
O presidente do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Rio Grande do Norte (Crea-RN), Roberto Wagner, afirmou que a Ponte de Igapó, cuja reforma deve ser entregue neste mês, apresentava o mesmo risco de queda em comparação a ponte que ligava os estados do Tocantins e Maranhão, a qual caiu em dezembro do ano passado. A fala foi dita em entrevista ao Grupo Dial Natal nesta sexta-feira (9).
“O nível de criticidade daquela ponte era o mesmo da ponte que caiu entre o estado do Maranhão e Tocantins. O Dnit tem uma classificação que é nível 2. Nível 5 é o melhor, uma ponte nova, e ali estava em nível 2 (que indica risco de queda). Então, isso não foi medido. Eu estive lá, aí a gente viu que o nível de complexidade da obra realmente é bastante elevado”, disse.
Em sua fala, o presidente do conselho comentou que o planejamento da reforma da obra foi “um desastre”, considerando também que a interdição do equipamento ocorreu após o avanço da reestruturação da avenida Felizardo Moura (via que liga o condutor a ponte) momento em que o fluxo de veículos se tornou mais acessível, com a remoção de interdições na avenida.
Wagner pontuou o bom desempenho do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) na execução da obra, mas ressaltou que a falta de coordenação na gestão do trânsito, além ausência de clareza na comunicação com o público, impactou além do devido.
“Sobre o nível de excelência, a gente pôde perceber que é muito bom. Então, é de se lamentar que a falha no planejamento colocou tanto em xeque aquela obra”, afirmou.
Histórico
A Ponte de Igapó, com 600 metros de extensão, nunca havia passado por reformas desde a construção de suas duas partes – a primeira em 1970 e a segunda em 1985. Atualmente, apenas um lado está liberado para o tráfego, o que tem causado transtornos a motoristas e ao transporte público.
As obras começaram oficialmente em setembro de 2023, mas o processo de reabilitação teve início em 1º de setembro de 2021, com a homologação da licitação para os projetos básico e executivo. Desde então, técnicos do DNIT desenvolveram os projetos de engenharia para viabilizar a execução da obra.
Além dos transtornos atuais, a população da zona Norte já enfrentou dificuldades no trânsito com intervenções anteriores nas obras da Avenida Felizardo Moura e no entorno do Viaduto da Urbana.
Portal 98 FM