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Categoria: maio 13, 2016

Nicolás Maduro chama embaixador de volta após impeachment

Foto: Reprodução

Foto: Reprodução

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou na noite desta sexta-feira que convocou o embaixador venezuelano no Brasil de volta à Venezuela. A ação é uma represália ao que Caracas considera um “golpe de Estado” contra Dilma Rousseff. Não ficou claro, porém, se a ação é definitiva.

– Pedi ao nosso embaixador no Brasil, Alberto Castelar, que voltasse. Avaliamos que esta dolorosa página da história do Brasil foi uma jogada totalmente injusta contra a primeira mulher eleita presidente do Brasil”, disse Maduro.

Em comunicado divulgado nesta sexta-feira, o Ministério das Relações Exteriores rejeitou “enfaticamente” as manifestações dos governos de Venezuela, Cuba, Bolívia, Equador e Nicarágua, além de outras entidades internacionais, em torno do afastamento da presidente Dilma Rousseff. Agora sob o comando do senador José Serra (PSDB-SP), o Itamaraty chamou de falsas as interpretações de que o impeachment seria um golpe de Estado.

Serra reage contra posições de países latinos sobre impeachment

Foto: (Jorge Araújo/Folhapress)

Foto: (Jorge Araújo/Folhapress)

Dois comunicados divulgados quase que simultaneamente nesta sexta-feira pelo Itamaraty mostram claramente a nova linha de política externa do governo interino de Michel Temer. Em uma das notas, o Ministério das Relações Exteriores rejeita “enfaticamente” as manifestações dos governos de Venezuela, Cuba, Bolívia, Equador e Nicarágua, além de outras entidades internacionais, em torno do afastamento da presidente Dilma Rousseff. Agora sob o comando do senador José Serra (PSDB-SP), o Itamaraty chamou de falsas as interpretações de que o impeachment seria um golpe de Estado. O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou na noite desta sexta-feira que convocou o embaixador venezuelano no Brasil de volta à Venezuela.

“Como qualquer observador isento pode constatar, o processo de impedimento é previsão constitucional; o rito estabelecido na Constituição e na Lei foi seguido rigorosamente, com aval e determinação do STF; e o Vice-Presidente assumiu a presidência por determinação da Constituição Federal, nos termos por ela fixados”, diz um dos comunicados.

Em outra nota, o Ministério das Relações Exteriores se dirige diretamente ao secretário-geral da Unasul, Ernesto Samper. No comunicado, o Itamaraty repudia recentes declarações de Samper, sobre a conjuntura política no Brasil, “que qualificam de maneira equivocada o funcionamento das instituições democráticas do Estado brasileiro”.

“Os argumentos apresentados, além de errôneos, deixam transparecer juízos de valor infundados e preconceitos contra o Estado brasileiro e seus poderes constituídos e fazem interpretações falsas sobre a Constituição e as leis brasileiras. Além disso, transmitem a interpretação absurda de que as liberdades democráticas, o sistema representativo, os direitos humanos e sociais e as conquistas da sociedade brasileira se encontrariam em perigo. A realidade é oposta”, diz um trecho do comunicado.

Na quinta-feira, após o afastamento da presidente Dilma Rousseff, sob o comando do presidente Nicolas Maduro, autoridades venezuelanas se dedicaram, nesta quinta-feira, a defender, no Twitter, Dilma. O impeachment foi tratado como golpe de Estado. O presidente venezuelano pôs em sua conta um link com o discurso proferido por Dilma momentos antes de deixar o Palácio do Planalto, e reproduziu, em sua conta, vários trechos do discurso.

Mendonça Filho é vaiado e chamado de golpista no MEC

Divulgação

DIVULGAÇÃO | MÍDIA NINJA

Mendonça Filho reuniu os servidores do Ministério da Educação hoje de manhã para uma solenidade. Lotou o auditório do MEC — agora com o C de Cultura de volta.

Apresentou-se e pediu ajuda deles para fazer uma boa gestão. Eis que foi interrompido por gritos de “Fora, golpista”.

Fingiu que não era com ele e voltou a discursar.

Agora há pouco, no antigo Ministério da Cultura, foi mais difícil. Servidores seguravam cartazes dizendo não “reconhecer golpistas” e com a frase “Vaza, Mendonça Filho”.

 

O Globo

Força Sindical classifica de “estapafúrdias” ideias de Meirelles sobre Previdência

O deputado Paulinho da Força (SD-SP) que virou um dos articuladores de Michel Temer

O DEPUTADO PAULINHO DA FORÇA (SD-SP) QUE VIROU UM DOS ARTICULADORES DE MICHEL TEMER

A Força Sindical, uma das principais centrais sindicais do país, classificou nesta sexta-feira de “estapafúrdias” as ideias do novo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para a reforma da Previdência, indicando as dificuldades que o governo interino de Michel Temer terá pela frente para aprovar reformas.

Em suas primeiras manifestações como ministro da Fazenda, Meirelles defendeu a implantação de idade mínima para as aposentadorias.

“A estapafúrdia ideia defendida pelo atual ministro é inaceitável porque prejudica quem ingressa mais cedo no mercado de trabalho, ou seja, a maioria dos trabalhadores brasileiros”, disse a entidade em nota assinada pelo seu presidente, o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), o Paulinho da Força.

Paulinho, aliado do presidente afastado da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e a Força Sindical faziam oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff, do PT, e apoiam o impeachment.

“Vamos resistir a mais este ataque a direitos e conquistas que, a duras penas, foram acumulados ao longo da história de lutas da classe trabalhadora brasileira”, acrescentou Paulinho.

UOL

 

Dilma afirma estar disposta a visitar quem a convidar, inclusive o papa

A  PRESIDENTE AFASTADA DILMA ROUSSEFF

A PRESIDENTE AFASTADA DILMA ROUSSEFF

A presidente afastada Dilma Rousseff disse nesta sexta-feira que está disposta a visitar qualquer país para o qual for convidada e até mesmo o papa Francisco, mas esclareceu que se concentrará em sua defesa.

Um dia após ser afastada do cargo para responder ao julgamento político que o Senado abriu e pode cassar seu mandato, Dilma declarou a correspondentes estrangeiros que não tem planos, pelo menos por enquanto, de viajar ao exterior para denunciar o “golpe” que ela considera que está em curso no Brasil.

Após explicar que, por enquanto, se propõe a concentrar-se em sua defesa perante o Senado, também ressaltou que está disposta a visitar qualquer país que a convide e teve palavras de especial carinho em relação a Francisco.

“Se o papa me convidar, eu vou (ao Vaticano)”, afirmou Dilma, que indicou que as duas vezes que esteve com Francisco, durante a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro e na Santa Sé, se sentiu “muito próxima” e que compartilha sua visão do mundo.

“Desde que iniciou seu pontificado cumpre um papel muito importante no mundo em termos de valores”, comentou Dilma.

“Francisco é um papa adequado ao momento que o mundo vive, atende as demandas e as diferenças do século 21, os temas das mulheres e os gays e, principalmente, não julga as pessoas”, concluiu Dilma.

UOL

Semdes, Setur e Vice-prefeitura passam a funcionar em novo endereço

As secretarias municipais de Segurança Pública e Defesa Social (Semdes), a de Turismo (Setur), e o Gabinete da Vice-prefeitura de Natal passam a funcionar em novo endereço a partir da próxima segunda-feira (16). O prédio que vai abrigar as três estruturas administrativas da capital fica situado na Rua Jundiaí, s/n, no bairro do Tirol, mais precisamente em frente a Fundação José Augusto. A iniciativa possibilita uma junção dos entes públicos em um único endereço com o intuito de diminuir gastos e dar maior comodidade ao cidadão que precisa dos serviços prestados por esses órgãos.

Temer fala a ÉPOCA: “Quero botar o país nos trilhos”

O presidente interino Michel Temer (Foto:  Ruy Baron/ Valor/Agência O Globo)

O PRESIDENTE INTERINO MICHEL TEMER (FOTO: RUY BARON/ VALOR/AGÊNCIA O GLOBO)

Na primeira entrevista exclusiva desde que assumiu interinamente a Presidência, Michel Temer diz que a ficha ainda não caiu, conta quais são suas prioridades, diz que trabalhará incansavelmente – mas não promete milagres

O novo e interino presidente da República, Michel Temer, falou com exclusividade a ÉPOCA hoje. É a primeira entrevista à imprensadesde que tomou posse interinamente, ontem. Temer foi claro sobre o que espera fazer como presidente, caso Dilma Rousseff de fato não retorne ao cargo. E admitiu que “ainda não caiu a ficha” do momento – de que ele é, de fato, o responsável por tirar o Brasil de uma das mais graves crises de sua história. “Estou acostumado à pressão, a situações difíceis, a crises. Trabalharei de domingo a domingo, de dia e de noite, para cumprir as expectativas do povo brasileiro”, disse, ciente de que o país tem pressa. “Quero, com a ajuda de todos, botar o país nos trilhos nesses dois anos e sete meses.”

>> Só Dilma tira Michel Temer do sério

Temer sabe que botar o país nos trilhos será uma missão difícil. “Não vou fazer milagres em dois anos”, admitiu, quando confrontado com o fato de que a burocracia do governo e as pressões de grupos de interesse no Congresso tornam improvável o sucesso na execução de reformas profundas – sobretudo num curto espaço de tempo e sob a forte instabilidade política que ainda define Brasília. “Quero que, ao deixar a Presidência, olhem para mim e digam ao menos: ‘Esse sujeito arrumou o país’.”

>> Quem são os ministros que assumem o novo governo

O que seria exatamente arrumar o país? Primeiro e mais urgente, é claro, arrumar o que está mais desarrumado: a economia. “Tenho plena confiança na capacidade de Henrique Meirelles e da equipe montada por ele. Eles terão autonomia para fazer os ajustes necessários e transmitir a confiança que perdemos”, disse.  Acredita que arrumar a relação do Planalto com o Congresso, algo que diminuirá a instabilidade política crônica em Brasília, será menos complicado. “Fui presidente da Câmara por três vezes e sei bem o quanto é necessário ter diálogo com os parlamentares e manter o respeito pelas ideias diferentes. Não é fortuito que tantas lideranças partidárias estejam comprometidas com o ministério que foi montado.”

Um terceiro ponto, não tão urgente, mas no qual Temer insiste – chegou a incluir em seu discurso de posse – envolve um novo pacto federativo, que equilibre as relações entre União, estados e municípios. É uma preocupação antiga de Temer, que escreveu artigos sobre o assunto. Hoje, defendem Temer e outros políticos, o dinheiro dos impostos dos brasileiros está demasiadamente concentrado na União e, especialmente, no governo federal. Estados e municípios passam a depender da boa vontade do presidente da República para receber recursos – o que acaba passando por uma relação política, e não institucional. Temer quer muito diminuir esse desequilíbrio federativo. “A partir da próxima semana, formaremos uma comissão que encontre soluções para recompor o pacto federativo, para que tenhamos uma verdadeira federação”, anunciou.

A quarta prioridade do novo presidente é a menos palpável de todas. Mas, talvez, seja a que mais o preocupa, em virtude de sua formação como professor de Direito Constitucional. “Precisamos mudar a cultura política do país”, disse. “Ninguém lê mais a Constituição. Digo isso no sentido de que há um desrespeito profundo pelas leis e pelas instituições. É necessário resgatar o valor desse livro sagrado para a nossa democracia.” Na prática, disse Temer, isso se traduzirá em tomar decisões, ou deixar de tomar decisões, que agridam o espírito da Constituição, mesmo que sejam, formalmente, legais. Ele cita um exemplo que aconteceu hoje. Vários assessores e ministros chegaram a seus locais de trabalho e começaram a retirar a foto da presidente Dilma Rousseff. Temer determinou que mantivessem a foto na parede. “É preciso ter respeito. Ela está afastada, mas continua presidente. Até que saia em definitivo, caso seja essa a decisão do Senado, deve ter seus direitos como presidente afastada assegurados.”

Temer está com a voz cansada, mas parece genuinamente animado para os dias difíceis que se avizinham. “Disposição não faltará – minha e da equipe. Hoje mesmo, percebi em todos uma vontade, uma gana de fazer imensa. Nada ficará para segunda-feira. Tudo o que se discutia começa imediatamente, agora. Estão todos imbuídos do mesmo sentido de urgência que eu”, contou. “Pude perceber também no que posso colaborar. Diante da falta de orçamento, expliquei como muitas vezes é possível fazer programas com pouco dinheiro. Foi o que fiz na Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, com a criação de conselhos comunitários e delegacias da mulher. Deram resultado e custaram quase nada. É preciso ter esse tipo de mentalidade.”

É possível fazer tanto em tão pouco tempo? “Não é porque é impossível fazer milagres que não se devem estabelecer metas ambiciosas, como as que delineei. É possível fazer muito, não tenho dúvida. E, se não houver ambição, qual o propósito de se tentar?”

ÉPOCA

Venezuelanos revendem produtos básicos para sobreviver na crise

Fila para entrar em mercado para comprar alimentos básicos em Caracas

FILA PARA ENTRAR EM MERCADO PARA COMPRAR ALIMENTOS BÁSICOS EM CARACAS

Ela se levanta às 2 horas da manhã, desce vagarosamente 12 lances de escada do conjunto habitacional onde vive e caminha três quarteirões até uma pequena farmácia na região leste de Caracas. A cidade está cheia de perigos à noite, mas quando Laura chega, dezenas de pessoas já estão por lá, guardando seus lugares na fila com a astúcia adquirida com a prática. Quando as portas se abrem, às 7h30, centenas de pessoas se acotovelam ao passar pelos seguranças. Laura consegue encontrar apenas um frasco de detergente e dois de xampu. Elas os venderá horas depois por um valor 10 vezes maior que o preço da prateleira.

A escassez de produtos e as filas na Venezuela são épicas. Os controles bizantinos distorcem os salários e o comércio. A inflação está fora de controle. Setores inteiros estão desaparecendo, tendência que apenas acelerou depois que o preço do petróleo, força vital do país, caiu em mais da metade. Mas dentro de uma economia que encolhe de forma inacreditável, um negócio está prosperando e gerando uma nova classe de empreendedores, frutos da necessidade. São os chamados bachaqueros. Laura, uma ex-faxineira de 30 anos, é um deles. Ela compra produtos básicos pelos preços oficiais do governo e vende-os no mercado negro.

“Eu percebi há cerca de um ano que poderia ganhar mais revendendo um único pacote de fraldas que limpando uma casa inteira”, disse Laura, pedindo que seu sobrenome não fosse publicado porque, na prática, ela faz parte de uma rede criminosa. (É ilegal vender certos produtos básicos acima dos preços oficiais e o governo esporadicamente repreende a prática).

O termo bachaquero, criado em alusão à formiga-cortadeira (bachaco), que é capaz de carregar um peso muitas vezes maior que o seu, foi aplicado inicialmente aos contrabandistas que atuavam ao longo da fronteira ocidental da Venezuela, anos atrás. Agora a palavra é ouvida em todas as partes. A empresa de pesquisas Datanalisis, de Caracas, diz que mais de um quarto da população se envolveu com a prática nos últimos 12 meses.

Os lugares próximos ao começo da fila se tornaram tão valiosos que agora até mesmo eles estão à venda. Um bom lugar normalmente custa cerca de 500 bolívares. A quantia pode não ser muito alta quando medida em dólares — algo em torno de US$ 1,25 –, mas não é ruim em um país onde o salário mínimo é de pouco mais de 15.000 bolívares por mês. Marilin Barrios, que tem 27 anos e quatro filhos, chegou à farmácia muito antes que Laura naquele dia, conseguiu um dos primeiros lugares e o vendeu horas depois.

Em um sistema que lembra o racionamento implementado nos países comunistas no século passado, aos venezuelanos são atribuídos certos dias na semana nos quais podem comprar os produtos considerados mais essenciais pelo governo. Laura espera na fila, mas troca de lugar com a mãe ou o marido no último minuto para que façam as compras reais com suas carteiras de identidade nos dias que não correspondem ao número dela.

Um ano após iniciar a nova carreira, Laura sente o desgaste. Ganhou peso — resultado, segundo ela, das 14 horas por dia de atividade e da alimentação ruim — e está ficando cansada do empurra-empurra e dos xingamentos direcionados a ela e aos outros bachaqueros: parasitas, trapaceiros, vagabundos. Ela disse que ficaria feliz em voltar a fazer limpeza se o antigo emprego pagasse mais. Enquanto isso, o mercado de revendas vai ficando mais difícil.

“A cada dia há mais gente fazendo isso”, disse ela. “A cada dia que entro em uma fila, entro um pouco mais para trás”.

UOL