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Com R$ 130 milhões em investimentos, Costeira Palace Resort inicia operações

FOTO: REPRODUÇÃO

A principal rota hoteleira do Rio Grande do Norte, a Via Costeira passa a contar, a partir de fevereiro, com uma nova estrutura de luxo para turistas e visitantes da capital potiguar. Com uma ampla reforma, criação de novos espaços e revitalização, o Costeira Palace Beach Resort inicia suas atividades em fevereiro após investimentos de pelo menos R$ 130 milhões da A. Gaspar, entre aquisição e reforma, em recursos próprios do grupo. O grupo também administra o hotel Ocean Palace, na mesma avenida.

Fechado em 2019 e com uma estrutura que chegou a ficar abandonada e foi revitalizada durante a pandemia para funcionar o Hospital de Campanha da Prefeitura do Natal, o Costeira Palace Beach Resort já desperta o olhar de curiosos e turistas, que já confirmaram as primeiras reservas.

Segundo Ruy Gaspar, diretor comercial e de marketing do grupo, o Costeira Palace Beach Resort terá 360 apartamentos, todos com duas camas e estrutura de banheiro, televisão, frigobar e climatização. O espaço funcionará no modelo all inclusive, isto é, o valor da diária também contempla alimentação e consumação de bebidas. Para este início, o hotel vai funcionar com cerca de 70% de sua estrutura pronta, estando em pleno vapor até o Carnaval. Os preços serão cerca de 20% mais baratos em relação aos praticados no Ocean Palace, por exemplo.

“A grande questão que sempre foi era de como conseguiríamos divulgar um produto já tendo o melhor do Estado, o melhor all inclusive do Brasil. A ideia foi fazer um produto mais acessível, em que as pessoas se sintam nele como se estivessem num cinco estrelas. Essa foi a ideia. Com certeza, espero, que aqui seja o maior quatro estrelas luxo do Brasil”, explica. Em “pleno vapor”, o hotel deverá gerar 400 empregos diretos e mais de 12 mil indiretos.

A TRIBUNA DO NORTE visitou as instalações do novo hotel nesta semana, que ainda passam por reparos e retoques finais antes da abertura oficial, prevista para o dia 1º de fevereiro. O espaço terá academia, salão de jogos, área de deck para contemplação, salão de eventos, auditório, quartos com acessibilidade, restaurantes e espaço kids.

Um dos pontos que mudou em relação ao antigo Parque da Costeira é o aumento da recepção, mudanças nas piscinas, com climatização “para dar mais conforto ao hóspede”, segundo Ruy Gaspar, e abertura de novos espaços, como uma piscina kids e uma com borda infinita. A piscina central, por sua vez, teve sua profundidade reduzida. Também foram instalados elevadores no bloco central. “O hóspede era obrigado a descer e subir escadas”, lembra.

“Procuramos manter a originalidade do hotel e o que tinha de positivo nele. Ele já tinha uma estrutura externa que procuramos aumentar, principalmente ampliando o pé direito da recepção que era muito acanhado. Mantivemos uma piscina que tinha do lado esquerdo quando se olha para o mar”, explica Ruy Gaspar.

O empresário lembra que os diretores encontraram o hotel “totalmente destruído” e que “praticamente nada se aproveitou”. Toda a parte hidráulica e elétrica foi trocada, bem como subestações e revestimentos internos. O arquiteto que executou o projeto foi Renato Teles.

Memória

O antigo Hotel Parque da Costeira foi adquirido pelo grupo A Gaspar em maio de 2023 durante um leilão promovido pelo Tribunal Regional do Trabalho no RN (TRT-RN). O lance foi de R$ 33,5 milhões. O imóvel foi a leilão para pagamento de dívidas trabalhistas e tributárias dos antigos proprietários do Parque da Costeira, que fechou em 2019 e foi embargado em 2020 pela Justiça.

Durante este período, o imóvel chegou a ser utilizado pela Prefeitura do Natal para funcionamento do Hospital de Campanha contra a pandemia de Covid-19, com 100 vagas de leitos clínicos e 40 leitos de UTI, em dado momento de crise da pandemia. Segundo divulgado à época pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS Natal), quase 3,5 mil pacientes com Covid foram tratados na unidade de saúde, inclusive de outros municípios do Rio Grande do Norte. No início de 2021, pacientes vindos de Manaus chegaram a vir para o Estado, época em que o Amazonas enfrentava grave crise por falta de oxigênio em hospitais manauaras.

Em 2023, a Justiça do Trabalho marcou o leilão que registrou empresas interessadas. A primeira delas venceu com uma proposta de R$ 35 milhões, porém, o arrematante não depositou os 20% do valor dentro das 24 horas seguintes, como determinava o edital do leilão. Por isso, a empresa A.Gaspar, segunda colocada com proposta de 33,5 milhões, venceu o leilão.

Após a proposta, a Justiça do Trabalho chegou a visitar o prédio para uma inspeção com representantes dos antigos donos. A visita era praxe uma vez que o valor pago era abaixo do valor da avaliação do imóvel. Advogados do Costeira Parque chegaram a pedir a anulação do leilão, alegando que o valor pago era “vil”. Na época, uma avaliação colocava o valor do imóvel em R$ 139 milhões.

Grupo A.Gaspar amplia atuação

Além do trabalho de ampliação do portfólio com o Costeira Palace Beach Resort, o grupo A.Gaspar tem outros investimentos em mente para os próximos anos em João Pessoa, na Paraíba. O mais avançado é o Ocean Palace Jampa, a ser construído na Praia de Cabo Branco, uma das principais do estado paraibano. Aliado a isso, o grupo tenta na Justiça a homologação do leilão do histórico Hotel Tambaú.

“Estamos construindo outro hotel em João Pessoa, que será o Ocean Palace Jampa. Já começamos as obras e no final de 2026 devemos concluir. Será em Cabo Branco, é um projeto que o governador da Paraíba está desenvolvendo e abraçou desde o início da primeira gestão. Essa área está sendo desenvolvida, é um projeto antigo dos paraibanos da década de 80 que nunca foi para frente e agora está indo. Lá serão em torno de 450 apartamentos”, explica Ruy Gaspar. A perspectiva é de que o Ocean Palace Jampa tenha o mesmo conceito do Ocean Palace de Natal, com proposta de um all inclusive premium.

Aliado a isso, o grupo A.Gaspar tenta também a posse do Hotel Tambaú, um dos mais famosos do Brasil e fechado nos últimos anos por dívidas trabalhistas. Em fevereiro de 2021, o grupo A.Gaspar arrematou o empreendimento por R$ 40,6 milhões, mas um advogado paraibano questionou o resultado e judicializou uma ação alegando que teria tentado fazer um lance, mas o sistema havia travado. Nisso, o grupo potiguar agora aguarda a disputa, que está no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

“Estamos aguardando a decisão. Infelizmente esse hotel já poderia estar funcionando. Ganhamos esse hotel em fevereiro de 2021 e já se passaram quatro anos. O Costeira pegamos em maio de 2023 e já estamos inaugurando. O Hotel Tambaú também já era para estar funcionando se não tivesse tido todos esses problemas que teve na justiça”, cita. A ideia, caso tenha decisão favorável na justiça, é ampliar a estrutura.

“É o segundo hotel mais famoso do Brasil, só perde para o Copacabana Palace, no Rio. Não vamos mudar aquela coisa linda que é a arquitetura muito feliz e feita na época por Sérgio Bernardes. É algo impressionante. Acredito que pegaríamos um desafio parecido com esse aqui do Costeira Palace”, finaliza Ruy Gaspar.

Inaugurado em 1971, o Hotel Tambaú, de João Pessoa, foi projetado pelo arquiteto Sérgio Bernardes, tem 173 apartamentos e, conforme descrito no edital do leilão, tem uma área construída de 18.009,05 metros quadrados, com construção de forma circular, constituído de um anel interno com dois pavimentos. Além disso, o imóvel possui construções acessórias, com a área construída de 6.009,05m², divididas em piscinas, quadras esportivas, paisagismo, postes de iluminação interna, lojas internas, anfiteatro, salão para festas e eventos, salas para reuniões, boate, bar à beira-mar, restaurante e estacionamento.

Números

  • 360 – é o número de apartamentos do Costeira Parque Resort
  • 400 – empregos diretos e 12 mil empregos indiretos serão gerados pelo hotel
  • R$ 130 mi – foi o investimento do grupo A. Gaspar

Tribuna do Norte

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