Primo rico x Primo pobre: as trajetórias de Zidane e Simeone até a final
Os dois começaram a jogar em 1988 e se aposentaram em 2006. Os estilos, no entanto, sempre foram bastante diferentes. Zinedine Zidane e Diego Simeone chegam à final da Liga dos Campeões como personificações de seus clubes. O francês foi um jogador vitorioso e campeão de tudo, premiadíssimo e adepto do futebol bonito. Como manda a tradição no Real Madrid, onde ele inicia sua trajetória de técnico. O argentino, mais experiente e rodado como comandante, é a cara do “jogo feio”, mas ao mesmo tempo efetivo e aguerrido. Assim como seu Atlético de Madrid, que tirou os poderosos Barcelona e Bayern de Munique no caminho até a decisão, sempre com doses a mais de suor. Esse duelo à parte merece um espaço especial, que o GloboEsporte.com mostra a seguir.
INSPIRAÇÃO X TRANSPIRAÇÃO
Talento não falta a Zidane. O ex-meia foi eleito três vezes o melhor do mundo (1998, 2000 e 2003) e coleciona títulos como jogador, incluindo Copa do Mundo, Eurocopa, Mundial de Clubes e Liga dos Campeões – com direito a golaço na final em 2002. Tem o perfil do Real Madrid, eleito o clube do século XX pela Fifa, sempre recheado de craques e maior ganhador da história da Champions, com 10 taças. Simeone e Atlético, enquanto isso, sempre tiveram de suar muito para serem campeões. Mais na base da raça do que na técnica, o que não tira nem um pouco do mérito das duas partes.
BATEU, LEVOU
Zidane tem fama de respeitoso. Simeone, de mau e violento. Mas os dois já viveram o lado oposto da moeda, ou quase isso. A maior polêmica do francês foi na final da Copa do Mundo de 2006, quando acertou cabeçada em Materazzi após ser provocado e acabou expulso. Também já levou vermelho, por exemplo, por devolver agressão de Desailly com um soco durante Olympique x Bordeaux em 1993, por um pisão em Fuad Amin em França x Arábia Saudita na Copa de 1998, e por outra cabeçada em Jochen Kientz durante Juventus x Hamburgo, em 2000.
DE LÁ ATÉ AQUI
A vida de Zidane mudou bastante desde aquela final. Teve passagem discreta pelo time B do Real na Terceira Divisão. E em janeiro de 2016 assumiu seu maior desafio, a equipe principal em momento conturbado, no lugar do demitido Rafa Benítez. Em sua primeira temporada, manteve o time vivo na briga pelo Espanhol até a última rodada (foi vice, com o Barcelona campeão) e chegou à final da Champions. Simeone, por sua vez, nada mudou quanto ao estilo, a não ser pelo fato de ter ganhado mais respeito. Ele mantém o Atlético revelante na Espanha e na Europa.
VALE QUANTO PESA
Quando eram jogadores, Zidane valia muito mais que Simeone. Porém, na comparação como técnicos, o argentino está muito na frente do francês. Em 2001, Zizou tornou-se o atleta mais caro do futebol até então ao trocar o Juventus pelo Real Madrid. A maior transferência do Cholo foi em 1997, quando o Atlético o vendeu ao Inter de Milão por um valor 12,2 vezes menor que o de Zidane. Como treinadores, a história muda. Em seu primeiro ano como técnico do time principal do Real e com contrato até 2018, Zizou recebe menos da metade que Simeone, que tem acordo assinado até 2020. A diferença de orçamento entre os dois times é grande. O “primo rico” de Madri conta com um elenco avaliado em quase o dobro da soma dos comandados do Cholo, segundo dados do site Transfermakt.
Informações: Globo Esporte
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