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Bolsonaro quer trocar diretorias da Petrobras que não têm relação com preço de combustível

ADOLFO SACHSIDA E JAIR BOLSONARO | REPRODUÇÃO REDES SOCIAIS

A troca do titular da pasta de Minas e Energia não encerrou o plano de Jair Bolsonaro de interferir na Petrobras. Além do presidente da companhia, José Mauro Coelho, mais três diretores da empresa estão na alça de mira. 

Nos últimos dias, executivos da companhia e funcionários graduados do governo confirmaram à equipe da coluna que o presidente quer a substituição de três diretores: o financeiro, o de tecnologia e o de relações institucionais. 

A questão que intriga os técnicos da Petrobras e do próprio ministério é que, com exceção da financeira, as outras diretorias não têm relação com o preço dos combustíveis. 

Por isso, a insistência do presidente em tirar os titulares de seus cargos desperta suspeitas de que ele esteja querendo usar a alta dos combustíveis para aparelhar politicamente a empresa.

Hoje, os três são funcionários de carreira, dois da própria Petrobras e um, cedido pelo Banco Central. Pelo menos um dos candidatos de Bolsonaro, o ex-diretor da Gol Paulo Palaia, que ele pretende colocar na área de tecnologia, é visto no entorno presidencial como bolsonarista.

Neste domingo, ao ser questionado a respeito dos rumores de que Coelho estaria sob fritura, Bolsonaro despistou. “Pergunta pro Sachsida”, disse, referindo-se ao novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida. 

A diretoria de relações institucionais, hoje comandada pelo economista do BC Rafael Chaves,  administra a verba de comunicação da Petrobras, que foi de R$ 100 milhões de reais, em média, nos últimos três anos. 

Também administra os programas de responsabilidade social, que atuam em diversos estados. 

Foi na comunicação que O GLOBO descobriu que, entre 2017 e 2019, foram veiculados milhares de anúncios em em canais do YouTube que disseminavam desinformação, fake news e ataques ao STF.  O Tribinal de Contas da União (TCU) apurou o caso não só na Petrobras, mas também em outras estatais. A companhia afirmou, na época, que os anúncios foram resultado de um erro de um prestador de serviços e suspendeu toda a propaganda nesses canais. 

O Globo

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