em exercício.

De acordo com a assessoria de Temer, ele pretende contar com a atuação de mulheres nesse trabalho. Além disso, o presidente em exercício está verificando como será o formato da área, que terá uma estrutura dentro do Ministério da Justiça para coordenar o combate ao crime contra a mulher.

Crime ‘bárbaro’

Temer classificou o crime no Rio como “bárbaro”. “Repudio com a mais absoluta veemência o estupro da adolescente no Rio de Janeiro. É um absurdo que em pleno século 21 tenhamos que conviver com crimes bárbaros como esse”, afirmou.

Ele escreveu que o governo está “mobilizado” para punir “com rigor” os autores do estupro e da divulgação do ato.

“Nosso governo está mobilizado, juntamente com a Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro, para apurar as responsabilidades e punir com rigor os autores do estupro e da divulgação do ato criminoso nas redes sociais”, disse.

O presidente em exercício afirmou que o ministro da Justiça, Alexandre Moraes, convocou reunião com os secretários de segurança pública de todo país para esta terça-feira (31). “Tomaremos medidas efetivas para combater a violência contra a mulher”, afirmou.

Natal ganha livraria voltada para o público evangélico

Imagem: Reprodução

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Natal agora conta com uma filial da maior editora cristã da América Latina, a CPAD. Instalada na Rua Dr. Manoel Miranda, no bairro do Alecrim, a livraria chega para suprir a demanda de um público cristão evangélico cada vez mais crescente na capital.

A inauguração da loja aconteceu na quinta-feira (26) e fez parte da programação da Escola Bíblica para Obreiros e Esposas do RN (Eboern), evento promovido ao longo de toda a semana pela Igreja Evangélica Assembleia de Deus no Rio Grande do Norte, que comemora 98 anos neste mês de maio.

A festa contou com a presença do diretor executivo da casa, Ronaldo Rodrigues, e dos pastores José Wellington Júnior, presidente do conselho administrativo da CPAD, e Martim Alves da Silva, presidente da Assembleia de Deus no estado.

“A loja é um sonho para a CPAD e a para a igreja aqui em Natal. Esse projeto era desejado há muito tempo e, graças a Deus, esse tempo chegou. A aceitação tem sido maravilhosa e nossa expectativa foi totalmente correspondida. Aqui existe um carinho muito grande pela Casa e a gente pretende corresponder esse carinho, que vem dos cristãos de uma maneira geral.

 A CPAD – Casa Publicadora das Assembleias de Deus – é a maior editora cristã da América Latina, vendendo hoje mais de 700 mil obras que atendem diversos segmentos. A editoria tem um braço nos EUA, a Editorial Patmos, com sede na Flórida e nasceu com objetivo de atender aos crentes de países de fala hispânica e aos latinos que moram na América do Norte. E conta ainda com a gravadora CPAD Music, ramo que atua no mercado da música cristã.

A empresa tem lojas ainda no Japão e em Portugal e, segundo a administração geral da CPAD, o plano da casa para os próximos anos é implantar uma filial em cada estado.

Imagem: Ilustração

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RJ teve média de 13 estupros por dia

Adolescente de 16 anos deixa o hospital Souza Aguiar com a mãe após estupro coletivo no Rio (Foto: Gabriel de Paiva/Agência O Globo)

Adolescente de 16 anos deixa o hospital Souza Aguiar com a mãe após estupro coletivo no Rio (Foto: Gabriel de Paiva/Agência O Globo)

O Estado do Rio de Janeiro teve uma média de 13 estupros por dia entre 1º de janeiro e 30 de abril deste ano. Segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), órgão ligado à Secretaria de Estado de Segurança do Rio, foram registrados 1.543 casos de estupro no estado nos primeiros quatro meses de 2016. Ainda não há dados referentes ao mês de maio.

O estupro coletivo praticado contra uma adolescente de 16 anos no Rio de Janeiro reacendeu a discussão sobre este tipo de crime. A jovem foi estuprada no sábado (21) numa comunidade da Zona Oeste da capital.

Em depoimento à polícia, ela disse que foi até a casa de um rapaz com quem se relacionava há três anos. Ela afirma que estava a sós na casa dele. A próxima lembrança que tem é apenas de domingo, quando acordou em uma outra casa, na mesma comunidade, com 33 homens armados com fuzis e pistolas. Ela destacou que estava dopada e nua. A polícia já pediu a prisão de quatro homens.

Segundo o Instituto de Segurança Pública, o local em que houve mais registros de estupros no estado entre janeiro e abril foi a unidade policial de Cabo Frio. Foram 98 casos no total. Já as unidades policiais Praça Mauá, Leblon, Rio das Flores, Porto Real, Silva Jardim e Cordeiro não tiveram nenhum registro.

Apenas em abril deste ano, foram registrados 428 de estupro no estado – o que também inclui casos de atentado violento ao pudor. No mesmo mês de 2015, o número foi ligeiramente menor – 420 casos. O total de registros nos quatro primeiros meses de 2015, porém, foi maior que o do mesmo período deste ano – 1.690 contra 1.543.

Dados nacionais

Segundo os dados mais recentes do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, foram registrados 47.646 estupros no país em 2014. O número representa uma queda em relação ao registrado em 2013 (50.320) – mas, ainda assim, equivale a um caso a cada 11 minutos, em média, no país. Os números incluem também os estupros de vulnerável, crime cometido contra menores de 14 anos.

Em entrevista concedida na época da divulgação dos dados, a diretora-executiva do fórum, Samira Bueno, afirmou que não é possível saber se houve realmente uma redução no tipo de crime no país, já que a subnotificação é extremamente elevada no país. “É o crime que apresenta a maior taxa de subnotificação no mundo. Então é difícil avaliar se houve de fato uma redução da incidência”, disse.

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Banhistas reclamam da falta de banheiros públicos na Redinha

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Quem frequenta a orla da Praia da Redinha, na Zona Norte de Natal, sofre na hora em que bate a necessidade de usar o banheiro. Tanto banhistas quanto comerciantes e outros trabalhadores que atuam no calçadão da praia não têm onde recorrer além de a própria água do Rio Potengi ou do mar que banham a região. Em outros casos o banheiro existente no Mercado da Redinha é utilizado como solução.

Os proprietários e trabalhadores das barracas da praia são alguns dos mais afetados com um espaço para suas necessidades. Dona Maria do Livramento, cozinheira do quiosque 15, diz que não é incomum durante o dia ter de fechar o estabelecimento. “A gente trabalha o dia todo e para ir ao banheiro tem que ir ao mercado, muito longe daqui, e fechar o quiosque para isso”, disse a mulher, de 58 anos.

O garçom Jadson Costa, 22, que atende os banhistas nas barracas espalhadas pela areia, diz que a falta de estrutura adequada interfere nos negócios. “Sem banheiro o cliente muitas vezes não fica. Só tem o banheiro do mercado e perdemos clientes por isso, eles preferem ir para outro lugar com estrutura”, contou.

O relato do garçom sobre a perda de clientes é o mesmo que faz Cláudia Albuquerque, 47, dona do quiosque 16. Questionada pela reportagem se algum representante da Prefeitura ou do Governo do Estado já conversou com os comerciantes da área sobre o projeto de instalação dos equipamentos higiênicos, ela disse que se sente esquecida pelo poder público devido à infraestrutura deficiente presente na praia.

“Não temos nem banheiros, nem segurança pública aqui. Nenhum representante [do poder público] vem falar com a gente sobre qualquer projeto do tipo, imagine para instalar alguma estrutura”, reclamou Cláudia.

O segurança Jaime Gomes, 57, aproveitava a manhã de folga, ontem, para esticar as pernas na areia da Praia da Redinha e tomar uma cerveja de frente para o ponto de encontro entre o mar e o Rio Potengi, com a Ponte Newton Navarro adiante. Ele fortalece o coro dos comerciantes da região. Na visão de Jaime, lavabos são fundamentais para o público que frequenta da orla.

“Tem que melhorar muito [a infraestrutura, atualmente sem toaletes]. O banheiro do mercado é horrível de usar porque é longe e sujo. Se deslocar é chato, banheiros aqui seriam fundamentais por serem mais perto de nós”, opinou o segurança.

Não muito distante da barraca onde estava Jaime, o auxiliar de guindaste Flaudeson dos Santos, 45, também aproveitava o dia de descanso com alguns amigos. Ele também afirmou que sente a falta de lavatórios no local. “Aqui quem precisa ir ao banheiro faz na água ou vai ao mercado”, relatou.

No decorrer da orla, outros relatos revelam a falta de segurança do local, os buracos existentes no calçadão, além do próprio problema da falta de banheiros públicos. Um rapaz que passou pela reportagem comentou que uma vez sua esposa grávida não teve como ir ao toalete e teve de se segurar até encontrar um espaço disponível. “Foi agonia!”, lembrou antes de se afastar com pressa.

Serviço será privatizado pela Prefeitura

A Prefeitura de Natal, por meio da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semsur), pretende privatizar os banheiros públicos presentes na orla natalense. No momento, são 12 banheiros na Praia de Ponta Negra, seis femininos e seis masculinos. A previsão é que ocorra o mesmo na Redinha, mas como a Semsur está em fase de preparação para um projeto de privatizar os lavabos, ainda não há data definida para que a praia da zona Norte seja contemplada com novas estruturas.

Já foi noticiada a proposta de transformar os banheiros públicos de toda a costa da capital em privados, sendo necessário desembolsar uma quantia para a utilização. Ontem, a reportagem voltou a procurar a pasta dos serviços urbanos para atualizar as informações. A assessoria de imprensa afirmou que o projeto ainda está em fase de preparação.

“A proposta é viabilizar uma parceria público-privada a ser implantada ainda neste ano, mas a ideia está em processo de formatação e por isso não há informações oficiais a serem divulgadas”, explicou a Semsur, por meio de nota.

O motivo para a privatização seria o vandalismo verificado nas estruturas instaladas em Ponta Negra. A má educação de algumas pessoas é um problema difícil de ser contornado e foi a principal razão apontada pela Prefeitura a cogitar a privatização dos banheiros públicos.

O novo modelo a ser implantado é o mesmo de outras capitais brasileiras, onde serviços básicos não são mais oferecidos de graça para os banhistas e turistas. É o que ocorre em João Pessoa (PB), Recife (PE) e Copacabana, no Rio de Janeiro.

Informações: Novo Jornal