
Em meio à pressão enfrentada pela gestão municipal pela ausência de médicos no sistema de saúde, a Prefeitura do Natal recebeu elogios por mudanças implementadas na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Cidade da Esperança. A avaliação foi feita pelo vereador Luciano Nascimento (PSD), vice-presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal, durante visita de fiscalização realizada ao equipamento.
O parlamentar relatou que as alterações promovidas pela Secretaria Municipal de Saúde na contratação de empresas responsáveis pelo quadro médico — tanto na clínica geral quanto na pediatria — já começam a trazer resultados perceptíveis. Segundo Luciano, servidores, médicos, diretores e pacientes confirmaram que houve maior agilidade no atendimento, redução no tempo de espera para o primeiro contato com o profissional de saúde e melhoria no abastecimento de insumos.
Um dos destaques apontados pelo vereador foi a implantação do prontuário eletrônico, medida que, de acordo com ele, deu mais fluidez aos procedimentos dentro da unidade. “O atendimento melhorou? Melhorou. Quanto tempo você chegou e foi atendido? Meia hora. É esse o feedback que a gente escuta”, afirmou.
A direção da UPA também informou à comissão que a unidade ganhou um médico extra no plantão noturno da Sala Amarela, reforço considerado fundamental para reduzir a sobrecarga no pronto atendimento. Luciano ressaltou ainda que, embora toda mudança traga dificuldades iniciais, os ajustes começam a se refletir positivamente para os usuários.
O vereador ressaltou a importância da condução das mudanças, destacando a gestão do prefeito Paulinho Freire (União Brasil) como “audaciosa” ao enfrentar o problema. Ele assegurou que a comissão continuará visitando outras unidades, recolhendo sugestões e acompanhando os desdobramentos da crise. “Nosso compromisso é lutar por uma saúde melhor para os natalenses, e o trabalho de fiscalização não vai parar”, concluiu.
Entenda
A crise na saúde em Natal foi aberta com a troca de modelo de contratação dos serviços médicos. A situação está ligada à saída de profissionais que atuavam por meio da Coopmed-RN – cooperativa que historicamente fornecia médicos para a rede municipal.
A Prefeitura substituiu a cooperativa por duas empresas terceirizadas – Justiz e Proseg – em contratos emergenciais que somam R$ 208 milhões. A mudança motivou protestos, uma greve deflagrada no último dia 1º de setembro e a abertura de ações judiciais.
A transição não garantiu a permanência de todos os médicos, resultando em lacunas em especialidades essenciais.
O Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte (Sinmed-RN) alega ilegalidade nos contratos e foi acusado de orientar os profissionais a não aderirem às novas empresas. Já a Prefeitura argumenta que a medida corrige a precariedade jurídica da Coopmed, que atuava sem contrato formal desde junho de 2023.
O Ministério Público do RN acompanha o caso por meio de duas promotorias, após denúncias de desassistência na rede pública de saúde.

