
A tensão entre o Brasil e os Estados Unidos ganhou um novo e grave capítulo após a confirmação, nesta quarta-feira (21), de que o Secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, está viabilizando sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A medida, que estaria sendo articulada com base na Lei Magnitsky — legislação dos EUA que permite a aplicação de sanções contra indivíduos acusados de violações de direitos humanos e liberdades civis —, provocou reações imediatas no cenário político brasileiro.
Segundo apuração do jornalista Paulo Capelli, do portal Metrópoles, há preocupação no alto escalão do Judiciário brasileiro, não apenas com possíveis sanções individuais a Moraes, mas também com a extensão dessas medidas a familiares de outros ministros, em uma tentativa de ampliar a pressão diplomática. A possibilidade de tal abrangência elevou a gravidade da situação e acendeu alertas tanto no STF quanto no Palácio do Planalto.
O Partido dos Trabalhadores (PT) divulgou nota oficial em solidariedade a Moraes e repudiou o que classificou como uma tentativa de ingerência estrangeira nos assuntos internos do Judiciário brasileiro. Segundo fontes ouvidas pelo jornalista Júnior Melo, uma liderança política com trânsito direto no governo federal revelou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já comunicou ao Itamaraty e à cúpula palaciana sua disposição em ir “às últimas consequências diplomáticas” para proteger a integridade dos magistrados do STF.
A avaliação interna do governo Lula é que a atuação de Alexandre de Moraes foi decisiva para impedir a reeleição do ex-presidente Jair Bolsonaro em 2022, especialmente durante sua presidência no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Para interlocutores do Planalto, há uma espécie de “pacto institucional” entre o Executivo e o Judiciário que permanece até hoje, em defesa da democracia e contra o que chamam de ameaças autoritárias.
Do outro lado, aliados de Bolsonaro e integrantes da oposição acusam o STF de perseguir politicamente líderes de direita, em especial o ex-presidente e seus apoiadores. As denúncias de suposta “perseguição judicial” teriam chegado à Casa Branca através de organizações de direitos civis norte-americanas e parlamentares conservadores dos EUA, o que pode ter acelerado o processo de sanções.
A crise ameaça escalar para um impasse diplomático de grandes proporções, em um momento em que o Brasil busca reforçar sua posição geopolítica como potência regional e interlocutor global. Resta saber até onde os EUA estão dispostos a avançar e qual será a resposta efetiva do governo brasileiro caso as sanções se concretizem.
Enquanto isso, os bastidores de Brasília fervem, com ministros do STF avaliando medidas legais e diplomáticas, e o Planalto monitorando com atenção os desdobramentos no Congresso norte-americano e nas redes diplomáticas internacionais.
A tensão é alta — e o desfecho, imprevisível.
Diário do Brasil Noticias
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É só declarar guerra e o galego irá dar ré