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General Girão diz que policiais devem atirar primeiro: “Depois vocês perguntam”

FOTO: JOSÉ ALDENIR

Os policiais devem atirar primeiro e perguntar depois. A declaração é do deputado federal General Girão (PL-RN), feita durante entrevista à 94 FM nesta sexta-feira 30, ao defender o direito à reação imediata das forças de segurança diante de ameaças. “Eu já disse isso várias vezes para os meus policiais, meus amigos, e quando eu fui secretário. Primeiro vocês atiram, depois vocês perguntam, porque se o cara está armado, ele não está com boas intenções com você”, afirmou o parlamentar.

Com experiência como secretário de Segurança e mais de oito anos de atuação na área, Girão criticou a postura do Ministério Público de exigir que o policial só possa se defender após ser atacado. Para o deputado, essa orientação coloca a vida dos agentes em risco e ignora a realidade enfrentada por eles nas ruas.

Ao longo da entrevista, o general reforçou sua visão sobre o que chama de “criminalização do pensamento” e disse que o Brasil vive hoje uma ameaça à liberdade de expressão. Ele alegou que há uma tentativa de controle até mesmo sobre o que as pessoas pensam. “Hoje nós estamos no Brasil com a proibição, a punição, o crime de pensar. Como é que pode alguém, uma autoridade, querer impedir as pessoas de pensarem?”, questionou.

O deputado também abordou a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente do ministro Alexandre de Moraes, e afirmou que há uma ruptura entre o que ele ensinava como professor e o que pratica hoje como magistrado. Girão relatou que é alvo de inquéritos desde 2019 por supostos atos antidemocráticos, embora não tenha sido formalmente acusado de nenhum crime. “Eles encerraram o inquérito que eu estava, sem encontrar provas nenhumas, porque não tem, e abriram outro. Não recebemos nenhuma informação dizendo assim: ‘desculpe, jogamos seu nome na lama’”, reclamou.

Sobre a investigação da Polícia Federal que apura descontos indevidos em benefícios do INSS, Girão acusou o governo federal de manipular a divulgação dos dados para não prejudicar o desempenho eleitoral do PT. “Se tivesse sido divulgada [em 2024], a surra no PT teria sido muito maior. É a verdade absoluta do caso”, disse. O parlamentar afirmou que a investigação estava pronta no ano passado, mas só veio a público este ano por conveniência política. “A Federal está com essa investigação pronta para ser divulgada desde antes das eleições. Isso é uma vergonha”, declarou.

Girão defendeu a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o caso, mas afirmou não ter expectativas sobre uma eventual Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) conduzida pelo Senado. Segundo ele, a condução do processo por figuras alinhadas à esquerda, como o senador Davi Alcolumbre (União-AP), compromete os resultados. “No caso da CPMI do 8 de janeiro, o Senado assumiu o protagonismo e ela ficou falida, não mostrou a verdade”, disse.

Ao comentar as investigações do STF sobre supostos planos golpistas após a eleição de 2022, o deputado disse não haver evidências concretas e classificou tudo como “narrativa”. Para Girão, os protestos que ocorreram em frente a quartéis do Exército foram pacíficos e legítimos. “Eu participei de todas as manifestações, em Natal, em Mossoró, em Caicó, em Brasília, em São Paulo. O povo foi para as ruas pedir ajuda, pedir alguma coisa que pudesse mudar a realidade de desconfiança em relação às eleições”, declarou.

Crítico ferrenho do governo Lula, Girão encerrou a entrevista afirmando que a gestão federal atual o envergonha e acusou o Executivo de ainda não ter liberado recursos do orçamento para os municípios.

Agora RN

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