
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil desembolsa anualmente R$ 174,8 milhões para manter residências oficiais de diplomatas em 188 postos diplomáticos pelo mundo, segundo levantamento obtido via Lei de Acesso à Informação. Entre os imóveis, destaca-se a Villa Mullberget, um casarão de dois andares do século XIX localizado na ilha de Djurgården, em um bairro nobre e turístico de Estocolmo, Suécia. A residência, que desde abril abriga a embaixadora do Brasil, é considerada uma das mais caras mantidas pelo governo, com um aluguel anual de US$ 250 mil (cerca de R$ 1,4 milhão), equivalente a R$ 117 mil por mês. Além do aluguel, o custo total da propriedade chega a R$ 2,47 milhões por ano, incluindo a manutenção com três funcionários e serviços de segurança.
A escolha da Villa Mullberget, que ostenta um selo de valor histórico concedido pelo Museu da Cidade de Estocolmo, é justificada pelo Itamaraty pela sua localização em uma área urbana prestigiada, cercada por residências, museus e embaixadas de países como Espanha, Itália e Estados Unidos. No entanto, o alto custo da residência contrasta com a posição da Suécia como 53º destino das exportações brasileiras, levantando questionamentos sobre a proporcionalidade dos gastos. O diplomata Rubens Ricupero, ex-ministro da Fazenda, defende a necessidade de critérios mais claros na escolha de moradias para embaixadores, sugerindo uma hierarquia que priorize países de maior relevância comercial para o Brasil.
Os gastos com residências diplomáticas, que incluem aluguéis, taxas de condomínio e salários de 544 funcionários locais, como cozinheiros e seguranças, totalizam R$ 87,8 milhões anuais apenas com aluguéis e taxas. I’m Além da Suécia, outros exemplos incluem uma cobertura em Budapeste, Hungria, com aluguel mensal de US$ 14 mil (R$ 78,8 mil), e a residência em Genebra, Suíça, que custa R$ 5,2 milhões por ano, incluindo aluguel e manutenção. Enquanto o Itamaraty argumenta que os gastos seguem critérios legais de necessidade, críticos apontam para a falta de transparência e a necessidade de revisar a alocação de recursos em tempos de crise fiscal, especialmente em países de menor peso econômico para o Brasil.
O Globo