SELO BLOG FM (4)

Falta de dinheiro obriga os brasileiros a renegociar dívidas de serviços básicos

BOLETOS DE CONTAS DE ÁGUA E LUZ. FOTO-DIVULGAÇÃO

A falta de dinheiro está obrigando os brasileiros a renegociar dívidas de serviços básicos, como água e luz.

É para não deixar de comer que se escolhe a conta que vai ser paga. “Você prioriza sobreviver, com essa dificuldade você deixa pra trás as coisas menos importantes”, conta o motorista Eduardo Zamba.

É para voltar a ter luz em casa que se quita o que está atrasado. O Ronaldo é motorista de aplicativo e, nos últimos dias, conseguiu finalmente juntar o dinheiro que precisava. Neste sábado (2), acordou cedo e procurou a distribuidora de energia para regularizar a situação.

As histórias têm o peso e o tamanho do desafio que tem sido pagar uma conta no Brasil. São pessoas que tentam negociar, tentam chegar a um acordo e tirar da frente uma das preocupações que vieram com o agravamento da crise econômica.

Diante de uma inflação alta e persistente e da queda na renda, o essencial para viver pesa mais para as famílias mais pobres, fazendo com que mais brasileiros enfrentem dificuldades na hora de quitar contas de serviços básicos.

Em São Paulo, a distribuidora de energia registrou um aumento de quase 77% nas negociações de parcelamento de dívida, nos cinco primeiros meses deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Juntando os outros estados atendidos pela distribuidora (SP, RJ, GO e CE), a alta foi de mais de 50%. Mais de 193 mil pessoas já tiveram que renegociar o valor da conta de luz, este ano.

É boleto de luz, de água. “Tô com a água cortada. Mas vou receber essa semana, se deus quiser”, espera Evani Maria Lima, dona de casa.

É tanta gente carregando dívidas que a fila começa a se formar ainda na madrugada. Foi o que aconteceu nesta semana em São Gonçalo (RJ), com um mutirão de renegociação organizado pela prefeitura.

O economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV) diz que é preciso facilitar o pagamento para não aumentar ainda mais a fatura de quem está endividado.

“Para as famílias de menor renda, alternativa que elas têm, dado que a inflação já reduziu sua renda, comprometeu boa parte do orçamento, é sim o parcelamento, é a negociação. O que é importante é que o controle financeiro é, e principalmente esse planejamento das parcelas, ele seja mantido em dia para que lá na frente não haja novos problemas que venham comprometer aí, não só a oferta desses serviços, como também a questão de restrição aos nomes dessas famílias”, ressalta Joelson Sampaio, professor de economia da FGV.

G1

Compartilhe

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on telegram

Comente aqui